Uma reportagem interessante:
Presidência de Obama faz com que chargistas tenham que aliviar o traçohttp://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,MUL1012379-7084,00-PRESIDENCIA+DE+OBAMA+FAZ+COM+QUE+CHARGISTAS+TENHAM+QUE+ALIVIAR+O+TRACO.htmltrecho interessante:
"Todos os meus personagens têm aparência símia", afirma. "Não faço Obama parecer tão símio quanto faço com o ex-governador Fob James, a quem eu JÁ desenhei como um macaco em mais de uma ocasião. E ele é um cara branco... Desculpe, mas quando se trata de afroamericanos você simplesmente não desenha macacos", diz.
Eu não defendi leis regulando expressões, nobre colega, apenas coloquei que a partir do momento em que algumas ofensas e expressões ganham tratamento diferenciado pela justiça a depender de quem as diz ou de quem é ofendido, então é necessário que a lei deixe essas expressões previstas, pra não ficarmos nos achismos, preferências estéticas e morais pessoais ditando sentenças.
Não sei bem, mas acho que não há uma lista de palavras que são consideradas ofensivas para casos de danos morais(é essa a tipificação?), e vale lembrar também
que quase todas as palavras que consideramos ofensivas, são trocadas entre amigos sem nenhum problema. Quem nunca viu dois amigos, irmãos, e etc,
amigavelmente se tratando por termos chulos numa conversa descontraída? Me parece bem claro, a gente nunca tira o contexto, ele está sempre implícito. Tanto que o exemplo anterior não dá ao direito de ninguém me xingar no trabalho ou num ambiente acadêmico. Talvez a mesma aplicação cabe a termos de conotação racista. Não seria a palavra macaco per si racista, pois, como no exemplo em que o Paulo José citou[uma história de racismo às avessas], alguém pode mesmo ter um apelido desse tipo e considerá-lo normal, mas historicamente é um termo pejorativo e horrível que foi usado para se referir aos negros, sempre com a intenção de desumanizá-los/pô-los a parte/inferiorizá-los[e vale lembrar, até pouco tempo
ainda eram tratados assim], e acho que essa última característica do termo que a difere de tantos outros tratamentos que vemos por aí e acabamos fazendo 'vista grossa'. Talvez um dia a palavra macaco carregue outro sentido, e a alusão em si à cor da pele de uma pessoa não denote racismo[da mesma forma que a alusão aos quilinhos de uma gordinha não denote discriminação], mas acho que um mínimo de cuidado ainda se é exigido, coisa que o Washington Post fez questão de não tomar - talvez até, como o forista Zeichner disse na outra página, a intenção tenha sido essa dubiedade, que ao mesmo tempo não compromete mas satisfaz à platéia que se deleita com essas comparações. Ou então o objetivo foi só causar polêmica. Como do WP pouco conheço, não posso opinar*.
*a hipótese de que um jornal desse porte não tenha considerado que uma charge com esse teor PODERIA soar racista é um exercício mental que demanda esforços surpreendentes, portanto deixo de considerá-la.