Autor Tópico: Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling  (Lida 14649 vezes)

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Offline Sergiomgbr

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #75 Online: 05 de Novembro de 2018, 18:18:42 »
Se não é o Estado como um todo, os 3 poderes a gerenciar e moderar a qualidade na educação pública,principalmente, quem o faria?

Faz mesmo sentido afirmar que na verdade o Escola Sem Partido na verdade é uma forma de impor valores morais conservadores? Ou é só mimimi covarde de quem quer vomitar ideologia esquerdista com coisas do gênero de um "nós" "contra" eles sem ter que se posicionar  nem como o "nós" nem o "eles" como quem dissesse que não é com ele?

O que é exatamente o Escola Sem Partido, afinal? Alhures alguém dirá tratar-se apenas de algo nos moldes de um simples memorando para o sistema de ensino como um todo, sugerindo mais profissionalismo e menos doutrinação, nada além disso. Alguém ai esclareça isso!

Até onde eu sei eu não sei.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #76 Online: 05 de Novembro de 2018, 18:43:26 »
Quis dizer que a legislação deve ter apenas limites técnicos, provavelmente já estabelecidos até.

Em analogia, as escolas de medicina ensinam medicina, mas creio que isso se dê independentemente de haver limitações legais precisas de tudo que constitui "medicina"; isso fica a cargo de órgãos técnicos, acho que da sociedade civil, não governamentais. Acho, realmente não sei. Provavelmente também não tem lei dizendo que deve haver igual espaço a qualquer vertente teórica na medicina (embora haja de fato prática legal de "técnicas" sem embasamento científico); é o próprio "establishment" médico que vai podando o que é inaceitável de maneira mais autônoma, e recorrendo a definições legais de maneira mais minimalista (creio eu), de forma que a legislação não precisa essencialmente englobar a literatura médica de ponta, conforme essa avança.

O ESP parece ter sido construído em moldes usados numa lei regional que tentava instituir (ou de fato o fez) o ensino de fundamentalismo cristão como alternativa à biologia, e tem explicitamente como motivação isolar os alunos de temáticas que tocam em sexualidade quando estas não forem compatíveis com as crenças dos pais. Se não muito me engano deixando explicita ser esta uma posição conservadora, e não uma demanda de progressistas contra uma educação retrógrada.




Alguém sabe da existência de legislação similar em outros países? Quais seriam os países, e como a lei determina o que é "doutrinação"?

O mais próximo que me lembro foi na verdade uma objeção de Republicanos sobre metas educacionais nos EUA, condenando o ensino do pensamento crítico e o risco de questionar valores dos pais.

Offline Sergiomgbr

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #77 Online: 05 de Novembro de 2018, 18:54:09 »
Ao que parece  há aí um grande mimimi esquerdalóide objetivamente então por uma questão de interpretação das evidências. Na verdade a 'mordaça' é desejada a quem quiser questionar os professores e não aos professores. Mais uma versão do  manjadíssimo "acuse-os do que você é", pelo visto.

« Última modificação: 05 de Novembro de 2018, 19:22:07 por Sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #78 Online: 05 de Novembro de 2018, 20:06:49 »
Hein? Você está falando agora da objeção ao ESP ou atribuindo isso a ele?

O ESP tenta censurar o ensino de coisas que os pais desaprovam (as motivações apontadas tendo esse viés conservador anti-gay/etc e fundamentalista cristão, embora a lei tente frasear a coisa de maneira neutra), e não é nem bem claro como isso poderia ser feito. Tanto quanto sei, não há qualquer projeto de lei tentando censurar a quem questionar aos professores.
 

Offline Sergiomgbr

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #79 Online: 05 de Novembro de 2018, 21:10:53 »
Hein? Você está falando agora da objeção ao ESP ou atribuindo isso a ele?

O ESP tenta censurar o ensino de coisas que os pais desaprovam (as motivações apontadas tendo esse viés conservador anti-gay/etc e fundamentalista cristão, embora a lei tente frasear a coisa de maneira neutra), e não é nem bem claro como isso poderia ser feito. Tanto quanto sei, não há qualquer projeto de lei tentando censurar a quem questionar aos professores.
Nossa, jura que ficou em dúvida? Os doutrinoprofessores  que fazem até propaganda em ônibus, onde aparece uma tiazona com uma mordaça, estão contra um simples cartaz a ser apregoado nas salas de aula, advertindo com o que já consta na constituição,

Citar
Por uma lei contra o abuso da liberdade de ensinar
O Programa Escola sem Partido é uma proposta de lei que torna obrigatória a afixação em todas as salas de aula do ensino fundamental e médio de um cartaz com o seguinte conteúdo:





Esses deveres já existem, pois decorrem da Constituição Federal e da Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Isto significa que os professores já são obrigados a respeitá-los ‒ embora muitos não o façam, sob pena de ofender:

a liberdade de consciência e de crença e a liberdade de aprender dos alunos (art. 5º, VI e VIII; e art. 206, II, da CF);
o princípio constitucional da neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado (arts. 1º, V; 5º, caput; 14, caput; 17, caput; 19, 34, VII, ‘a’, e 37, caput, da CF);
o pluralismo de ideias (art. 206, III, da CF); e
o direito dos pais dos alunos sobre a educação religiosa e moral dos seus filhos (Convenção Americana sobre Direitos Humanos, art. 12, IV).

Portanto, o único objetivo do Programa Escola sem Partido é informar e conscientizar os estudantes sobre os direitos que correspondem àqueles deveres, a fim de que eles mesmos possam exercer a defesa desses direitos, já que dentro das salas de aula ninguém mais poderá fazer isso por eles.

https://www.programaescolasempartido.org/

Onde está a tal da "doutrinação de direita", direitomoralismos e outros mimimis esquerdopáticos num simples "aviso aos navegantes"? Menos uma lacuna pro deus das esquerda.
« Última modificação: 05 de Novembro de 2018, 22:51:05 por Sergiomgbr »
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Offline -Huxley-

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #80 Online: 06 de Novembro de 2018, 02:06:35 »
É do acúmulo de propagação de mitos como esses que se constrói uma narrativa histérica de que o Brasil atual vive uma "ameaça fascista".

Pois igualmente se pode dizer que projetos como o ESP são parte da narrativa histérica de que o Brasil atual vive uma "ameaça comunista".

Não se tem qualquer medida do problema, apenas relatos pessoais, e partindo de pessoas cuja motivação explícita para o projeto é o incômodo com questões que vêem como atentando ao fundamentalismo religioso ou à condenação moral de homossexuais, e estes por sua vez devem estar também bastante correlatos a pessoas favoráveis ao ensino da teoria de que não houve ditadura no país. Isso torna as coisas objeticamente mais próximas a protocolos "fascistóides" (não tecnicamente fascistas) de educação.

Existem algumas objeções sérias ao programa ESP e elas decorrem justamente da falta de consciência anticomunista e/ou antitotalitarista. Como eu já disse anteriormente, o cerne do problema não é a doutrinação comunista, e sim a exclusão sistemática de tudo que a contraria e ela está representada pelo controle comunista das escolas e o controle ideológico e perseguição de discordantes.

O trecho da constituição que fala de "neutralidade ideológica do Estado" (e, dedutivamente, das instituições educacionais estatais) é equivocado. É um dever ético ser intolerante com os intolerantes - e suas ideias -, isto é, com aqueles seguidores de doutrinas que fazem apologia ao aniquilamento da liberdade de expressão ou outras liberdades básicas. Por exemplo, não existe "direito moral de ser comunista", assim como não existe "direito moral" de ser assassino, estuprador, molestador de crianças, etc. O discurso hipócrita da "neutralidade" acaba por fortalecer, em certa medida, os inimigos do ESP.

Ademais, o problema também reside no fato de que não é preciso um número majoritário de pessoas intolerantes para que essas imponham suas preferências a maioria. Basta uma minoria não-negligenciável, barulhenta e intransigente chegue a um nível minuciosamente pequeno, digamos, três ou quatro por cento da população total, para que toda a população possa ter que se submeter às suas preferências e um observador ingênuo ficasse com a impressão de que as escolhas e preferências seriam as da maioria. Portanto, diferentemente da abordagem da nerdeza platonizada que quer estimar a probabilidade daquilo que não é probabilizável, o foco no tamanho potencial das consequências é a verdadeira medida do problema no gerenciamento de riscos. A razão pela qual os teóricos da complexidade tem tanto medo do salafismo intolerante, a despeito do tamanho pequeno na composição de países ocidentais secularistas, é a mesma pela qual deveríamos temer os comunistas gramscianos, a despeito do número relativamente pequeno dos mesmos.

Claro, alguém que acredite que haja "zero comunismo (gramsciano)" na educação brasileira pode tentar usar essa crença para negar o problema da "regra da minoria" (dos intolerantes) e para dizer que existiria "zero ameaça comunista". Mas isso só seria possível de ser teorizado por gente do nível que acha que o lulopetismo e outras forças militantes similares foram ou são "zero ameaça comunista (gramsciana). O que obviamente dispensaria aprofundamento de discussões.
« Última modificação: 06 de Novembro de 2018, 02:44:12 por -Huxley- »

Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #81 Online: 06 de Novembro de 2018, 09:15:58 »
Hein? Você está falando agora da objeção ao ESP ou atribuindo isso a ele?

O ESP tenta censurar o ensino de coisas que os pais desaprovam (as motivações apontadas tendo esse viés conservador anti-gay/etc e fundamentalista cristão, embora a lei tente frasear a coisa de maneira neutra), e não é nem bem claro como isso poderia ser feito. Tanto quanto sei, não há qualquer projeto de lei tentando censurar a quem questionar aos professores.
Nossa, jura que ficou em dúvida? Os doutrinoprofessores  que fazem até propaganda em ônibus, onde aparece uma tiazona com uma mordaça, estão contra um simples cartaz a ser apregoado nas salas de aula, advertindo com o que já consta na constituição,





2. O professor não favorecerá nem prejudicará os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas.


Um aluno,  filho de crentes pentecostais ou neopentecostais ou Adventistas  do Sétimo Dia,  fala na aula e escreve numa prova que evolução  é tudo falso, que a origem verdadeira do homem é Adão e Eva, é a convicção religiosa dele e dos pais dele, e aí ?

O professor abaixa a cabeça e diz que o aluno  tem o direito de colocar isso na prova? O professor tem que concordar que a verdadeira origem do homem é a convicção do aluno e dos pais do aluno ? Ou pelo menos o professor tem que concordar que essa é uma possibilidade que está no mesmo patamar da TE, que é o outro lado, e que portanto tem que ser ensinada e aceita como possibilidade e reposta correta numa prova  também ?

Adão e Eva é o outro lado que tem que ser respeitado e apresentado ?  A TE está no mesmo patamar da historinha de Adão e Eva ?  Afinal de contas tem que respeitar as convicções do aluno e dos pais do aluno.




 :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?:




« Última modificação: 06 de Novembro de 2018, 10:58:40 por JJ »

Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #82 Online: 06 de Novembro de 2018, 09:25:29 »
Hein? Você está falando agora da objeção ao ESP ou atribuindo isso a ele?

O ESP tenta censurar o ensino de coisas que os pais desaprovam (as motivações apontadas tendo esse viés conservador anti-gay/etc e fundamentalista cristão, embora a lei tente frasear a coisa de maneira neutra), e não é nem bem claro como isso poderia ser feito. Tanto quanto sei, não há qualquer projeto de lei tentando censurar a quem questionar aos professores.
Nossa, jura que ficou em dúvida? Os doutrinoprofessores  que fazem até propaganda em ônibus, onde aparece uma tiazona com uma mordaça, estão contra um simples cartaz a ser apregoado nas salas de aula, advertindo com o que já consta na constituição,





2. O professor não favorecerá nem prejudicará os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas.


Um aluno  filho de pais que acreditam que vacinas causam autismo e que até normalmente matam, e escreve numa prova que vacinas causam autismo e até normalmente matam, e que as vacinas fazem parte de um plano do governo para controlar e/ou reduzir  a população humana, é a convicção política dele e dos pais dele, e aí ?

O professor abaixa a cabeça e diz que o aluno  tem o direito de colocar isso na prova? O professor tem que concordar e ensinar o outro lado que vacinas causam autismo  e até normalmente matam, e que as vacinas fazem parte de um plano do governo para controlar e/ou reduzir  a população humana, afinal de contas é a convicção do aluno e dos pais do aluno ?

Vacinas causadoras de autismo, e/ou redutoras de população  é o outro lado que tem que ser respeitado e apresentado ?  A vacina como eficaz forma de prevenção contra doenças (inclusive doenças mortais) está no mesmo patamar da historinha de vacinas causadoras de autismo e/ou redutoras de população ?  Afinal de contas,  tem que respeitar as convicções do aluno e dos pais.


« Última modificação: 06 de Novembro de 2018, 10:40:45 por JJ »

Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #83 Online: 06 de Novembro de 2018, 09:30:50 »




DOUTRINAÇÃO EM SALA DE AULA!!! (#Pirula 273)



Canal do Pirula

Publicado em 5 de nov de 2018

Vamos combater a doutrinação em sala de aula!!! Escola sem Partido já!! O professor tem que ensinar os dois lados!!! Mas...quais dois lados?

Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #84 Online: 06 de Novembro de 2018, 10:08:32 »

O que exatamente caracteriza essa doutrinação no sentido pejorativo, distinguindo do ensino correto? Como isso seria fiscalizado e punido?



Como seria fiscalizado ?

De forma semelhante a que se fiscaliza o trabalho e as relações trabalhistas, nós poderíamos também fiscalizar a educação e as relações educacionais. Existem fiscais do trabalho ? Sim.  Então poderíamos ter também fiscais da educação. 

Poderia descrever melhor a analogia? Desconheço pormenores dessas práticas.

Uma grande diferença é que o objeto das infrações deve ser bem mais objetivo.


Citar
Como seria punido ?

Primeiramente teríamos que ter instâncias para julgar adequadamente, não poderíamos punir sem o devido processo legal. Para isso poderiam ser criados  os Tribunais Federais da Educação, teríamos então em cada estado da federação um TRE (Tribunal Regional da Educação).* 

Além de termos um orgão oficial para julgar (e assim aplicar as punições cabíveis de forma legal e democrática), nós estaríamos criando mais empregos na área pública, e assim contribuindo para diminuir os atuais índices de desemprego  (olha aí mais uma vantagem).


* Em tempo,  para não confundir com os atuais Tribunais Regionais Eleitorais a sigla poderia ser TRED.

Eu acho temeroso o governo/políticos se meterem em educação, em vez de apenas o estado financiar.

Acredito que profissionais de diversos campos possam ter suas licenças cassadas, e isso já ocorra com dispositivos legais existentes, sob critérios da comunidade profissional na maior parte do tempo, e não da classe política (e de sua clientela eleitoral). Não existiria já algo assim para a licenciatura?



Você não respondeu quanto ao que definiria a doutrinação, que deve ser o problema principal.








doutrinação | s. f.
derivação fem. sing. de doutrinar

dou·tri·na·ção
substantivo feminino
.Ato ou efeito de doutrinar.


dou·tri·nar - Conjugar
(doutrina + -ar)
verbo transitivo
1. Instruir em uma doutrina. = ENSINAR

2. Instruir nos princípios de alguma doutrina ou .ideia. = CATEQUIZAR

Palavras relacionadas: catequizar, doutrina, sincretizar, apascentar, transcendentalizar, sincrético, sincretizado.


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"doutrinação", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://dicionario.priberam.org/doutrina%C3%A7%C3%A3o [consultado em 06-11-2018].


dou·tri·nar - Conjugar
(doutrina + -ar)
verbo transitivo
1. Instruir em uma doutrina. = ENSINAR

2. Instruir nos princípios de alguma doutrina ou .ideia. = CATEQUIZAR

Palavras relacionadas: catequizar, doutrina, sincretizar, apascentar, transcendentalizar, sincrético, sincretizado.

"doutrinar", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://dicionario.priberam.org/doutrinar [consultado em 06-11-2018].



Doutrinação

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Doutrinação é o processo de incutir ideias, atitudes, estratégias cognitivas ou uma metodologia profissional.[1] Muitas vezes, é distinta da educação pelo fato de que se espera que a pessoa doutrinada não questione ou analise criticamente a doutrina que está sendo ensinada.[2]

Criticismo
Sobre a doutrinação, comenta o filósofo e escritor norteamericano Noam Chomsky: "Para aqueles que obstinadamente buscam a liberdade em todo o mundo, não pode haver nenhuma tarefa mais urgente do que vir a compreender os mecanismos e práticas da doutrinação. São fáceis de perceber nas sociedades totalitárias, muito menos na propaganda sistema a que estão sujeitos e da qual muitas vezes nos servem como instrumentos involuntários, ou inconscientes."[3]


https://pt.wikipedia.org/wiki/Doutrina%C3%A7%C3%A3o


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« Última modificação: 06 de Novembro de 2018, 10:42:33 por JJ »

Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #85 Online: 06 de Novembro de 2018, 10:26:26 »
5. O professor respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.



Pais ensinam para o filho Joãozinho:


As pessoas desse  grupo  e/ou  raça  e/ou  povo  são imundos, são canalhas,  e/ou são mentirosos contumazes, e/ou são semelhantes a porcos, e que só trazem problemas ao mundo, por isso merecem ser banidos, e/ou presos, ou até exterminados.  O  governo  X  estava  certo  ao   banir, e/ou prender, e/ou até eliminar esses porcos (uma parte pequena ou até a maioria deles).


O professor Manuel  fala  que o governo X  baniu, e/ou prendeu, e/ou até matou muitas dessas pessoas, e que isso é moralmente errado.


Joãozinho, muito  indignado,  grava o professor  Manuel que está ensinando a versão que ele acredita (o professor Manuel está DOUTRINANDO ), posteriormente ele faz uma denúncia  na secretaria de educação, e também numa delegacia, pois ele estava fazendo doutrinação em sala de aula, o professor não estava ensinando o outro lado, o professor não estava respeitando as convicções dele, as quais foram ensinadas  pela   FAMÍLIA   dele,  que foram  ensinadas pelos   PAIS   dele.  O professor Manuel não ensinou a outra versão/ o outro  lado.  Para Joãozinho e para os pais dele, o professor Manuel é um  DOUTRINADOR safado.


« Última modificação: 06 de Novembro de 2018, 11:00:27 por JJ »

Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #86 Online: 06 de Novembro de 2018, 16:04:26 »
Hein? Você está falando agora da objeção ao ESP ou atribuindo isso a ele?

O ESP tenta censurar o ensino de coisas que os pais desaprovam (as motivações apontadas tendo esse viés conservador anti-gay/etc e fundamentalista cristão, embora a lei tente frasear a coisa de maneira neutra), e não é nem bem claro como isso poderia ser feito. Tanto quanto sei, não há qualquer projeto de lei tentando censurar a quem questionar aos professores.
Nossa, jura que ficou em dúvida? Os doutrinoprofessores  que fazem até propaganda em ônibus, onde aparece uma tiazona com uma mordaça, estão contra um simples cartaz a ser apregoado nas salas de aula, advertindo com o que já consta na constituição,





2. O professor não favorecerá nem prejudicará os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas.


Um aluno,  filho de crentes pentecostais ou neopentecostais ou Adventistas  do Sétimo Dia,  fala na aula e escreve numa prova que evolução  é tudo falso, que a origem verdadeira do homem é Adão e Eva, é a convicção religiosa dele e dos pais dele, e aí ?

O professor abaixa a cabeça e diz que o aluno  tem o direito de colocar isso na prova? O professor tem que concordar que a verdadeira origem do homem é a convicção do aluno e dos pais do aluno ? Ou pelo menos o professor tem que concordar que essa é uma possibilidade que está no mesmo patamar da TE, que é o outro lado, e que portanto tem que ser ensinada e aceita como possibilidade e reposta correta numa prova  também ?

Adão e Eva é o outro lado que tem que ser respeitado e apresentado ?  A TE está no mesmo patamar da historinha de Adão e Eva ?  Afinal de contas tem que respeitar as convicções do aluno e dos pais do aluno.




 :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?:





O  sergiomgbr   teria algo a dizer  sobre o respeito que professores deverão  ter com  tais convicções de  alunos  e pais  pentecostais ou neopentecostais ou Adventistas do Sétimo Dia ?


E também sobre a apresentação que os professores devem fazer sobre  o  outro  lado  relativo  às convicções dos alunos e pais pentecostais ou neopentecostais ou Adventistas do Sétimo Dia  ?





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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #87 Online: 06 de Novembro de 2018, 17:29:09 »
Hein? Você está falando agora da objeção ao ESP ou atribuindo isso a ele?

O ESP tenta censurar o ensino de coisas que os pais desaprovam (as motivações apontadas tendo esse viés conservador anti-gay/etc e fundamentalista cristão, embora a lei tente frasear a coisa de maneira neutra), e não é nem bem claro como isso poderia ser feito. Tanto quanto sei, não há qualquer projeto de lei tentando censurar a quem questionar aos professores.
Nossa, jura que ficou em dúvida? Os doutrinoprofessores  que fazem até propaganda em ônibus, onde aparece uma tiazona com uma mordaça, estão contra um simples cartaz a ser apregoado nas salas de aula, advertindo com o que já consta na constituição,





2. O professor não favorecerá nem prejudicará os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas.


Um aluno,  filho de crentes pentecostais ou neopentecostais ou Adventistas  do Sétimo Dia,  fala na aula e escreve numa prova que evolução  é tudo falso, que a origem verdadeira do homem é Adão e Eva, é a convicção religiosa dele e dos pais dele, e aí ?

O professor abaixa a cabeça e diz que o aluno  tem o direito de colocar isso na prova? O professor tem que concordar que a verdadeira origem do homem é a convicção do aluno e dos pais do aluno ? Ou pelo menos o professor tem que concordar que essa é uma possibilidade que está no mesmo patamar da TE, que é o outro lado, e que portanto tem que ser ensinada e aceita como possibilidade e reposta correta numa prova  também ?

Adão e Eva é o outro lado que tem que ser respeitado e apresentado ?  A TE está no mesmo patamar da historinha de Adão e Eva ?  Afinal de contas tem que respeitar as convicções do aluno e dos pais do aluno.




 :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?: :?:





O  sergiomgbr   teria algo a dizer  sobre o respeito que professores deverão  ter com  tais convicções de  alunos  e pais  pentecostais ou neopentecostais ou Adventistas do Sétimo Dia ?


E também sobre a apresentação que os professores devem fazer sobre  o  outro  lado  relativo  às convicções dos alunos e pais pentecostais ou neopentecostais ou Adventistas do Sétimo Dia  ?
Acho que nunca teve problemas desse tipo. Ou você, jj se lembra de algum caso? Que eu saiba, só há protesto de quem não quer rezar em sala de aula, ou algo similar, mais frequentemente em aulas de religião, mas sobre questionar ciências nunca. Ou será que tem?
« Última modificação: 06 de Novembro de 2018, 17:34:39 por Sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #88 Online: 06 de Novembro de 2018, 18:05:20 »
Acho que nunca teve problemas desse tipo. Ou você, jj se lembra de algum caso? Que eu saiba, só há protesto de quem não quer rezar em sala de aula, ou algo similar, mais frequentemente em aulas de religião, mas sobre questionar ciências nunca. Ou será que tem?


Eu ou você ou outro qualquer não saber se já teve problemas desse tipo,  e mesmo que realmente não tenha havido (mesmo porque tal lei ainda não foi aprovada), não é de modo algum uma garantia de que não haverá.

Uma condição importante  que torna possível que tal ocorra é  que alunos e/ou  pais tenham poder suficiente para isso, portanto conceda-lhes esse poder suficiente, e então veremos o que acontecerá.


« Última modificação: 06 de Novembro de 2018, 18:09:09 por JJ »

Offline Sergiomgbr

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #89 Online: 06 de Novembro de 2018, 18:30:30 »
Acho que nunca teve problemas desse tipo. Ou você, jj se lembra de algum caso? Que eu saiba, só há protesto de quem não quer rezar em sala de aula, ou algo similar, mais frequentemente em aulas de religião, mas sobre questionar ciências nunca. Ou será que tem?


Eu ou você ou outro qualquer não saber se já teve problemas desse tipo,  e mesmo que realmente não tenha havido (mesmo porque tal lei ainda não foi aprovada), não é de modo algum uma garantia de que não haverá.

Uma condição importante  que torna possível que tal ocorra é  que alunos e/ou  pais tenham poder suficiente para isso, portanto conceda-lhes esse poder suficiente, e então veremos o que acontecerá.
Acontece que a única coisa que o  Escola Sem Partido está concedendo são esclarecimentos sobre o poder que eles, os alunos  já tem.
Até onde eu sei eu não sei.

Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #90 Online: 06 de Novembro de 2018, 19:03:43 »
 
Acontece que a única coisa [...]



Mas, deixando essa coisa de lado, quais  acontecimentos   positivos , concretos , verificáveis e  realmente significativos de melhora no ensino fundamental, no EM, e no superior , você , sergiomgbr,  realmente espera que ocorrerão nos próximos 4 anos (2019, 2020, 2021, e 2022) ?


Poderia citar pelo menos uns 4 acontecimentos   positivos , concretos , verificáveis e   realmente  significativos  (para cada nível de ensino, fundamental, EM, e superior) que mostrem concretamente melhoras significativas e em massa na educação no Brasil e que você espera que ocorram  ?






Offline Sergiomgbr

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #91 Online: 06 de Novembro de 2018, 19:09:38 »
Acontece que a única coisa [...]



Mas, deixando essa coisa de lado, quais  acontecimentos   positivos , concretos , verificáveis e  realmente significativos de melhora no ensino fundamental, no EM, e no superior , você , sergiomgbr,  realmente espera que ocorrerão nos próximos 4 anos (2019, 2020, 2021, e 2022) ?


Poderia citar pelo menos uns 4 acontecimentos   positivos , concretos , verificáveis e   realmente  significativos  (para cada nível de ensino, fundamental, EM, e superior) que mostrem concretamente melhoras significativas e em massa na educação no Brasil e que você espera que ocorram  ?
Espero que o maconhismo, alquísmo, e droguismos acabem nas escolas, que o militarismo disciplinador seja o tom nas escolas, que os alunos tenham mais perspectivas nas aulas, que os professores se qualifiquem mais. Que aluno que ameaçar e agredir docentes seja passível de ser preso e pegar penas longas nas cadeias.
« Última modificação: 06 de Novembro de 2018, 22:32:42 por Sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #92 Online: 06 de Novembro de 2018, 22:47:05 »

O que exatamente caracteriza essa doutrinação no sentido pejorativo, distinguindo do ensino correto? Como isso seria fiscalizado e punido?



Como seria fiscalizado ?

De forma semelhante a que se fiscaliza o trabalho e as relações trabalhistas, nós poderíamos também fiscalizar a educação e as relações educacionais. Existem fiscais do trabalho ? Sim.  Então poderíamos ter também fiscais da educação. 

Poderia descrever melhor a analogia? Desconheço pormenores dessas práticas.

Uma grande diferença é que o objeto das infrações deve ser bem mais objetivo.


Citar
Como seria punido ?

Primeiramente teríamos que ter instâncias para julgar adequadamente, não poderíamos punir sem o devido processo legal. Para isso poderiam ser criados  os Tribunais Federais da Educação, teríamos então em cada estado da federação um TRE (Tribunal Regional da Educação).* 

Além de termos um orgão oficial para julgar (e assim aplicar as punições cabíveis de forma legal e democrática), nós estaríamos criando mais empregos na área pública, e assim contribuindo para diminuir os atuais índices de desemprego  (olha aí mais uma vantagem).


* Em tempo,  para não confundir com os atuais Tribunais Regionais Eleitorais a sigla poderia ser TRED.

Eu acho temeroso o governo/políticos se meterem em educação, em vez de apenas o estado financiar.

Acredito que profissionais de diversos campos possam ter suas licenças cassadas, e isso já ocorra com dispositivos legais existentes, sob critérios da comunidade profissional na maior parte do tempo, e não da classe política (e de sua clientela eleitoral). Não existiria já algo assim para a licenciatura?



Você não respondeu quanto ao que definiria a doutrinação, que deve ser o problema principal.






<citações de dicionário>


Como seria o sistema de fiscalização por doutrinação nas escolas?

O que será apresentado como prova de tal doutrinação?

Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #93 Online: 06 de Novembro de 2018, 22:53:56 »

O que exatamente caracteriza essa doutrinação no sentido pejorativo, distinguindo do ensino correto? Como isso seria fiscalizado e punido?



Como seria fiscalizado ?

De forma semelhante a que se fiscaliza o trabalho e as relações trabalhistas, nós poderíamos também fiscalizar a educação e as relações educacionais. Existem fiscais do trabalho ? Sim.  Então poderíamos ter também fiscais da educação. 

Poderia descrever melhor a analogia? Desconheço pormenores dessas práticas.

Uma grande diferença é que o objeto das infrações deve ser bem mais objetivo.


Citar
Como seria punido ?

Primeiramente teríamos que ter instâncias para julgar adequadamente, não poderíamos punir sem o devido processo legal. Para isso poderiam ser criados  os Tribunais Federais da Educação, teríamos então em cada estado da federação um TRE (Tribunal Regional da Educação).* 

Além de termos um orgão oficial para julgar (e assim aplicar as punições cabíveis de forma legal e democrática), nós estaríamos criando mais empregos na área pública, e assim contribuindo para diminuir os atuais índices de desemprego  (olha aí mais uma vantagem).


* Em tempo,  para não confundir com os atuais Tribunais Regionais Eleitorais a sigla poderia ser TRED.

Eu acho temeroso o governo/políticos se meterem em educação, em vez de apenas o estado financiar.

Acredito que profissionais de diversos campos possam ter suas licenças cassadas, e isso já ocorra com dispositivos legais existentes, sob critérios da comunidade profissional na maior parte do tempo, e não da classe política (e de sua clientela eleitoral). Não existiria já algo assim para a licenciatura?



Você não respondeu quanto ao que definiria a doutrinação, que deve ser o problema principal.






<citações de dicionário>


Como seria o sistema de fiscalização por doutrinação nas escolas?

O que será apresentado como prova de tal doutrinação?




Eu já deveria ter respondido que o trecho que contém  " TRE (Tribunal Regional da Educação)"  foi uma ironia,   eu fiz o papel  de  defensor  do  policiamento de professores  apenas para mostrar o absurdo a que tal posicionamento poderia levar.   :hihi:


Foi mal aê.   :vergonha:


« Última modificação: 06 de Novembro de 2018, 22:56:05 por JJ »

Offline -Huxley-

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #94 Online: 06 de Novembro de 2018, 23:54:38 »

Como seria o sistema de fiscalização por doutrinação nas escolas?

O que será apresentado como prova de tal doutrinação?

Desculpe mudar um pouco de assunto, mas...

Pela enésima vez, a doutrinação não é o problema que o ESP deveria combater. Invés disso, o ESP deveria combater o controle ideológico e a perseguição de discordantes. A chantagem psicológica e a intimidação velada ou aberta são dois exemplos dos procedimentos usuais empregados que caracterizam essa conduta criminosa.

Vou citar dois exemplos noticiados na Gazeta do Povo.

Uma professora do colégio de Niteroi disse isso em sala de aula de eleitores de Bolsonaro: "O seguidor de Bolsonaro é uma pessoa execrável e ele encontra no Bolsonaro motivo para ser tão nojento quanto" e "A maioria é asquerosa, nojenta, homofóbica, racista, preconceituosa, elitista. Pobre de direita não tem nenhuma empatia com o diferente". A própria professora admitiu ter feito as declarações.

Outro caso foi de um professor no Pará que foi gravado em sala de aula usando termos chulos para descrever os adversários do PT. Para ele o impeachment foi golpe e "esse papo de corrupção" é "apenas propaganda para otário cair".

Ter que ser muito idiota ou safado para ver legitimidade nisso e é muito grave emitir opinião de que já não existem leis escritas na constituição que criminalizam tais condutas.

P.S.: Antes que me acusem de paradoxo de auto-referência, vou logo dizendo que não há paradoxo algum em ser intolerante com os intolerantes.
« Última modificação: 07 de Novembro de 2018, 00:08:54 por -Huxley- »

Offline André Luiz

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #95 Online: 07 de Novembro de 2018, 09:44:48 »
O problema é que os caras querem usar a desculpa do escola sem partido para atacar o conteúdo das disciplinas, ( educação sexual, evolução, historia...).

Offline Buckaroo Banzai

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #96 Online: 07 de Novembro de 2018, 10:58:11 »

Como seria o sistema de fiscalização por doutrinação nas escolas?

O que será apresentado como prova de tal doutrinação?

Desculpe mudar um pouco de assunto, mas...

Pela enésima vez, a doutrinação não é o problema que o ESP deveria combater.

"Deveria" -- isso é sua opinião sobre como deveria ser uma eventual legislação, ou aquilo que já consta nos projetos ou leis?




Citar
Invés disso, o ESP deveria combater o controle ideológico e a perseguição de discordantes. A chantagem psicológica e a intimidação velada ou aberta são dois exemplos dos procedimentos usuais empregados que caracterizam essa conduta criminosa.

Vou citar dois exemplos noticiados na Gazeta do Povo.

Uma professora do colégio de Niteroi disse isso em sala de aula de eleitores de Bolsonaro: "O seguidor de Bolsonaro é uma pessoa execrável e ele encontra no Bolsonaro motivo para ser tão nojento quanto" e "A maioria é asquerosa, nojenta, homofóbica, racista, preconceituosa, elitista. Pobre de direita não tem nenhuma empatia com o diferente". A própria professora admitiu ter feito as declarações.

Outro caso foi de um professor no Pará que foi gravado em sala de aula usando termos chulos para descrever os adversários do PT. Para ele o impeachment foi golpe e "esse papo de corrupção" é "apenas propaganda para otário cair".

Como seria lidado com simplesmente se expor falas de Bolsonaro? Seria isso já automaticamente o mesmo "bullying", apenas na outra direção?

Seria permitido divulgar em escola notícias sobre o apoio de neonazistas a Bolsonaro, e seu contato com eles?

Os professores podem dizer que neonazistas são asquerosos, homofóbicos, racistas, preconceituosos, elitistas?

Pode-se especular que foi o PT que mandou matar Celso Daniel, mesmo não tendo sido isso apurado nas investigações?







O problema é que os caras querem usar a desculpa do escola sem partido para atacar o conteúdo das disciplinas, ( educação sexual, evolução, historia...).

Esta parece ser explicitamente a motivação, embora tente se dar uma roupagem de neutralidade.

Nos EUA criaram ou tentaram "estudo crítico da evolução", depois de terem falhado com "desenho inteligente".

Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #97 Online: 07 de Novembro de 2018, 11:44:58 »
Mesmo sem lei, Escola sem Partido se espalha pelo país e já afeta rotina nas salas de aula


Pressão dos pais nos colégios impulsiona movimento e professores falam em autocensura


5.nov.2018 às 20h23
SÃO PAULO


Ingrid Fagundez


André* pede um expresso médio. "Puro, por favor." Quando o garçom vai embora, ele continua a conversa, apertando os olhos castanhos sob as sobrancelhas grossas. Filósofos como Schopenhauer, Maquiavel e Gramsci são citados para embasar seus argumentos.


"Schopenhauer diz que, quando uma pessoa te ofende, é porque ela não sabe te rebater. Ela quer desqualificar seu argumento desqualificando você", ele
explica, dando um gole no café.


O assunto é Escola sem Partido (https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/10/motores-debolsonaro-escola-sem-partido-e-ideologia-de-genero-tem-raizes-religiosas.shtml).
André é um apoiador do movimento contra a "doutrinação ideológica"
(https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/11/advogados-criam-canal-para-professor-denunciar-vigilia-ideologica-poralunos.shtml).


Segundo o grupo, cujas ideias estão entre as propostas do presidente eleito (https://m.folha.uol.com.br/folha-topicos/jair-bolsonaro/index.shtml)Jair
Bolsonaro (PSL)(https://m.folha.uol.com.br/folha-topicos/jair-bolsonaro/index.shtml) para a educação, professores se aproveitariam da "audiência cativa" dos estudantes para
aliciá-los para uma corrente ideológica —quase sempre de esquerda.



Os mesmos princípios estão em um projeto de lei que deve ser votado nesta semana em comissão especial da Câmara (https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/10/comprotesto-contra-e-gritos-de-bolsonaro-camara-adia-votacao-do-escola-sem-partido.shtml).


A proposta estabelece que cada sala de aula deverá ter um cartaz especificando os deveres dos docentes, como "não cooptar os alunos para nenhuma corrente política, ideológica ou partidária".
"Enfim", André dá de ombros, balançando os fones de ouvido ao redor do pescoço. "Quando você debate com professores, eles usam as táticas que Schopenhauer explica, apelam para a plateia. Ele não quer te dirigir à verdade. O objetivo é convencer a sala de que você é um aluno arrogante." André está no Ensino Médio. Ele tem 16 anos.



Independentemente da aprovação do texto no Congresso, André discute os conceitos do Escola sem Partido como se eles estivessem valendo. E, de certa forma, eles estão.   


Na semana passada, Ana Caroline Campagnolo (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/deputada-eleita-do-psl-pede-que-estudantes-denunciem-professorescontra-bolsonaro-em-sala-de-aula.shtml), deputada estadual eleita pelo PSL em Santa Catarina, postou em suas redes sociais uma mensagem incentivando estudantes a gravarem seus professores na segunda pós-eleição e denunciálos (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/deputada-eleita-do-psl-pede-que-estudantes-denunciem-professorescontra-bolsonaro-em-sala-de-aula.shtml)caso
suas "manifestações político-partidárias ou ideológicas" ofendessem "sua liberdade de crença e consciência".



Na postagem, ela escreveu que "muitos professores doutrinadores" estariam "inconformados e revoltados" com a vitória de Bolsonaro. Na quinta-feira, o juiz Giuliano Ziembowicz, da Vara da Infância e da Juventude de Florianópolis, determinou "a retirada imediata" dessas mensagens das redes da deputada (https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/11/justica-manda-deputada-eleita-nao-incitar-alunos-adenunciar-professores.shtml).




Ao longo de um mês, professores, alunos e pais relataram à BBC News Brasil que ações como a sugerida por Campagnolo já acontecem nas salas de aula.
Não são sempre casos conhecidos, mas transformações sutis e amplas — brigas, palavras silenciadas, conteúdo 07/11/2018 Mesmo sem lei, Escola sem Partido se espalha pelo país e já afeta rotina nas salas de aula - 05/11/2018 - Educação - Folha
https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/11/mesmo-sem-lei-escola-sem-partido-se-espalha-pelo-pais-e-ja-afeta-rotina-nas-salas-de-aula.s… 3/21
(https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/11/advogados-criam-canal-para-professor-denunciar-vigilia-ideologica-poralunos.shtml)suprimido
(https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/11/advogados-criam-canal-para-professordenunciar-vigilia-ideologica-por-alunos.shtml)—,
que alteram a dinâmica de ensino.


Nesta reportagem, André e outros atores que vivem essas transformações contam como o Escola sem Partido já é um programa em movimento em colégios do país.
Há alguns meses, em uma turma do oitavo ano, o professor de história Ricardo caminhava por entre as carteiras para checar que tipo de soluções os alunos estavam propondo para o país. Era essa a atividade do dia em uma das escolas privadas em que trabalha. Ele perguntou a uma adolescente qual era sua sugestão. "Matar todos os comunistas", ela teria respondido.





"Perguntei o que são comunistas, mas ela não sabia, eram os pais que falavam isso. Tinha certeza que, se questionasse algo, seria demitido no dia seguinte. Então não falei nada."
Os princípios do projeto e do movimento Escola sem Partido insistem na defesa do direito dos pais sobre o ensino dos filhos, para que eles "recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções".



O discurso de que professores devem repassar apenas o conteúdo aprovado pelas famílias é recorrente entre os apoiadores do movimento. Outro ponto forte é o de que deve haver espaço igual para visões opostas sobre todos os temas —em teoria, seria possível criticar, mas também necessário listar as vantagens do capitalismo, por exemplo.


Para o professor da faculdade de educação da Universidade Federal Fluminense e coordenador do Movimento Educação Democrática, Fernando Penna, é visível que essas ideias já chegaram às escolas.


Ele diz estar numa posição privilegiada para atestar o alcance das regras: percorreu 23 estados brasileiros dando palestras sobre o assunto. Em todos, conta, encontrou professores que, como Rafael, foram pressionados para cumpri-las ou denunciados por não fazê-lo: "é um processo muito difuso".



07/11/2018 Mesmo sem lei, Escola sem Partido se espalha pelo país e já afeta rotina nas salas de aula - 05/11/2018 - Educação - Folha https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/11/mesmo-sem-lei-escola-sem-partido-se-espalha-pelo-pais-e-ja-afeta-rotina-nas-salas-de-aula.s… 4/21
A chave para entender o crescimento orgânico do movimento são os projetos de lei que carregam seu nome nas esferas municipais e estaduais. São mais de 150 deles, de acordo com o último levantamento do grupo Professores Contra o Escola sem Partido, feito em janeiro. E mesmo que apenas 14 tenham sido aprovados em estados como Ceará, Rio de Janeiro e Paraíba, a
percepção de que o projeto está valendo teria se espalhado entre os pais.



Vários deputados e senadores eleitos neste pleito também defendem essa bandeira. "Recebemos muitas mensagens na página dizendo 'isso é lei, vocês não podem reclamar'", diz a professora Fernanda Moura, membro do grupo.


A capilaridade das propostas também seria explicada pela publicação de vídeos, fotos e textos nas redes sociais. A página do Facebook do Escola sem Partido tem 192 mil curtidas, mas os registros de professores discutindo com seus alunos sobre política, muitas vezes de forma agressiva, são compartilhados incontáveis vezes pela internet.


As mães entrevistadas disseram receber esse tipo de material pelo WhatsApp. "Vejo vídeos de professores que não levam para aula um debate saudável, mas sua opinião. Os pais ligaram o alerta", diz Raphaela, mãe de um menino de 9 anos, que estuda no Rio.


Desde que viu o então deputado federal Jair Bolsonaro postar sobre os abusos de docentes, Raphaela tem distribuído links e fotos entre outras mães. "Quem tem que dominar e saber das coisas do filho é a família, sem ficar com essa coisa de sexualidade (https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/10/motores-debolsonaro-escola-sem-partido-e-ideologia-de-genero-tem-raizes-religiosas.shtml), de comunismo."


Fernando Penna, da UFF, considera que essa é uma estratégia do Escola sem Partido para provocar "pânico moral". Penna diz que o movimento explora situações que são realmente condenáveis —professores xingando ou constrangendo alunos— para destruir o espaço democrático da escola
(https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/11/advogados-criam-canal-para-professor-denunciar-vigilia-ideologica-poralunos.shtml).
Segundo ele, esses excessos são problemáticos e devem ser corrigidos, mas isso não pode acabar com qualquer debate em sala.


07/11/2018 Mesmo sem lei, Escola sem Partido se espalha pelo país e já afeta rotina nas salas de aula - 05/11/2018 - Educação - Folha
https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/11/mesmo-sem-lei-escola-sem-partido-se-espalha-pelo-pais-e-ja-afeta-rotina-nas-salas-de-aula.s… 5/21
"Eles usam casos extremos e dizem que isso está acontecendo em todo Brasil. É criar a doença para vender a cura. Espalham o pânico e aí falam: 'você está com medo? Podemos resolver isso'".



Fundador do Escola sem Partido, o advogado Miguel Nagib não quis discutir o tema. Em entrevista à BBC News Brasil em 2016, para uma reportagem sobre bullying político entre crianças, Nagib disse que os seis deveres dos professores estabelecidos pelo movimento apenas propõe "limites éticos e jurídicos da atividade docente": "sejam quais forem as preferências políticas
e ideológicas do professor, ele está legalmente obrigado a respeitar esses limites".


"Foi André que começou a falar sobre o assunto, por causa dos casos que aconteciam na escola. Fui averiguar e vi que os estudantes são humilhados", diz Juliana, mãe do adolescente.
Ela senta ao lado do filho na padaria de São Paulo em que acontece a entrevista. Quando termina de responder à primeira pergunta —como conheceu o movimento—, passa a palavra a ele. E assim é por boa parte da conversa.



André explica que há dois tipos de doutrinação: quando o professor dá sua opinião sobre algum tópico político, econômico ou do noticiário e quando, sem anúncio, "puxa a sardinha" para versões da história que "prefere". O último tipo é o que o jovem considera mais perigoso.


"O aluno que não sabe nada assume que o professor está certo. Não estou falando que precisaria falar de todos os autores de um tema, mas citar que existem outros. Ser sincero, sabe?", ele balança a cabeça, a xícara na mão.


"Mas é muito mau caratismo hoje em dia." Juliana franze a testa e concorda: "Demais."


À direita na página do Escola sem Partido, os itens do menu aparecem em pequenos ícones de quadro negro. Abaixo de "Deveres do Professor" estão
07/11/2018 Mesmo sem lei, Escola sem Partido se espalha pelo país e já afeta rotina nas salas de aula - 05/11/2018 - Educação - Folha
https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/11/mesmo-sem-lei-escola-sem-partido-se-espalha-pelo-pais-e-ja-afeta-rotina-nas-salas-de-aula.s… 6/21
"Flagrando o Doutrinador", "Planeje sua Denúncia" e "Conselho aos Pais".


Ao clicar no último, abre-se uma página com um texto curto, endereçado aos "senhores pais": "Processem por dano moral as escolas e os professores que transmitirem conteúdos imorais aos seus filhos".


As reclamações das famílias parecem ser o principal motor de aplicação dos princípios do Escola sem Partido. É uma técnica eficaz, dizem os professores,
porque os fazem temer processos e demissões (https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/11/advogados-criam-canal-para-professor-denunciar-vigilia-ideologica-poralunos.shtml).
"A pressão é inegável. O professor sabe que vai ser uma dor de cabeça enorme e eles usam o Judiciário como um tipo de ameaça", diz Fernanda Moura, do grupo de docentes contrários ao movimento.



Em artigo publicado no site do Escola sem Partido sobre a visita da filósofa americana Judith Butler ao Brasil, em 2015
(https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/11/1933437-manifestantes-pro-e-contra-judith-butler-protestam-no-sescpompeia.shtml),
quando ela participou de um evento sobre questões de gênero, Miguel Nagib escreveu sobre a "ideologia de gênero" na sala de aula. O termo não é reconhecido por estudiosos da área e foi popularizado por segmentos contrários à ideia de que gênero é uma construção social e, portanto, não está restrito ao sexo biológico de uma pessoa.



No texto, Nagib diz que ao tratar seus alunos como "cobaias de teoria de gênero", os professores estão correndo um risco: "ser réu numa única ação judicial já é motivo de dor de cabeça. Imagine figurar como réu em dezenas de processos ajuizados por dezenas de pais!".




A deputada Ana Caroline Campagnolo, que incentivou estudantes a denunciarem "doutrinadores", diz que teve um raciocínio semelhante ao de Nagib ao processar uma de suas professoras.
Antes de se candidatar, Campagnolo, então mestranda, entrou com uma ação contra a professora da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc)
Marlene de Fáveri. Ela pedia indenização por danos morais em processo por 07/11/2018 Mesmo sem lei, Escola sem Partido se espalha pelo país e já afeta rotina nas salas de aula - 05/11/2018 - Educação - Folha
https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/11/mesmo-sem-lei-escola-sem-partido-se-espalha-pelo-pais-e-ja-afeta-rotina-nas-salas-de-aula.s… 7/21
perseguição ideológica. (https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2018/10/briga-judicial-entre-professorae-aluna-ilustra-racha-politico-no-pais.shtml)
Segundo a deputada eleita, De Fáveri a teria atacado em sala de aula por suas posições cristãs (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/congresso-antifeminista-une-cristas-amigapessoal-de-bolsonaro-homem-mais-machista.shtml)antifeministas (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/congresso-antifeminista-une-cristas-amiga-pessoal-de-bolsonaro-homemmais-machista.shtml), além de abandonar a orientação de sua dissertação. A docente nega qualquer agressão contra a estudante. Em setembro, a Justiça julgou a
ação improcedente por falta de provas.



De Fáveri, por sua vez, protocolou uma queixa-crime contra a ex-mestranda por calúnia e difamação. Ela diz que a denúncia foi aceita pelo juiz no início de outubro e agora espera a decisão. Enquanto isso, conta que segue normalmente com sua vida, dando aulas, palestras e orientando alunos.


"Não mudei ritmo de trabalho porque tenho compromisso com os estudantes e a sociedade. Continuo na defesa dos valores que protejo acirradamente: os direitos humanos, a cidadania e a liberdade de cátedra", disse a professora, que participa de debates sobre o Escola sem Partido.



Em entrevista à BBC News Brasil, Campagnolo afirmou que mesmo sem vitória na Justiça, considera que ganhou a disputa. Ela pediu uma indenização de R$ 17,6 mil em seu processo, mas argumenta que os custos de De Fáveri com trâmites judiciais foram muito maiores, o que fizeram a ação "cumprir seu papel pedagógico."



"Houve um incômodo de dois anos que é impossível mensurar com dinheiro. Meu processo teve uma função pedagógica, porque os professores vão pensar nisso antes de repetir os mesmos erros. Eles devem arcar com as consequências de seus atos ilícitos."


Neste ano, em um colégio particular de Porto Alegre, pressão semelhante de um grupo de pais levou à demissão de um professor de português. Uma das mães que participou da ação, Karina, diz que o motivo foi um livro de Antonio Prata, "(https://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2018/09/que-que-a-gente-faz.shtml)Nude Botas"(https://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2018/09/que-que-a-gente-faz.shtml), indicado como leitura obrigatória para sua filha de 13 anos.



Em uma das crônicas, o escritor conta como durante um passeio ao Pico do Jaraguá, quando criança, suas irmãs viram uma mulher fazendo sexo oral em um homem. Na história, o pai de Prata tenta explicar o episódio, dizendo que a prática era comum entre os casais, inclusive os gays. No texto, o escritor usa as palavras "chupar" e "pinto".


Karina classifica o livro como "obsceno" e "pornográfico". "Ele tem cenas bastante chulas. Situações, assim, de homossexualismo
(https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/09/obra-de-joao-silverio-trevisan-sobre-a-historia-da-homossexualidade-nobrasil-volta-as-livrarias.shtml),
mas de uma maneira grosseira."


O alerta sobre a crônica de Prata foi dado por WhatsApp, aplicativo no qual todas as famílias daquela sala de sétimo ano se reúnem. Segundo Karina, o primeiro pai escreveu: "vocês estão acompanhando a leitura das crianças?", o que foi seguido por manifestações de revolta de outros membros. "Nu de Botas" foi a gota d'água. Pouco antes, o mesmo professor havia
pedido uma redação dando como exemplo um texto que defendia a saída do presidente Michel Temer (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/improviso-marca-fim-do-governodo-presidente-michel-temer.shtml), escrito por um "jornalista esquerdista".



"Tudo isso gerou bastante comoção nos pais e muitos ameaçaram fazer boletim de ocorrência. Chegamos na direção e a diretora não sabia de nada. Os professores estavam livres, completamente..." Após as denúncias, a demissão aconteceu no mesmo dia.



Karina diz que a reação "ainda é tímida", mas mostra que os pais estão atentos. Apesar de discreto, pondera, o movimento é suficiente para que os professores repensem a escolha do conteúdo e as coordenações da escolha de seus funcionários.


André acha que seu professor de filosofia fala muito de Karl Marx (https://m.folha.uol.com.br/folha-topicos/karl-marx/?pg=2).
07/11/2018 Mesmo sem lei, Escola sem Partido se espalha pelo país e já afeta rotina nas salas de aula - 05/11/2018 - Educação - Folha
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O filósofo e sociólogo alemão concebeu teorias sobre sociedade, economia e política cujo conjunto ficou conhecido como marxismo. Seu pensamento sustenta que as sociedades humanas progridem por meio da luta de classes e que o Estado foi criado para proteger os interesses da classe dominante.


Para André, o professor tem preferência por Marx e dá muito espaço a sua obra, em vez de explorar autores elogiosos ao capitalismo. O aluno defende que Ludwig von Mises, membro da escola austríaca de pensamento econômico, ganhe mais espaço.


Uma das referências teóricas dos movimentos de direita no Brasil
(https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/10/guerras-culturais-se-acirram-no-brasil-e-quem-vence-e-a-direita-debolsonaro.shtml),
Mises argumentava que o livre mercado era a única política econômica viável e que a intervenção governamental levaria ao socialismo.



Como o professor insistia em se concentrar em Marx, os embates começaram. "Quase toda aula a gente discute. Ele me respeita, eu respeito ele. Apesar de ele dizer que o autor que ele gosta está certo e dar aula em função disso, quando a gente discute, ele admite algumas coisas", André diz, levantando as sobrancelhas.


"Então, tipo, tem o professor que faz essas coisas sem perceber, talvez por ter vivido isso nas faculdades. Quando faz sem perceber, tenho amizade. Mas quando o professor faz de propósito, aí começo a olhar com..." "Você se distancia?", a reportagem pergunta. "Não faço questão de ser amigo", ele dá de ombros.



Os professores entrevistados concordam que este não é o ano mais tenso para a educação. Segundo eles, o de 2016, quando aconteceu o impeachment
da ex-presidente Dilma Rousseff(https://www1.folha.uol.com.br/colunas/otavio-friasfilho/2018/04/golpe-ou-impeachment-ainda.shtml),
ou o seguinte, 2017, foram mais eviden









[...]





https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/11/mesmo-sem-lei-escola-sem-partido-se-espalha-pelo-pais-e-ja-afeta-rotina-nas-salas-de-aula.shtml
« Última modificação: 07 de Novembro de 2018, 11:48:25 por JJ »

Offline Geotecton

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #98 Online: 07 de Novembro de 2018, 11:51:45 »
Os dois casos citados pelo -Huxley- são conspícuos quanto à doutrinação ideológica.

Acompanho a área de educação e é crescente a influência da esquerda desde 1985, em especial no setor de humanas no nível universitário.

O ESP é uma resposta a isto. Não acho ele bom mas o que se observa na educação hoje é muito pior, em especial nas universidades, que se consideram 'acima do bem e do mal', porquê querem toral autonomia mas custeada pela sociedade.

Avalio que na medida que forem ocorrendo os conflitos, o Judiciário é que irá resolve-los. Espero que aqueles casos que forem de Ciência (Teoria da Evolução) x Religião e/ou Pseudociência (criacionismo, design inteligente), o estado dê ganho de causa à Constituição (estado laico), ou seja, à Ciência.

Nos casos de doutrinação para estudantes até o ensino médio, que o estado seja contra.

E que no ambiente universitário seja tolerada a livre discussão mas com punição severa para aqueles que atrapalham a aula e depredam patrimônio.
« Última modificação: 07 de Novembro de 2018, 11:55:11 por Geotecton »
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Offline JJ

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Re:Escola Sem Partido, Estado e Homeschooling
« Resposta #99 Online: 07 de Novembro de 2018, 11:59:19 »

Nos casos de doutrinação para estudantes até o ensino médio, que o estado seja contra.




Um problema  para o qual ainda não vi uma apresentação  de uma boa  solução é a questão  da definição legal  explícita,  concreta,  objetiva e imparcial do que seja:

                                                                            Doutrinação

 

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