Autor Tópico: Ateus? Céticos? Brights?  (Lida 6834 vezes)

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Offline Ricardo RCB.

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #25 Online: 22 de Dezembro de 2008, 13:07:35 »
EDstou falando de uma Lan house, dá para responder essa mensagem, mas uma eventual tréplica agora, só amanhã.

Você não ia enfrentar uma viagem de 17h - 30h de ônibus?

Talvez não, no instante que ver um banner como o da sua atual assinatura vai ficar difícil não associar bright ao "brilhante".

Isso é subjetivo, questão de costume talvez. Hoje eu não associo mais bright com brilhante, assim como não associo gay com alegre. Conforme uma palavra é associada mais e mais com uma idéia isso fica mais fácil - acho que hoje, por exemplo, é difícil algém usar a palavra gay nos EUA num contexto que não o de referência a um homossexual. Se o meme bright pegar provavelmente acontecerá o mesmo.

Concordo em parte, minha dúvida é se o meme vai pegar. E outra dúvida é: A palavra escolhida, bright, foi a melhor possível?

Será que é uma palavra que irá facilitar ou dificultar a difusão do meme? Não sei responder.

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A palavra bright pode não ser longa nem auto-explicativa, mas requer uma longa explicação, cheia de várias palavras. :)

Assim como qualquer palavra que o interlocutor desconheça. Ou uma palavra da qual ele tenha uma idéia errada, como ateu. De qualquer forma, eu não associo bright com correção política... Aliás, ontem, após desligar o computador eu pensei em algo que me passou batido: primeiro você acusou bright de ser um termo PC, e você odeia PC. Depois você disse que bright era arrogante e podia ofender os teístas - afinal de contas, quem está sendo politicamente correto aqui? :P

Sim, eu odeio o Politicamente Correto e acho que a questão é um tanto subjetiva aqui. Eu vejo o termo bright como politicamente correto.

Sobre soar arrogante e ofender os teístas, é um problema que a palavra escolhida enfrenta, aliás enfrentou desde que surgiu, eu li um artigo do Dinesh D'Souza (conservador e católico romano) que deu uma boa idéia do tipo de má interpretação que esse termo causou. Obtive o link a partir de um artigo do site do CSICOP criticando o uso do termo bright.

Um termo pode ser politicamente correto e ainda assim soar arrogante e ofensivo aos que não se encaixam na definição do termo, não vejo problema nisso.

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E óbvio que bright é um meme, algo com a mão de Richard Dawkins teria que ser um meme, se será um meme bem sucedido ou não é outra conversa.

Na verdade não foi ele que cunhou o termo, mas Paul Geisert e Mynga Futrell. Dawkins é apenas um dos grades nomes que adotou o termo. Outros exemplos são Daniel Dennet, Steven Pinker, James Randi, Michael Shermer...

Então a informação que eu tinha era incorreta, afirmava que ele participou da elaboração do termo. Obrigado pela correção.

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Depende das pessoas, em geral eu encerro a conversa com um simples : "Eu não te devo satisfação da minha vida". E novamente o termo bright pode levantar questões do tipo : "você tem medo de dizer que é ateu?".

E dando respostas como  "Eu não te devo satisfação da minha vida", você vai parecer menos arrogante do que se dizendo bright? Isso só comprova minha opinião de que o que vai passar uma imagem de arrogante é sua atitude, não como você se declara. É um direito seu ser arrogante, claro. Mas agindo assim eu até prefiro que você não se apresente como bright. Quando eu me disser bright para um teísta e ele perguntar o que é isso, pretendo explicar com toda a paciência e boa vontade. Quanto a questão de se isso não seria medo de se dizer ateu, minha resposta é a que já dei aqui: "Me declarar como ateu é me definir com referência a algo que eu não acredito que existe. Acho que se dizer ateu é dar importância demais para Deus"

Como eu disse antes e destaquei aqui, depende do interlocutor. Se o interlocutor for alguém de mente fechada, preconceituoso, que já decidiu de antemão que bright = ateu = comunista = satanista = cético = agnóstico = arrogante = etc (só um exemplo aqui), qualquer coisa que eu diga será automaticamente interpretada como arrogância.

Se o interlocutor for alguém disposto a conhecer o que eu penso, terei o maior prazer em explicar que eu sou ateu, porque me tornei ateu, o que eu acho que é ser cético, o que eu penso da vida, como baseio a minha moral e todo o resto de temas relacionados. Depende do interlocutor, não apenas dos termos que eu uso ou da minha postura.

E entre estes extremos, do "mente fechada" ao "mente aberta" existe um gradiente de posturas em relação ao ateísmo que requerem respostas adequadas a cada interlocutor em questão.

Me declarar como ateu é me definir como alguém que não se preocupa com algo que não acredito existir. Ateu = Sem Deus. Dizer "Eu sou ateu" é, para mim, deixar bem claro que eu não dou a mínima para deus algum, até que exista alguma prova convincente de existência.

É uma questão de como cada um define o que é ser ateu, uma diversidade que eu acho não só interessante como estimulante. Cada um define o que é ser ateu para si mesmo e nisso nos diferenciamos de boa parte dos religiosos (entre outros), não somos um rebanho.

Não quero, nem de longe, dizer que os brights são um rebanho, apesar de que o termo, em princípio soa como uma "pasteurização", uma "unificação de uma doutrina humanista/ateísta". Em princípio. Preciso analisar melhor antes e posso estar errado aqui.

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Prefiro logo dizer que sou ateu e poupar conversa.

Você não gosta muito de conversar, não é mesmo?

Como disse antes, depende do interlocutor. Já apanhei muito da vida e hoje em dia eu simplesmente não consigo perder tempo com certos tipos de interlocutores, isso numa conversa cara a cara, em um fórum até pode ser divertido ler as bobagens que os Eriveltons e Famados da vida escrevem. Talvez até mesmo responder de quando em quando.



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Mais um motivo, para mim, contra o uso do termo bright não gosto de seguir modinhas.

Eu não vejo problemas em explicar para a pessoa o que é um bright, mas é que acho que estou mais aberto para discutir esse assunto. Isso depende de a pessoa ter a cabeça aberta e não ser fanática, claro, mas se eu perceber que é uma pessoa desse tipo eu dou um jeito de escapar do assunto.

Como disse antes, depende do outro lado da conversa.

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Não, não é problema apenas deles. É problema também de quem criou o termo e não previu ou minimizou essa  possível reação contrária.

(...)

Desculpe a notícia bombástica, mas usar um termo que pode reforçar um preconceito não é exatamente a melhor maneira de diminuir esse preconceito.

Como eu disse, se essa palavra for assimilada na língua, ela vai perder essa conotação, da mesma forma que gay perdeu a conotação de alegre.

SE for assimilada, como expressei antes, tenho dúvidas se esse é um termo que facilita a assimilação.

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Noto o uso da palavra "afirmativa" associada ao termo bright. É curioso pois ações afirmativas, palavras afirmativas são termos comuns na justificação de termos "politicamente corretos". É apenas uma observação.

Você não entendeu. Eu usei afirmativa no sentido de que o termo não é definido em referência a uma negação, como a palavra ateu, que é quem não acredita em Deus.

Ateu pode ser definido também como "sem deus", "sem se preocupar com a existência de deus", "não acredita na existência de deus" não necessariamente como "não acredita em deus", fora outras possíveis definições.

São definições minimamente diferentes e não podem, na minha opinião, serem confundidas.

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Não acho que adotar um termo que pode ser facilmente confundido com arrogância, induzir ou fortificar ainda mais o preconceito contra ateus seja uma atitude adequada para modificar a maneira como a maioria da opinião pública percebe os ateus.

Não acredito que no Brasil isso seja um problema pela questão da língua. Quanto aos países anglófonos, mais uma vez, o que faz a diferença é a atitude. Acho que a sua própria atitude pode ser interpretada como arrogante pelos teístas.

Depende do seu círculo de contatos.

Em uma universidade acho que dificilmente o termo bright seria um problema.

E no dia a dia?

E sim, muitas vezes minha postura em relação a alguns teístas é arrogante. Arrogância devolvida como pagamento a arrogância deles em decidir, a priori, que eu por ser ateu sou comunista, satanista, blasfemador, etc :

Uma crítica que tenho ao termo bright é exatamente essa : É um movimento que visa diminuir a imagem de arrogância dos ateus, entre outros objetivos, e escolhe um termo que pode induzir exatamente essa imagem de arrogância.
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Donald Kendall

Offline Ricardo RCB.

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #26 Online: 22 de Dezembro de 2008, 13:14:57 »
Só para deixar bem claro.

Não tenho, inicialmente, NADA contra o movimento bright, boa sorte para eles, sucesso, e tudo o mais.
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Offline Fabrício

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #27 Online: 22 de Dezembro de 2008, 21:08:43 »
Esse negócio de bright não é viadagem não :P?
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Offline Brasília em Chamas

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #28 Online: 22 de Dezembro de 2008, 23:43:46 »
Sempre gostei da seriedade do Dennett, mas não sei se isso cria algum tipo de porto seguro. Porque não ser simplesmete "você" mesmo, sem bandeira, sem logotipo... É cair no idealismo cristão de uma sociedade unidirecionada.

"Para Charles Fort, a ciência tenta ser real, verdadeira, final, completa, absoluta. Porém, falha neste objetivo, porque exclui o maldito, e fazendo assim, é como um processo falso e arbitrário. Os cientistas criaram o semblante de um sistema estável em busca da verdade apenas através da exclusão de dados que são irreconciliáveis"

...Você pode até  se identificar como tal, mas sem defende-la. Fort mostra basicamente o quanto a ciencia pode ser falha. 

" Fort  era um céptico anti-ciência que passou a maior parte da sua vida estudando jornais, revistas e jornais cientificos à procura de qualquer coisa misteriosa que não se encaixasse nas teorias científicas correntes. Foi autor de vários livros que atacaram o "sacerdócio" da ciência. Fort teve muitos poucos amigos, mas um deles, Tiffany Thayer, criou a Sociedade Forteana para promover e encorajar ataques similares à ciência e a cientistas."


« Última modificação: 23 de Dezembro de 2008, 00:02:22 por Brasília em Chamas »
Os que se perdem como vocês sobrevivem de uma fixação perfeccionista, ou de uma nostalgia culposa. Por hora, meu juízo absolutiza quase tudo para todos e relativiza quase tudo para mim mesmo, dependendo de onde eu estou como ser

Offline Moro

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #29 Online: 23 de Dezembro de 2008, 21:21:57 »
se eu falar que sou bright vão me dizer que sou presunçoso e boiola.

Quanto ao Fort, parece um... louco??
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Offline uiliníli

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #30 Online: 23 de Dezembro de 2008, 21:59:59 »
Acho que não Uili. Não é uma crença, existe uma realidade exterior e não há nada de metafísica aqui. Não me confundo com esse tipo de coisa.

Dizer que existe uma realidade exterior é metafísica, Agnóstico. Segundo a definição da Wikipedia, metafísica "é um ramo da filosofia que estuda a essência do mundo. A saber, é o estudo do ser ou da realidade." Qualquer alegação acerca do que é a realidade é de ordem metafísica. E não há problema com isso, como eu disse, fazer alguma escolha metafísica é inevitável, a não ser que você não faça afirmação nenhuma acerca da realidade. Agora, não entendo como você pode dizer que a sua afirmação de que  existe uma realidade exterior não é uma crença, é claro que é uma crença. Qualquer proposição a que você atribui um valor de verdadeira é uma crença sua.

Offline uiliníli

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #31 Online: 23 de Dezembro de 2008, 22:30:41 »
Você não ia enfrentar uma viagem de 17h - 30h de ônibus?

Entrei numa Lan House na rodoviária enquanto esperava o ônibus...

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Concordo em parte, minha dúvida é se o meme vai pegar. E outra dúvida é: A palavra escolhida, bright, foi a melhor possível?

Será que é uma palavra que irá facilitar ou dificultar a difusão do meme? Não sei responder.

Eu concordo com você que não foi a mehor escolha possível. Uma palavra menos polêmica, sem essa confusão de ser associada a inteligência superior, provavelmente se propagaria com mais facilidade.

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Sim, eu odeio o Politicamente Correto e acho que a questão é um tanto subjetiva aqui. Eu vejo o termo bright como politicamente correto.

Sobre soar arrogante e ofender os teístas, é um problema que a palavra escolhida enfrenta, aliás enfrentou desde que surgiu, eu li um artigo do Dinesh D'Souza (conservador e católico romano) que deu uma boa idéia do tipo de má interpretação que esse termo causou. Obtive o link a partir de um artigo do site do CSICOP criticando o uso do termo bright.

Um termo pode ser politicamente correto e ainda assim soar arrogante e ofensivo aos que não se encaixam na definição do termo, não vejo problema nisso.

Para mim, por esses motivos mesmo que você elencou, bright é na verdade uma palavra politicamente incorreta, já que causa tanta polêmica. Mas uma má interpretaçã é uma má interpretação, cabe a quem usa o termo tratar de dissipá-la nos seus diálogos. Quando você é informado de que bright na verdade está associado ao Iluminsmo, você compreende que não é um termo arrogante.

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Como eu disse antes e destaquei aqui, depende do interlocutor. Se o interlocutor for alguém de mente fechada, preconceituoso, que já decidiu de antemão que bright = ateu = comunista = satanista = cético = agnóstico = arrogante = etc (só um exemplo aqui), qualquer coisa que eu diga será automaticamente interpretada como arrogância.

Se o interlocutor for alguém disposto a conhecer o que eu penso, terei o maior prazer em explicar que eu sou ateu, porque me tornei ateu, o que eu acho que é ser cético, o que eu penso da vida, como baseio a minha moral e todo o resto de temas relacionados. Depende do interlocutor, não apenas dos termos que eu uso ou da minha postura.

E entre estes extremos, do "mente fechada" ao "mente aberta" existe um gradiente de posturas em relação ao ateísmo que requerem respostas adequadas a cada interlocutor em questão.

Ou seja, ate aqui dá na mesma falar que é ateu ou que é brght.

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Me declarar como ateu é me definir como alguém que não se preocupa com algo que não acredito existir. Ateu = Sem Deus. Dizer "Eu sou ateu" é, para mim, deixar bem claro que eu não dou a mínima para deus algum, até que exista alguma prova convincente de existência.

É uma questão de como cada um define o que é ser ateu, uma diversidade que eu acho não só interessante como estimulante. Cada um define o que é ser ateu para si mesmo e nisso nos diferenciamos de boa parte dos religiosos (entre outros), não somos um rebanho.

Isso é uma questão de ponto de vista. Para mim é justamente o contrário, pois ao declarar que sua visão de mundo é o ateísmo, você está dividindo as pessoas entre as que aceditam em Deus e as que não acreditam, sendo assim, fica parecendo que Deus ocupa um lugar bem destacado no seu mundo. E, por outro lado, eu entendo que passar essa idéia não é a sua intenção, eu sei que você não dá a mínima para Deus e que existem coisas destacadamente mais importantes do que isso na suavisão de mundo. Por isso que o termo bright é melhor que o termo ateu, pois ele não é definido tomando como referência uma nformação que nem é tão importante.

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Não quero, nem de longe, dizer que os brights são um rebanho, apesar de que o termo, em princípio soa como uma "pasteurização", uma "unificação de uma doutrina humanista/ateísta". Em princípio. Preciso analisar melhor antes e posso estar errado aqui.

Eu acho que você está enganado aqui porque o termo bright, embora não exclua o humanismo, não se baseia nele. Os brights se baseiam na filosofia naturalista, não necessariamente na humanista. Mas na essência você está certo, se dizer bright é só outra maneira de se dizer um naturalista filosófico (muito embora, mesmo incluindo o adjetivo "filosófico", se você disser que é naturalista para uma pessoa comum, provavelmente ela vai confundir com ambientalista...)

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SE for assimilada, como expressei antes, tenho dúvidas se esse é um termo que facilita a assimilação.

Concordo qe não foi a melhor escolha possível. Mas a assimilação não precisa ser pelos crentes, eu não espero que o papa me chame de bright. Para mim se os próprios brights se chamarem de brights, como um jargão dentro da comunidade, o meme já terá sido bem sucedido.

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Ateu pode ser definido também como "sem deus", "sem se preocupar com a existência de deus", "não acredita na existência de deus" não necessariamente como "não acredita em deus", fora outras possíveis definições.

São definições minimamente diferentes e não podem, na minha opinião, serem confundidas.

Como defendi acima, ateu divide o mundo entre quem acredita e quem não acredita em Deus. É dar muita importância para um ser que eu considero ficção. Seria quase como me declarar apapainoel.

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Depende do seu círculo de contatos.

Em uma universidade acho que dificilmente o termo bright seria um problema.

E no dia a dia?

Mais uma vez, no caso do Brasil não é a associação com "brilhante" que iria atrapalhar a difusão do termo. Mas de qualquer forma, eu me contentaria se só as pessoas com visão de mundo naturalista se autodeclarassem brights.

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E sim, muitas vezes minha postura em relação a alguns teístas é arrogante. Arrogância devolvida como pagamento a arrogância deles em decidir, a priori, que eu por ser ateu sou comunista, satanista, blasfemador, etc :

Uma crítica que tenho ao termo bright é exatamente essa : É um movimento que visa diminuir a imagem de arrogância dos ateus, entre outros objetivos, e escolhe um termo que pode induzir exatamente essa imagem de arrogância.

É um bom ponto. Mas você concorda que o preconceito, não só cntra os ateus, como contra qualquer grupo social, é causado em grande parte pela desinfomação? Assim sendo, qualquer movimento que pretenda combater o preconceito deve lutar por informar o grande público. Esclarecer o que é ser bright e porque isso não tem nada a ver com arrogância passa pelo mesmo caminho, por isso mesmo provavelmente seria mais proveitoso discutir se o movimento bright tem conseguido fazer algo de concreto nese sentido do que se seu nome é o mais adequado.

Offline Moro

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #32 Online: 23 de Dezembro de 2008, 22:36:26 »
Eu afirmo que a realidade exterior existe, simplesmente por bom senso, ou se você quiser, ockham. Se qualquer afirmação sobre realidade é assunto para metafísica que se mude a definição, pois não quero misturar minha realidade cognicível com viagem no tempo, universo sobre tartarugas, buracos de minhoca, universos paralelos e qualquer outra coisa que pareça groselha, cheire como groselha e tenha forma de groselha.

Eu posso viver com diversas interpretações sobre tudo, mas não há motivo para crer que a realidade objetiva não é o que estamos vivenciando.
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Offline uiliníli

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #33 Online: 23 de Dezembro de 2008, 22:51:54 »
Você tem uma visão errada de metafísica, Agnóstico. Aliás, viagem no tempo, buracos de minhoca e universos paralelos, na verdade, não têm nada a ver com metafísica, ao menos não no sentido formal da palavra. Metafísica vem de metá (além de, transcendente a) physiká (física, natureza), isto é, é o estudo do que está além da natureza, investiga a essência da própria realidade. Em tese essas coisas que você mencionou, como viagens no tempo, seriam fenômenos imanentes à natureza, ou seja, potencialmente explicáveis pela física, seriam descobertas encaixaveis dentro da física, não além dela. Talvez o único desses três que possa ser legitimamente classificado como metafísica é a hipótese de universos múltiplos.

A crítica que se pode fazer à metafísica é que suas alegações são irrelevantes. Nas palavras de Popper:
"metaphysical statements are not meaningless statements, but rather not fallible, testable or provable statements[citation needed] i.e. neither empirical observations nor logical arguments could prove metaphysical statements to be true or false. Hence, a metaphysical statement usually implies an idea about the world or about the universe, which may seem reasonable but is ultimately not empirically testable." http://en.wikipedia.org/wiki/Metaphysics#Criticism

Ou seja, metafísica não é ciência. Isso é fato. Mas ao se fazer afirmações acerca da realidade, como por exemplo a de que o mundo que você conhece com seus sentidos é o mundo real, você está fazendo uma consideração de ordem metafísica.

Offline Moro

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #34 Online: 23 de Dezembro de 2008, 23:08:34 »
Sim, concordo que me equivoquei nos exemplos.
A parte da física que fala sobre buracos de minhoca, universos paralelos e viagens no tempo para mim é na melhor das hipóteses apenas um passatempo.

Quanto à metafísica: Se sigo a definição e eu afirmo que a realidade é cognicível e, de uma maneira prática, nada mais do que estamos aptos a ver, estou fazendo uma afirmação metafísica, OK. Mas sabemos o que sai da boca de metafísicos, Uili, e não há muita preocupação com coisas como a prática e bom senso, até porque papel aceita qualquer coisa.



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Offline uiliníli

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #35 Online: 23 de Dezembro de 2008, 23:29:45 »
Metafísica é uma disciplina da filosofia, como qualquer disciplina ela pode ser usada com ou sem seriedade.

Offline Ricardo RCB.

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #36 Online: 23 de Dezembro de 2008, 23:57:21 »
Você não ia enfrentar uma viagem de 17h - 30h de ônibus?

Entrei numa Lan House na rodoviária enquanto esperava o ônibus...

Eu ia escrever "ô vício" mas não vou escrever não.  :)

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Concordo em parte, minha dúvida é se o meme vai pegar. E outra dúvida é: A palavra escolhida, bright, foi a melhor possível?

Será que é uma palavra que irá facilitar ou dificultar a difusão do meme? Não sei responder.

Eu concordo com você que não foi a mehor escolha possível. Uma palavra menos polêmica, sem essa confusão de ser associada a inteligência superior, provavelmente se propagaria com mais facilidade.

Ok.

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Sim, eu odeio o Politicamente Correto e acho que a questão é um tanto subjetiva aqui. Eu vejo o termo bright como politicamente correto.

Sobre soar arrogante e ofender os teístas, é um problema que a palavra escolhida enfrenta, aliás enfrentou desde que surgiu, eu li um artigo do Dinesh D'Souza (conservador e católico romano) que deu uma boa idéia do tipo de má interpretação que esse termo causou. Obtive o link a partir de um artigo do site do CSICOP criticando o uso do termo bright.

Um termo pode ser politicamente correto e ainda assim soar arrogante e ofensivo aos que não se encaixam na definição do termo, não vejo problema nisso.

Para mim, por esses motivos mesmo que você elencou, bright é na verdade uma palavra politicamente incorreta, já que causa tanta polêmica. Mas uma má interpretaçã é uma má interpretação, cabe a quem usa o termo tratar de dissipá-la nos seus diálogos. Quando você é informado de que bright na verdade está associado ao Iluminsmo, você compreende que não é um termo arrogante.

A polêmica toda em volta da palavra bright é, do modo como eu vejo, mais um fator que a caracteriza como politicamente correta :

1) Substitui um termo alvo de preconceitos (exemplos: ateu, negro, homossexual) por outro (bright, afro descendente, gay).

2) Causa uma polêmica imensa, como no uso da palavra gay para identificar os homossexuais.

3) É de necessidade duvidosa, pelo menos para os críticos da idéia.

4) É artificial (exemplo do afro descendente - negro) no sentido de que foi escolhida para evitar preconceitos.

E associar bright ao Iluminismo pode dar margem a "Então vocês, brights, são iluminados e nós teistas vivemos na escuridão?".

Como você disse, má interpretação é má interpretação. Depende de um lado da conversa esclarecer o que significa bright e do outro lado estar disposto a ouvir.

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Como eu disse antes e destaquei aqui, depende do interlocutor. Se o interlocutor for alguém de mente fechada, preconceituoso, que já decidiu de antemão que bright = ateu = comunista = satanista = cético = agnóstico = arrogante = etc (só um exemplo aqui), qualquer coisa que eu diga será automaticamente interpretada como arrogância.

Se o interlocutor for alguém disposto a conhecer o que eu penso, terei o maior prazer em explicar que eu sou ateu, porque me tornei ateu, o que eu acho que é ser cético, o que eu penso da vida, como baseio a minha moral e todo o resto de temas relacionados. Depende do interlocutor, não apenas dos termos que eu uso ou da minha postura.

E entre estes extremos, do "mente fechada" ao "mente aberta" existe um gradiente de posturas em relação ao ateísmo que requerem respostas adequadas a cada interlocutor em questão.

Ou seja, ate aqui dá na mesma falar que é ateu ou que é brght.

Verdade, mais um motivo, para mim, da falta de necessidade do uso do bright.

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Me declarar como ateu é me definir como alguém que não se preocupa com algo que não acredito existir. Ateu = Sem Deus. Dizer "Eu sou ateu" é, para mim, deixar bem claro que eu não dou a mínima para deus algum, até que exista alguma prova convincente de existência.

É uma questão de como cada um define o que é ser ateu, uma diversidade que eu acho não só interessante como estimulante. Cada um define o que é ser ateu para si mesmo e nisso nos diferenciamos de boa parte dos religiosos (entre outros), não somos um rebanho.

Isso é uma questão de ponto de vista. Para mim é justamente o contrário, pois ao declarar que sua visão de mundo é o ateísmo, você está dividindo as pessoas entre as que aceditam em Deus e as que não acreditam, sendo assim, fica parecendo que Deus ocupa um lugar bem destacado no seu mundo. E, por outro lado, eu entendo que passar essa idéia não é a sua intenção, eu sei que você não dá a mínima para Deus e que existem coisas destacadamente mais importantes do que isso na suavisão de mundo. Por isso que o termo bright é melhor que o termo ateu, pois ele não é definido tomando como referência uma nformação que nem é tão importante.

Mas eu não declarei que a minha visão de mundo é APENAS o ateísmo. O ateísmo é apenas uma faceta de como eu sou e como eu vejo o mundo, não deixei claro no texto e deixo aqui.

A maneira que eu vejo o mundo inclui não só o ateísmo, mas como eu vejo e penso : política, esporte, cultura, tecnologia, só para ficar no básico.

E no que diz respeito a crença em deus, eu divido sim entre os que acreditam e os que não acreditam, respeitando é claro que existem diversas classificações dentro de cada grupo (deístas, teístas, etc).

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Não quero, nem de longe, dizer que os brights são um rebanho, apesar de que o termo, em princípio soa como uma "pasteurização", uma "unificação de uma doutrina humanista/ateísta". Em princípio. Preciso analisar melhor antes e posso estar errado aqui.

Eu acho que você está enganado aqui porque o termo bright, embora não exclua o humanismo, não se baseia nele. Os brights se baseiam na filosofia naturalista, não necessariamente na humanista. Mas na essência você está certo, se dizer bright é só outra maneira de se dizer um naturalista filosófico (muito embora, mesmo incluindo o adjetivo "filosófico", se você disser que é naturalista para uma pessoa comum, provavelmente ela vai confundir com ambientalista...)

Como disse, ainda não analisei as propostas dos brights a fundo, mas estou lendo a respeito. Comentarei neste tópico quando terminar de ler sobre o movimento.

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SE for assimilada, como expressei antes, tenho dúvidas se esse é um termo que facilita a assimilação.

Concordo qe não foi a melhor escolha possível. Mas a assimilação não precisa ser pelos crentes, eu não espero que o papa me chame de bright. Para mim se os próprios brights se chamarem de brights, como um jargão dentro da comunidade, o meme já terá sido bem sucedido.

Eu discordo. A assimilação precisa sim ser feita pelos crentes, porque se o termo foi escolhido para evitar a carga negativa associada a palavra ateu, e não for assimilada, só vai manter ou aumentar o preconceito contra brights/ateus. E se é para manter ou aumentar o preconceito, para que trocar de ateu para bright?

Óbvio que isso é uma simplificação, já que os brights se pretendem algo mais amplo do que apenas ateu.

Mas aqui só aponto algo que acho estranho na idéia. São aqueles que se definem como brights que devem se preocupar, ou não, com isso.

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Ateu pode ser definido também como "sem deus", "sem se preocupar com a existência de deus", "não acredita na existência de deus" não necessariamente como "não acredita em deus", fora outras possíveis definições.

São definições minimamente diferentes e não podem, na minha opinião, serem confundidas.

Como defendi acima, ateu divide o mundo entre quem acredita e quem não acredita em Deus. É dar muita importância para um ser que eu considero ficção. Seria quase como me declarar apapainoel.

Questão de ponto de vista. É um fato inegável que a idéia de deus tem um peso muito forte no mundo. Declarar uma posição em relação a essa é algo importante sim. Não que eu esteja dando importância a algo que eu considero ficção, mas sim, demonstrando a minha posição em relação a algo que boa parte do mundo considera REAL. 

Como disse antes, é óbvio ser ateu não define minha visão de mundo no todo. Apenas parte dela.

Quanto ao peso que eu dou para isso, se o outro lado da conversa estiver disposto a ouvir, é irrelevante se me identifico como ateu, bright ou outra coisa.

Cada ateu dá um peso diferente para a religião. E essa imensa variação entre os ateus é algo que eu acho que deve ser reforçado para eliminar os preconceitos. Cada ateu é diferente, não somos todos iguais. Mas enfim, é uma questão de ponto de vista.

Citar
Depende do seu círculo de contatos.

Em uma universidade acho que dificilmente o termo bright seria um problema.

E no dia a dia?

Mais uma vez, no caso do Brasil não é a associação com "brilhante" que iria atrapalhar a difusão do termo. Mas de qualquer forma, eu me contentaria se só as pessoas com visão de mundo naturalista se autodeclarassem brights.

É uma questão de ponto de vista. Respeito o seu. Mas mantenho o meu ponto que novos termos devem ser adotados se forem úteis, necessários e terem nomes adequados para facilitar a difusão da idéia, não correr o risco de dificultar.

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E sim, muitas vezes minha postura em relação a alguns teístas é arrogante. Arrogância devolvida como pagamento a arrogância deles em decidir, a priori, que eu por ser ateu sou comunista, satanista, blasfemador, etc :

Uma crítica que tenho ao termo bright é exatamente essa : É um movimento que visa diminuir uma imagem preconceituosa (entre outros, de arrogância), entre outros objetivos, e escolhe um termo que pode induzir exatamente essa imagem de arrogância.

É um bom ponto. Mas você concorda que o preconceito, não só cntra os ateus, como contra qualquer grupo social, é causado em grande parte pela desinfomação? Assim sendo, qualquer movimento que pretenda combater o preconceito deve lutar por informar o grande público. Esclarecer o que é ser bright e porque isso não tem nada a ver com arrogância passa pelo mesmo caminho, por isso mesmo provavelmente seria mais proveitoso discutir se o movimento bright tem conseguido fazer algo de concreto nese sentido do que se seu nome é o mais adequado.

Concordo que a desinformação é culpada em parte pelo preconceito. Outra parcela de culpa é a falta de vontade de se informar. E para isso, acho que um nome adequado é fundamental, mas já falamos a respeito o suficiente, eu acho e a questão é basicamente de pontos de vista. Cada um tem o seu.

Então, o movimento bright tem conseguido fazer algo de concreto?
“The only place where success comes before work is in the dictionary.”

Donald Kendall

Offline uiliníli

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #37 Online: 24 de Dezembro de 2008, 00:28:06 »
Eu ia escrever "ô vício" mas não vou escrever não.  :)

Não se preocupa, o Lordakner já mencionou isso em outro tópico :hihi:

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A polêmica toda em volta da palavra bright é, do modo como eu vejo, mais um fator que a caracteriza como politicamente correta :

1) Substitui um termo alvo de preconceitos (exemplos: ateu, negro, homossexual) por outro (bright, afro descendente, gay).

E bright não é um termo alvo de preconceitos? Como o de ser arrogante, como você vem defendendo?

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2) Causa uma polêmica imensa, como no uso da palavra gay para identificar os homossexuais.

Nunca soube de o termo gay ter provocado uma polêmica imensa. E certamente esse não é o objetivo dos termos PC.

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3) É de necessidade duvidosa, pelo menos para os críticos da idéia.

Se pensassem diferente eles não seriam críticos, não é? :P

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4) É artificial (exemplo do afro descendente - negro) no sentido de que foi escolhida para evitar preconceitos.

Idem a 1). Você não estava acusando o termo bright de atrair preconceito? Quanto à palavra ser artifical, que palavra não é?

Citar
E associar bright ao Iluminismo pode dar margem a "Então vocês, brights, são iluminados e nós teistas vivemos na escuridão?".

Caberia aí uma explicação dos princípos filosóicos do Iluminismo.

Citar
Ou seja, ate aqui dá na mesma falar que é ateu ou que é brght.

Verdade, mais um motivo, para mim, da falta de necessidade do uso do bright.

Por isso que citei o próximo argumento:

Citar
Isso é uma questão de ponto de vista. Para mim é justamente o contrário, pois ao declarar que sua visão de mundo é o ateísmo, você está dividindo as pessoas entre as que aceditam em Deus e as que não acreditam, sendo assim, fica parecendo que Deus ocupa um lugar bem destacado no seu mundo. E, por outro lado, eu entendo que passar essa idéia não é a sua intenção, eu sei que você não dá a mínima para Deus e que existem coisas destacadamente mais importantes do que isso na suavisão de mundo. Por isso que o termo bright é melhor que o termo ateu, pois ele não é definido tomando como referência uma nformação que nem é tão importante.

Mas eu não declarei que a minha visão de mundo é APENAS o ateísmo. O ateísmo é apenas uma faceta de como eu sou e como eu vejo o mundo, não deixei claro no texto e deixo aqui.

Por isso que dizer que sua visão de mundo é o ateísmo é extremamente pobre. Por isso acho melhor dizer para alguém que pergunta qual a minha religião "nenhuma, eu sou bright" do que "nenhuma, eu sou ateu." Claro que provavelmente vou dever uma explicação para meu interlocutor depois, mas terei dado uma resposta muito mais precisa.

Citar
E no que diz respeito a crença em deus, eu divido sim entre os que acreditam e os que não acreditam, respeitando é claro que existem diversas classificações dentro de cada grupo (deístas, teístas, etc).

Perfeito. Por isso se alguém me perguntar especificamente "Você acredita em Deus" eu direi, "Não, sou ateu." Mas se alguém perguntar qual a minha religião, ele estará mais interessado em saber qual é minha visão de mundo do que se acredito em Deus. Minha visão de mundo não é simplesmente "Deus não existe", minha visão de mundo é bright.

Citar
Como disse, ainda não analisei as propostas dos brights a fundo, mas estou lendo a respeito. Comentarei neste tópico quando terminar de ler sobre o movimento.

:ok:

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Eu discordo. A assimilação precisa sim ser feita pelos crentes, porque se o termo foi escolhido para evitar a carga negativa associada a palavra ateu, e não for assimilada, só vai manter ou aumentar o preconceito contra brights/ateus. E se é para manter ou aumentar o preconceito, para que trocar de ateu para bright?

Óbvio que isso é uma simplificação, já que os brights se pretendem algo mais amplo do que apenas ateu.

Acho o objetivo de diminuir a carga negativa associada à palavra ateu pra lá de secundário, até porque, como você mesmo lembrou, nem todo ateu é ncessariamente bright e nem todo bright é ateu. Segundo o próprio the-brights.net :

What [again] are this movement's aims?

   1. Promote the civic understanding and acknowledgment of the naturalistic worldview, which is free of supernatural and mystical elements.
   2. Gain public recognition that persons who hold such a worldview can bring principled actions to bear on matters of civic importance.
   3. Educate society toward accepting the full and equitable civic participation of all such individuals.

The current priority of The Brights’ Network is to spread general awareness of the movement in ways that grow the Internet constituency whilst communicating the character and composition of its overall civic justice endeavor.


Citar
Mas aqui só aponto algo que acho estranho na idéia. São aqueles que se definem como brights que devem se preocupar, ou não, com isso.

Com certeza. Se você não quer ser chamado de bright, não tem do que se preocuparquanto ao juízo que os crentes fazem desse termo.

Citar
Questão de ponto de vista. É um fato inegável que a idéia de deus tem um peso muito forte no mundo. Declarar uma posição em relação a essa é algo importante sim. Não que eu esteja dando importância a algo que eu considero ficção, mas sim, demonstrando a minha posição em relação a algo que boa parte do mundo considera REAL. 

Compreendo. Mas a minha posição é a de reafirmar para o mundo que eu, individualmente, não dou a mesma importância para isso.

Citar
Como disse antes, é óbvio ser ateu não define minha visão de mundo no todo. Apenas parte dela.

Aqui nós estamos de acordo. A diferença é que eu proponho  uso de uma palavra diferente para designar com mais precisão como é a minha visão de mundo.

Citar
Quanto ao peso que eu dou para isso, se o outro lado da conversa estiver disposto a ouvir, é irrelevante se me identifico como ateu, bright ou outra coisa.

Cada ateu dá um peso diferente para a religião. E essa imensa variação entre os ateus é algo que eu acho que deve ser reforçado para eliminar os preconceitos. Cada ateu é diferente, não somos todos iguais. Mas enfim, é uma questão de ponto de vista.

Certamente. Um ateu tem todo  direito a dar um peso enome para a existência de Deus. Não é o meu caso, porém.

Citar
É uma questão de ponto de vista. Respeito o seu. Mas mantenho o meu ponto que novos termos devem ser adotados se forem úteis, necessários e terem nomes adequados para facilitar a difusão da idéia, não correr o risco de dificultar.

Acho que você não vai discordar de que o termo bright é útil, já que ele expressa um significado diferente que "ateu", por exemplo, não expresa. Você não parece concordar que ele seja necessário, e isso é uma questão mais de ponto de vista. Quanto a se o nome é adequado, nós dois concordamos que não é o melhor nome possível mas eu não considero isso um problema tão grande quanto você.

Citar
Concordo que a desinformação é culpada em parte pelo preconceito. Outra parcela de culpa é a falta de vontade de se informar. E para isso, acho que um nome adequado é fundamental, mas já falamos a respeito o suficiente, eu acho e a questão é basicamente de pontos de vista. Cada um tem o seu.

Concordamos em discordar.

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Então, o movimento bright tem conseguido fazer algo de concreto?

Acho que não mais do que os demais grupos ativistas que se definem simplesmente como ateus ou humanistas. Só os nomes mudam, no resto são pessoas trabalhando por uma idéia em que acreditam :)

Offline Ricardo RCB.

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #38 Online: 24 de Dezembro de 2008, 01:19:46 »
Eu ia escrever "ô vício" mas não vou escrever não.  :)

Não se preocupa, o Lordakner já mencionou isso em outro tópico :hihi:

Citar
A polêmica toda em volta da palavra bright é, do modo como eu vejo, mais um fator que a caracteriza como politicamente correta :

1) Substitui um termo alvo de preconceitos (exemplos: ateu, negro, homossexual) por outro (bright, afro descendente, gay).

E bright não é um termo alvo de preconceitos? Como o de ser arrogante, como você vem defendendo?

Eu defendo que o termo bright pode facilitar e/ou induzir preconceitos, uma questão de ponto de vista.


Citar
2) Causa uma polêmica imensa, como no uso da palavra gay para identificar os homossexuais.

Nunca soube de o termo gay ter provocado uma polêmica imensa. E certamente esse não é o objetivo dos termos PC.

Citar
3) É de necessidade duvidosa, pelo menos para os críticos da idéia.

Se pensassem diferente eles não seriam críticos, não é? :P

Não necessariamente, um crítico pode ser alguém que defende os mesmos ideais dos brights, só não gosta da palavra (não é, obviamente, o meu caso).

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4) É artificial (exemplo do afro descendente - negro) no sentido de que foi escolhida para evitar preconceitos.

Idem a 1). Você não estava acusando o termo bright de atrair preconceito? Quanto à palavra ser artifical, que palavra não é?

Bom, para mim, se uma palavra provoca uma polêmica ela já é candidata a ser um termo PC, mas isso vem mais da maneira como eu vejo o Politicamente Correto.

E sobre ser escolhida para evitar preconceitos, isso caracteriza, para mim, uma palavra como PC, o fato de que ela, na minha opinião, favorece preconceitos só demonstra que foi uma má escolha, mas não torna a palavra politicamente incorreta. 

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E associar bright ao Iluminismo pode dar margem a "Então vocês, brights, são iluminados e nós teistas vivemos na escuridão?".

Caberia aí uma explicação dos princípos filosóicos do Iluminismo.

Ok.

Citar
Ou seja, ate aqui dá na mesma falar que é ateu ou que é brght.

Verdade, mais um motivo, para mim, da falta de necessidade do uso do bright.

Por isso que citei o próximo argumento:

Citar
Isso é uma questão de ponto de vista. Para mim é justamente o contrário, pois ao declarar que sua visão de mundo é o ateísmo, você está dividindo as pessoas entre as que aceditam em Deus e as que não acreditam, sendo assim, fica parecendo que Deus ocupa um lugar bem destacado no seu mundo. E, por outro lado, eu entendo que passar essa idéia não é a sua intenção, eu sei que você não dá a mínima para Deus e que existem coisas destacadamente mais importantes do que isso na suavisão de mundo. Por isso que o termo bright é melhor que o termo ateu, pois ele não é definido tomando como referência uma nformação que nem é tão importante.

Mas eu não declarei que a minha visão de mundo é APENAS o ateísmo. O ateísmo é apenas uma faceta de como eu sou e como eu vejo o mundo, não deixei claro no texto e deixo aqui.

Por isso que dizer que sua visão de mundo é o ateísmo é extremamente pobre. Por isso acho melhor dizer para alguém que pergunta qual a minha religião "nenhuma, eu sou bright" do que "nenhuma, eu sou ateu." Claro que provavelmente vou dever uma explicação para meu interlocutor depois, mas terei dado uma resposta muito mais precisa.

Ok, os brights são uma nova corrente filosófica/moral (ou algo assim).

É correto falar que é uma visão de mundo completa, que abrange todos, ou a maioria, dos aspectos da vida ?

Me refiro não só a religião, mas a política, economia, etc.

Edit : Já vi a resposta no site dos brights.

Citar
E no que diz respeito a crença em deus, eu divido sim entre os que acreditam e os que não acreditam, respeitando é claro que existem diversas classificações dentro de cada grupo (deístas, teístas, etc).

Perfeito. Por isso se alguém me perguntar especificamente "Você acredita em Deus" eu direi, "Não, sou ateu." Mas se alguém perguntar qual a minha religião, ele estará mais interessado em saber qual é minha visão de mundo do que se acredito em Deus. Minha visão de mundo não é simplesmente "Deus não existe", minha visão de mundo é bright.

Apenas uma religião não é suficiente para definir uma visão de mundo, na minha opinião. Mas isso é uma questão de ponto de vista.

Citar
Como disse, ainda não analisei as propostas dos brights a fundo, mas estou lendo a respeito. Comentarei neste tópico quando terminar de ler sobre o movimento.

:ok:

Citar
Eu discordo. A assimilação precisa sim ser feita pelos crentes, porque se o termo foi escolhido para evitar a carga negativa associada a palavra ateu, e não for assimilada, só vai manter ou aumentar o preconceito contra brights/ateus. E se é para manter ou aumentar o preconceito, para que trocar de ateu para bright?

Óbvio que isso é uma simplificação, já que os brights se pretendem algo mais amplo do que apenas ateu.

Acho o objetivo de diminuir a carga negativa associada à palavra ateu pra lá de secundário, até porque, como você mesmo lembrou, nem todo ateu é ncessariamente bright e nem todo bright é ateu. Segundo o próprio the-brights.net :

What [again] are this movement's aims?

   1. Promote the civic understanding and acknowledgment of the naturalistic worldview, which is free of supernatural and mystical elements.
   2. Gain public recognition that persons who hold such a worldview can bring principled actions to bear on matters of civic importance.
   3. Educate society toward accepting the full and equitable civic participation of all such individuals.

The current priority of The Brights’ Network is to spread general awareness of the movement in ways that grow the Internet constituency whilst communicating the character and composition of its overall civic justice endeavor.


Novamente caimos na questão do termo e do peso que cada um atribui a essa questão, você acha algo menor, eu acho algo com um potencial de geração de problemas bem maior.

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Mas aqui só aponto algo que acho estranho na idéia. São aqueles que se definem como brights que devem se preocupar, ou não, com isso.

Com certeza. Se você não quer ser chamado de bright, não tem do que se preocuparquanto ao juízo que os crentes fazem desse termo.

Claro.

Citar
Questão de ponto de vista. É um fato inegável que a idéia de deus tem um peso muito forte no mundo. Declarar uma posição em relação a essa é algo importante sim. Não que eu esteja dando importância a algo que eu considero ficção, mas sim, demonstrando a minha posição em relação a algo que boa parte do mundo considera REAL. 

Compreendo. Mas a minha posição é a de reafirmar para o mundo que eu, individualmente, não dou a mesma importância para isso.

Questão de ponto de vista.

Citar
Como disse antes, é óbvio ser ateu não define minha visão de mundo no todo. Apenas parte dela.

Aqui nós estamos de acordo. A diferença é que eu proponho  uso de uma palavra diferente para designar com mais precisão como é a minha visão de mundo.

Ok.

Citar
Quanto ao peso que eu dou para isso, se o outro lado da conversa estiver disposto a ouvir, é irrelevante se me identifico como ateu, bright ou outra coisa.

Cada ateu dá um peso diferente para a religião. E essa imensa variação entre os ateus é algo que eu acho que deve ser reforçado para eliminar os preconceitos. Cada ateu é diferente, não somos todos iguais. Mas enfim, é uma questão de ponto de vista.

Certamente. Um ateu tem todo  direito a dar um peso enome para a existência de Deus. Não é o meu caso, porém.

Na realidade não é dar um peso enorme a existência de Deus, mas um peso adequado ao conceito de Deus e a influência dele no mundo. É uma diferença importante.

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É uma questão de ponto de vista. Respeito o seu. Mas mantenho o meu ponto que novos termos devem ser adotados se forem úteis, necessários e terem nomes adequados para facilitar a difusão da idéia, não correr o risco de dificultar.

Acho que você não vai discordar de que o termo bright é útil, já que ele expressa um significado diferente que "ateu", por exemplo, não expresa. Você não parece concordar que ele seja necessário, e isso é uma questão mais de ponto de vista. Quanto a se o nome é adequado, nós dois concordamos que não é o melhor nome possível mas eu não considero isso um problema tão grande quanto você.

De acordo. Novamente discordamos do peso do nome.

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Concordo que a desinformação é culpada em parte pelo preconceito. Outra parcela de culpa é a falta de vontade de se informar. E para isso, acho que um nome adequado é fundamental, mas já falamos a respeito o suficiente, eu acho e a questão é basicamente de pontos de vista. Cada um tem o seu.

Concordamos em discordar.

Ok.

Citar
Então, o movimento bright tem conseguido fazer algo de concreto?

Acho que não mais do que os demais grupos ativistas que se definem simplesmente como ateus ou humanistas. Só os nomes mudam, no resto são pessoas trabalhando por uma idéia em que acreditam :)

Boa sorte para eles.

Acho que a respeito desse assunto não tenho, por hora, muito mais o que comentar. Voltarei ao tópico apenas após ler o que os brights afirmam em seu website.

« Última modificação: 24 de Dezembro de 2008, 01:26:36 por Ricardo RCB. »
“The only place where success comes before work is in the dictionary.”

Donald Kendall

Offline uiliníli

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #39 Online: 24 de Dezembro de 2008, 01:42:21 »
Acho que no mais das contas, a maior polêmica é com relação à adequação do nome. Fosse algo mais inócuo, acredito que você não veria grandes problemas em usálo também, estou certo? O problema é que agora não dá mais para voltar atrás...

Offline Prometheus

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #40 Online: 24 de Dezembro de 2008, 02:05:23 »
Bom,não vejo o tema Bright como arrogante,até porque como foi  mencionado aqui,é ligado ao iluminismo.

Porém se tratando do iluminismo também passa essa idéia,ou seja de quem é não é iluminista,não é ''iluminado pela luzes da razão''.

Como também para o termo gay,no qual significa ''feliz'',e também posso dizer que passa impressão de ''quem não é gay'' não é feliz,vejo que essa argumentação não tem nada haver.

Bom,gostei do termo Bright,no qual nem ''comenta sobre Deus'',no qual a palavra ''ATEU",já é ''não-Deus(Religiões)''.
« Última modificação: 24 de Dezembro de 2008, 02:10:18 por Buscador »
O profundo
tédio, que como névoa silenciosa desliza para cá e para lá nos abismos da
existência, nivela todas as coisas, os homens e a gente mesmo com elas, numa
estranha indiferença. Esse tédio manifesta o ente em sua totalidade.(Heidegger)

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Offline Prometheus

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #41 Online: 24 de Dezembro de 2008, 02:09:25 »
uiliníli! 

Gostei do termo,e vou usá-lo no meu dia-dia,achei interessante o site também.
O profundo
tédio, que como névoa silenciosa desliza para cá e para lá nos abismos da
existência, nivela todas as coisas, os homens e a gente mesmo com elas, numa
estranha indiferença. Esse tédio manifesta o ente em sua totalidade.(Heidegger)

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Offline Ricardo RCB.

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #42 Online: 24 de Dezembro de 2008, 08:12:53 »
Acho que no mais das contas, a maior polêmica é com relação à adequação do nome. Fosse algo mais inócuo, acredito que você não veria grandes problemas em usálo também, estou certo? O problema é que agora não dá mais para voltar atrás...

Eu não o usaria o termo,uiliníli, por alguns motivos básicos :

1) É um termo Politicamente Correto, na minha opinião. E eu tenho um ódio profundo do politicamente correto.

2) Eu não gosto da idéia de um termo guarda chuva que abriga um monte de gente diferente (céticos, ateus, agnósticos, etc). Acho desnecessário, eu prefiro a enorme diversidade ao invés de um termo unificado.

3) E tem a longa questão do simbolismo, do problema do nome, da eventual arrogância que o nome pode favorecer, já discutidos longamente, e para o qual eu dou um peso maior. Mas se fosse um termo mais inócuo, pelas outras razões (1,2 e 4) eu não usaria também.

4) Pelo que entendi das propostas do movimento, eu não sou um bright.

5) A questão menor de ser um estrangeirismo desnecessário, na minha opinião.

Mas para aqueles que se chamam de brights, boa sorte, felicidades, sucesso com o movimento.

Não tenho o menor problema de chamar ninguém de brights.
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Donald Kendall

Offline uiliníli

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #43 Online: 25 de Dezembro de 2008, 16:09:16 »
uiliníli! 

Gostei do termo,e vou usá-lo no meu dia-dia,achei interessante o site também.

Oba, consegui converter alguém! :P
:lol:



Ricardo: Bom, eu continuo discordando de que bright seja um termo PC, muito pelo contrário, acho que você sem querer me convenceu que seu problema é justamente ser politicamente incorreto.

Quanto à observação de que ele é um ermo guarda-chuva que inclui pessoas muito diferentes, bom, ateu também é. Inclui brights, humanistas, marxistas, anarquistas, taoístas... Acredito que bright congrega mais pessoas com opiniões perto das nossas próprias do que simplesmente ateu.

Acho que seu melhor motivo para não ser bright é o 4. Simples assim. Mas quanto aos outros tópicos, acho que já concordamos em discordar, é uma questão de enquadramento da situação, ponto de vista.


Offline Ricardo RCB.

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #44 Online: 25 de Dezembro de 2008, 17:13:42 »

Ricardo: Bom, eu continuo discordando de que bright seja um termo PC, muito pelo contrário, acho que você sem querer me convenceu que seu problema é justamente ser politicamente incorreto.

Quanto à observação de que ele é um ermo guarda-chuva que inclui pessoas muito diferentes, bom, ateu também é. Inclui brights, humanistas, marxistas, anarquistas, taoístas... Acredito que bright congrega mais pessoas com opiniões perto das nossas próprias do que simplesmente ateu.

Acho que seu melhor motivo para não ser bright é o 4. Simples assim. Mas quanto aos outros tópicos, acho que já concordamos em discordar, é uma questão de enquadramento da situação, ponto de vista.


Sobre a questão de ser um termo guarda-chuva, eu não consigo ver o termo ateu como um guarda chuva para humanistas, brights, marxistas, anarquistas, etc. É simplesmente uma característica, alguém pode ser ateu E marxista ou ateu E anarquista e assim em diante.

Para mim, ser ateu é apenas ser alguém sem a crença na existência de alguma divindade. E só isso. Mas é uma questão de ponto de vista.

Já o termo bright me parece ter sido criado com a idéia específica de servir como um guarda chuva para um monte de classes relacionadas ao ateísmo, agnosticismo, humanismo secular entre outros. Nada contra isso, é óbvio, mas eu particularmente não gosto.

E por fim depende de como cada um vê o Politicamente Correto. No caso do bright concordamos em discordar.

Edit : Adicionado o trecho em azul.
« Última modificação: 25 de Dezembro de 2008, 19:59:42 por Ricardo RCB. »
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Donald Kendall

Offline Mussain!

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #45 Online: 26 de Dezembro de 2008, 16:54:43 »
Citar
Pobre como a palavra possa ser, prefiro a simplicidade do "eu sou ateu" ao monte de explicações necessárias que devem ser dadas a um interlocutor do que é ser um bright, ter que ficar me explicando para gente preconceituosa não é o meu passatempo preferido, o que admito não acontece sempre.
2
E não custa nada explicar, como seria explicado com a palavra bright, o seu ateísmo, uma visão naturalista. Seja como for, vc não acredita em deus(es) e assim mostra seu ponto de vista logo de início. A palavra "ateu" já é tão mal vista... Imagina se nós, ateus, a desprezarmos... :)

Offline Lordakner

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #46 Online: 26 de Dezembro de 2008, 19:42:58 »
Ateu já define tudo, não importa que a pessoa tenha uma imagem distorcida do ateísmo, a palavra já responde de antemão o que ela porventura poderia perguntar.
Agora, quando penso em bright, uma cena me vem a cabeça.
- Bright?? Me explique o que é isso!
- blá blá blá bla
- Ah, entendi, você é ateu!

   Gosto de Ateu.
   Gosto do tom malévolo de Ateu.
   Não mudarei para uma palavra que é difícil de pronunciar!
“Ante a imagem de Augusto César Sandino e Ernesto Che Guevara, ante a recordação dos heróis e mártires da Nicarágua, da América Latina e de toda a humanidade, ante a história, coloco minha mão sobre a bandeira vermelha e negra, o que significa Pátria Livre ou Morrer."

Offline Prometheus

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #47 Online: 26 de Dezembro de 2008, 21:07:41 »
Gosto do tom malévolo de Ateu.


Eu gostei muito do termo Bright.

Sobre o termo ateu é mesmo discriminado,e causa uma enorme má impressão,por exemlo:

''Eu sou ateu'';

''Você é um Ateu? Eu não acredito. :susto:''

E por aí a história contínua.hehehehe
O profundo
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Offline Mussain!

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #48 Online: 26 de Dezembro de 2008, 21:09:13 »
Há um tempo ser chamado de ateu era um xingamento - Não lembro a época agora, nem um texto referente.

Offline Prometheus

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Re: Ateus? Céticos? Brights?
« Resposta #49 Online: 26 de Dezembro de 2008, 21:13:01 »
Isso no cotidiano,aqui no Brasil,ateu é uma palavra muitíssimo marginalizada,isso todos sabem.

Eu sou a favor do termo ''bright'',inclusive até porque creio que com a ATEA,ajudaria  nessa questão.
O profundo
tédio, que como névoa silenciosa desliza para cá e para lá nos abismos da
existência, nivela todas as coisas, os homens e a gente mesmo com elas, numa
estranha indiferença. Esse tédio manifesta o ente em sua totalidade.(Heidegger)

A angústia manifesta o nada.(Heidegger)

 

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