Pensando bem acho que há uma falha nessa minha objeção. Adauto argumenta que a radiação de fundo
não seria um resquício do intenso calor que existia nos primeiros instantes de vida do universo, e sim o
resultado do calor emitido pelas estrelas desde o momento da criação sobrenatural do universo.
Nesse caso esta radiação poderia aumentar sim, com o tempo, durante um determinado tempo. Tudo
dependeria da relação entre a taxa de emissão dessa energia pelas estrelas e a taxa de expansão do
universo.
Uma analogia não muito boa mas que pode ilustrar o que eu estou querendo dizer. Se você põe água
em um recipiente isolado termicamente e algumas esferas metálicas muito aquecidas ( representando as estrelas ), imediatamente as esferas começam a perder calor aquecendo a água. Porém, se simultaneamente a isto você está acrescentando água ao recipiente, representando a expansão do universo, a taxa de aumento da temperatura da água iria depender da taxa em que você está acrescentando mais líquido ao recipiente e da taxa em que o calor está sendo emitido pelas esferas.
Um dos probleminhas dessa analogia é que a água possui o seu próprio calor, portanto a temperatura
no recipiente jamais poderia ser inferior á própria temperatura da água, não importando quanta água
você adicionasse ( imaginando que o recipiente possui um isolamento térmico perfeito ). Neste caso
a água estaria representando o vácuo onde se propaga a radiação de fundo. Em um universo se expandindo
infinitamente em determinado momento todas as estrelas terão morrido, e a energia emitida por elas
se distribuiria uniformemente como radiação por um universo tendendo ao infinito, portanto esta radiação
tenderia a zero. Mas, por um determinado tempo, enquanto as estrelas ainda brilham e emitem calor,
ela poderia a princípio aumentar, tudo dependendo da taxa de expansão do universo.
Eu acho que é preciso saber se esta radiação de fundo pode ser confundida com a radiação emitida
pelo calor de corpos celestes, como argumenta o Adauto. Pelo que eu sei a radiação de fundo é
bastante homogênea, vindo igualmente de todas as partes do universo e sempre com a mesma intensidade.