Uma das coisas que mais me chateou nesse meu período de EXÍLIO foi não poder participar deste tópico e juntar-me ao coro dos descontentes.
Digo que estou beirando os 30, mas é força de expressão - beirando mesmo, estou beirando os 24, o que não é muito ruim, já que sou mulher

. Agora, beirando os 30, a gente pára e vê quanta merda vem seguindo com a gente por inércia.
Uma das coisas que mais me perturba é assim. Desde 1999 eu tenho consciência de que tenho um problema super sério, mas só fui conseguir formulá-lo recentemente. Tenho um medo de falhar MUITO GRANDE. Assim, daqueles medos que PARALISAM. Os momentos mais palpáveis foram as vésperas de prova, quando eu concluía (com razão) que não sabia o suficiente e daí decidia não ir. Quando era escola, minha família me forçava, mas na faculdade eles não sabem o calendário, daí que eu minto que fui e fiz e passei (sendo esse um dos40 motivos pelos quais estou na fac há 5 anos sem ter me formado). Agora, queria eu que fosse só isso. Em outras coisas, a influência fica mais escondidinha e, por isso mesmo, é mais maligna - e dessas coisas eu nem gosto muito de falar e tal.
No último ano e meio, por diversos fatores, venho tendo sucesso em finalmente me convencer de que eu sou capaz em diversas coisas e que seria ainda melhor e mais fodona se não entrasse em pânico. O medo permanece, mas, quando eu "travo", consigo "desconectar" e me convencer a e ir e fazer o que eu tinha já concluído que devia fazer.
Fake it 'till you make it. É algo semelhante a usar biquíni. Não perguntem.

E aí eu achei novos gostos e novos significados pra a minha vida. Em suma, mudei DRASTICAMENTE. Estou mais feliz do que estive em todos os outros anos JUNTOS. Canseeei de ser tensa e de ser complicada e de ficar pensando e pensando e nunca fazendo nada. Xingo as pessoas que são como eu era, aliás. É tudo muito gostoso.
Agora. Discuti recentemente com um amigo cujas opiniões são sempre acertadas e, embora ele tenha sido enfático demais e tenha me chateado, fico pensando se eu não estou confiando demais na minha "rede de segurança" de família e amigos e ego, e correndo o risco de fazer mega-cagadas. E aí que estou pra tomar uma decisão radical que vai mudar drasticamente o rumo da minha vida e quero tomá-la antes que o "grilo" volte, mas aí chegou um grilo novo.
E o grande barato disso tudo, que estou até me dando tapinhas nas costas, é que eu VOU. Caguei pra "irresponsabilidade", "hipocrisia" e todos os cacetes. Se a rede arrebentar, ok, paicência: a gente chora e resmunga, mas passa, porque 1) não é realmente que tenha coisas melhores a fazer com o meu tempo; 2) porque a marca dos trinta anos é arbitrária. Ainda assim, espero ansiosamente pela época em que eu tenha confiança suficiente no meu taco
