Tópico: Algum dia decidirão que apenas mulheres feias podem gravar comerciais

[Herf]

17/12/2008 - 23h26
Anvisa proíbe recomendação de famosos em propaganda de remédios
da Folha Online

As propagandas de medicamentos isentos de prescrição médica não poderão mais exibir a imagem ou voz de famosos recomendando o medicamento ou sugerindo que fazem uso dele. A determinação foi divulgada nesta quarta-feira (17) após ser aprovada pela diretoria colegiada da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A medida permite a aparição de celebridades em propagandas e publicidades, mas sem fazer orientações e sugestão de uso de medicamentos. O projeto que torna mais rígidas as regras para as propagandas de remédios foi divulgado nesta quarta-feira, pelo ministro José Gomes Temporão (Saúde) e pelo diretor-presidente da agência, Dirceu Raposo de Mello.

As propagandas de medicamentos deverão seguir regras mais rígidas daqui a seis meses. A resolução prevê restrições à distribuição de amostras grátis e determina a veiculação de mensagens de advertência específicas para cada substância em rádio, televisão e meios de comunicação impressos.

Segundo a nova determinação, amostras grátis terão que conter a dose recomendada na bula para um período inteiro de tratamento. Se o médico receitar, por exemplo, que o paciente use uma determinada pomada por 30 dias, a amostra grátis do medicamento não poderá servir, como acontece hoje, apenas para uma semana.

Será proibida propaganda de medicamento em programas dedicados ao público infantil.

Automedicação

A resolução da Anvisa é fruto de uma proposta submetida a consulta pública em 2005. O principal objetivo era restringir a automedicação.

Pesquisa da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostra que o uso incorreto de medicamentos é responsável pela intoxicação de uma pessoa a cada 42 minutos no Brasil. Em 2006, foram registrados 32,8 mil casos no país, número 30% superior ao registrado no ano anterior.

As propagandas e publicidades deverão começar a trazer os termos técnicos escritos de forma a facilitar a compreensão do público. As referências bibliográficas citadas deverão estar disponíveis no Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC).

A resolução também proíbe usar de forma não declaradamente publicitária espaços em filmes, espetáculos teatrais e novelas, e lançar mão de imperativos como "tome", "use", ou "experimente".

A resolução estabelece cerca de 40 mensagens contendo os principais efeitos adversos de cada medicamento, que terão que constar de todas as mensagens publicitárias a serem veiculadas pelo setor. As novas regras reforçam a proteção da população quanto ao uso indiscriminado de medicamentos, incluídos os de venda livre, cujo uso também acarreta riscos à saúde.

Atualmente, a publicidade de medicamentos é regida por uma resolução do ano 2000. Ela já proíbe a propaganda de medicamentos com prescrição obrigatória, a não ser quando veiculada em meio dirigido aos próprios médicos.

Limita, ainda, a distribuição de amostra grátis aos profissionais de saúde e determina a veiculação da mensagem "ao persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado".

Consulta pública

Além das informações tradicionais já exigidas pela RDC 102/00 (nome comercial, número de registro e a advertência "Ao persistirem os sintomas o médico deverá ser consultado"), as propagandas de medicamentos isentos de prescrição deverão trazer advertências relativas aos princípios ativos.

Um exemplo é a dipirona sódica, cuja proposta de advertência é "Não use este medicamento durante a gravidez e em crianças menores de três meses de idade".

O texto final deve desagradar a indústria farmacêutica, que defende a auto-regulamentação do setor.

As empresas terão 180 dias para se adaptarem ao documento, contados a partir da publicação da resolução no "Diário Oficial" da União, prevista para amanhã ou sexta-feira.

As empresas que descumprirem as regras estarão sujeitas a penalidades que vão desde a obrigatoriedade de veicular uma mensagem para corrigir a propaganda errada até a suspensão da venda do produto, caso não haja retificação.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u480814.shtml

[Herf]

Tarja preta
Sex, 19/12/08

As celebridades não podem mais anunciar remédios. É uma medida do governo popular para proteger o consumidor inocente. Vai que o Kaká aparece na TV mandando beber água sanitária… Melhor prevenir.

A legislação detalhista dos amigos do povo determina que a propaganda informe sobre os males causados pelo produto. É como se, quando anunciar um lançamento imobiliário na Barra da Tijuca, Fernanda Montenegro devesse avisar que na porta passa um canal cheio de esgoto.

Talvez fosse interessante estender a regra à propaganda política – formal e informal. Quando Lula dissesse que a crise será só uma marola no Brasil, seria obrigado a explicar que aquilo eram palavras para melhorar o astral. Um placebo, sem contra-indicação.

Se a lei é boa para os remédios, por que não estendê-la a outras substâncias potencialmente danosas? Juliana Paes não poderia mais aparecer na TV anunciando “a boa”, porque como ela é boa (a atriz, não necessariamente a cerveja), poderia induzir o pobre do consumidor a achar que a bebida será boa para ele – ou até, quem sabe, que lhe traria um peixão do quilate de Juliana.

Os burocratas do governo popular ainda vão decidir que só mulher feia pode gravar propaganda de cerveja.

A decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ainda proíbe o uso de verbos no imperativo (use, tome, compre etc). Entenderam a sutileza? Na cabeça dessa turma, a consciência do povo varia conforme o tempo verbal.

Nunca se viu tanto apreço pela liberdade.


Guilherme Fiuza
http://colunas.epoca.globo.com/guilhermefiuza/

[Diegojaf]

E quando a pessoa passa a ser considerada "famosa". Por exemplo, o sujeito é o garoto-propaganda de Doril. Quando associarem a ele a imagem do Doril ele passa a ser famoso e perde o emprego?

[Nyx]

17/12/2008 - 23h26
Segundo a nova determinação, amostras grátis terão que conter a dose recomendada na bula para um período inteiro de tratamento. Se o médico receitar, por exemplo, que o paciente use uma determinada pomada por 30 dias, a amostra grátis do medicamento não poderá servir, como acontece hoje, apenas para uma semana.

Erm, mas daí não é amostra. =P

T.T  Nunca mais vou ganhar amostras grátis, que triste.

Nunca contaram pra esses caras que as amostras grátis não servem pra tratar a pessoa, e sim pra ver se ela se adapta ao tratamento e se é viável utiliza-lo?

[Zeichner]

Um monte de lei inútil que aparentemente são boas mas que servem apenas para aumentar o controle do Estado em cada momento da vida das pessoas.
Como se as pessoas estivessem preocupadas com a celebridade quando vão na farmácia descobrir as novidades. Algum desses compra remédio com receita?
Se fizessem cumprir as leis já existentes não precisariam interferir no mercado publicitário.

Daqui a pouco teremos que nos submeter a um burocrata para sabermos se podemos ou não ir ao banheiro... Vai que já tenha passado das cotas obrigatórias do uso de sanitário por dia.
Então começarão a aparecer o mercado negro de privadas... Seria cômico se não fosse trágico.

[Zeichner]

Pra mim, estas medidas são feitas para estrangular o financiamento da imprensa livre do Brasil. Assim, jornais, revistas e Televisão passarão a depender principalmente da Propaganda Estatal, o que é uma estatização branca dos meios de comunicação e uma forma de se fazer censura, através da pressão econômica.

[Diegojaf]

Pra mim, estas medidas são feitas para estrangular o financiamento da imprensa livre do Brasil. Assim, jornais, revistas e Televisão passarão a depender principalmente da Propaganda Estatal, o que é uma estatização branca dos meios de comunicação e uma forma de se fazer censura, através da pressão econômica.

Cara, menos livros sobre Conspiração Comunista pra você.

O que temos aqui é um claro exemplo de péssimos legisladores, sem planos de domínar o mundo através da proibição de celebridades em propagandas.

O Brasil tem uma taxa de pessoas que se auto-medicam muito alta. Isso é perigoso, mas se resolve através de educação e de um sistema de saúde que funcione, motivando assim as pessoas a procurarem um médico e não a vizinha da prima do tio do irmão, que teve o mesmo problema.

O que temos aqui é novamente um exemplo de que o legislativo pensa que pode resolver tudo só com a promulgação de leis... nada mais.

[Zeichner]

DiegoJaf

Lhe dou razão.
A incompetência deste país é a única coisa que me mantém com esperança.
Eu acredito na burrice humana.

I want to believe.

Mas sempre me mantenho na dúvida.

[Luiz Souto]

O fato de famosos fazerem propaganda de remédios é só um detalhe no absurdo maior , que é a permissão da propaganda de medicamentos.
Medicamentos não são isentos de efeitos colaterais e interações com outras substãncias , seu uso deveria se dar apenas com receita médica. Medicamentos não são mercadorias que possam ser compradas pelo gosto individual mas receitadas por um profissional para resolver um problema de saúde.
Mas no Brasil qualquer um pode assistir á propaganda de um medicamento para dor á base de ibuprofeno ( antiinflamatório) , comprá-lo na farmácia e usá-lo sem saber que esta classe de substãncias causa aumento da produção de ácido clorídrico no estômago e  é uma das principais causas de hemorragia digestiva.
Da mesma forma há inúmeros anúncios de medicações para "má digestão" quando estes sintomas são indicativos de disfunção e podem ser sintoma de patologias graves como câncer.
Mas neste país remédio é como sabão em pó , mude a embalagem e venda como novo: tem um anúncio ( com o Pelé) de um remédio apresentado como se fosse um pótente analgésico e é apenas a velha dipirona qiue tem em qualquer posto de saúde - aliás a boa e velha dipirona pode causar até choque anafilático ,a alergia a ela não é rara.

O Brasil tem uma taxa de pessoas que se auto-medicam muito alta. Isso é perigoso, mas se resolve através de educação e de um sistema de saúde que funcione, motivando assim as pessoas a procurarem um médico e não a vizinha da prima do tio do irmão, que teve o mesmo problema.

O que temos aqui é novamente um exemplo de que o legislativo pensa que pode resolver tudo só com a promulgação de leis... nada mais.

Concordo. A quantidade de pessoas que atendo  que usam medicações indiscriminadamente , algumas até contraindicadas para elas , é grande.

[Lua]

A veiculação de propagandas de remédios como se fossem produtos de consumo livre deve sim, ser controlada. Assim como o Luiz disse, a aparição de celebridades ou suas vozes narrando em comerciais é um mero detalhe, uma vez que esse tipo de comercial difunde a idéia de que medicamentos são de livre utilização sem que seja necessário buscar auxílio médico para sintomas que muitas vezes dizem respeito a uma doença completamente diferente.

Um exemplo citado pelo Luiz é o de medicamentos para problemas estomacais: sentiu azia, tomou, passou. O problema é que alguns remédios mascaram doenças por um período longo demais, amenizando sintomas e até aliviando dores. No entanto, quando deixam de fazer efeito, não é raro descobrir alguma doença grave ou em estágio avançado.

Ainda essa semana estava numa farmácia quando um vendedor me ofereceu um medicamento para dores de cabeça como se estivesse falando de um hidratante ou sabonete. Os produtos estavam expostos e a oferta foi feita em cores chamativas e letras grandes. Além desse produto, outros se encontravam na mesma situação, como medicamentos para febre e dores no corpo, azia e má-digestão, insônia, etc. É estranho entrar numa farmácia e se deparar com estantes e balcões anunciando remédios como se fossem mercadorias de consumo livre (gostou,levou)... 

[Luiz Souto]

Uma coisa que não é dita é que medicamentos são mercadorias , mas não são mercadorias como a maioria.

Quando se compra um sabão em pó ou um automóvel o comprador pode escolher entre os diversos tipos disponíveis no mercado , bastando ter para isto o poder aquisitivo e o conhecimento das características do produto.
Medicamentos não são de compra por livre escolha porque o conhecimento sobre a qual das opções entre os , digamos , anti-hipertensivos não pertence ao usuário final (paciente) mas a um outro agente - o médico. O paciente não tem (nem se espera que tenha) o conhecimento técnico em fisiologia , farmacologia , patologia , etc... para poder decidir qual o melhor tratamento para o problema de saúde diagnosticado. O diagnóstico e a prescrição do tratamento é prerrogativa inalienável do profissional médico que o atende , o qual assume todas as responsabilidades éticas e legais de seu ato. Então os medicamentos não são , como as demais mercadorias , simplesmente escolhidos pelo comprador , mas prescritos a ele.

Por outro lado o Codigo de Ética é claro em determinar que o paciente tem o direito e o médico o dever de esclarecê-lo sobre seu estado de saúde , seu diagnóstico e sobre os tipos de tratamento que podem ser empregados ; em caso de haver mais de uma opção de tratamento (p.ex. medicação x cirurgia) o paciente deve ser esclarecido dos prós e contra de cada opção para que possa decidir.

[Nyx]

  Eu concordo com isso Luiz, mas estamos num país onde você tem duas escolhas:

a) pagar R$ 80,00 por uma consulta particular.

b) demorar um mês pra ser atendido pelo SUS ou por algum convênio.

[Luiz Souto]

Eu concordo com isso Luiz, mas estamos num país onde você tem duas escolhas:

a) pagar R$ 80,00 por uma consulta particular.

b) demorar um mês pra ser atendido pelo SUS ou por algum convênio.

Sim Lela  , mas propaganda de remédio não é sequer paliativo para isso.

[Fabi]

O fato de famosos fazerem propaganda de remédios é só um detalhe no absurdo maior , que é a permissão da propaganda de medicamentos.

As pessoas não tem costume de ler a bula dos remédios, e nem sempre os médicos conhecem todos os remédios que as pessoas costumam tomar (mesmo que sejam remédios prescritos por outros médicos de outras especialidades)... E um exemplo que eu lí sobre interação de remédios é a sibutramina com uma pomada dermatológica (que pode causar surtos psicóticos ou algo assim)...e isso é só um exemplo de como o problema dos remédios no Brasil é mais complexo do que parece... E um outro absurdo também é farmacêuticos indicando remédios pra pessoa tomar...

[FxF]

Prêmio de retardamento mental para os legisladores......

[Spitfire]

Eles poderiam empenhar seus tempos na confecção de uma lei que aprimorasse o sistema de fiscalização de venda de remédios controlados.

É mais uma lei para inglês ver... não vai diminuir em nada os casos de hipocondríacos que compram medicação sem receita médica... nem os casos de balconistas que vendem sem receita.

Pra variar é o país das gambiarras... da enjambração....

[Fabi]

Eles poderiam empenhar seus tempos na confecção de uma lei que aprimorasse o sistema de fiscalização de venda de remédios controlados.

Se tem uma coisa que a Anvisa funciona é nisso, ela fizcaliza todos os remédios controlados, não deixa nenhuma farmácia vender sem receita, é porque a OMS fica em cima do Brasil por causa desses remédios...

[Buckaroo Banzai]

Não acho que é a melhor coisa nesse sentido que se poderia fazer, mas também não acho que deva ser totalmente ineficiente. Acho que a propaganda pode ter uma influência significativa, e indesejável.

Não sei se é totalmente indesejável a propaganda de remédios, mas acho que deveria ser BEM mais regulamentada, meio como boletins informativos. E não aquelas coisas como musical "tome anador". Um forista daqui mesmo já foi para UTI por tomar dipirona (componente ativo do anador), em outros países (como EUA) é até proibido.

Também não sei se é para tanto. Por aqui nos postos médicos dão até para bebês... talvez os anglo-descendentes sejam mais suscetíveis, não sei. Na verdade acho que talvez até se devesse liberar mais o processo de medicamentos e procedimentos experimentais para certas condições, em vez de dizer "não, você tem que sofrer com essa condição, porque nós não queremos que você sofra com os efeitos colaterais e problemas que pode ter. Talvez morra esperando pela aprovação, muito triste, mas consideramos melhor do que você morrer por reação ao medicamento"

[FxF]

Mas porque "mais regulamentada"? Essas propagandas já não vem com uns avisos de tela azul no final? Eu acho que isso está se tornando uma distorção dos direitos e responsabilidades dos usuários.

[Spitfire]

Eles poderiam empenhar seus tempos na confecção de uma lei que aprimorasse o sistema de fiscalização de venda de remédios controlados.

Se tem uma coisa que a Anvisa funciona é nisso, ela fizcaliza todos os remédios controlados, não deixa nenhuma farmácia vender sem receita, é porque a OMS fica em cima do Brasil por causa desses remédios...

Quer apostar comigo que se me deres um nome de um remédio controlado, traja preta, eu compro com relativa facilidade, mesmo sem receita? 

Até receita não é difícil conseguir.

[Nyx]

  Eu aposto com você Spitfire.

Você não vai conseguir comprar Rivotril 0,5 sem receita. 

[Lua]

Eles poderiam empenhar seus tempos na confecção de uma lei que aprimorasse o sistema de fiscalização de venda de remédios controlados.

Se tem uma coisa que a Anvisa funciona é nisso, ela fizcaliza todos os remédios controlados, não deixa nenhuma farmácia vender sem receita, é porque a OMS fica em cima do Brasil por causa desses remédios...

Quer apostar comigo que se me deres um nome de um remédio controlado, traja preta, eu compro com relativa facilidade, mesmo sem receita? 

Até receita não é difícil conseguir.

Pior é que eu também consigo fazer o mesmo...

[Lua]

Eu aposto com você Spitfire.

Você não vai conseguir comprar Rivotril 0,5 sem receita. 

Nem tudo é tão difícil quanto parece... Menos ainda quando se conhece um dono de farmácia ou um farmacêutico responsável pela distribuição de medicamentos... É Brasil... tudo dá-se um jeitinho... infelizmente...

[Nyx]

Du-vi-do.

Meus queridos, Rivotril custa R$ 12,00 e se for vendido sem receita a farmácia pode chegar a ser fechada.

Ninguém é idiota de se arriscar a vender.

[Lua]

Du-vi-do.

Meus queridos, Rivotril custa R$ 12,00 e se for vendido sem receita a farmácia pode chegar a ser fechada.

Ninguém é idiota de se arriscar a vender.

Não sei como ele consegue os medicamentos, mas o dono da farmácia a que me refiro vende remédios controlados sem receita... Aliás, aqui na minha cidade ele é o salvador da pátria: ele tem o que nenhuma outra farmácia tem e facilita como ninguém...