A veracidade ou a falsidade de uma afirmação não é representada por quem fala, nem por quantos falam, nem por quanto tempo estes falam - mas sim, apenas pela afirmação em si. Consulte um guiazinho básico de falácias, se quiser um online, avise que eu passo o link. ...
Eremita,
Não é todo Argumento de Autoridade que pode ser considerado como falácia.
Só se pode falar em argumento de autoridade falacioso caso não haja nada além, nem sequer em princípio, da palavra da pessoa para sustentar o argumento.
A maior parte do conhecimento da maior parte das pessoas é baseado diretamente ou indiretamente em argumentos de autoridades. A maior parte das pessoas acredita pelo simples fato de que são autoridades que estão a falar. E mesmo os que acreditam que tais conhecimentos são a princípio testáveis, muito raramente vão atrás de provas diretas, muito raramente fazem testes. Quando muito fazem pesquisa bibliográfica e/ou pesquisa na internet.
Muito pouco do que acreditamos, nós verificamos. Você por acaso já verificou a atração gravitacional entre um lápis e uma borracha? Ou o aumento da massa inercial de uma partícula em alta velocidade?
O que nós normalmente fazemos é acreditar no sistema científico tendo em vista algumas poucas observações/verificações que fazemos, a pesquisa bibliográfica e os frutos tecnológicos advindos do conhecimento científico.
O argumento de autoridade é válido desde que seja expresso por uma autoridade reconhecida da área e que seja corroborado por outras autoridades da área, e quando o argumento não for puramente formal (lógica e matemática) seja possível em princípio realizar testes ou observações que possam refutá-lo (mas normalmente nós não fazemos tais testes!).
Helder, entendo o que você quer dizer. Entretanto, meu ponto é o seguinte:
Não existem "autoridades" na ciência, existem no máximo especialistas. Sim, você pode considerar algo que um especialista fala como mais credível, mas não será somente porque ele falou que será verdade, então dizer "se Fulano falou, é verdade" é uma falácia, enquanto "se Fulano falou, posso assumir que
provavelmente está certo, já que não tenho como (ou não quero) verificar isso" seja mais correto.
(Se quiser um exemplo legal: quando Einstein mostrou aos acadêmicos a primeira formulação da TRR, tinha uma equação em que ele dividia por zero O.o nem por isso n/0 passou a ter resultado definido. Mais tarde, ele trocou a divisão por um limite, se não me engano.)
Como o Barata falou, e citou o que o Jus falou também, Direito não segue o método científico, e o que é evidência no Direito pode não o ser pra Ciências no geral.