Porém, na realidade, quem não aceita participar desta palhaçada de qualquer jeito é forçado a obedecer às ordens dos veteranos, além de sofrer perseguição e ser humilhado e excluído até o final do curso pelo grupo.
Muitas pessoas só aceitam participar dos trotes para não ter esses problemas depois.
Isso é que é diversão e socialização?
Para mim isso é um mito. No fim das contas os estudantes se relacionam muitíssimo mais com seus colegas de turma do que com seus veteranos, e mesmo assim não são todos os veteranos que participam dos trotes. Pelo menos na minha universidade não existe essa história de exclusão até o final do curso, não só porque o povo não é tão sem noção, mas também porque isso é impraticável:
Eu fui no trote da UFSCar hoje cedo. Não para dar trote, afinal eu não vou sujar as minhas mãos de tinta por causa de bixo

Eu fui só para reencontrar meus colegas, mas de qualquer forma, o trote lá se limita a tinta e cabelo rapado. Agora, veja só: Engenharia Química na UFSCar dura cinco anos, até o ano passado entravam 60 por ano, mas este ano aumentou para 80. Sendo assim, admitindo que ninguém desistiu do curso, teríamos 80 bixos e 240 veteranos (60 por ano x 4 anos), ou seja, 3 veteranos por bixo se todos fossem dar trote. Mas sabe quantos veteranos foram fazer a recepção hoje? Uns dez. Bota 20 logo... Se um bixo se recusasse a participar do trote, mesmo que ele fosse excluído por esses 20, ainda teriam 220 veteranos sem nada contra eles. Ainda se pode questionar se seriam possíveis represálias na forma de bullying mais adiante. Eu reconheço que isso seria possível, mas na minha universidade não acontece.
Mas o importante não é se o mito é verdadeiro, o importante é se os bixos acreditam nele, e parece que muitos acreditam...