Acho que a principal questão não é o fato de o Estado ser responsabilizado, ou o pagamento de indenizações como reparação (acho que isso é válido) mas sim os precedentes que se abrem da forma como a coisa está sendo feita. Uma coisa é pagar indenização a alguém que tenha ficado inválido, deficiente, incapacitado ao sofrer tortura na mão dos militares, ou mesmo a quem ficou com algum tipo de seqüela psicológica/emocional identificada por um profissional qualificado... mas neguinho alegar traumas psicológicos sem mais e receber indenização sem que a tal seqüela esteja bem estabelecida é dose... o Heitor Cony levar um milhão e meio mas 20 paus por mês é dose... dois caras receberem pensão por ter sofrido "tortura quando fetos" é dose...
O que falta é uma bela dose de sangue frio na hora de se analisar os casos. Como o Dodo falou, ainda há muito sentimentalismo nessa história toda, julga-se qualquer um que tenha se oposto à ditadura, mesmo que tenha matado gente no processo, o "bonzinho" da história... e parece que o governo quer se ver livre disso, evitar polêmica, então sai pagando a torto e a direito. Tem de haver algum comitê, um órgão, alguma forma de se avaliar os casos em questão um a um, e evitar absurdos.