Autor Tópico: Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling  (Lida 14646 vezes)

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Rhyan

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Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Online: 31 de Março de 2009, 04:29:10 »
Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling       
Escrito por Filipe Celeti     

 
Recentemente, no Brasil, criou-se um movimento contra a doutrinação ideológica escolar. O Escola Sem Partido luta pela pluralidade que o ambiente escolar deveria proporcionar. Cada indivíduo, a partir do conhecimento imparcial, seria capaz de escolher, para si, as idéias que estejam de acordo com seus princípios, pensamentos e forma de ver o mundo.

Criticam-se professores doutrinadores, livros didáticos tendenciosos e modelos de gestão escolar. Mas o problema da doutrinação pode ter uma raiz mais funda. Uma raiz mais profunda do que ideologias político-partidárias instauradas no ensino superior, nos intelectuais e nas escolas de ensino básico e fundamental.

 

Talvez o grande problema esteja na grande ilegitimidade presente na sociedade, o Estado. O Estado toma para si a responsabilidade de ensinar. Uma suposta educação é pregada como um direito. Entretanto, a idéia de direito no Brasil é deturpada. Temos o direito à educação da mesma maneira como temos o direito ao voto. Isso significa que somos obrigados a exercer um direito.

 

No que tange o campo educacional, crianças são obrigadas a estudar. Famílias com uma renda um pouco mais alta que a média nacional, conseguem matricular seus filhos em colégios privados (que também não estão livres de doutrinação). O restante da população disputa concorridas vagas em poucas escolas públicas de qualidade. A maior parte estuda, se estuda, em condições completamente adversas à aprendizagem. Não se fala aqui em ausência de alimentos, de estrutura escolar, de material pedagógico, de vestuário. A condição pior é aquela na qual o professor finge que ensina e os alunos fingem que aprendem. Soa como piada, mas tal realidade pode ser constatada.

 

Se a maior parte do povo educa-se através do Estado, e o Estado (que é ilegítimo) quer manter-se vivo, então, obviamente, haverá doutrinação escolar. Os brasileiros conhecem bem a doutrinação. No período de ditadura estudava-se uma disciplina interessante, Educação Moral e Cívica. Somente um estado doutrinador demandaria ensinar aos seus súditos a moral e conduta que espera de cada um. Todos decoravam datas comemorativas e hinos patrióticos. O culto ao Estado estava pronto.

 

Com o término da ditadura, os novos poderosos não podiam perder o monopólio da doutrinação. Não podiam e não perderam. A constituição de 1988 tratou de conceber a educação básica como um direito. A ajuda da iniciativa privada também foi inserida, desde que submetida às regulamentações estatais. A responsabilidade dividiu-se entre Estado, família e sociedade. A família é obrigada a matricular seus filhos, o Estado educará os futuros cidadãos, e a sociedade será furtada, digo, irá contribuir financeiramente, para que todo cidadão receba instrução estatal.

 

Em 1996 o Estado publica a Lei de Diretrizes e Bases, vinculando o ensino médio à educação básica. De acordo com a LDB, o ensino médio “deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social” (Art.1º § 2º da Lei nº 9.394/96). O ensino passa a ter um caráter técnico. O cidadão precisa ocupar uma vaga no mercado de trabalho, ao mesmo tempo que demanda uma maneira certa de viver em sociedade.

 

Não é necessário muito esforço para perceber que, ideologicamente, muitos podem apropriar-se dessas diretrizes educacionais. Um Estado regulador é um estado coercitivo. O grupo que detiver o poder em mãos será sempre levado a pensar nos benefícios de uma educação centralizada.

 

Seria possível reivindicar uma pluralidade de idéias nas escolas brasileiras se toda e qualquer mudança depende de burocratas? Quando o ensino é privado, os pais conseguem se mobilizar. Livros didáticos podem ser trocados ou quem sabe até professores. Ocorre que existe um abismo enorme entre a posição ideológico-pedagógica de determinada escola com a prática docente de portas fechadas. A questão não é privar o professor de sua liberdade de cátedra. Seria melhor perguntar: Quem é o melhor professor para o meu filho?

 

A questão acima pode suscitar diversas respostas, a saber, um colégio religioso, uma escola pública, um colégio privado qualquer, um colégio tradicional, um colégio moderno ou um professor particular. Quando há um sistema de livre-mercado, a educação é vista de forma diferente. Uma sociedade que possua uma livre concorrência entre escolas é capaz de promover pluralidade. Os pais poderiam matricular seus filhos na instituição que desejar. Haveriam colégio voltados ao ensino técnico, às artes, à certas visões políticas. A diversidade incitaria a responsabilidade pela escolha do colégio, e o mercado fecharia, em pouco tempo, instituições que não atendessem ao ensino desejado pelos pais.

 

Entretanto, ao retomarmos a questão anterior, sobre o melhor professor para nossos filhos, esbarramos com uma outra resposta possível. O melhor professor pode ser eu mesmo. Só existe uma maneira de uma família ter absoluta certeza de que não há doutrinação no aprendido pelos filhos. Somente saberá a família que tomar para si a responsabilidade de educar seus filhos em casa.

 

O ensino doméstico, ou homeschooling, seria a solução para os pais que desejam retirar seus filhos da doutrinação estatal. Infelizmente, no Brasil, o homeschooling não é assegurado por lei. A LDB e o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) obrigam a matrícula de toda a criança na escola. Para o Estado, a educação só pode ser assegurada dentro de um sistema escolar.

 

Recentemente um casal mineiro foi processado pelo crime de abandono intelectual e por descumprir o ECA. Retiraram seus filhos do falido sistema público de ensino e passaram a ministrar aulas em casa. Após a denúncia, os doutrinadores não perderam tempo em obrigar os dois filhos do casal a fazerem uma prova elaborada por diversos professores. Apesar do alto grau de dificuldade os meninos saíram-se bem e puderam provar que o ensino doméstico é uma saída possível.

 

O Estado nunca deixará de tentar doutrinar o povo. Exigir uma educação estatal plural e neutra não é a solução. Sempre haverá demanda por burocracia. Ministérios e secretarias caminham na criação de mais regras. Regulamentar uma pluralidade é destruí-la. Nesse sentido, seria necessário alocar mais recursos e burocracia para a educação. O primeiro passo na direção de uma separação entre Estado e educação seria a desregulamentação, favorecendo os reais interessados no aprendizado dos filhos. O homeschooling é uma ótima bandeira a ser defendida, apesar de somente com o término do monopólio estatal sobre a educação é que a doutrinação escolar avistaria seu declínio.

 

Filipe Celeti é professor de filosofia da Rede Estadual de São Paulo.



Fonte: http://www.libertarianismo.com//menuartigos/artigos/104-escola-sem-partido-estado-e-homeschooling
 

Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #1 Online: 13 de Outubro de 2016, 09:41:08 »


O PROGRAMA ESCOLA SEM PARTIDO E OS FURÚNCULOS DE KARL MARX
Postado em 16 de julho de 2016
   
Existe-doutrinação-marxista-nas-escolas

 

Por Douglas Rodrigues Barros [1][2]

 

O judeu assimilado Karl Marx não era, e nem é, um santo. Ele estaria mais – nas palavras do brilhante conservador, Nelson Rodrigues – para calhorda.  Fumante inveterado, como aliás quase todo homem de ideias, acumulava pilhas de fósforos ao redor de sua mesa e idolatrava o Château Margaux.


Foi entre as centenas de livros, fósforos e páginas de jornais que teve a inconsequência de fazer um filho em Helene Demuth, sua governanta. Este (in)feliz deslize, no entanto, foi assumido por Engels e, só descoberto por uma de suas filhas, Eleanor quando, a incrível lutadora Jenny von Westphalen (sua esposa) já havia morrido.E, portanto, estava protegida de saber de toda a verdade.


Isso para falsos moralistas é algo intragável. Ao saber do (in)feliz deslize um periódico famoso, e com a cara de mídia brasileira, dedicou dezenas de laudas para atacar o velho barbudo chamando-o de bêbado, parasitário, traidor e que não gostava de tomar banho. De repente, o grande filósofo havia se convertido numa espécie de vilão da novela das oito.


Na juventude, logo que chegou na universidade, Marx se envolveu nos círculos de pensadores da filosofia hegeliana, destacando-se entre os chamados hegelianos de esquerda. Isto é, aqueles que aplicavam o método historicista de Hegel à análise social. Comprou uma pistola e nos arroubos românticos da época duelou tomando um tiro de raspão na têmpora esquerda. Adquiriu o hábito de beber muito e, por sua vez, escrever poesias que eram, segundo ele mesmo, péssimas…


Em 1837, Karl dedicou-se integralmente a filosofia e frequentando o café na Rua dos Franceses conheceu um dos seus mais íntimos amigos Bruno Bauer, outro hegeliano de esquerda, que futuramente teria problemas com o governo prussiano. Decidiu completar seus estudos em Berlim e dedicou-se ao preparo de sua tese de doutorado. No mês de março daquele ano, torna seu noivado com Jenny oficial, tendo a aceitação do pai da moça, pois, ainda que fosse judeu (preconceito persistente no ocidente), o futuro calhorda, Marx, era um rapaz inteligentíssimo e simpático.


É preciso dizer que Marx viu nesses anos o surgimento, ou melhor, a explosão da Revolução Industrial, embora, a Prússia – futura Alemanha – ainda guardasse aspectos do antigo regime.Em 1840 morre Frederico Guilherme III imperador da Prússia. Os liberais alemães se animam, todavia, descobrem, para desgosto próprio, que Guilherme IV, que o substituíra, tinha tendências ainda mais reacionárias. Sob este novo governo, a filosofia de Hegel é proibida, e as portas de uma vida estável se fecham para o futuro e sem-vergonha Marx. Que em breve chegará a Dean Street em Londres e estará frente à frente com a barbárie da Revolução Industrial. Deu no que deu.

176 anos depois, o pensamento de Marx, tal como o de seu outrora mestre Hegel, está sendo proibido nas escolas do mundo subdesenvolvido (me refiro, também, a Hungria que tem um governo declaradamente de extrema direita) e não estamos sob o reinado de nenhum imperador. Sabemos, contudo, – ou melhor, aprendemos com o velho calhorda – que as ideias, muito amiúde, se convertem em força material.


Marx, tal como um espectro, ainda paira como uma força motriz dos humilhados e ofendidos arrancando tremores, grunhidos e receios daqueles que defendem a manutenção do status quo. Tais incômodos nos dão notícias, porém, de que seu pensamento ainda se constitui como força material. Não fosse assim; sua proibição, escárnio, escracho nas redes do ódio e, agora, nos parlamentos fundamentalistas tupiniquins não teria razão de existir.


Sob vários aspectos é difícil conceber como minimamente aceitável a aberração chamada Escola sem Partido. Um liberal clássico qualquer teria arrepio de se ver ligado a esse “programa” pela tamanha desonestidade intelectual. Max Weber o paladino do liberalismo desencantado já havia dito que quem se decide pela neutralidade, se decide pelo mais forte. E ao falar de neutralidade, o projeto de lei,Escola sem Partido, opta pelo partido único, ou,o seu partido. Uma de suas tópicas é: neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado. Ora, se é Estado não pode haver neutralidade.


Doutrinacao Marx Escolas


O Estado sempre é tomado por um governo que opta ideologicamente e politicamente pela sua condução. Dizer que o Estado é neutro é o mesmo que decretar o fim da política, do debate e da discussão. É afirmar a apoteose do mesmo, isto é, a manutenção silenciosa das desigualdades imperantes desde sempre. Nem o mais disparatado tecnocrata poderia prever algo dessa dimensão.



Naturalmente este item é confuso – como aliás todo o resto –, provavelmente está correlatado a escola estadual. Se for assim, esquecem, contudo, que mesmo na posição das mesas e carteiras já há uma opção ideológica e a escola tem um princípio político-econômico nos trópicos, qual seja: oferecer mão de obra barata para as empresas e, se possível, qualificada. Assim, ao afirmar qualquer tipo de neutralidade no interior dessa correlação é pôr fim a discussão e não o contrário.


Estabelecem isso como norma, contudo,para não fugirem da Constituição, num intenso malabarismo legal,afirmam que estão de acordo com os pluralismos de ideias no ambiente acadêmico.Claramente ao vetar o debate ideológico, religioso e político esse postulado é vão e se serve de retórica complacente e juridicamente pedante para impor o que realmente se deseja; o fim das discussões e, porque não, a imediata suspensão da filosofia e da sociologia em sala de aula. Desse modo, o pluralismo de ideias defendido não passa de forma sem conteúdo. Não à toa, no momento em que escrevo uma professora já se tornou vítima dessa aberração e foi afastada por ter abordado, em sala de aula, o calhorda descrito acima.


Mas, um dos itens mais interessantes é o que segue, denunciando a vontade impronunciável do retorno da velha Educação Moral e Cívica, trata-se do: direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.Mas, a educação moral não é propriamente os pais quem dão? Como esses defensores da tradição julgam que a escola – que sofre de todas as mazelas pela falta de investimento e interesse do poder público –é a responsável pela educação moral?


Tendo isso posto, fica evidente que o que está explicito aí, na verdade, é um fundamentalismo religioso tacanho que se volta inconfessadamente contra os avanços da discussão sobre a sexualidade. Implicitamente o que esses reacionários querem dizer é que cabe aos pais escolherem a sexualidade de seus filhos, como se, ao se abordar esses temas na escola, – inclusive tendo com isso um devido esclarecimento que geraria a humanização do assunto com o fim dos tabus – tais temas influenciassem os alunos em suas escolhas sexuais.


As excrecências banais são muitas e uma chama especial atenção pela aberração intelectual que somente em tempos sombrios e obscurantistas podem surgir, vejamos: Finalmente, um Estado que se define como laico – e que, portanto deve ser neutro em relação a todas as religiões – não pode usar o sistema de ensino para promover uma determinada moralidade, já que a moral é em regra inseparável da religião. A moral é em regra inseparável da religião? Eis aí uma grande novidade que nem Espinosa, nem Kant na Crítica da Razão Prática foram capazes de conceber.

 

cuidado_escola_8

 

Se a moralidade é inseparável da religião então é impossível; ou haver um Estado moral, posto que laico, ou o próprio Estado laico é uma fanfarrice sem fim, posto que não pode ser moral. Outro malabarismo incrível que desconcerta pela presunção de ignorância por parte de seus leitores.


E assim voltamos a cartilha do catecismo que o santíssimo programa quer impor, pois, para estes “Liberdade de ensinar – assegurada pelo art. 206, II, da Constituição Federal – não se confunde com liberdade de expressão; não existe liberdade de expressão no exercício estrito da atividade docente, sob pena de ser anulada a liberdade de consciência e de crença dos estudantes, que formam, em sala de aula, uma audiência cativa”.


O que seria a tal liberdade de consciência? Audiência cativa?Nunca entraram numa sala de aula em escola pública. Quem seria o juiz para determinar que a liberdade de uma consciência foi desrespeitada por outra consciência? Idealismo abstrato ou desfaçatez concreta? Somente uma cartilha poderia alinhavar isso e aí entra o trabalho das velhas figuras que teimam em voltar na história do país: os censores. Não devem haver dúvidas, portanto, que em breve censores estarão com poder de polícia dentro da sala de aula se tal proposta for levada adiante.Não é em vão que um exército de censores nas redes sociais já se formou e estão prontos para destilar o veneno da própria ignorância.


A presunção sem fim destes senhores – sim, porque serão eles que darão as diretrizes do ensino – é horripilante. O processo de formação de qualquer consciência, o princípio da própria civilização, segundo Freud – mas não só –, é a negação. E esta negação é o desmonte das convicções fundamentadas em dogmas e formas preconcebidas advindas das tradições. Enfim, o processo de aprendizado é a dúvida como aquilo que movimenta a consciência. E a dúvida diz não.


A dúvida, como princípio de desmonte das verdades prontas, preconcebidas e acabadas de formas de vida e de pensar,é aquilo que torna possível o respeito e reconhecimento do Outro. Mas, para os novos fundadores da religião doutrinária do Escola sem Partido isso é abusivo, e claro, porque eles são mais inteligentes que Freud, Nietzsche, Pascal, Montaigne, Einstein etc. etc…


Será que voltamos aos tempos de Marx em que a liberdade de discussão era proibida? “A história se repete como farsa”, diria o velho barbudo calhorda. Por isso, o incômodo gerado pelas suas ideias é vivo e presente, principalmente numa sociedade cortada pelas contradições de uma desigualdade que funda a própria sociabilidade, ou em termos simples, funda a forma de pensamento e interação social.


Marx sabia que estava contribuindo grandemente para humanidade ao estudar cerca de doze horas por dia – por vezes, até dezesseis – para legar ao mundo sua maior obra. Com imensas dificuldades financeiras – chegou a ficar, por alguns dias, com o filho preferido morto dentro de casa por não ter dinheiro para enterrá-lo – não perdia o humor. Por ler e escrever, sentado o dia inteiro, adquiriu enormes e dolorosos furúnculos e numa carta cheia de ironia, amarga e viva, escreveu ao seu amigo Engels:


“A burguesia enquanto viver, há de sempre lembrar de meus furúnculos!”


Está aí o Escola sem Partido para não deixá-lo mentir.

 

[1] Este pequeno artigo é uma continuação da discussão anterior sobre a formação do fascismo.

[2]Escritor e mestre em filosofia, atualmente é doutorando em ética e filosofia política pela Universidade Federal de São Paulo.

 
http://negrobelchior.cartacapital.com.br/o-programa-escola-sem-partido-e-os-furunculos-de-karl-marx/




« Última modificação: 13 de Outubro de 2016, 09:55:24 por JJ »

Offline Agnoscetico

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #2 Online: 14 de Outubro de 2016, 00:54:32 »
Tudo besteira de paranoicos que dizem sobre o MEC ser comunista e blá blá blá.

Se é pra ter escola sem partido (que eu sou a favor), deve-se ter mais ainda escola sem religião.

Offline El Elyon

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #3 Online: 14 de Outubro de 2016, 02:24:51 »
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Tudo besteira de paranoicos que dizem sobre o MEC ser comunista e blá blá blá.

Não é comunista - é apenas fortemente enviesado.

Citar
Se é pra ter escola sem partido (que eu sou a favor), deve-se ter mais ainda escola sem religião.

Não necessariamente - a influência religiosa no ambiente escolar estatal/não-privado se deve mais a fatores sociais (predominância demográfica cristã) do que legais e institucionais. Mesmo o Ensino Religioso, como preconizado pelo MEC, é consideravelmente secular em sua abordagem (não na prática, porém).
"As long as the Colossus stands, Rome will stand, when the Colossus falls, Rome will also fall, when Rome falls, so falls the world."

São Beda.

Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #4 Online: 14 de Outubro de 2016, 07:32:43 »


Esse é um projeto  visa institucionalizar a censura na sala de aula, é uma  claríssima tentativa de  amordaçar e controlar os professores.  É um projeto  autoritário, que atenta severamente contra a liberdade de pensamento e de ensino.

É um completo absurdo que alguém que seja liberal ou libertário apoie tal projeto  autoritário.

Um projeto ditatorial como esse também impediria que  professores liberais e/ou libertários  fizessem a defesa  do liberalismo e do libertarismo. 

Esse projeto é um lixo que foi imaginado por mentes totalitárias. Criminalizar as ideias e o pensamento é digno de ditadores, e /ou de mentes medievais.








 


« Última modificação: 14 de Outubro de 2016, 07:35:12 por JJ »

Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #5 Online: 14 de Outubro de 2016, 07:52:15 »


'Projeto Escola sem Partido é obscurantista e ameaça a liberdade', afirma especilista


Professor afirma que projeto se pretende neutro ideologicamente, mas é, na verdade, produto de uma ideologia conservadora e reacionária

por Marco Weissheimer, do Sul21 publicado 06/06/2016 10:49
JOANA BERWANGER/SUL21

 Éder Silveira

'É tão genérico que simples menção à teoria econômica marxista pode se transformar em justificativa para denúncia'


Sul21 – A liberdade de cátedra está sendo ameaçada no Brasil por um projeto que se apresenta como neutro ideologicamente e plural, mas que, na verdade, está carregado de uma ideologia conservadora, obscurantista e reacionária que pretende constranger e liberdade dos professores dentro da sala de aula. A advertência é do historiador Éder da Silveira, professor no Departamento de Educação e Humanidades, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Doutor em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP), Éder Silveira integra a Comissão de Ética Pública da UFCSPA que vem promovendo uma série de debates públicos sobre temas éticos.


Em 2016, já foram realizados três debates. O primeiro discutiu o direito de um profissional de saúde negar o atendimento a alguém, tendo como ponto de partida o caso da médica que se recusou a atender uma criança pelo fato da mãe desta ser filiada ao PT. O segundo tratou da violência contra a mulher no ambiente universitário e o terceiro foi sobre liberdade de cátedra e liberdade de expressão, um tema muito presente no debate hoje tanto na educação escolar quanto na universitária.


Em entrevista ao Sul21, Éder Silveira fala sobre as ameaças que pairam hoje sobre a liberdade de cátedra e a liberdade de expressão no ambiente escolar e acadêmico, em especial por projetos como o Escola Sem Partido que, supostamente, quer combater o que chama de "doutrinação de esquerda" dentro das salas de aula, apresentando-se como destituído de qualquer ideologia. No Rio Grande do Sul, esse projeto tem entre seus defensores o deputado estadual Marcel van Hattem (PP) e o vereador Valter Nagelstein (PMDB) que, recentemente, apresentou um projeto na Câmara de Vereadores de Porto Alegre querendo proibir que professores da rede municipal de ensino emitam opiniões dentro das salas de aula.


Para o historiador, esses projetos limitam a liberdade de escolha dos professores daquela que consideram a melhor abordagem sobre um determinado tema. "É um projeto tão genérico que a simples menção à teoria econômica marxista pode se transformar em justificativa para uma denúncia e um processo contra um professor" alerta Éder da Silveira.


Quais são as ameaças que pairam hoje sobre a ideia de liberdade de cátedra e, de um modo mais geral, sobre a liberdade de expressão nos ambientes escolar e acadêmico?


Essa discussão ganhou força nos últimos anos, alimentada, entre outros fatores, pelas ideias dos defensores do projeto Escola Sem Partido. Mas, na verdade, é uma discussão mais antiga e vem se colocando desde os anos 90, quando se começou a questionar a qualidade dos livros didáticos. Em 2007, a revista Veja publicou uma reportagem sobre esse tema e, depois, o jornalista Ali Kamel escreveu um artigo denunciando o suposto caráter doutrinário dos livros didáticos. Essa conversa começou a ganhar corpo a partir daí.


Hoje, nós temos uma disputa. O ambiente político brasileiro está muito polarizado e há um crescimento muito expressivo de um campo político conservador que saiu do armário. As pessoas não têm mais qualquer receio ou pudor de assumir posições políticas de direita. Esse fenômeno cresceu bastante na última década, o que é possível perceber inclusive no campo editorial. Algumas editoras passaram a publicar, em língua portuguesa, obras de autores conservadores como Roger Scruton, Thomas Sowell e Russell Kirk, entre outros. Autores conservadores brasileiros também começaram a ganhar notoriedade como Olavo de Carvalho, Rodrigo Constantino, Bruno Garschagen e Flávio Morgenstern.


Independentemente de eu concordar ou não com as ideias e posições políticas desses autores, elas são absolutamente legítimas, mas eles se colocam no debate público de uma forma bastante agressiva, utilizando um caminho jurídico para tentar constranger professores que, segundo eles, têm uma postura doutrinária. Se prevalecerem as ideias dos defensores de propostas como a da Escola sem Partido, ficaria muito difícil, por exemplo, um professor de Biologia trabalhar com o evolucionismo porque isso feriria valores familiares. Se os pais são cristãos, eles esperariam que o filho recebesse numa escola pública também uma explicação criacionista para a origem do mundo. Uma questão de fé é uma questão privada. Nós não podemos equivaler um discurso mítico, religioso e simbólico a uma discussão de natureza acadêmica. Não são coisas que podem ser equiparadas, ao meu ver.


Leia a entrevista completa no portal Sul21





http://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2016/06/projeto-escola-sem-partido-e-obscurantista-e-ameaca-a-liberdade-afirma-especilista-8174.html






Offline Geotecton

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #6 Online: 14 de Outubro de 2016, 09:03:24 »
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[...]
Se prevalecerem as ideias dos defensores de propostas como a da Escola sem Partido, ficaria muito difícil, por exemplo, um professor de Biologia trabalhar com o evolucionismo porque isso feriria valores familiares. Se os pais são cristãos, eles esperariam que o filho recebesse numa escola pública também uma explicação criacionista para a origem do mundo. Uma questão de fé é uma questão privada. Nós não podemos equivaler um discurso mítico, religioso e simbólico a uma discussão de natureza acadêmica. Não são coisas que podem ser equiparadas, ao meu ver.
[...]

Resumindo:

O criacionismo não é ciência e sim religião formal travestida de pseudociência. Mas como é uma 'bandeira' do cristianismo mais conservador e de direita, deve ser combatido.

O marxismo não é ciência e sim 'religião política' travestida de pseudociência. Mas como é uma 'bandeira' da esquerda, deve ser permitida.
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Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #7 Online: 14 de Outubro de 2016, 10:39:25 »
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[...]
Se prevalecerem as ideias dos defensores de propostas como a da Escola sem Partido, ficaria muito difícil, por exemplo, um professor de Biologia trabalhar com o evolucionismo porque isso feriria valores familiares. Se os pais são cristãos, eles esperariam que o filho recebesse numa escola pública também uma explicação criacionista para a origem do mundo. Uma questão de fé é uma questão privada. Nós não podemos equivaler um discurso mítico, religioso e simbólico a uma discussão de natureza acadêmica. Não são coisas que podem ser equiparadas, ao meu ver.
[...]

Resumindo:

O criacionismo não é ciência e sim religião formal travestida de pseudociência. Mas como é uma 'bandeira' do cristianismo mais conservador e de direita, deve ser combatido.

O marxismo não é ciência e sim 'religião política' travestida de pseudociência. Mas como é uma 'bandeira' da esquerda, deve ser permitida.


E o liberalismo e o libertarianismo  também são 'religião política'  travestida de pseudociência. Mas como é uma 'bandeira' da direita,  deve ser proibida e criminalizada a sua divulgação e  discussão nas escolas  ?






Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #8 Online: 14 de Outubro de 2016, 10:41:52 »

E eu  pensava que  o povo daqui fosse liberal...


Criminalização de divulgação  de ideias, era só o que faltava...


O AI-5 manda lembranças.    :tchau:   




« Última modificação: 14 de Outubro de 2016, 10:53:39 por JJ »

Offline MarceliNNNN

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #9 Online: 14 de Outubro de 2016, 10:45:51 »
É esse tipo de discussão que demonstra que ensino público está fadado ao fracasso mesmo. Escolas particulares que poderiam promover a pluralidade de ideias. Se os pais acham que criacionismo é a teoria mais correta, então eles colocariam seus filhos em uma escola com esse tipo de pensamento.

Essa discussão de doutrinação nas escolas será um assunto sem fim. A maioria da população precisa colocar seus filhos nas escolas públicas e como o ensino delas é comandado pelo MEC, essa doutrinação sempre existirá.

Offline Gaúcho

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #10 Online: 14 de Outubro de 2016, 10:54:30 »


Esse é um projeto  visa institucionalizar a censura na sala de aula, é uma  claríssima tentativa de  amordaçar e controlar os professores.  É um projeto  autoritário, que atenta severamente contra a liberdade de pensamento e de ensino.

É um completo absurdo que alguém que seja liberal ou libertário apoie tal projeto  autoritário.

Um projeto ditatorial como esse também impediria que  professores liberais e/ou libertários  fizessem a defesa  do liberalismo e do libertarismo. 

Esse projeto é um lixo que foi imaginado por mentes totalitárias. Criminalizar as ideias e o pensamento é digno de ditadores, e /ou de mentes medievais.

Professor não tem que fazer defesa de posição política A ou B, professor tem que passar a matéria e pronto. Eu não quero professor falando pro meu filho sobre como Che Guevara era sexy e sensual ou como Brilhante Ustra foi um herói que nos salvou do comunismo.

Criminoso é você pegar mentes em formações e se aproveitar de sua posição de autoridade, influência e convivência para enfiar goela abaixo dos alunos a sua porcaria de opinião sobre o que quer que seja.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline Geotecton

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #11 Online: 14 de Outubro de 2016, 11:05:06 »
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Se prevalecerem as ideias dos defensores de propostas como a da Escola sem Partido, ficaria muito difícil, por exemplo, um professor de Biologia trabalhar com o evolucionismo porque isso feriria valores familiares. Se os pais são cristãos, eles esperariam que o filho recebesse numa escola pública também uma explicação criacionista para a origem do mundo. Uma questão de fé é uma questão privada. Nós não podemos equivaler um discurso mítico, religioso e simbólico a uma discussão de natureza acadêmica. Não são coisas que podem ser equiparadas, ao meu ver.
[...]

Resumindo:

O criacionismo não é ciência e sim religião formal travestida de pseudociência. Mas como é uma 'bandeira' do cristianismo mais conservador e de direita, deve ser combatido.

O marxismo não é ciência e sim 'religião política' travestida de pseudociência. Mas como é uma 'bandeira' da esquerda, deve ser permitida.
E o liberalismo e o libertarianismo  também são 'religião política'  travestida de pseudociência. Mas como é uma 'bandeira' da direita,  deve ser proibida e criminalizada a sua divulgação e  discussão nas escolas  ?

Não.

Nem o marxismo.
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Offline Geotecton

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #12 Online: 14 de Outubro de 2016, 11:06:12 »
E eu  pensava que  o povo daqui fosse liberal...

Criminalização de divulgação  de ideias, era só o que faltava...

O AI-5 manda lembranças.    :tchau:   

Concordo.

Mas quem é que apóia a criminalização de ideias ou a livre manifestação delas?
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Offline DDV

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #13 Online: 14 de Outubro de 2016, 11:59:09 »

E eu  pensava que  o povo daqui fosse liberal...


Criminalização de divulgação  de ideias, era só o que faltava...


O AI-5 manda lembranças.    :tchau:   







Os pais têm 'controle' sobre o que é divulgado para seus filhos menores. Sempre foi e sempre será assim.

A não ser que você considere o impedimento do filho de 5 anos ver pornografia um atentado à liberdade de expressão do diretor do filme pornô.    :hein:


Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #14 Online: 14 de Outubro de 2016, 12:07:48 »

E eu  pensava que  o povo daqui fosse liberal...


Criminalização de divulgação  de ideias, era só o que faltava...


O AI-5 manda lembranças.    :tchau:   







Os pais têm 'controle' sobre o que é divulgado para seus filhos menores. Sempre foi e sempre será assim.





Então na sua concepção os pais devem determinar o programa de ensino do Ensino Médio ?  Os pais também devem ter o direito de censurar  as matérias do Ensino Médio ?



Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #15 Online: 14 de Outubro de 2016, 12:10:58 »
E eu  pensava que  o povo daqui fosse liberal...

Criminalização de divulgação  de ideias, era só o que faltava...

O AI-5 manda lembranças.    :tchau:   

Concordo.

Mas quem é que apóia a criminalização de ideias ou a livre manifestação delas?


Quem quer que o projeto de lei     Escola Censurada    Escola Sem Partido  vire lei.




Offline DDV

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #16 Online: 14 de Outubro de 2016, 12:18:14 »

E eu  pensava que  o povo daqui fosse liberal...


Criminalização de divulgação  de ideias, era só o que faltava...


O AI-5 manda lembranças.    :tchau:   







Os pais têm 'controle' sobre o que é divulgado para seus filhos menores. Sempre foi e sempre será assim.





Então na sua concepção os pais devem determinar o programa de ensino do Ensino Médio ? 

Indiretamente, sim. Mas com a ajuda de técnicos da área.

São os pais que detêm em última instância a 'autoridade' sobre a instrução que seus filhos devem receber, que escola frequentarão e com que finalidade.

Obviamente, 99% dos pais confiam nos técnicos do MEC escolhidos pelos governantes que eles elegeram. Eles confiam que seus filhos receberão uma educação técnica para prepará-los pro mercado de trabalho e a faculdade, e que não irão doutrinar seus filhos com ideologias não-técnicas, de cunho político, religioso ou comportamental.

Mas a palavra é exatamente essa: confiança. Não se trata de uma 'autoridade' indiscutível dos técnicos do MEC acima da dos pais.

Citar
Os pais também devem ter o direito de censurar  as matérias do Ensino Médio ?

Podem escolher a escola do filho conforme o conteúdo e abordagem oferecidos pela mesma, e se um número suficientemente grande de pais quiserem, podem 'censurar' sim.



Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #17 Online: 14 de Outubro de 2016, 12:25:20 »


Esse é um projeto  visa institucionalizar a censura na sala de aula, é uma  claríssima tentativa de  amordaçar e controlar os professores.  É um projeto  autoritário, que atenta severamente contra a liberdade de pensamento e de ensino.

É um completo absurdo que alguém que seja liberal ou libertário apoie tal projeto  autoritário.

Um projeto ditatorial como esse também impediria que  professores liberais e/ou libertários  fizessem a defesa  do liberalismo e do libertarismo. 

Esse projeto é um lixo que foi imaginado por mentes totalitárias. Criminalizar as ideias e o pensamento é digno de ditadores, e /ou de mentes medievais.

Professor não tem que fazer defesa de posição política A ou B, professor tem que passar a matéria e pronto. Eu não quero professor falando pro meu filho sobre como Che Guevara era sexy e sensual ou como Brilhante Ustra foi um herói que nos salvou do comunismo.

Criminoso é você pegar mentes em formações e se aproveitar de sua posição de autoridade, influência e convivência para enfiar goela abaixo dos alunos a sua porcaria de opinião sobre o que quer que seja.



Então criminalizar a opinião do professor é a coisa certa a fazer ?     Deve-se prender um professor que exponha a sua opinião política ?



« Última modificação: 14 de Outubro de 2016, 12:27:35 por JJ »

Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #18 Online: 14 de Outubro de 2016, 12:27:12 »

Os pais têm 'controle' sobre o que é divulgado para seus filhos menores. Sempre foi e sempre será assim.



Então na sua concepção os pais devem determinar o programa de ensino do Ensino Médio ? 

Indiretamente, sim. Mas com a ajuda de técnicos da área.

São os pais que detêm em última instância a 'autoridade' sobre a instrução que seus filhos devem receber, que escola frequentarão e com que finalidade.

Obviamente, 99% dos pais confiam nos técnicos do MEC escolhidos pelos governantes que eles elegeram. Eles confiam que seus filhos receberão uma educação técnica para prepará-los pro mercado de trabalho e a faculdade, e que não irão doutrinar seus filhos com ideologias não-técnicas, de cunho político, religioso ou comportamental.

Mas a palavra é exatamente essa: confiança. Não se trata de uma 'autoridade' indiscutível dos técnicos do MEC acima da dos pais.

Citar
Os pais também devem ter o direito de censurar  as matérias do Ensino Médio ?

Podem escolher a escola do filho conforme o conteúdo e abordagem oferecidos pela mesma, e se um número suficientemente grande de pais quiserem, podem 'censurar' sim.




Então se um número suficientemente grande de pais quiserem  censurar a Teoria da Evolução, podem censurar sim  ?






Offline DDV

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #19 Online: 14 de Outubro de 2016, 12:29:14 »

Os pais têm 'controle' sobre o que é divulgado para seus filhos menores. Sempre foi e sempre será assim.



Então na sua concepção os pais devem determinar o programa de ensino do Ensino Médio ? 

Indiretamente, sim. Mas com a ajuda de técnicos da área.

São os pais que detêm em última instância a 'autoridade' sobre a instrução que seus filhos devem receber, que escola frequentarão e com que finalidade.

Obviamente, 99% dos pais confiam nos técnicos do MEC escolhidos pelos governantes que eles elegeram. Eles confiam que seus filhos receberão uma educação técnica para prepará-los pro mercado de trabalho e a faculdade, e que não irão doutrinar seus filhos com ideologias não-técnicas, de cunho político, religioso ou comportamental.

Mas a palavra é exatamente essa: confiança. Não se trata de uma 'autoridade' indiscutível dos técnicos do MEC acima da dos pais.

Citar
Os pais também devem ter o direito de censurar  as matérias do Ensino Médio ?

Podem escolher a escola do filho conforme o conteúdo e abordagem oferecidos pela mesma, e se um número suficientemente grande de pais quiserem, podem 'censurar' sim.




Então se um número suficientemente grande de pais quiserem  censurar a Teoria da Evolução, podem censurar sim  ?


Na escola com filhos menores? Sim.

Porém seria mais complicado conseguirem censurá-la, porque a TE é técnica.

É mais fácil censurarem opiniões não-técnicas.



Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline DDV

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #20 Online: 14 de Outubro de 2016, 12:32:31 »


Esse é um projeto  visa institucionalizar a censura na sala de aula, é uma  claríssima tentativa de  amordaçar e controlar os professores.  É um projeto  autoritário, que atenta severamente contra a liberdade de pensamento e de ensino.

É um completo absurdo que alguém que seja liberal ou libertário apoie tal projeto  autoritário.

Um projeto ditatorial como esse também impediria que  professores liberais e/ou libertários  fizessem a defesa  do liberalismo e do libertarismo. 

Esse projeto é um lixo que foi imaginado por mentes totalitárias. Criminalizar as ideias e o pensamento é digno de ditadores, e /ou de mentes medievais.

Professor não tem que fazer defesa de posição política A ou B, professor tem que passar a matéria e pronto. Eu não quero professor falando pro meu filho sobre como Che Guevara era sexy e sensual ou como Brilhante Ustra foi um herói que nos salvou do comunismo.

Criminoso é você pegar mentes em formações e se aproveitar de sua posição de autoridade, influência e convivência para enfiar goela abaixo dos alunos a sua porcaria de opinião sobre o que quer que seja.



Então criminalizar a opinião do professor é a coisa certa a fazer ?     Deve-se prender um professor que exponha a sua opinião política ?

Os professores devem pedir licença aos pais para emitirem sua opinião pessoal (não-técnica) para seus filhos menores de idade.

Etiqueta básica.
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #21 Online: 14 de Outubro de 2016, 13:06:15 »
"Professor, o que o sr. pensa sobre Hitler/comunismo/anarquia/escravidão/projeto Vênus?"

"Peça para o seu pai assinar essa permissão, e eu respondo"




E o liberalismo e o libertarianismo  também são 'religião política'  travestida de pseudociência. Mas como é uma 'bandeira' da direita,  deve ser proibida e criminalizada a sua divulgação e  discussão nas escolas  ?

Liberalismo e libertarianismo travestidos como ciência? :hein:

Offline Gaúcho

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #22 Online: 14 de Outubro de 2016, 13:11:43 »


Esse é um projeto  visa institucionalizar a censura na sala de aula, é uma  claríssima tentativa de  amordaçar e controlar os professores.  É um projeto  autoritário, que atenta severamente contra a liberdade de pensamento e de ensino.

É um completo absurdo que alguém que seja liberal ou libertário apoie tal projeto  autoritário.

Um projeto ditatorial como esse também impediria que  professores liberais e/ou libertários  fizessem a defesa  do liberalismo e do libertarismo. 

Esse projeto é um lixo que foi imaginado por mentes totalitárias. Criminalizar as ideias e o pensamento é digno de ditadores, e /ou de mentes medievais.

Professor não tem que fazer defesa de posição política A ou B, professor tem que passar a matéria e pronto. Eu não quero professor falando pro meu filho sobre como Che Guevara era sexy e sensual ou como Brilhante Ustra foi um herói que nos salvou do comunismo.

Criminoso é você pegar mentes em formações e se aproveitar de sua posição de autoridade, influência e convivência para enfiar goela abaixo dos alunos a sua porcaria de opinião sobre o que quer que seja.



Então criminalizar a opinião do professor é a coisa certa a fazer ?     Deve-se prender um professor que exponha a sua opinião política ?





O professor pode ter a opinião que ele quiser sobre qualquer assunto, desde que não faça doutrinação em sala de aula sobre a mesma.
"— A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras." Sérgio Moro

Offline homemcinza

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #23 Online: 14 de Outubro de 2016, 13:22:18 »
"Professor, o que o sr. pensa sobre Hitler/comunismo/anarquia/escravidão/projeto Vênus?"

"Peça para o seu pai assinar essa permissão, e eu respondo"


 :histeria:
Ceticismo é para poucos!

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #24 Online: 14 de Outubro de 2016, 13:24:11 »
O professor pode ter a opinião que ele quiser sobre qualquer assunto, desde que não faça doutrinação em sala de aula sobre a mesma.

Então a escola será um espaço para auto-didatismo, sem professores?

Citar
dou·tri·na
substantivo feminino
1. Princípios fundamentais de uma crença, sistema ou ciência.
2. Erudição, saber; ensino; norma.
3. Formulário das orações e do ensino religioso que convém dar aos católicos.


dou·tri·nar - Conjugar
(doutrina + -ar)
verbo transitivo
1. Instruir em uma doutrina. = ENSINAR
2. Instruir nos princípios de alguma doutrina ou ideia. = CATEQUIZAR



"doutrina", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/doutrina [consultado em 14-10-2016].


O que exatamente caracteriza essa doutrinação no sentido pejorativo, distinguindo do ensino correto? Como isso seria fiscalizado e punido?

 

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