Parece que é muito difícil definir o que seja sucesso de intervenção estatal, pelo menos da economia.
Aliás, estou supondo que a pergunta-título deste tópico seja sobre economia; pois se for uma pergunta geral, há numerosos exemplos de sucesso de intervenção estatal em muitos outros campos (por exemplo, telecomunicações, saneamento básico, segurança pública, distribuição de energia elétrica).
Mas em economia? Fica muito difícil saber (e mais ainda convencer) se medidas como a CLT foram ou não um sucesso. Não temos como saber o que teria acontecido sem elas. Continuando com a CLT como um exemplo, ela me parece um sucesso qualificado; estabilizou muita coisa, mas com mecanismos menos que adequados. É por assim dizer um curativo, não uma cura.
Me refiro a assuntos já debatidos no fórum.
O mercado serve para certas coisas. O estado para outras. O estado serve para aplicação de leis para sociedade e garantir o cumprimentos de acordos no mercado, mas sem intervir no mercado. E isso já é bem claro.
Alguns foristas aqui gostam de falar coisas do gênero "um centro espírita deveria ser fechado porque não se deve vender religião" ou "o mercado deve de ser regulado pelo bem comum".
Então eu somente pedi um embasamento prático. Então você deve de notar a que me refiro.
(Por outro lado, alguns aqui já tem apelado para outros papéis do Estado o qual eu citei - garantir cumprimento de acordos - em outras palavras, defendendo A quando a gente questiona B)
Já que falaram em escravidão, vale lembrar que escravos não existem mais graças ao "Deus-mercado". O mercado não discrimina por cor ou por sexo, somente por produção, e como tanto raças como ambos os sexos podem produzir.
Mas países mercantilistas, que inauguraram o que hoje chamamos de capitalismo, se basearam por muito tempo em mão-de-obra escrava. Ela terminou a partir de ideiais de igualdade racial de revolucionários do estado monárquico no qual viviam (que ainda tinham escravos, como Jefferson).
O capitalismo também fez outra coisa: tornou as colônias independentes.
Observe bem que um livro de história irá falar sobre a frase "Independência ou morte!" quanto ao caso Brasil. Mas quando na realidade os países em industrialização, como EUA ou Inglaterra, fizeram pressão política para a liberação das colônias. A versão real é muito menos romântica.
(Sempre desconfie quando ver o termo "revolução"!)
Você esqueceu propositadamente que Inglaterra, França, EUA, fizeram guerras ? A guerra é a tentativa de dominação de um povo sobre outro. E acontece por qualquer motivo pelo qual um estado pense que pode abocanhar os bens do vizinho. É algo não só humano, senão observado em outros primatas. Então culpar ou não esta ou outra nação, de Tróia até hoje, é uma observação no mínimo incompleta.
O que você quer demonstrar com isso ? EUA fazem guerras. E a minha explicação é compatível com a guerra do Iraque. A sua não explica EUA fazendo guerras.
Aliás, para demosntrar mais ainda que a sua idéia sobre guerras está incorreta, EUA já provocou guerras por questões econômicas, para um ganho econonômico claro, e me refiro a Panamá.
Não, não esqueci. Não é preciso comentar, a guerra é algo intrínseco a história da humanidade, assim como os inventos. Seria o mesmo que se eu dissesse que o fogo queima.
O que estou dizendo não é que países capitalistas não "podem" destruir outras nações, mas que pela primeira vez, há "motivos para não fazê-lo" (diferente de "não há motivos para fazê-lo" como a esquerda ou centro gosta de pensar).
Porque o Japão e o EUA não entram em guerra? Porque o Japão exporta muita tecnologia para os EUA, e muitos vice-versas.
Veja as guerras mais recentes: Segunda Guerra envolvia países de direita E esquerda, Vietnã e Iraque lá tem importância global? Você não vai ver um grande exportador/importador sendo atacado.
Não foi o ideal de bem comum que uniu o mundo, foi o capitalismo. Prova de que a humanidade é motivada por interesses próprios.
O cerne da questão é o povo e o processo que o educa. Não importa o modelo político.
Não se muda as instituições sem a mudança do povo.
Essa certeza que mudanças no comando político vai resolver algo é exatamente o que discordo. Não há essa chance.
Vá na praça da Sé, pegue 500 pessoas aleatoriamente e as coloque no congresso nacional.
Opção A: É a solução. Renovação no congresso.
Opção B: Ficou o mesmo
Opção C: Piorou.
Veja, o povo brasileiro é representado pelo seu congresso. Não é possível que tenhamos as instituições ruins, funcionários públicos que roubam, empresarios que roubam e fazem o jeitinho e o povo ser bom... Nós somos o problema, não os políticos.
Sempre foi e sempre vai ser assim. Você está certo.
O que acontece é que a tendência da esquerda ou centrista é de simplesmente ao estar insatisfeito com algo, criar uma utopia de um Estado o qual vai suprir sua vontade pessoal.
Um exemplo é o estado laico. Um estado não é laico porque a maioria da população é religiosa que acredita que o Deus deles é importante no Estado. Colocar o Estado para legislar isso, como é possível? A tendência dos políticos é exatamente a mesma.
Por isso que eu uso o termo "utopia" para definir essa vontade do estado intervir e melhorar tudo.