Olá pessoal!
Quero falar de um filme que achei muito interessante. 174 a última parada. Filme bom. Filme cru, seco, rasgado... bom filme, filmaço.
Pra falar a verdade eu não tava nem um pouco interessado em assistir (provavelmente, assim como você enquanto lê essas linhas), mas assisti, e você provavelmente deve querer assistir também, assim que eu falar porque o assisti (e assisti no cinema!): tá rolando uma promoção/campanha pra valorização do cinema nacional. Então os cinemas estão oferecendo entradas promocionais pra quem quiser assistir a sessão de filme nacional. Aqui, o ingresso foi reduzido a menos de 1/3 do valor normalmente cobrado. Então passei na frente do cinema, vi aquele anúncio (que tava bem pequenininho, mas meu olho clínico pra pechincha não me falha) e falei “opa! 4 reais? 4 reais, no cinema, eu assisto até filme da Xuxa!”. E pra quem é estudante e tem como provar isso, paga só a metade. Eu ainda tentei convencer o cara a deixar eu pagar os 4 reais e assistir o filme “Jogos mortais V”, mas ele não aceitou, ficou irredutível.. então o jeito foi assistir ao “174” mesmo.
Cara, mas que grata surpresa. O filme valeu muito a pena. Foi um dos melhores filmes que eu assisti esse ano. Na verdade foi um dos melhores filmes que eu assisti.
É um filme que não é nem “Tropa de Elite”, nem “Cidade de Deus”, muito menos “Bossa Nova” (com Fagundes). Podes crer, é um filme diferente. Os cenários são os becos das favelas, as ruas engarrafadas do centro da cidade, a beleza do RJ contrastando com a pobreza da cidade, mas tudo isso sem apelar pro sensacionalismo. O filme é muito simples. Não tem muito apelo. É uma história contada sem rodeios, mas que ao mesmo tempo tem uma riqueza reflexiva incrível. Eu me identifiquei muito com o filme. Com os personagens...
E quando eu digo que é um filme diferente, é justamente pela sensação experimentada nele.. Por exemplo ao assistir “Tropa de Elite” o cara sai do cinema alucinado com a faca entre os dentes, doido pra entrar pro Bope e mandar vagabundo pra vala, e dar tapa na cara de playboy maconheiro. Assiste o “Cidade de Deus”, percebe como é curta, pobre a vida de bandido e dá graças a deus por ser um cara honesto. Enfim, esse filme, indescritível. Desperta sentimentos antagônicos em nós. Ao mesmo tempo que você tem raiva de bandido, lhe desperta um sentimento de “responsabilidade social”, “que você podia estar fazendo alguma coisa pelos outros”, cara, muito estranho.. só posso dizer uma coisa, filmão!
É de uma realidade de doer. Só tem gente feia. Ou melhor, como tem gente feia nesse filme! Pra não ficar de um todo ruim visualmente, tem uma neguinha que é boa, mas é feia pra caramba.. mas também, toda negona enquanto novinha é boa.. até aí nada demais. Só pegaram ator esquisito. Ou melhor, os transformaram em esquisitos. Por exemplo a coroa do filme, que na verdade é coroa coisa nenhuma, é uma mina muito da gata (ela apareceu no programa do Jô no dia da entrevista do Augusto), mas no filme tá que tá... um lixo. Ela aparece em dois momentos: um como drogada (no bagaço mesmo) e outra, trocentos anos depois como uma crente. Enfim, estragaram mesmo as imagens dos atores. E ficaram bem reais. Eu fiquei impressionado com tanta gente feia. O filme é cruel. É isso que mais impressiona e é onde eu digo, é um filme sem apelação. Muito diferente. Vale a pena. Fica aqui a recomendação e se alguém quiser tecer algum comentário, vamos discutir.