Autor Tópico: O paradoxo cosmológico-teleológico  (Lida 5686 vezes)

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Offline uiliníli

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #25 Online: 25 de Fevereiro de 2009, 15:25:04 »
A questão é que um ser dotado de vontade própria não é capaz de se explicar, como foi discutido antes. E testemunhos pessoais não têm nenhum valor objetivo, além de não estarem em discussão.

Offline lusitano

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #26 Online: 25 de Fevereiro de 2009, 15:44:05 »
Caro uilini.

Citar
A questão é que um ser dotado de vontade própria não é capaz de se explicar, como foi discutido antes. E testemunhos pessoais não têm nenhum valor objetivo, além de não estarem em discussão.

Peço desculpa por publicitar testemunhos pessoais. ::) Mas já que o fiz, pergunto, se por valor objectivo, neste caso, significa argumento científico? Mas se um testemunho pessoal, não tem valor objectivo, não poderá entretanto ter valor filosófico?

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Offline uiliníli

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #27 Online: 25 de Fevereiro de 2009, 16:48:55 »
Nem científico e nem filosófico. Experiências pessoais têm, quando muito, valor subjetivo, mas objetivamente não valem nada. Quem garante que suas supostas experiências não são um delírio da sua cabeça?

Offline lusitano

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #28 Online: 25 de Fevereiro de 2009, 17:22:34 »
Caro uilinili.

Citar
Nem científico e nem filosófico. Experiências pessoais têm, quando muito, valor subjetivo, mas objetivamente não valem nada. Quem garante que suas supostas experiências não são um delírio da sua cabeça?

Não é a Filosofia, um acervo de opiniões pessoais, de carácter puramente subjectivo?

De facto ninguém me garante - que as minhas experiências pessoais - não são um delírio da minha cabeça;:oba: principalmente, se der a devida apreciação a pessoas como Descartes.

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Offline uiliníli

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #29 Online: 25 de Fevereiro de 2009, 17:26:04 »
Não é a Filosofia, um acervo de opiniões pessoais, de carácter puramente subjectivo?

Não.

Offline lusitano

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #30 Online: 25 de Fevereiro de 2009, 20:25:47 »
Caro Uilinili.

Citar
Citação de: lusitano  em  Hoje às 17:22:34Não é a Filosofia, um acervo de opiniões pessoais, de carácter puramente subjectivo?

Não.

Não ??? Então, o que é que você me diz, do postulado fundamental enunciado por Descartes?

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #31 Online: 26 de Fevereiro de 2009, 10:29:07 »
Caro uilinili.

Citar
A questão é que um ser dotado de vontade própria não é capaz de se explicar, como foi discutido antes.


Apesar de você considerar o Panteismo uma atitude excêntrica - a filosofia de Espinosa - para mim é legitimamente válida. Portanto, sendo que eu,  clara e distintamente, considero o "Deus" espinosiano, absolutamente plausível, a sua afirmação acima citada, não se confirma. Logo é uma opinião sua, baseada no seu interno subjectivismo pessoal.

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"Deus" explica-se a si  mesmo - e não precisa de lhe dar explicações não é? - portanto é quanto basta, como você admitiu. Ademais em Deus, a vontade - não se incompatibiliza com o seu Imperativo - porque este último, é simplesmente a sua soberania (Vontade Imperial). Ora num ser absolutamente necessário, não há oposições, senão, não haveria existência.

E como você bem verifica - existe algo em vez de nada - mesmo que aparentemente, seja de impossível compreensão, para mim, ou para si, apesar disso não fica invalidada a sua existência. Apenas nos deixa perplexos, por ainda não termos conseguido ao até presente momento, explicar um ser que pode perfeitamente entender-se a si próprio.
 
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« Última modificação: 26 de Fevereiro de 2009, 20:50:39 por lusitano »
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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #32 Online: 26 de Fevereiro de 2009, 13:44:33 »
 
Citação de: uilinilli
3. Uma cadeia causal não pode ter tamanho infinito.

Por quê?
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline lusitano

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #33 Online: 26 de Fevereiro de 2009, 18:05:41 »
Citar
Caro DDV.

Citação de: uilinilli3. Uma cadeia causal não pode ter tamanho infinito.


Por quê?


A partir do momento em que foi proposto o conceito de infinito, a noção de finito tornou-se paradoxal. Recorda-se da história de Aquiles e da Tartaruga, apresentada por Zenão de Eleia?

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« Última modificação: 26 de Fevereiro de 2009, 18:15:00 por lusitano »
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Offline uiliníli

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #34 Online: 26 de Fevereiro de 2009, 18:55:07 »
Citação de: uilinilli
3. Uma cadeia causal não pode ter tamanho infinito.

Por quê?

Por que se não não seria o argumento cosmológico :) Na verdade, eu também não vejo por que uma cadeia de causalidade não poderia ter tamanho infinito, mas o argumento, conforme enunciado por Aquino, Leibiniz e outros requer que essa cadeia seja finita.

Esse questionamento da premissa 3 é uma contestação perfeitamente válida para o argumento cosmológico, mas minha intenção com o tópico foi admitir que ele é válido para depois jogá-lo contra o argumento teleológico.

Não ??? Então, o que é que você me diz, do postulado fundamental enunciado por Descartes?

Por que eu teria alguma coisa a dizer sobre isso?

Apesar de você considerar o Panteismo uma atitude excêntrica - a filosofia de Espinosa - para mim é legitimamente válida. Portanto, sendo que eu,  clara e distintamente, considero o "Deus" espinosiano, absolutamente plausível, a sua afirmação acima citada, não se confirma. Logo é uma opinião sua, baseada no seu interno subjectivismo pessoal.

O panteísmo é uma excentricidade semântica. Definir a natureza como Deus não constitui uma filosofia, assim como chamar rabo de pata não faz com que um cachorro tenha cinco patas.

Citar
"Deus" explica-se a si  mesmo - e não precisa de lhe dar explicações não é? - portanto é quanto basta, como você admitiu. Ademais em Deus, a vontade - não se incompatibiliza com o seu Imperativo - porque este último, é simplesmente a sua soberania (Vontade Imperial). Ora num ser absolutamente necessário, não há oposições, senão, não haveria existência.

Criar um nome mais pomposo para a vontade, mesmo que seja a vontade divina, não muda absolutamente nada.

Citar
E como você bem verifica - existe algo em vez de nada - mesmo que aparentemente, seja de impossível compreensão, para mim, ou para si, apesar disso não fica invalidada a sua existência. Apenas nos deixa perplexos, por ainda não termos conseguido ao até presente momento, explicar um ser que pode perfeitamente entender-se a si próprio.

Ora você não o compreende, mas ele auto-explica-se em si próprio... Se você realmente é um filósofo, quem sabe se um dia...???... não terá a sorte alienada, de ser alucinado com uma experiência pessoal, absolutamente delirante, e "intransmissível"...!?!... Há certas loucuras que até sabem bem! :stunned:  :oba:  :biglol:

Você confunde filosofia com misticismo. E eu não sou filósofo, sou quando muito uma amador que se interessa por filosofia.

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #35 Online: 26 de Fevereiro de 2009, 20:49:10 »
O que eu gosto mesmo é do argumento ontológico contra a existência de Deus:

Premissa 1) A criação do Universo é o mais notável de todos os feitos possíveis e imagináveis.
Premissa 2) Quanto maior a dificuldade, mais notável é um feito.
Premissa 3) A maior das dificuldades que o Criador (Deus) poderia enfrentar é criar o Universo sem existir.
Conclusão) Logo, Deus não existe.

Afinal, se Deus existisse, poder-se-ia imaginar um ser mais notável que ele, um criador que não existe. Como nada é mais notável que Deus, só Ele pode ser notável a ponto de criar sem existir.

Offline lusitano

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #36 Online: 26 de Fevereiro de 2009, 22:52:28 »
Caro Uilinili.

Citar
Não ??? Então, o que é que você me diz, do postulado fundamental enunciado por Descartes?

Por que eu teria alguma coisa a dizer sobre isso?
 

:hihi:Nada – Mas eu recordo – que Descartes, segundo a história da Filosofia, foi um filósofo místico, que estabeleceu como primado de todo o seu edifício filosófico, uma experiência pessoal absolutamente subjectiva: “Penso, logo existo”.

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O panteísmo é uma excentricidade semântica. Definir a natureza como Deus não constitui uma filosofia,

:?: :susto: –  se você o diz – Todavia não consigo perceber que o que está a afirmar, seja uma verdade absoluta. Concordo entretanto, que você tem um forte poder de opinião.

Citar
assim como chamar rabo de pata não faz com que um cachorro tenha cinco patas.

:biglol: – Haaaaah – muito boa piada… Aposto, que você está mesmo em excelente forma humorística. :ok:

Citar
Você confunde filosofia com misticismo. E eu não sou filósofo, sou quando muito um amador que se interessa por filosofia.

:oba: Hummmh – Estava piamente convencido que você o era. Tal é o seu talento em diferenciar o que é filosofia, do que não é. Se apesar de não o ser, você é tão hábil a parecer que filosofa, que ficar-lhe-hei muitíssimo grato se me ajudar a separar, o que de facto é filosófico, do que não é…

Pergunto-lhe entretanto, se valor objectivo, significa valor científico? E também
preciso que você me explique, porque um testemunho pessoal, não tem valor filosófico, mesmo que seja um valor subjectivo...? 

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« Última modificação: 28 de Fevereiro de 2009, 10:28:05 por lusitano »
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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #37 Online: 26 de Fevereiro de 2009, 23:22:24 »
Caro - Dante Cardoso Pinto de Almeida.

Citar
O paradoxo cosmológico-teleológico

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O que eu gosto mesmo é do argumento ontológico contra a existência de Deus:

Premissa 1) A criação do Universo é o mais notável de todos os feitos possíveis e imagináveis.
Premissa 2) Quanto maior a dificuldade, mais notável é um feito.
Premissa 3) A maior das dificuldades que o Criador (Deus) poderia enfrentar é criar o Universo sem existir.
Conclusão) Logo, Deus não existe.

Afinal, se Deus existisse, poder-se-ia imaginar um ser mais notável que ele, um criador que não existe. Como nada é mais notável que Deus, só Ele pode ser notável a ponto de criar sem existir.

Formidável o seu argumento: Pode-se portanto concluir, que o Nada, é um fantástico criador. Mas como possivelmente o Nada, também é inexistente, o Universo é auto-criado, ou sempre existente.

Se isto não é um argumento a favor da Omnipotência, então o que é?

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« Última modificação: 28 de Fevereiro de 2009, 10:35:04 por lusitano »
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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #38 Online: 27 de Fevereiro de 2009, 03:12:24 »
Formidável o seu argumento: Pode-se portanto concluir, que o Nada, é um fantástico criador. Mas como possivelmente o Nada, também é inexistente, o Universo é auto-criado.

Se isto não é um argumento a favor da Omnipotência, então o que é?


O argumento não é meu, mas de Douglas Gasking. Consiste em uma paródia do argumento ontológico, a fim de ilustrar que não se pode assumir "existência" como uma propriedade ordinária.

Offline lusitano

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #39 Online: 27 de Fevereiro de 2009, 08:52:30 »
Caro - Dante Cardoso Pinto de Almeida.

Citar
O paradoxo cosmológico-teleológico
 
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Se isto não é um argumento a favor da Omnipotência, então o que é?


O argumento não é meu, mas de Douglas Gasking. Consiste em uma paródia do argumento ontológico, a fim de ilustrar que não se pode assumir "existência" como uma propriedade ordinária.


Mesmo assim é uma paródia muito bem elaborada. O que implica que a tarefa filosófica (ou contra-filosófica), empreendida pelo estimado Uilinili, de tentar "arrasar quarteirão" teleológico, aperfeiçoado ao longo dos milénios, reveste-se da mais árdua e delicada dificuldade epistemológica.

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Offline uiliníli

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #40 Online: 28 de Fevereiro de 2009, 21:54:27 »
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Não ??? Então, o que é que você me diz, do postulado fundamental enunciado por Descartes?

Por que eu teria alguma coisa a dizer sobre isso?
 

:hihi:Nada – Mas eu recordo – que Descartes, segundo a história da Filosofia, foi um filósofo místico, que estabeleceu como primado de todo o seu edifício filosófico, uma experiência pessoal absolutamente subjectiva: “Penso, logo existo”.

O que há de subjetivo nisso? Essa frase tem valor objetivo, já que qualquer um é capaz de chegar a essa conclusão pela razão. Outra coisa: o fato de Descartes ter sido filósofo e místico não faz do mistiscismo filosofia - ou ele seria apenas filósofo, não filósofo e místico. Newton foi cientista e místico, nem por isso misticismo é ciência.

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Você confunde filosofia com misticismo. E eu não sou filósofo, sou quando muito um amador que se interessa por filosofia.

:oba: Hummmh – Estava piamente convencido que você o era. Tal é o seu talento em diferenciar o que é filosofia, do que não é. Se apesar de não o ser, você é tão hábil a parecer que filosofa, que ficar-lhe-hei muitíssimo grato se me ajudar a separar, o que de facto é filosófico, do que não é…

http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia

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Pergunto-lhe entretanto, se valor objectivo, significa valor científico? E também
preciso que você me explique, porque um testemunho pessoal, não tem valor filosófico, mesmo que seja um valor subjectivo...? 

Um proposição é objetiva se qualquer um for capaz de verificá-la. Isso não é sinônimo de científico, já que há verdades que não são científicas, mas são verificáveis - por exemplo, um teorema matemático. Um testemunho pessoal, por definição, só é verificável pelo autor do testemunho. Você pode estar convencido de que recebeu uma verdade por revelação, mas não pode convencer mais ninguém disso, além de si mesmo. Você pode até estar certo, mas isso não tem valor nenhum objetivamente, não serve para a ciência, nem para a filosofia.

Offline Moro

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #41 Online: 28 de Fevereiro de 2009, 23:27:20 »
essa estoria de ser necessário e contingente não faz sentido algum. Você concorda com isso Uili? É apenas uma taxonomia completamente arbitrária e que de tão imprecisa causa apenas confusão. Não deveríamos sequer argumentar com esses termos.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #42 Online: 28 de Fevereiro de 2009, 23:58:10 »
essa estoria de ser necessário e contingente não faz sentido algum.

Na verdade é bem simples. Necessário é o que é verdadeiro em todos os mundos possíveis. Possível é o que é verdadeiro em ao menos um mundo possível. Contingente é o que não é nem necessário e nem impossível.

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #43 Online: 01 de Março de 2009, 00:10:27 »
Um proposição é objetiva se qualquer um for capaz de verificá-la.

Para ser mais preciosista, eu diria que proposições objetivas são aquelas que quaisquer interlocutores que partilhem os mesmos conceitos compreenderão da mesma forma.
Exemplo de proposição subjetiva: "Este bastão é grande".
Exemplo de proposição objetiva: "Este bastão tem 1,8 metros".

Offline Moro

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #44 Online: 01 de Março de 2009, 01:08:08 »
essa estoria de ser necessário e contingente não faz sentido algum.

Na verdade é bem simples. Necessário é o que é verdadeiro em todos os mundos possíveis. Possível é o que é verdadeiro em ao menos um mundo possível. Contingente é o que não é nem necessário e nem impossível.


É compreensível, Dante. Só não vejo muito sentido.
Que mundos possíveis? E como algo é verdadeiro em apenas um mundo possível?

Pode me detalhar?
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Offline uiliníli

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #45 Online: 01 de Março de 2009, 01:30:45 »
Por exemplo, "2+2=4" é necessariamente verdadeiro, pois o resultado não pode ser diferente, independente das circunstâncias. "Tenho vinte reais" é possível, mas não é necessariamente verdadeiro, então essa afirmação é contingente.

Offline Eleitor de Mário Oliveira

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #46 Online: 01 de Março de 2009, 01:48:27 »
essa estoria de ser necessário e contingente não faz sentido algum.

Na verdade é bem simples. Necessário é o que é verdadeiro em todos os mundos possíveis. Possível é o que é verdadeiro em ao menos um mundo possível. Contingente é o que não é nem necessário e nem impossível.


É compreensível, Dante. Só não vejo muito sentido.
Que mundos possíveis? E como algo é verdadeiro em apenas um mundo possível?

Pode me detalhar?

Simples. Intuitivamente nós não consideramos que todas as proposições verdadeiras estejam no mesmo patamar. "2+2=4", "todos triângulos equiláteros são equiângulos", "a constate gravitacional é 6,67300 × 10-11 m3 kg-1 s-2", "Dante é forista do CC". Todas estas proposições são verdadeiras, mas bem que a última poderia ser falsa, ou seja, eu não ser um forista do CC, e ainda assim as verdades matemáticas seriam as mesmas, assim como as leis da física. Uma das formas de trabalhar logicamente a noção de que as proposições teriam diferentes patamares é inserindo a noção de "necessidade" e "possibilidade" na lógica, as quais são formalizadas pela teoria dos mundos possíveis.
Um mundo possivel seria um conjunto de proposições não-contraditórias. Então "Dante é forista do CC" é verdade em alguns mundos e falso em outros, "2+2=4" é verdadeiro em todos os mundos possíveis, as leis da física são as mesmas em um grupo de mundos possíveis correlatos etc.

Offline lusitano

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #47 Online: 01 de Março de 2009, 13:15:57 »
Caro Uilinili.

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:hihi: – Nada – Mas eu recordo – que Descartes, segundo a história da Filosofia, foi um filósofo místico, que estabeleceu como primado de todo o seu edifício filosófico, uma experiência pessoal absolutamente subjectiva: “Penso, logo existo”.

O que há de subjetivo nisso? Essa frase tem valor objetivo, já que qualquer um é capaz de chegar a essa conclusão pela razão. Outra coisa: o fato de Descartes ter sido filósofo e místico não faz do mistiscismo filosofia - ou ele seria apenas filósofo, não filósofo e místico. Newton foi cientista e místico, nem por isso misticismo é ciência.

Descartes foi um formidável sonhador; e ao que parece, foi justamente no confronto com o conteúdo dos seus sonhos, que chegou ao “Penso logo Existo”.

Claro que - “misticismo não é ciência” – mas para muitos filósofos e cientistas, é um estado de espírito a atingir.

Outra pergunta: O Solipsismo, na sua óptica de pensamento, pode constituir uma filosofia?

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia

Obrigado por me remeter à wikipédia: De facto o conceito de místico, não é necessariamente idêntico a mítico. Porque, grosso modo o conceito de Filosofia, envolve uma certa mística.

Entre outras definições, encontrei as seguintes:

“Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Assim, o "filósofo" seria aquele que ama e busca a sabedoria, que  tem amizade pelo saber, deseja saber…

A tradição atribui ao filósofo Pitágoras de Samos (que viveu no século V antes de Cristo) a criação da palavra em questão.

Filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.

Por exemplo: para Bertrand Russell, a definição de "filosofia" variará segundo a filosofia que for adoptada. A filosofia origina-se de uma tentativa obstinada de atingir o conhecimento real. Aquilo que passa por conhecimento, na vida comum, padece de três defeitos: é convencido, incerto e, em si mesmo, contraditório. ("Dúvidas Filosóficas", p. 1)

Pensamento mítico e pensamento filosófico:

Histórica e tradicionalmente, a filosofia inicia-se com Tales de Mileto. Ele foi o primeiro dos filósofos pré-socráticos a buscarem explicações de todas as coisas através de um princípio ou origem causal (arché) diferentemente do que os mitos antes mostravam.

Ao apresentarem explicações fundamentadas em princípios "naturais", para o comportamento da natureza, os pré-socráticos chegaram ao que pode ser considerado uma importante diferença em relação ao pensamento mítico. Nas explicações míticas, o explicador é tão desconhecido quanto a coisa explicada. Por exemplo, se a causa de uma doença é a ira divina, explicar a doença pela ira divina não nos ajuda muito a entender porque há doença.

Depois dos pré-socráticos, Platão é quem inicia esta nova linguagem; a filosofia como a conhecemos, a busca da essência, a ontologia dos conceitos universais em detrimento do conhecimento vulgar e sensorial.

Por muito tempo a Filosofia constituía tudo o que era considerado conhecimento; basta ver a vasta obra de Aristóteles, que abrange desde a física até a ética.

Ainda hoje é difícil definir o objecto exacto da filosofia.

Seus objectos próprios são:

•Metafísica: Concerne os estudos daquilo que não é físico (physis), do conhecimento do ser (ontologia), do que transcende o sensorial e também da teologia.

•Epistemologia: Estudo do conhecimento, teoriza sobre a própria ciência e de como seria possível a apreensão deste conhecimento.

•Ética: Para Aristóteles, é parte do conhecimento prático já que nos mostraria como devemos viver e agir.

•Estética: A busca do belo, sua conceituação e questionamento. O entendimento da arte.

•Lógica: A busca da verdade, seu questionamento, a razão.”

ETC:

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Um proposição é objectiva se qualquer um for capaz de verificá-la. Isso não é sinónimo de científico, já que há verdades que não são científicas, mas são verificáveis - por exemplo, um teorema matemático. Um testemunho pessoal, por definição, só é verificável pelo autor do testemunho. Você pode estar convencido de que recebeu uma verdade por revelação, mas não pode convencer mais ninguém disso, além de si mesmo. Você pode até estar certo, mas isso não tem valor nenhum objectivamente, não serve para a ciência, nem para a filosofia.

Na sua opinião sonhar é objectivo ou subjectivo?

Eu pessoalmente, conheço uma escola auto-denominada filosófica, que ministra conhecimentos através de sonhos. Essa é uma das características do  Pitagorismo e Platonismo. Os alunos dessas escolas consideram que se encontram no “plano Astral”, onde os mestres os ensinam. E afirmam ter absoluta recordação desses ensinamentos. É um consenso comum entre todos os alunos dessas escolas que essas experiências, são verdadeiras e transmissíveis. Portanto, de valor objectivo.

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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #48 Online: 02 de Março de 2009, 11:18:01 »
essa estoria de ser necessário e contingente não faz sentido algum.

Na verdade é bem simples. Necessário é o que é verdadeiro em todos os mundos possíveis. Possível é o que é verdadeiro em ao menos um mundo possível. Contingente é o que não é nem necessário e nem impossível.


É compreensível, Dante. Só não vejo muito sentido.
Que mundos possíveis? E como algo é verdadeiro em apenas um mundo possível?

Pode me detalhar?

Simples. Intuitivamente nós não consideramos que todas as proposições verdadeiras estejam no mesmo patamar. "2+2=4", "todos triângulos equiláteros são equiângulos", "a constate gravitacional é 6,67300 × 10-11 m3 kg-1 s-2", "Dante é forista do CC". Todas estas proposições são verdadeiras, mas bem que a última poderia ser falsa, ou seja, eu não ser um forista do CC, e ainda assim as verdades matemáticas seriam as mesmas, assim como as leis da física. Uma das formas de trabalhar logicamente a noção de que as proposições teriam diferentes patamares é inserindo a noção de "necessidade" e "possibilidade" na lógica, as quais são formalizadas pela teoria dos mundos possíveis.
Um mundo possivel seria um conjunto de proposições não-contraditórias. Então "Dante é forista do CC" é verdade em alguns mundos e falso em outros, "2+2=4" é verdadeiro em todos os mundos possíveis, as leis da física são as mesmas em um grupo de mundos possíveis correlatos etc.

Dante, entendi agora que uma proposição pode ser necessária, contingente e possível.

Não me parece que podemos extrapolar isso para seres necessários, contingentes e possíveis.
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Re: O paradoxo cosmológico-teleológico
« Resposta #49 Online: 02 de Março de 2009, 16:15:30 »
Dante, entendi agora que uma proposição pode ser necessária, contingente e possível.

Não me parece que podemos extrapolar isso para seres necessários, contingentes e possíveis.

Na maior parte dos sistemas lógicos, isto sequer faz sentido.

 

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