Autor Tópico: Agressividade de motoristas: a psicologia de trânsito está em xeque  (Lida 7593 vezes)

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Offline SnowRaptor

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Re: Agressividade de motoristas: a psicologia de trânsito está em xeque
« Resposta #50 Online: 21 de Julho de 2010, 23:21:56 »
Você é muito estressado Fabulous...  Vai dar umas pedaladas para relaxar....




Taí outra coisa boa de se debater. O uso da bicicleta como meio de transporte.

Infelizmente, em SP, existe a imagem de que bicicleta é artigo apra lazer, não meio de transporte, então as políticas públicas a tratam como tal. A ciclovia de 15Km inaugurada este ano, por exemplo, é paralela à linha de trem, mas não há ciclovias para chegar até ela, o ciclista tem que brigar com os ônibus na Berrini e na Nações Unidas.

Por mais que os curitibanos reclamem, adorei o sistema de ciclovias de lá. Podia mesmo ter algo parecido em SP.
Elton Carvalho

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Offline Adriano

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Re: Agressividade de motoristas: a psicologia de trânsito está em xeque
« Resposta #51 Online: 22 de Julho de 2010, 00:04:38 »
Citação de: SnowRaptor
A paciência das pessoas dirigindo é menor porque o carro permite velocidades maiores que as que a circunstância permite e sem esforço. 23 de maio tem limite de 70km/h, mas durante o dia é difícil você conseguir passar dos 50. Aí o motorista fica naquela: "podia estar a 70 ou até mais, mas esse cara na minha frente não deixa!". Isso frustra e frustração estressa.

Você acabou de citar outro fator importante: a competição por espaço.

Entre pedestres, essa competição por espaço acontece com bem menos frequência e intensidade.


E os usuários de transportes coletivos? Existe um empurra-empurra muito grande em horários de pico.

Pedestres mesmo, aqueles que se locomovem somente a pé, praticamente inexistem.
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Offline A Mosca

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Re: Agressividade de motoristas: a psicologia de trânsito está em xeque
« Resposta #52 Online: 22 de Julho de 2010, 00:19:52 »
Citar
Taí outra coisa boa de se debater. O uso da bicicleta como meio de transporte.

Infelizmente, em SP, existe a imagem de que bicicleta é artigo apra lazer, não meio de transporte, então as políticas públicas a tratam como tal. A ciclovia de 15Km inaugurada este ano, por exemplo, é paralela à linha de trem, mas não há ciclovias para chegar até ela, o ciclista tem que brigar com os ônibus na Berrini e na Nações Unidas.

Por mais que os curitibanos reclamem, adorei o sistema de ciclovias de lá. Podia mesmo ter algo parecido em SP.
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A utilização da bicicleta é bem interessante ao bolso e à saúde, quando suportada pela ciclovia. Caso contrário. Os índices elevados de acidente suplantam as vantagens. Hoje, eu tenho um cotovelo de platina devido a me aventurar meio aos carros, ônibus e motos. É um risco muito alto. Optei por andar a pés...    :)
« Última modificação: 22 de Julho de 2010, 00:24:20 por A Mosca »
Se alumia, então é lanterna...

Offline Dbohr

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Re: Agressividade de motoristas: a psicologia de trânsito está em xeque
« Resposta #53 Online: 22 de Julho de 2010, 09:21:57 »
Só para constar, Fabulous, o SnowRaptor foi advertido formalmente e parou com a provocação, diferente de tantos outros (como você, por exemplo). Se insistisse, levaria cartão amarelo.


* * *

Eu tenho um medo que me pelo de andar de bicicleta, desde que fui quase atropelado uma vez. Acho que seria um excelente meio de transporte (para não falar em excelente maneira de manter a forma) se houvesse ciclovias decentes nas grandes cidades.

Aqui no Rio há pistas que cobrem a maior parte da Zona Sul e a faixa litorânea da Barra da Tijuca, mas mesmo essas são insuficientes como método alternativo de transporte. Primeiro, porque ficam apenas nas partes mais nobres da cidade. Não existe ciclovia no Centro, por exemplo, ou na Grande Tijuca, que são áreas com problemas crônicos de engarrafamento. Segundo, as pistas não são lá muito bem conservadas em alguns trechos. E terceiro, porque faltam bicicletários seguros na cidade.

Não sei como é o sistema de Curitiba, mas aqui infelizmente a ideia parece ter se restringido ao lazer, mesmo.

Offline Barata Tenno

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Re: Agressividade de motoristas: a psicologia de trânsito está em xeque
« Resposta #54 Online: 22 de Julho de 2010, 10:05:35 »
Aqui nã tem ciclovias e bicicleta são muuuuuuuito ultilizadas..... Mas a educação no trânsito é bem diferente. Existem poucos semáfaros de pedestre, por exemplo, apenas no lugares de muita, muita circulação.
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Offline SnowRaptor

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Re: Agressividade de motoristas: a psicologia de trânsito está em xeque
« Resposta #55 Online: 22 de Julho de 2010, 10:55:44 »
Eu quase fui atropelado em Curitiba! Imagina um um paulistano da gema quase sendo atropelado em Curitiba!

Estava esperando para atravessar a rua e na transversal tinha um táxi também esperando o trânsito diminuir para atravessar a mesma rua, no sentido oposto ao meu (não tinha semáforo, só a faixa de pedestre). Assim que o trânsito deu uma brecha, o taxista e eu começamos a atravessar. Atrás do taxi tinha um moleque num Vectra e ele entrou na pista quando eu tava na metade final da travessia. É Claro que ele veio acelerando demais e apontando o carro na minha direção. Eu juro que da próxima vez eu paro pra ver o que o motorista faz.
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Offline Mr. Mustard

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Re: Agressividade de motoristas: a psicologia de trânsito está em xeque
« Resposta #56 Online: 22 de Julho de 2010, 11:37:34 »
Amigos, não quero mais criar confusão com os caro foristas que me ofendem. Por que sempre que eu rebato tomo um cartão da turminha ai de cima. Mesmo uns querendo que eu tome tiro na cara, né Snow.

Mas olha só, minha posição ofensiva no trânsito faz jus à uma turma de motoristas SEM NOÇÃO que compram ou renovam a carteira sem nenhuma condição. Inadmissível isso, dirigir uma máquina de 700kg não é pra qualquer burro que só por que aprendeu a passar macha entrar no trânsito, tinha que ser restrito o acesso a rodovias principalmente a motoristas que não sabem nem o que é faixa contínua.

Fabulous,

O que você propõe é praticamente 100% de mudança nos testes realizados aos que desejam possuir a habilitação.

É análogo a bicicleta, moto, patins, skate e afins. São tão perigosos nas mãos dos "SEM NOÇÃO", (como você menciona), quanto qualquer outro meio de transporte.

Até um vaso na sacada de um prédio é um perigo para quem passa, caso a dona de casa também seja "SEM NOÇÃO".

Ter controle emocional e passar nos testes de habilitação tem muita diferença.

Offline Aprendiz

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Re: Agressividade de motoristas: a psicologia de trânsito está em xeque
« Resposta #57 Online: 22 de Julho de 2010, 13:29:03 »
Fabulos vc tá enganado cara.
Tua atitude só piora as coisas nas ruas. Devia levar cartão amarelo aqui e no trânsito. Deviam te multar e te obrigar a retirar a buzina do teu carro. Os sem noção que vc fala são pessoas mais tranquilas que você e que não vêem o trânsito como um octógono de vale-tudo. Então relaxa cara.
De quem é a vez? Geralmente de quem pergunta.

Offline Mahul

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Re: Agressividade de motoristas: a psicologia de trânsito está em xeque
« Resposta #58 Online: 22 de Julho de 2010, 13:58:13 »
Aqui nã tem ciclovias e bicicleta são muuuuuuuito ultilizadas..... Mas a educação no trânsito é bem diferente. Existem poucos semáfaros de pedestre, por exemplo, apenas no lugares de muita, muita circulação.
É interessante notar que países como Japão, Alemanha, França e outros do 1º Mundo onde estão sediadas as matrizes de grandes indústrias automobilísticas o transporte coletivo e as bicicletas são muito mais valorizados. Claro que é uma questão de educação, que parece, infelizmente, ainda muito longe no Bananão Brasil. :no: Também sou da opinião que o automóvel cria uma falsa sensação de poder para quem está dirigindo :twisted:, e geralmente, quanto mais novo e potente, maior é a empáfia do motorista. A propósito, o jornalista carioca novaiorquino Paulo Francis dizia que o automóvel é a arma mais letal já inventada pelo homem. :'(
PS- Um tópico muito interessante também seria sobre a interferência das multinacionais do automóvel nos sucessivos desgovernos brasileiros, que transfomaram as grandes cidades no inferno que todos conhecemos :nojo: e praticamente destruíram a malha ferroviária de um país de dimensões continentais.
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Offline Dbohr

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Re: Agressividade de motoristas: a psicologia de trânsito está em xeque
« Resposta #59 Online: 22 de Julho de 2010, 15:43:59 »
Galera, basta de falar do Fabulous, ok? :ok:

Offline SnowRaptor

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Re: Agressividade de motoristas: a psicologia de trânsito está em xeque
« Resposta #60 Online: 22 de Julho de 2010, 18:30:30 »
Falando em cilovias:
Elton Carvalho

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Offline Lion

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Re: Agressividade de motoristas: a psicologia de trânsito está em xeque
« Resposta #61 Online: 23 de Julho de 2010, 22:36:18 »
Taí outra coisa boa de se debater. O uso da bicicleta como meio de transporte.

Infelizmente, em SP, existe a imagem de que bicicleta é artigo apra lazer, não meio de transporte, então as políticas públicas a tratam como tal. A ciclovia de 15Km inaugurada este ano, por exemplo, é paralela à linha de trem, mas não há ciclovias para chegar até ela, o ciclista tem que brigar com os ônibus na Berrini e na Nações Unidas.

Por mais que os curitibanos reclamem, adorei o sistema de ciclovias de lá. Podia mesmo ter algo parecido em SP.

Não é só em SP que existe essa imagem em relação à bicicleta, acho que é algo generalizado salvo algumas exceções.  Aqui na minha cidade conheço várias pessoas que participam de corridas * (mountain biking) mas que são incapazes de utilizar a bicicleta no dia-a-dia como ir ao trabalho ou à faculdade. É uma questão cultural e também de segurança. Disputar espaço com carros e ônibus não é tarefa fácil.

Já li uma matéria sobre algumas mudanças que foram feitas em Nova Iorque para beneficiar o ciclista como a criação de uma barreira física para isolar o ciclista dos veículos motorizados.  Segundo a matéria após essas mudanças o número de ciclistas aumentou, principalmente ciclistas mulheres.  Implantar isso no Brasil na presente situação eu acho impossível. 

Existem várias iniciativas para estimular o uso da bicicleta como por exemplo a Critical Mass que acontece em várias cidades do mundo na última sexta-feira do mês http://pt.wikipedia.org/wiki/Massa_Crítica

Aqui no Brasil nós temos a Bicicletada http://www.bicicletada.org/tiki-

* Domingo passado eu filmei a largada de uma corrida. O vídeo já não estava lá essas coisas, mas quando coloquei no youtube ficou pior.  :'(

<a href="http://www.youtube.com/v/QCOfZzPMf78" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/QCOfZzPMf78</a>



A utilização da bicicleta é bem interessante ao bolso e à saúde, quando suportada pela ciclovia. Caso contrário. Os índices elevados de acidente suplantam as vantagens. Hoje, eu tenho um cotovelo de platina devido a me aventurar meio aos carros, ônibus e motos. É um risco muito alto. Optei por andar a pés...     :)

O uso da bicicleta traz vários benefícios, mas eu concordo com você. Em determinadas localidades o mais racional é gastar a sola do sapado.




Cotovelo de platina? Humm.... Articulação deve doer muito. Eu só quebrei uma costela, mas não foi relacionado com bicicleta, quebrei quando cai de uma árvore. Estava tentando imitar o Tarzan passando de uma árvore para outra utilizando um cipó.   :P

Offline A Mosca

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Re: Agressividade de motoristas: a psicologia de trânsito está em xeque
« Resposta #62 Online: 24 de Julho de 2010, 01:53:10 »
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Cotovelo de platina? Humm.... Articulação deve doer muito. Eu só quebrei uma costela, mas não foi relacionado com bicicleta, quebrei quando cai de uma árvore. Estava tentando imitar o Tarzan passando de uma árvore para outra utilizando um cipó.   Razz
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Eu sofro de uma doença óssea. Meus ossos são muito frágeis. Daí, quando caí. Eu tentei proteger meu rosto com o cotovelo. Foi então que meu cotovelo esfarelou. Eu tenho um vasto histórico de fraturas e tenho duas cirurgias em cada joelho, além da do cotovelo. As dores nos ossos e nas articulações são normais, principalmente no inverno. Mas eu já me acustumei. Também não é nada insuportável, não.
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Agora, que astúcia, hein? Bancar o Tarzan?
 :biglol:
« Última modificação: 24 de Julho de 2010, 02:04:08 por A Mosca »
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Skorpios

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Re:Agressividade de motoristas: a psicologia de trânsito está em xeque
« Resposta #63 Online: 09 de Agosto de 2015, 08:25:40 »
Ressuscitando, apesar de não dizer respeito só ao trânsito...

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Por que o Brasil mata (no trânsito) 4 vezes mais que a União Europeia?

Fechamos 2013 com 210 de mortes no trânsito para cada um milhão de pessoas (21 para cada 100 mil). Desde a década de 90 a União Europeia (EU) vem obtendo impressionante sucesso no seu programa de redução de mortes no trânsito. Entre 1992 e 2014 a região conseguiu queda de 66%, em média, passando de 150 para 51 mortes por um milhão de habitantes (redução de 15 para 5,1 óbitos para cada 100 mil). Em termos absolutos, a diminuição foi de 64%: as mortes decresceram de 71,5 mil para 25,7 mil. A Grécia foi o país que apresentou a maior redução, com uma queda de 37% entre 2010 e 2014.



O Brasil teve mais que o dobro de mortes no trânsito que o país com o maior número de mortes na União Europeia em 2014 (Letônia) e quatro vezes mais que a média da UE, de acordo com os dados do Datasus e da Eurostat.



Se compararmos o Brasil com Malta, o país com menos mortes, essa diferença chega a oito vezes mais.



Por que tanta diferença? São duas políticas completamente distintas. A União Europeia aplica uma política pública séria de redução no número de mortes no trânsito. Busca eficiência em todos os vetores do problema: Educação (que leva à conscientização), Engenharia (dos carros, das estradas e das ruas), Fiscalização (sobretudo eletrônica), Primeiros socorros e Punição (certeza do castigo).

E o Brasil? Nós acreditamos na eficácia da lei. Não há meio de o brasileiro escapar da armadilha histórica (ibero-americana) que o conduz a acreditar na força das leis e dos regulamentos. A lei é publicada no diário oficial e nós já achamos que isso seja a solução (daí nosso enorme desleixo ou pouco caso com todos os 5 vetores que solucionam de verdade o problema: educação – conscientização -, engenharia, fiscalização, primeiros socorros e punição – certeza do castigo). “Escapa-nos esta verdade de que não são as leis escritas, fabricadas pelos jurisconsultos, as mais legítimas garantias de felicidade para os povos e de estabilidade para as nações” (S. B. De Holanda, Raízes do Brasil, p. 178). Achamos que os bons regulamentos e os preceitos abstratos representam, por si sós, a floração ideal de uma apurada educação política, da alfabetização, da aquisição de hábitos civilizados [sobretudo quando somos motoristas] e de outras condições igualmente excelentes (Raízes do Brasil, p. 178).

Não nos aprimoramos no desenvolvimento da capacidade de disciplina espontânea. O cumprimento de deveres (especialmente dos relacionados com o ato de dirigir) não brota (em regra) do nosso interior (da nossa subjetividade). Ao contrário, como somos personalistas (alguns ainda aristocráticos), temos enorme dificuldade de obedecer às leis gerais e impessoais (válidas para todos) (veja Roberto DaMatta). Odiamos (em geral) o princípio da igualdade de todos perante a lei. Sempre procuramos nos diferenciar.

Um país com média educacional de 7,2 anos de escolaridade (igual a Zimbábue), “acredita sinceramente que da sabedoria e, sobretudo, da coerência das leis depende diretamente a perfeição dos povos e dos governos” (autor citado, p. 179). Firme nessa crença, o legislador brasileiro já reformou nossas leis penais 158 vezes de 1940 até julho de 2015. Nenhum crime, a médio prazo, diminuiu. Nós continuamos acreditando, no entanto, no efeito mágico da edição das leis. Não lutamos pela certeza do castigo (muito menos pela educação de qualidade para todos), sim, pela publicação de mais leis. O tempo todo só falamos em mais leis penais e sempre queremos que a última seja mais dura que as anteriores. Somos um paraíso para os políticos e os demagogos. Ocorre que, no trânsito, quem pega o caminho errado entra (frequentemente) na contramão e é capaz de matar 45 mil pessoas por ano: isso é o Brasil (que já evoluiu bastante, mas ainda continua com crenças e hábitos arcaicos e neofeudais arraigados).

 

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