A mensagem do klaus acima me lembrou de algo interessante, sobre estereótipos na discussão política. "Todos os que seguem a linha política X acreditam em Y", ou "não há o que eu possa discutir com gente da linha Z", esse tipo de coisa. Os estereótipos por si só não são ruins, e muitas vezes são úteis; mas cautela é necessária.
Que tal um exemplo? Fora da política, de propósito (foquem no raciocínio por trás dele).
"Gatos têm pêlos" é um estereótipo, correto? Você assume que um certo ser vai ter uma certa característica.
Esse estereótipo é útil - se você tem alergia a pêlos, vai evitar gatos.
Daí, alguém chega e mostra um desses gatos, da raça sphynx:
É um gato, mas não tem pêlos. O estereótipo não serve pra ele.
A pessoa que acredita no estereótipo do "gatos têm pêlos" pode fazer diversas coisas. Uma delas, é abrir uma exceção para o estereótipo ("gatos têm pêlos, exceto os sphynx"). Ou pode tentar preservar o estereótipo ("sphynx não é gato!", "esse gato têm pêlos, sim!"), etc.
O mesmo acontece na política. Quando se tem um estereótipo político sobre certo grupo, a gente deve perguntar "será que X se aplica a esse membro do grupo político?". Se não se aplicar, tentar usar o estereótipo mesmo assim é pior que intolerância. É burrice, o mesmo que tentar negar que o gato acima é pelado.