Uilái, vou tentar cortar um pouco a discussão para diminuir os posts. Se você achar que faltou eu comentar algo relevante, pode avisar.
Cabe às pessoas fazerem o melhor possível para evitar esses conflitos. Se alguém é homossexual e não quer se sentir verbalmente ofendido então eu diria que o melhor programa para ele num sábado à noite não seria um culto religioso em um templo evangélico. Claro que eu acho que é outra história se você está quieto em seu canto e alguém vem insistentemente assediá-lo moralmente, para esse tipo de caso eu reconheço que as pessoas deveriam ter direito a recorrer à lei.
Mas isso não acontece na prática. Seria ótimo se elas fizessem isso mesmo, aí eu concordaria com você. Mas na prática as coisas só pioram.
O problema também não é o gay ir para igreja e não querer ser ofendido, como eu disse, o problema é a estigmatização que isso cria... As ofensas aos homossexuais e outras minorias não se dão só dentro das igrejas. O problema é quando isso acontece na TV, nas conversas do dia-a-dia... O problema é quando isso é permitido e uma cultura é gerada sobre isso...
Mas com ou sem lei contra discriminação ainda seria difícil averigüar esse tipo de coisa. Ou você acha que as leis contra homofobia adiantariam alguma coisa nesse sentido? Claro que eu me referia somente aos casos que pudessem de alguma forma ser provados. O ateu e o homossexual cautelosos podem manter o bico fechado, afinal, suas crenças religiosas e sexualidades geralmente não têm nada a ver com o trabalho que vão desempenhar. Quanto ao negro é mais difícil esconder a cor da pele, mas não se preocupe com isso, daqui a pouco nossos bem-intencionados deputados acabam tendo a idéia de criar cotas para eles nas empresas públicas e privadas.
Exatamente, é difícil averiguar. O que estou dizendo é outra coisa. Coibir a idéia de forma a impedir que ela seja repassada e repassada, até se tornar uma verdade (temos exemplos históricos de que isso acontece), pode impedir que empresários tenham essa mentalidade (quantas crianças cresceram com uma idéia racista e vão ser assim até morrer?). A proibição deixa a mensagem clara: é proibido, é imoral, é anti-ético. Claro que, além da proibição, seria interessante campanhas de conscientização, por exemplo.
Eu também não estou dizendo que com a proibição isso (empresários racistas) vai acabar, estou questionando o aspecto prático: ter a liberdade de dizer coisas racistas não me parece ser um direito; em tempo que, mesmo se for, poder dizê-las não é melhor para a sociedade que não poder.
É sinal de estupidez. Mas nos dia em que estupidez virar crime vai faltar terreno para construir presídio... Acho que iam precisar converter as escolas em prisões 
E de que adianta argumentar contra estúpidos? Infelizmente, na nossa sociedade, ainda precisamos dos estúpidos.
Ora, mas eu me senti ofendido mesmo sem que ela dissesse nada claramente em público ou em privado. Eu sei seus motivos por suas insinuações e suas indiretas, mas não foram essas coisas que me ofenderam, foram as vezes em que a cumprimentei e ela fingiu que não me via. O olhar de aversão que partia dela quando eu abria a boca. Posso processá-la por isso? Difícil. Não que eu achasse necessário, como já disse, minha punição a ela é tratá-la com o mesmo desprezo. Não somos amigos e eu não gostaria de sê-lo nem por ordem judicial.
Espantalho. Não estou falando que devam ser amigos ou que ela deva gostar de você. Como eu disse: que legal seria se a idéia de que isso é imoral estivesse bem entranhada na cabeça dela...
Essas pessoas deveriam ir atrás de um terapeuta, e não de um advogado.
Eu não acho que precise de um terapeuta, nem acho que, pelo fato das pessoas se sentirem ofendidas, elas também precisem. Você ainda não percebeu, mas, nesse caso, a exceção é você.
Claro que sinto raiva. Mas não vou colocar ninguém na cadeia por causa disso. Prisão é uma punição desproporcional para algo que vai me deixar irritado por apenas cinco minutos.
Mas se trezentas pessoas por dia disserem isso, você vai ficar irritado o dia todo... Se você ver na TV, se você ouvir de seu professor...
Sinto muito por você, mas tem muita gente sem emprego por aí. Se serve de consolo, saiba que com ou sem lei contra racismo e homofobia, eles continuam existindo e um potencial empregador poderia rejeitar um emprego por preconceito alegando qualquer outra desculpa. Se você puder provar que foi vítima de discriminação, ótimo, se não, paciência, o mundo é cruel e injusto assim mesmo.
Para você ver: desprezar os desprezáveis nem sempre é uma saída útil.
Igualdade para todos compartilharem das mesmas liberdades.
Com o racismo, minorias não compartilham das mesmas liberdades.
O que você quer é utópico: que o preconceito possa ser divulgado mas que não aconteçam, na prática, "atitudes discriminatórias". Isso não existe. A mentalidade do racismo VAI gerar atitudes racistas. Coloque os pés no chão.
Fraternidade é uma entrega pessoal que é responsabilidade de cada um, mas o Estado não pode bater na minha porta e dizer que eu não estou sendo suficientemente fraterno hoje.
Não pode bater, mas não cabe só a você: seja deseducado no atendimento à clientes negros, caso você trabalhe, você pode ser processado.
Não necessariamente. Quando alguém diz que baianos são preguiçosos estão fazendo uma alegação difamatória sobre o caráter de toda uma categoria de indivíduos, mas não estão lhes rejeitando nenhum direito. E na prática há grupos que têm mais direitos do que os outros e com chancela do Estado. Os gays, por exemplo, não podem casar e nem adotar crianças. O Estado deveria estar mais preocupado el garantir-lhes esses direitos do que se preocupar com quem gosta deles ou não.
O problema não é dizer que os baianos são preguiçosos, as coisas só começam assim. O problema é quando a idéia de "baianos serem preguiçosos" já virou "baianos são uma praga que estraga a economia de São Paulo e seria ótimo se fossem deportados". Embora tudo isso ainda esteja no campo das idéias, quão pequeno é o passo para efetivamente alguma coisa acontecer?
Não consigo conciliar a idéia de Democracia com o absurdo de uma idéia, por mais revoltante que seja, ser considerada criminosa.
Pois eu já não tenho problema algum com isso. Aliás, já acho imprescindível: alguns devem se calar para que outros também possam falar.
Não preciso imaginar. Esses aí são os Estados Unidos da América 
Exato. Gosta da idéia do Brasil ser assim também?
Ps. Putz, eu tentei diminuir tudo, mas não consegui... Se você quiser cortar alguma coisa que acha irrelevante, sinta-se a vontade.