Não consigo ver isso...... Todo avanço humano é acelerado quando existe competição, e nenhuma competição é maior que a guerra.
Se não houvesse guerras, esse impulso competitivo seria canalizado para rumos menos destrutivos e mais preocupados com resultados.
O avanço tecnológico é inevitável; cada descoberta sugere outras.  Aconteceria espontaneamente em qualquer ambiente que não reprima ativamente a pesquisa.
Esssa afirmação, Dantas, não está nem mesmo errada. Chega a ser ingênua. 
Primeiro: o avanço tecnológico 
não é inevitável. Lembre-se que as pessoas que realizam esse avanço 
tem que investir tempo e recursos para isso. Para haver um avanço é preciso antes de mais nada haver 
motivação. Séculos se passaram entre a invenção da canoa  e a invenção do leme. As máquinas a 
vapor poderiam ter sido inventadas pelos gregos e outras tecnologias, como o arado, apesar de conhecidas 
foram abandonadas em alguns lugares. Hoje em dia é que se reconheceu que o investimento em pesquisa pura
vale  a pena, por causa de possíveis avanços inesperados.
Segundo: a pesquisa bélica não significa necessariamente o desenvolvimento direto de máquinas de destruição.
Os primeiros computadores eletrônicos foram criados no contexto da pesquisa bélica (para criptografia), 
assim como o radar. Até mesmo a tecnologia de alimentos enlatados surgiu da pesquisa bélica. 
A atividade militar e bélica tem prestígio e verbas e se vale dessas possibilidades.  Daí não se segue de forma alguma que outras atividades não aproveitariam e motivariam esse avanço melhor, se pelo menos recebessem as mesmas verbas e prioridade que se costuma reservar para as Forças Armadas.  Atividades como agropecuária, engenharia, arte e indústria.
Quem tem verba, consegue fazer os resultados aparecerem, simples assim. Até mesmo (e de forma alguma principalmente) quando se trata de aplicações militares.
A questão não é de verba, mas de competição e de ganho previsto. Fazendo uma analogia com a química: 
pense no custo para o desenvolvimento de uma certa tecnologia como uma "energia de ativação" - você 
precisa investir X por um tempo T para obter um produto comercializável. Para muitas teconologias, o 
fator X*T é simplesmente grande demais para que qualquer companhia se interesse. Assim, não há competição
e pode não haver avanço. Em alguns casos especiais, o ganho promete ser tão grande que os governos se 
juntam para desenvolver esse produto (é o caso da tecnologia de fusão nuclear). Um exemplo de uma 
tecnologia que poderia ter sido desenvolvida mas para a qual não existe interesse (dos países ricos, no caso) 
é uma vacina contra a malária. Uma ironia é que no século XIX, houve um interesse muito grande das potências
européias em desenvolver um remédio eficaz contra a malária. Particularmente dos ingleses, pois seus soldados
na Índia sofriam muito com essa doença. A propósito: nessa época, uma pesquisa alemã para tentar sintetizar o 
quinino acabou resultando na anilina.
Também sou contra o belicismo, mas penso que  a guerra expressa um aspecto mais primitivo e romântico da
humanidade, um tribalismo que, antes de ser uma patologia, representa mais uma característica inata do homem (lembrando, para as raposas do fórum: descrição não é o mesmo que prescrição). Lembre-se que a Primeira Guerra Mundial foi 
desejada por muitos, como uma forma de realçar o "cavalheirismo e a bravura" dos homens (pausa para vômito). 
No final das contas, acho que a redução das guerras é uma tendência natural do fim de uma cultura
aristocrática e do próprio aumento da sua ferocidade - causado pela tecnologia. Essa guerra "industrial", total, automatizada, anonimizada (no sentido de não reconhecer heroísmos), com destruição indiscriminada vai de
encontro ao instinto guerreiro dos homens.