Você não ia enfrentar uma viagem de 17h - 30h de ônibus?
Entrei numa Lan House na rodoviária enquanto esperava o ônibus...
Eu ia escrever "ô vício" mas não vou escrever não.
Concordo em parte, minha dúvida é se o meme vai pegar. E outra dúvida é: A palavra escolhida, bright, foi a melhor possível?
Será que é uma palavra que irá facilitar ou dificultar a difusão do meme? Não sei responder.
Eu concordo com você que não foi a mehor escolha possível. Uma palavra menos polêmica, sem essa confusão de ser associada a inteligência superior, provavelmente se propagaria com mais facilidade.
Ok.
Sim, eu odeio o Politicamente Correto e acho que a questão é um tanto subjetiva aqui. Eu vejo o termo bright como politicamente correto.
Sobre soar arrogante e ofender os teístas, é um problema que a palavra escolhida enfrenta, aliás enfrentou desde que surgiu, eu li um artigo do Dinesh D'Souza (conservador e católico romano) que deu uma boa idéia do tipo de má interpretação que esse termo causou. Obtive o link a partir de um artigo do site do CSICOP criticando o uso do termo bright.
Um termo pode ser politicamente correto e ainda assim soar arrogante e ofensivo aos que não se encaixam na definição do termo, não vejo problema nisso.
Para mim, por esses motivos mesmo que você elencou, bright é na verdade uma palavra politicamente incorreta, já que causa tanta polêmica. Mas uma má interpretaçã é uma má interpretação, cabe a quem usa o termo tratar de dissipá-la nos seus diálogos. Quando você é informado de que bright na verdade está associado ao Iluminsmo, você compreende que não é um termo arrogante.
A polêmica toda em volta da palavra
bright é, do modo como eu vejo, mais um fator que a caracteriza como politicamente correta :
1) Substitui um termo alvo de preconceitos (exemplos: ateu, negro, homossexual) por outro (
bright, afro descendente, gay).
2) Causa uma polêmica imensa, como no uso da palavra gay para identificar os homossexuais.
3) É de necessidade duvidosa, pelo menos para os críticos da idéia.
4) É artificial (exemplo do afro descendente - negro) no sentido de que foi escolhida para evitar preconceitos.
E associar
bright ao Iluminismo pode dar margem a "Então vocês,
brights, são iluminados e nós teistas vivemos na escuridão?".
Como você disse, má interpretação é má interpretação. Depende de um lado da conversa esclarecer o que significa
bright e do outro lado estar disposto a ouvir.
Como eu disse antes e destaquei aqui, depende do interlocutor. Se o interlocutor for alguém de mente fechada, preconceituoso, que já decidiu de antemão que bright = ateu = comunista = satanista = cético = agnóstico = arrogante = etc (só um exemplo aqui), qualquer coisa que eu diga será automaticamente interpretada como arrogância.
Se o interlocutor for alguém disposto a conhecer o que eu penso, terei o maior prazer em explicar que eu sou ateu, porque me tornei ateu, o que eu acho que é ser cético, o que eu penso da vida, como baseio a minha moral e todo o resto de temas relacionados. Depende do interlocutor, não apenas dos termos que eu uso ou da minha postura.
E entre estes extremos, do "mente fechada" ao "mente aberta" existe um gradiente de posturas em relação ao ateísmo que requerem respostas adequadas a cada interlocutor em questão.
Ou seja, ate aqui dá na mesma falar que é ateu ou que é brght.
Verdade, mais um motivo, para mim, da falta de necessidade do uso do
bright.
Me declarar como ateu é me definir como alguém que não se preocupa com algo que não acredito existir. Ateu = Sem Deus. Dizer "Eu sou ateu" é, para mim, deixar bem claro que eu não dou a mínima para deus algum, até que exista alguma prova convincente de existência.
É uma questão de como cada um define o que é ser ateu, uma diversidade que eu acho não só interessante como estimulante. Cada um define o que é ser ateu para si mesmo e nisso nos diferenciamos de boa parte dos religiosos (entre outros), não somos um rebanho.
Isso é uma questão de ponto de vista. Para mim é justamente o contrário, pois ao declarar que sua visão de mundo é o ateísmo, você está dividindo as pessoas entre as que aceditam em Deus e as que não acreditam, sendo assim, fica parecendo que Deus ocupa um lugar bem destacado no seu mundo. E, por outro lado, eu entendo que passar essa idéia não é a sua intenção, eu sei que você não dá a mínima para Deus e que existem coisas destacadamente mais importantes do que isso na suavisão de mundo. Por isso que o termo bright é melhor que o termo ateu, pois ele não é definido tomando como referência uma nformação que nem é tão importante.
Mas eu não declarei que a minha visão de mundo é APENAS o ateísmo. O ateísmo é apenas uma faceta de como eu sou e como eu vejo o mundo, não deixei claro no texto e deixo aqui.
A maneira que eu vejo o mundo inclui não só o ateísmo, mas como eu vejo e penso : política, esporte, cultura, tecnologia, só para ficar no básico.
E no que diz respeito a crença em deus, eu divido sim entre os que acreditam e os que não acreditam, respeitando é claro que existem diversas classificações dentro de cada grupo (deístas, teístas, etc).
Não quero, nem de longe, dizer que os brights são um rebanho, apesar de que o termo, em princípio soa como uma "pasteurização", uma "unificação de uma doutrina humanista/ateísta". Em princípio. Preciso analisar melhor antes e posso estar errado aqui.
Eu acho que você está enganado aqui porque o termo bright, embora não exclua o humanismo, não se baseia nele. Os brights se baseiam na filosofia naturalista, não necessariamente na humanista. Mas na essência você está certo, se dizer bright é só outra maneira de se dizer um naturalista filosófico (muito embora, mesmo incluindo o adjetivo "filosófico", se você disser que é naturalista para uma pessoa comum, provavelmente ela vai confundir com ambientalista...)
Como disse, ainda não analisei as propostas dos
brights a fundo, mas estou lendo a respeito. Comentarei neste tópico quando terminar de ler sobre o movimento.
SE for assimilada, como expressei antes, tenho dúvidas se esse é um termo que facilita a assimilação.
Concordo qe não foi a melhor escolha possível. Mas a assimilação não precisa ser pelos crentes, eu não espero que o papa me chame de bright. Para mim se os próprios brights se chamarem de brights, como um jargão dentro da comunidade, o meme já terá sido bem sucedido.
Eu discordo. A assimilação precisa sim ser feita pelos crentes, porque se o termo foi escolhido para evitar a carga negativa associada a palavra ateu, e não for assimilada, só vai manter ou aumentar o preconceito contra
brights/ateus. E se é para manter ou aumentar o preconceito, para que trocar de ateu para
bright?
Óbvio que isso é uma simplificação, já que os
brights se pretendem algo mais amplo do que apenas ateu.
Mas aqui só aponto algo que acho estranho na idéia. São aqueles que se definem como
brights que devem se preocupar, ou não, com isso.
Ateu pode ser definido também como "sem deus", "sem se preocupar com a existência de deus", "não acredita na existência de deus" não necessariamente como "não acredita em deus", fora outras possíveis definições.
São definições minimamente diferentes e não podem, na minha opinião, serem confundidas.
Como defendi acima, ateu divide o mundo entre quem acredita e quem não acredita em Deus. É dar muita importância para um ser que eu considero ficção. Seria quase como me declarar apapainoel.
Questão de ponto de vista. É um fato inegável que a idéia de deus tem um peso muito forte no mundo. Declarar uma posição em relação a essa é algo importante sim. Não que eu esteja dando importância a algo que eu considero ficção, mas sim, demonstrando a minha posição em relação a algo que boa parte do mundo considera REAL.
Como disse antes, é óbvio ser ateu não define minha visão de mundo no todo. Apenas parte dela.
Quanto ao peso que eu dou para isso, se o outro lado da conversa estiver disposto a ouvir, é irrelevante se me identifico como ateu,
bright ou outra coisa.
Cada ateu dá um peso diferente para a religião. E essa imensa variação entre os ateus é algo que eu acho que deve ser reforçado para eliminar os preconceitos. Cada ateu é diferente, não somos todos iguais. Mas enfim, é uma questão de ponto de vista.
Depende do seu círculo de contatos.
Em uma universidade acho que dificilmente o termo bright seria um problema.
E no dia a dia?
Mais uma vez, no caso do Brasil não é a associação com "brilhante" que iria atrapalhar a difusão do termo. Mas de qualquer forma, eu me contentaria se só as pessoas com visão de mundo naturalista se autodeclarassem brights.
É uma questão de ponto de vista. Respeito o seu. Mas mantenho o meu ponto que novos termos devem ser adotados se forem úteis, necessários e terem nomes adequados para facilitar a difusão da idéia, não correr o risco de dificultar.
E sim, muitas vezes minha postura em relação a alguns teístas é arrogante. Arrogância devolvida como pagamento a arrogância deles em decidir, a priori, que eu por ser ateu sou comunista, satanista, blasfemador, etc :
Uma crítica que tenho ao termo bright é exatamente essa : É um movimento que visa diminuir uma imagem preconceituosa (entre outros, de arrogância), entre outros objetivos, e escolhe um termo que pode induzir exatamente essa imagem de arrogância.
É um bom ponto. Mas você concorda que o preconceito, não só cntra os ateus, como contra qualquer grupo social, é causado em grande parte pela desinfomação? Assim sendo, qualquer movimento que pretenda combater o preconceito deve lutar por informar o grande público. Esclarecer o que é ser bright e porque isso não tem nada a ver com arrogância passa pelo mesmo caminho, por isso mesmo provavelmente seria mais proveitoso discutir se o movimento bright tem conseguido fazer algo de concreto nese sentido do que se seu nome é o mais adequado.
Concordo que a desinformação é culpada em parte pelo preconceito. Outra parcela de culpa é a falta de vontade de se informar. E para isso, acho que um nome adequado é fundamental, mas já falamos a respeito o suficiente, eu acho e a questão é basicamente de pontos de vista. Cada um tem o seu.
Então, o movimento
bright tem conseguido fazer algo de concreto?