Eu gostaria de testar uma afirmação com vocês.... Crença é prejudicial. Pode ser mais ou menos para a sociedade, mas você vai sofrer algum nível de consequência.
A crença não é prejudicial, pelo menos para a maioria das pessoas. Muitas que conheço apenas demonstram que creêm am algo quando fazem alguma afirmação do tipo: graças a Deus, se Deus quiser, como Deus é bom,etc.
Fora isso, nenhuma outra atitude destas pessoas denota algum traço de religiosidade, nem mesmo dentro dos parâmetros que os próprios religiosos definiram como sendo "exclusivos de um cristão": paciência, compreensão, perdão, caridade, fé, etc.
Algumas pesquisas apontaram que cerca de 95% da população brasileira possui alguma espécie de crença. Esta porcentagem de crentes em algum poder sobrenatural (discos voadores são substitutos de anjinhos, então os ascencionados estão na lista) é que nos dá o padrão de normalidade vigente. Como a crença se manifesta em todos os setores da sociedade, não fazendo distinção entre as diversas matizes sócio-econômicas e étnicas, então ela é um comportamento normal dentro da nossa população.
Interessante também é notar que muitos dos que questionam alguma religião, limitam-se a questionar os ritos e propósitos desta e não a sua veracidade. Um católico que migra para o espiritismo, ou o espírita que se torna evangélico, não muda o objeto de sua crença e sim a maneira de como esta se manifesta.
Quando a crença se torna um problema? Quando ela ultrapassa os limites que ela mesmo se impõe.
Obviamente num culto evangélico se você começa a gritar, espernear, falar com uma voz gutural, isto será tomado como alguma forma de manifestação espiritual (demoníaca); o mesmo vale para a incorporação de alguma entidade em algum centro espírita. Mesmo que muitos considerem isso absurdo, dentro dos ambientes em que acontecem são comportamentos permitidos e, muitas vezes, encorajados. Estes mesmos comportamentos são inadequados, para dizer o mínimo, em outras situações. Um réu não será inocentado se, no momento do julgamento, incorporar alguma entidade e esta confessar um crime.
Por outro lado, já vi pessoas que incorporavam alguma entidade em seus cultos e eram detentores de cargos de confiança nos seus locais de trabalho. Uma coisa não interferia na outra, a não ser subjetivamente e muito raramente, tenho que reconhecer. Neste caso a fé estava dentro dos limites aceitáveis.
Fazendo uma analogia: entre as quatro paredes de um quarto vale tudo (para alguns), o mesmo pode-se dizer do que acontece entre as quatro paredes de um culto.