Não sei quanto a vocês, mas eu convivi com bandidos desde que me conheço por gente. Alguns eu pude seguir os passos desde o berço até a sepultura. A frase acima cairia muito bem a uma parcela deles, pois nem suas próprias famílias se importavam.
Não quero com isso fazer uma defesa dos marginais e ser obrigado a ler posts me rotulando como isso ou aquilo, apenas acredito que muitos pais deveriam estar cumprindo pena junto aos filhos, ao invés de rezarem, pelo menos alguns, para que ocorra um milagre e eles sejam recuperados.
Quando misturam-se pobreza, falta de estudo, falta de unidade familiar e drogas, temos uma receita muito eficaz para se criar delinquentes. A culpa TAMBÉM é do Estado, inclusive, a de permitir que esses jovens ajam impunemente, devido a sua pouca idade.
Claro que existem outros lugares no planeta onde esses ingredientes não criam uma turba de criminosos prontos a afrontar o Estado - vide o PCC - porém, como estamos falando de Brasil, os problemas com a criminalidade crescente nas capitais e nas cidades de médio porte, como a minha, são todos derivados da junção dos problemas acima, que acabam por criar seres sem nenhuma perspectiva de futuro, e pior, com a visão errônea de que não possuem a mínima parcela de culpa pelas decisões erradas que tomaram, e que acabaram por levá-los ao mundo do crime.
Eu acho muito difícil punir ou reeducar um jovem, quando ele não se sente culpado por chegar onde chegou. Pelo menos uma minoria realmente não teve culpa, por outro lado, a grande maioria tinha a escolha de ter dito NÃO ao crime.
Abaixo, uma evidência anedótica.
As desculpas que ouvi nesses anos todos, na casa das centenas, íam desde as surras dadas pelos pais até as más-companhias. Umas três dúzias somente admitiu que aderiu ao crime por ver nele um certo ar romântico, de rebeldia, e também por achar que se daria melhor na vida que os seus pais, pessoas honestas e trabalhadoras, mas sem nenhum luxo na vida, a não ser um automóvel para emergências.