Autor Tópico: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar  (Lida 9460 vezes)

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O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Online: 10 de Março de 2009, 20:32:02 »
O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar     

Algumas vezes somos questionados sobre qual seria o melhor tipo telescópio para que seja possível ver a bandeira ou o carro deixados pelos astronautas na Lua na década de 1970. Outras vezes a pergunta recai sobre o motivo pelo qual, mesmo existindo tantos telescópios na Terra, essas mesmas fotos não são publicadas. Apesar de parecerem ingênuas à primeira vista, as perguntas são bastante interessantes e mostram como um pouquinho de conhecimento pode explicar muita coisa.


No topo, o astronauta e comandante da Apollo 17 Eugene Cernan é retratado pelo piloto Harrison Schmitt, em dezembro de 1972. Ao lado direito da foto temos o Jipe-Lunar deixado na superfície da Lua e ao fundo as marcas das trilhas deixadas durante a expedição. Crédito: Nasa.

Antes de entrar em detalhes, é necessário informar que as fotos dos objetos deixados na Lua não são publicadas simplesmente porque elas não existem. E o motivo é bem simples: não existe nenhum telescópio capaz de enxergar objetos tão pequenos a uma distância tão grande. Nem o telescópio Hubble é capaz desse feito!

Para explicar o motivo que faz essa observação ser praticamente impossível é necessário conhecer dois conceitos importantes: o tamanho angular da Lua e dos objetos no céu e o poder de resolução de um telescópio. Vamos começar pelo primeiro.

Medida Angular

Em astronomia a abóbada celeste é divida em um arco de 360 partes ou graus. Cada uma dos 360 graus desse arco é divido em outras 60 partes ou minutos. Assim, o arco da abóbada tem ao todo 21600 minutos. Cada minuto desse arco também é dividido em 60 partes ou segundos, tornando a abóbada um arco composto de 1296000 segundos.

Cada um dos minutos desse arco é chamado de arco-minuto ou minuto de arco enquanto cada segundo é chamado de arco-segundo ou segundo de arco. Qualquer uma dessas denominações estão corretas e podem ser empregadas sem confusões.

Tamanho da Lua

É na abóbada imaginária que estão dispostos todos objetos celestes, os planetas, as estrelas, o Sol e a Lua. Se olharmos a Lua veremos que ela ocupa aproximadamente meio grau (30 minutos) no arco dessa abóbada, ou seja, 1800 arco-segundos.


Diagrama mostra a Lua sob a abóbada celeste e seu diâmetro aparente em arco-minutos e real em km.

Como sabemos, a Lua tem um diâmetro de 3474 km e é praticamente esse disco que enxergamos aqui da Terra. Se este disco de 3474 km ocupa 1800 segundos, então cada arco-segundo dele equivale a 1.93 quilômetro.

Uma vez compreendido o conceito acima, vamos ao segundo ponto da questão. Se não entendeu, leia novamente!

A Resolução do Telescópio

Todos os instrumentos óticos, inclusive nossos olhos, têm suas limitações e um dos principais fatores que determinam a capacidade de um telescópio é chamado de "Poder de Resolução". É ele que determina o tamanho do menor objeto que se pode ver através de um telescópio.

Existem diversos métodos para se calcular o poder de resolução de um telescópio e um dos mais usados é o "Critério de Rayleigh". Para usá-lo basta dividir 139.7 pelo tamanho da objetiva em milímetros. O resultado será o poder de resolução, expresso em arco-segundos.

Como exemplo, um telescópio de 150 milímetros tem um poder de resolução de 0.93 arco-segundos (139.7/150mm), o que significa que objetos menores que isso não poderão ser vistos por este telescópio. Apenas para lembrar, a Lua tem 1800 arco-segundos.

A grosso modo, o poder de resolução de um instrumento é diretamente proporcional ao tamanho da sua abertura. Em outras palavras, quanto maior o diâmetro da objetiva ou espelho, melhor será seu poder de resolução.

Juntando tudo e mais um pouco

Como vimos no início, cada arco-segundo no disco lunar equivale a 1.93 km. Se apontarmos para ela nosso telescópio de 150 milímetros, capaz de "resolver" 0.93 arco-segundo, então o menor objeto que podemos ver com ele na superfície da Lua precisa ter no mínimo 1794 metros. Veja porque:

1 - Poder de Resolução=139.7 "dividido" por 150 mm = 0.93 arco-segundo.
2 - Resolução=1.93 km x 0.93 = 1794 metros


Ou seja, com um telescópio de 150 milímetros não dá pra ver o carro, a bandeira ou a pegada de Armstrong na Lua!

Mais força!

Mas... E se aumentarmos o diâmetro do telescópio. Que tal um caro instrumento de 300 milímetros? Bem, neste caso as coisas melhoram, mas não muito. Vejamos:

1 - Poder de Resolução=139.7 "dividido" por 300 = 0.46 arco-segundo.
2 - Resolução=1.93 x 0.46 = 898 metros


Melhorou bastante mesmo. Com um instrumento de 300 milímetros já dá para ver objetos de 898 metros, mas o carro, a bandeira ou a pegada de Armstrong... Nada feito!

Mais Potência


O maior telescópio do mundo - SALT - localizado na África do Sul. Mesmo com seu espelho de 11 metros de diâmetro não é possível ver os objetos na superfície da Lua

Vamos poupar esforços e vamos olhar a Lua com o maior telescópio que existe no mundo, o SALT, na África do Sul. Seu espelho tem nada menos que 11 metros de diâmetro, ou seja, 11 mil milímetros. Será que agora dá para ver os apetrechos lunares? Vamos ver:

1 -Poder de Resolução=139.7 "dividido" por 11000 = 0.0127 arco-segundo.
2 - Resolução=1.93 km x 0.0127 = 24.51 metros


Nada ainda... Nem com o maior telescópio do mundo é possível ver o carro, a bandeira ou a pegada de Armstrong na Lua!

Concluindo

Como deu pra perceber, não basta ter um telescópio para se ver os equipamentos deixados na Lua. É preciso que esse telescópio tenha um diâmetro muito grande, capaz de "resolver" detalhes muito pequenos. Supondo que o carro deixado na Lua tenha aproximadamente 2.5 metros de comprimento, o telescópio terá que ter aproximadamente 100 metros de diâmetro para que os instrumentos lá deixados sejam visíveis aqui da Terra. Sem dúvida, um instrumento impraticável!


Tabela com os tamanhos reais e angulares de diversos objetos do Sistema Solar.

A título de curiosidade, o olho humano médio tem um poder de resolução de 120 arco-segundos. Assim, quando olhamos a Lua o menor detalhe que podemos ver precisa ter no mínimo (1.93 km x 120 seg) 231 quilômetros!

Agora que você já entendeu como se calcula o poder de resolução de um telescópio, faça os mesmos cálculos para o Sol, Júpiter, Marte, etc. A tabela ao lado mostra os diâmetros reais (em km) e angulares (em arco-segundos) para os diversos objetos do Sistema Solar. Experimente. Você vai se surpreender!

http://www.apolo11.com/destaque.php?codsit=9104&codparext=2080

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Offline Diego

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #1 Online: 11 de Março de 2009, 15:25:49 »
Excelente o texto!

Offline Gigaview

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #2 Online: 11 de Março de 2009, 16:43:49 »
Algumas dúvidas. Isso é válido para apenas para os newtonianos? Mas existem outros tipos como o Cassegrain, Gregorianos, Maksutov-Cassegrain, Schmidt-Cassegrain, Cassegrain Pressman-Camichel, Cassegrain Ritchey-Chrétien, Cassegrain Dall-Kirkham, etc. que são mais eficientes. E então, ainda precisaríamos de espelhos com mais de 100 m? E os telescópios orbitais (inclusive os utilizados em espionagem) que sistema usam?

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #3 Online: 11 de Março de 2009, 20:05:05 »
[...]Isso é válido para apenas para os newtonianos?[...]
Acho que se aplica tanto aos refletores (newtonianos, cassegranianos e os Maksutov) quanto aos refratores, mudando-se apenas o objeto a ser medido, sendo, no primeiro caso, o espelho principal, e no segundo caso, a objetiva. Mas não estou bem certo quanto a isso, portanto encaminhei sua dúvida por e-mail aos responsáveis pelo site.

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #5 Online: 11 de Março de 2009, 20:29:57 »
E já que o tópico se refere ao poder dos telescópios, acho que essa reportagem se encaixa bem aqui.
Citar
Aprenda tudo o que você pode ver com um telescópio

Uma das primeiras perguntas feitas pelos candidatos à compra de um telescópio é sobre o que será possível ver através da ocular. Perguntas como "o que vai dar pra ver?" ou "dá pra ver Júpiter e as estrelas?" são as mais comuns e deixam qualquer principiante completamente perdido ante a compra de um instrumento.


Nebulosa Helix, registrada pelo telescópio Espacial Hubble e pelo telescópio do Observatório Interameircano de Cerro Tololo, no Chile. Fotos desse tipo são feitas com diversos dias de captação de luz. Crédito: NASA/ESA.

Antes de qualquer coisa é muito importante saber que nenhum telescópio existente é capaz de fornecer as mesmas imagens que acompanham as embalagens dos produtos ou aquelas cenas deslumbrante vistas na internet ou na televisão. Nem mesmo o telescópio espacial Hubble é capaz de obter paisagens tão impressionantes. Essas imagens são fruto de longas exposições fotográficas onde uma mesma área do espaço é registrada por horas, dias e até mesmo meses, produzindo diversas cenas que são depois somadas, ou como se diz no linguajar astronômico, "empilhadas".

Outro detalhe que precisa ser lembrado é que quando observadas através da ocular, ao contrário do que se pensa as estrelas não aumentam de tamanho. Elas apenas brilham mais. Isso faz com que as estrelas antes invisíveis tenham seu brilho aumentado e possam ser vistas e estudadas. Os planetas, ao contrário das estrelas, parecem maiores e suas formas arredondadas podem ser percebidas com maior facilidade.

Como o telescópio amplifica o brilho dos objetos, aglomerados estelares e nebulosas de gás completamente imperceptíveis aos olhos humanos passam a serem visíveis, podendo revelar detalhes muito interessantes de serem analisados.

Poder de resolução

Antes de esclarecer o que pode ser visto através do telescópio, é importante conhecer um parâmetro muito importante sobre o aparelho visual humano chamado Poder de Resolução.

Experimente desenhar dois pequenos pontos, bem próximos um do outro, em uma folha de papel. Pregue esta folha na parede e afaste-se dela até não conseguir mais distinguir um ponto do outro. Quando isso acontecer a distância angular entre os dois pontos será de aproximadamente 2 minutos de arco, ou 2'. Esse valor é típico da vista humana normal e significa que dois objetos com distância angular inferior a esta serão percebidos pelos olhos como um objeto único. Algumas pessoas com excelente visão conseguem distinguir pontos mais próximos, de aproximadamente 30 segundos de arco (quatro vezes melhor), mas são exceções.

Estrelas Duplas

No céu existem milhares de estrelas visualmente muito próximas entre si e devido à limitação explicada acima elas se parecem como um único ponto. O exemplo mais famoso é a estrela Alpha Centauri, localizada a leste do Cruzeiro do Sul.


Aqui vemos a estrela Rigil Kent, a Alfa do Centauro. Com um telescópio é possível ver que não se trata de apenas um estrela, mas de um sistema estelar triplo.

Vista sem o uso de instrumentos Alpha Centauri é um ponto bastante brilhante, mas quando observada através de um pequeno telescópio percebe-se claramente que não se trata de uma única estrela, mas sim de duas, Alpha Centauri A e B. Se olharmos este mesmo conjunto de duas estrelas com um telescópio dotado de uma objetiva maior, veremos que existe outra estrela próxima a ele, Alpha Centauri C, também chamada de Próxima Centauri.

Com deu pra perceber, o poder de separação de um telescópio cresce proporcionalmente com o diâmetro da objetiva principal. Uma objetiva de 100 milímetros (10 cm) de diâmetro tem um poder de resolução de 1 segundo de arco (1”), ou seja, é 120 vezes melhor que nossa vista. Em outras palavras, com um telescópio de 100 milímetros de abertura é possível "resolver" uma separação angular de apenas 1 segundo de arco, 120 vezes mais "colados" do que aqueles que conseguimos ver com nossos olhos.

Resumindo, um telescópio melhora a capacidade do olho em resolver sistemas muito próximos, permitindo observar detalhes completamente impossíveis de serem vistos sem o uso de instrumentos, separando objetos que à vista desarmada pareceriam um único ponto.

Magnitude Visual

Outro detalhe importante que o principiante deve conhecer se refere ao brilho dos objetos, medido em magnitudes. Nesse sistema, inventado pelo grego Hiparco no ano de 129 a.C, quanto maior a magnitude de uma estrela, menor será o seu brilho. Assim, estrelas com magnitudes negativas serão mais brilhantes do que aquelas com magnitude positiva. Veja alguns exemplos:

Brilho da Lua Cheia: magnitude de -13
Estrela Sirius, a mais brilhante do céu: Magnitude -1.45
Limite da visão humana: +6
Binóculo de 50 mm: +9
Plutão: +15.1
Limite dos maiores telescópios terrestres: +28
Limite do telescópio Hubble: +30

Pela tabela acima é fácil constatar que nenhum objeto com magnitude superior a +6 pode ser visto pelo olho humano, mas um pequeno binóculo de 50 milímetros já permite ampliar este limite para 9 magnitudes, um brilho 15 vezes mais fraco!

O que dá pra ver?

Como explicado, o que realmente dá poder a um telescópio é sua "abertura". No caso dos telescópios refratores, aqueles formados por lentes, essa "abertura" é o próprio diâmetro da lente que fica à frente do instrumento, chamada de objetiva. Nos telescópios refletores essa "abertura" é dada pelo diâmetro do espelho principal. Quanto maior a abertura, mais luz se pode captar, além de permitir maiores aumentos.

E não se esqueça: o aumento máximo permitido por um telescópio é o dobro da sua abertura. Assim, um telescópio de 60 milímetros de abertura proporciona no máximo 120 vezes de aumento, enquanto um com 200 milímetros permite aumentos de até 400 vezes. Isso significa que telescópios com 60 milímetros de abertura não conseguem aumentar 700 vezes!

Exemplos Práticos

A tabela abaixo mostra o que se pode ver com diversos tipos de telescópios, levando-se em conta que os mesmos estejam instalados em local escuro e longe de fontes de poluição luminosa e atmosférica.

Telescópio Refrator de 50 milímetros

Com este simples telescópio já é possível observar estrelas de 9 magnitudes, além de permitir os primeiros estudos topográficos da Lua. Também é possível fazer observações das manchas solares e de suas fáculas (material luminoso que se observa nas imediações da mancha), desde que o instrumento esteja equipado com filtro ou anteparo de observação solar.

A observação de Júpiter também se mostra interessante. É possível perceber o achatamento polar do planeta e ver com facilidade seus quatro principais satélites. A observação de Vênus permite o estudo de suas fases e apontando as lentes para Saturno é possível perceber seus anéis, mas forma minúscula. Marte é uma pequena bolinha, quase sem definição.

Um instrumento de 50 milímetros permite distinguir estrelas duplas com separação de 5 segundos e contemplar alguns aglomerados como as Plêiades, Híades e também a nebulosa de Órion M42.

Telescópio Refletor de 60 milímetros
Este é um típico instrumento popular e apesar da pequena diferença com relação ao modelo anterior, com ele já é possível ver estrelas de 10 magnitudes e resolver sistemas duplos com separação de 3 segundos de arco. Apontando a objetiva para Saturno já é possível ver Titã, seu principal satélite, embora o planeta apareça bem pequeno e se assemelhe a uma micro miniatura.

A Lua se mostra ligeiramente mais interessante e suas crateras apresentam mais detalhes do que vistas em um instrumento de 50 milímetros. Detalhes das sombras lunares já chamam a atenção e os relevos das bordas do disco lunar são claramente notados. Não existe muita diferença ao se observar Marte ou Vênus e ambos se parecem como bolinhas arredondadas. Mesmo assim já é possível perceber as fases venusianas.

Telescópio Refrator de 75 milímetros

Um interessante instrumento de baixo custo, mas bem superior aos modelos de 50 e 60 milímetros. Com ele ja dá para ver estrelas de 11 magnitudes e separar objetos distanciados por até 2 segundos de arco. Em Marte as calotas polares já são distinguidas como um pequeno ponto branco sobre a borda avermelhada do planeta e já é possível reconhecer a região de Syrtis Magna. Em um telescópio de 75 milímetros Marte ainda se parece com uma pequena bolinha avermelhada.

Júpiter começa a revelar alguns detalhes impossíveis de serem visto com telescópios menores e o ligeiro aumento na objetiva ja permite que o observador perceba as faixas equatoriais do gigante gasoso. Em Saturno os detalhes também começam a despontar e a divisão de Cassini em seus anéis também começa a ser vista, se bem que de forma bem tênue. Os quatro satélites, Titã, Rhéa, Japeto e Thetis finalmente podem ser observados com facilidade e são vistos como pequenos pontos luminosos.

Telescópio Refrator de 95 milímetros
Superior ao modelo anterior permite observar objetos celestes de 11.5 magnitudes e desdobrar estrelas com 1.5 segundo de arco de separação. O instrumento também capacita o astrônomo a detalhar melhor os discos planetários e as sombras das manchas solares. Devido ao maior diâmetro da objetiva os aglomerados estelares se tornam mais nítidos e mais fáceis de serem contemplados.

Telescópio Refrator de 110 milímetros ou Refletor de 115 milímetros

Telescópios ideais para os amadores que já adquiriam experiência com modelos menores. Permitem ver objetos de magnitude 12 e separar sistemas estelares com 1.5 segundo de distância entre suas componentes. Quando em oposição favorável permite até mesmo vislumbrar algumas particularidades topográficas de Marte.

Na Lua, as ranhuras da superfície passam a ser perceptíveis. Em Júpiter, os detalhes das faixas se tornam mais claros e em Saturno é possível reconhecer seu anel sombrio. O aumento da objetiva em relação ao modelo de 95 milímetros revela mais um satélite ao redor de Saturno: Dionéia.

A Nebulosa de Lyra, muito apagada nos outros instrumentos, ganha vida neste instrumento.

Telescópio Refletor de 150 milímetros

Objetos muito escuros, da ordem de 13 magnitudes passam a ser observáveis. Permite também a identificação de algumas manchas aleatórias nos discos planetários de Mercúrio e Vênus, além do estudo das variações de tonalidades e dos aspectos lunares.

Em Marte é possível perceber as variações que ocorrem nas calotas polares enquanto as faixas de Júpiter são vistas com bastante nitidez. Um telescópio desse porte também permite a separação de estrelas com menos de 0.8 segundos e os aglomerados mais difíceis de serem vistos já apresentam suas feições típicas.

Utilizando uma ocular de aumento médio alguns detalhes de Urano começam a ser visíveis, embora o planeta seja apenas um difuso disco planetário. Isso ajuda a distingui-lo entre o fundo estelar mas nenhum de seus satélites ainda pode ser visto.

Telescópio Refletor de 200 milímetros

Um excelente instrumento para o amador sério que deseja ampliar seus conhecimentos. O grande diâmetro do espelho capacita o astrônomo a ver os objetos do céu profundo, conhecidos por DSO (deep sky objects) com mais de 13.5 magnitudes. Astrofotografias de alta resolução dos planetas e satélites já fornecem resultados de grande qualidade técnica.

Telescópio Refletor de 300 milímetros
Sonho de consumo da grande maioria dos astrônomos amadores, um refletor de 300 milímetros permite com folga as observações dos satélites de Urano e de Tritão, satélite de Netuno, além de poder desdobrar sistemas de 0.4 segundos de arco. Seu grande tamanho permite que objetos de 14 magnitudes possam ser vistos. Mesmo assim, qualquer tentativa de observar Plutão será fadada ao fracasso, uma vez que o planeta-anão tem brilho de apenas 15.1 magnitudes.

Astrofotografias digitais e registros espectrográficos feitos com um telescópio de 300 milímetros dotado de acompanhamento automático permitem o estudo sério de inúmeros detalhes das superfícies e atmosferas dos planetas.

http://www.apolo11.com/curiosidades.php?posic=dat_20090309-093428.inc

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Offline Gaúcho

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #6 Online: 12 de Março de 2009, 00:14:58 »
Ah, para que não da para contruir um telescópio com 100m de diâmetro? Fracos.
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Offline Gigaview

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #7 Online: 12 de Março de 2009, 09:19:27 »
Ah, para que não da para contruir um telescópio com 100m de diâmetro? Fracos.

Existem problemas técnicos a serem superados como o polimento da superfície refletora (o telescópio do monte Palomar deu um trabalho enorme), mecanismo de rastreamento dos corpos celestes, ajuste focal, distorções de imagem provocadas pela dilatação dos materiais, temperatura não uniforme do ar, controle da mecânica do solo de assentamernto, etc... Somando tudo isso fica economicamente inviável para uma abordagem meramente visual do universo tal como acontecia até o início do século XX. Atualmente existem meios mais econômicos que podem fornecer informações mais valiososas com o uso da espectografia, raios X, raios gama, etc e tal. O trabalho do astronomo moderno é mais um trabalho de análise de dados do que propriamente olhar para o céu, que já está todo mapeado e simulado em sistemas de computadores.
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Offline Gaúcho

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #8 Online: 12 de Março de 2009, 14:15:57 »
Mas eu queria ver a bandeirinha  :'(
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Offline yud

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #9 Online: 12 de Março de 2009, 23:56:58 »
Muito bom unknow, estava a fim de comprar um telescopio pra ter o que fazer já que vou me mudar pro mato observação amadora e esse tópico sanou todas minhas dúvidas.  :ok:

Mas os espertinho do mercado livre colocam o anuncio assim:

Telescópio Luneta 675x 900mm

Você vê o anuncio de Telescopio com 900mm e fala: "uaaaauu", quando entra vê que na verdade é de 60mm, os 900mm é distancia focal. Ah e detalhe, usando lentes "macro" para aproximar ainda mais o objeto, o que no meu ver nada mais é que um zoom "digital" já que não aumenta a resolução e só aproxima a imagem (espero não estar falando besteira)  |(

EDIT:

[modo paranoico=on]Eu tambem queria ver a bandeirinha, afinal é a ÚNICA prova que posso ter que o homem pisou na lua, e não me venham com pedras dizendo que é de lá, nos anos 60 não tinhamos a tecno...blah,blah,blah...[modo=off]
« Última modificação: 13 de Março de 2009, 00:00:55 por yud »
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Offline Gigaview

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #10 Online: 13 de Março de 2009, 07:57:19 »
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...afinal é a ÚNICA prova que posso ter que o homem pisou na lua, e não me venham com pedras dizendo que é de lá...

Não é única prova, nem a melhor. Armstrong e Aldrin colocaram espelhos refletores que continuam refletindo feixes de laser emitidos daqui da Terra. Isso encerra qualquer dúvida a respeito da presença humana na Lua.  :D

Por outro lado, também há quem acredite que a própria Lua não existe, mas isso é assunto para um outro tópico.  :olheira:
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Offline Ricardo RCB.

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #11 Online: 13 de Março de 2009, 08:53:51 »
Citar
...afinal é a ÚNICA prova que posso ter que o homem pisou na lua, e não me venham com pedras dizendo que é de lá...

Não é única prova, nem a melhor. Armstrong e Aldrin colocaram espelhos refletores que continuam refletindo feixes de laser emitidos daqui da Terra. Isso encerra qualquer dúvida a respeito da presença humana na Lua.  :D

Por outro lado, também há quem acredite que a própria Lua não existe, mas isso é assunto para um outro tópico.  :olheira:

[teoria da conspiração]

Não prova nada, os ets, que trabalham com a CIA, podem ter colocado os espelhos refletores lá.

[/teoria da conspiração]

O texto sobre os telescópios é bem interessante.
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Offline Diego

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Offline Fabrício

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #13 Online: 13 de Março de 2009, 11:57:59 »
Esse pião gigante é um satélite stealth?
"Deus prefere os ateus"

Offline Diego

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #14 Online: 13 de Março de 2009, 12:19:21 »
Na verdade não é "stealth", mas sim furtivo.

Da terra é impossível vê-lo.

Offline Fabrício

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #15 Online: 13 de Março de 2009, 14:24:31 »
Interessante.
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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #16 Online: 19 de Junho de 2010, 21:37:40 »
Telescópio Refletor de 300 milímetros
Sonho de consumo da grande maioria dos astrônomos amadores, um refletor de 300 milímetros permite com folga as observações dos satélites de Urano e de Tritão, satélite de Netuno, além de poder desdobrar sistemas de 0.4 segundos de arco. Seu grande tamanho permite que objetos de 14 magnitudes possam ser vistos. Mesmo assim, qualquer tentativa de observar Plutão será fadada ao fracasso, uma vez que o planeta-anão tem brilho de apenas 15.1 magnitudes.

Astrofotografias digitais e registros espectrográficos feitos com um telescópio de 300 milímetros dotado de acompanhamento automático permitem o estudo sério de inúmeros detalhes das superfícies e atmosferas dos planetas.

Ue.... esse aqui http://www.astroshop.com.br/produto.asp?CodProd=DOB10FLEX  tem 254mm de abertura e magnitude  14.7...  a magnitude é maior do que esse de 300mm.  Com a abertura menor a magnitude também não deveria ser menor?

Offline Geotecton

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #17 Online: 20 de Junho de 2010, 00:34:16 »
[...]
[modo paranoico=on]Eu tambem queria ver a bandeirinha, afinal é a ÚNICA prova que posso ter que o homem pisou na lua, e não me venham com pedras dizendo que é de lá, nos anos 60 não tinhamos a tecno...blah,blah,blah...[modo=off]

Na verdade dá para dizer, sim, que as "pedras" são de lá. As rochas basálticas forneceram razões isotópicas com idades de 4,57 Ga. AP. E simplesmente não existem basaltos na Terra com esta idade, pois que há muito ou foram metamorfizados ou reabsorvidos pelo manto via subducção.
Foto USGS

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #18 Online: 21 de Junho de 2010, 18:07:03 »
Ue.... esse aqui http://www.astroshop.com.br/produto.asp?CodProd=DOB10FLEX  tem 254mm de abertura e magnitude  14.7...  a magnitude é maior do que esse de 300mm.  Com a abertura menor a magnitude também não deveria ser menor?
Para determinar a magnitude limite de um telescópio há outros fatores envolvidos além do diâmetro da lente. Um jeito prático de determinar a magnitude limite de telescópio: http://astro.if.ufrgs.br/rad/rad/magnitudelimite.html

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #19 Online: 21 de Junho de 2010, 18:21:35 »
Nissis foristas adeptos de teorias da conspiração ainda não apareceram?  :twisted:
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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #20 Online: 21 de Junho de 2010, 21:41:02 »
Só não entendi uma coisa. O Hubble não tem potência para fotografar a bandeirinha na lua, tremulando no vento selenita, mas consegue fotografar uma galáxia  que está a porrilhões de anos luz da Terra.

Como isso ocorre?

Offline Derfel

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #21 Online: 21 de Junho de 2010, 22:18:17 »
A bandeira colocada por Armstrong não foi destruída quando o módulo de descida partiu???

Offline Unknown

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #22 Online: 22 de Junho de 2010, 18:24:01 »
Só não entendi uma coisa. O Hubble não tem potência para fotografar a bandeirinha na lua, tremulando no vento selenita, mas consegue fotografar uma galáxia  que está a porrilhões de anos luz da Terra.

Como isso ocorre?
O Hubble foi projetado para buscar objetos luminosos, então no caso o mais importante é a magnitude do objeto de estudo (no caso do Hubble, seu limite de detecção seria em torno de 31,5). E ele tem um diferencial: a detecção não é feita por um olho humano, mas por diversos sensores eletrônicos (inclusive ultravioletas e infravermelhos) que ajudam a compor a imagem dos objetos. Se você simplesmente construísse um telescópio com lente de mesmo tamanho e pudesse ir até o espaço para observar os astros, veria muito menos coisas que aparecem nas fotos dele. Mais que isso não sei te informar.

Aliás, para mais dúvidas sobre os telescópios, o fórum da Apolo11 tem uma área dedicada a tirar as dúvidas: http://www.apolo11.com/novo_forum.php?ct=12

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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #23 Online: 24 de Junho de 2010, 13:55:05 »
cara meus parabens muito bom topico a ida na lua ainda por muitos é considerado mentira inclusive para min mas faze o que temos que acreditar e esperar mais provas sobre esse evento que mudou o mundo
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Re: O poder dos telescópios e os objetos deixados na superfície Lunar
« Resposta #24 Online: 24 de Junho de 2010, 14:09:19 »
Tecla SAP?
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