impressionante dodo... será que o cara racionaliza isso? Opções que ele contra para si mesmo:
1-Sou um FDP e estou engando trouxas
2-eu ajudo tantas pessoas, eu mereço sair um pouco da linha
3-Isso só pode ser feito por quem sabe o que está fazendo. Temos que controlar o rebanho que iria entrar em colapso se, inferiores que são, começarem a fazer isso
4- Não pensa. Algo como duas personalidades
O que será que acontece?
Talvez não seja nada disso, hoje sabemos que muitas pessoas sublimam seus desejos devido a pressão exercida por dois fatores: cultural e religioso. Alguém pode passar a vida inteira tendo contato sexual apenas heterossexual e, mesmo assim, ter desejos homossexuais.
Muitos deles culpam-se pelos desejos que tem, consideram isso um pecado, uma coisa suja, um desvio de caráter. Na ânsia para livrarem-se disso, se casam, tem filhos, enfim, constituem uma família e passam o resto da vida na esperança de que os seus impulsos desapareçam.
E o Ted Haggard?
Bom, posso supor, afinal não conheço a biografia dele, que ele foi criado em um lar evangélico e deve ter sido educado ouvindo as terríveis consequências do homossexualismo, os males do comunismo, o perigo de um governo sem o suporte moral do cristianismo, etc. Talvez, quando descobriu que podia ser ele mesmo um homossexual, tenha ficado desesperado. Quem sabe possa até ter rezado sozinho e implorado para Deus livrá-lo daquela maldição, é difícil saber.
No que tudo isso resultou? Num homem com um discurso duro sobre a imoralidade, um sedutor de multidões ansiosas pelo advento de um novo profeta, um exemplo de pai e marido, um pregador fervoroso e um guerreiro dos ideais cristãos.
Pelo jeito os seus discursos anti-homossexuais eram na verdade dirigidos a si próprio, o mal que ele combatia era o mal dentro dele, o fogo do inferno para os homossexuais era uma parábola do desejo imenso que ele tinha de que Deus o "curasse".
Mesmo assim, porque ele, tão conhecido, já tendo aparecido em capas de revista, programas de TV, documentários, se arriscou tanto?
Talvez ele tivesse certeza de que não seria reconhecido pois, na cabeça dele, cultos religiosos e igrejas eram lugares limpos da presença de homossexuais, consequentemente, ele era um ilustre desconhecido fora das paredes do seu templo e longe de seus seguidores.
Ele agia como um viciado que saboreia, longe dos olhares do mundo, o seu vício, mesmo ciente de que é ruim, é errado, é pecado, porém sempre imagina que aquela será a última vez.