Tanto em um como no outro modelo, o fluxo genético tem importância na hora de “reabastecer” o pool genético das populações das espécies. A verdade é que os criacionistas criticam é o fato de só se terem observados especiações que já são difíceis de ser observadas , e não formação de gêneros, famílias, etc.
Dos que aceitam isso.
O primeiro obstáculo para isso eu já dei, que é o tempo. O segundo obstáculo é que para ser OBSERVÁVEL o processo de formação de novos gêneros, famílias, etc. requer mudança genética significativa. Não vejo como uma população ancestral ser capaz de produzir outras com signficantes diferenças nas frequências alélicas( em pouco tempo) sem especiações. Eu e os paleontólogos , estamos nesse grupo. Os geneticistas estão em outro.
Eu acho os geneticistas também acham que antes de origens de taxons mais elevados tem que haver várias especiações... duvido que alguém defenda origem anagênica de um gênero ou grupo maior.
Vamos considerar primeiro esse caso. Depois passemos para a outra situação. Primeiro: Grandes Mudanças com especiações.
1-A redistribuição de novos alelos só será rápida se a população for pequena o suficiente, porque a população grande tem mais resistência a mudanças.
Acho que o tamanho da população não é muito relevante dependendo da intensidade de seleção.
E teriam que haver consecutivas especiações rápidas, porque é improbabilíssimo uma única especiação transformar uma espécie ancestral em uma de outro gênero.
Eu acho que deve ser raríssimo, praticamente impossível, mas como essas divisões são arbitrárias, sei lá, talvez até com algum tipo de seres possa ocorrer. Mas muito mais provavelmente a diferença suficiente para isso só vai se somar com mais tempo, e muito provavelmente outras especiações ocorrerão antes disso.
Consecutivas especiações rápidas podem ser boas para o Criacionismo explicar a biodiversidade
Fariam melhor se alegassem "milagre" para isso.
Bem, os geneticistas concordam que maiores mudanças evolutivas podem ocorrer sem especiação, vamos considerar este caso. Grandes mudanças sem especiações. Ou melhor grandes mudanças com UMA especiação.
A despeito da parte conceitual disso, há alguns exemplos interessantes de polimorfismos sexuais dentro de apenas uma espécie: há ao menos uma espécie de peixe com três diferentes tipos de macho, com estratégias reprodutivas e morfologias um tanto distintas (um muito pequeno e furtivo, um médio que mimetiza a fêmea, e um grande e agressivo).
Ocorrem coisas similares com alguns artrópodes... com as vespas dos figos, por exemplo, há os machos "religiosa" que vivem apenas dentro dos figos e nem se parecem vespas porque sua morfologia é toda adaptata à luta com outros do seu tipo para fecundar as larvas nascituras das vespas, e uma outra forma de macho que seria reconhecível como uma vespa, similar à fêmea.
Há um caso similar com lagartos, mas as diferenças morfológicas são menores (apenas cores, acho) as principais diferenças são de comportamento/estratégia reprodutiva.
Ainda com os artrópodes, acho que as especializações de algumas formigas também devem somar mais diferenças que as encontradas entre algumas espécies.
E com alguns peixes, e acho que mais conhecidamente com cracas (Se bem que nem estou certo se é com cracas) há os machos "parasitas" ou "complementares", que são "atrofiados" ao máximo a ponto de serem funcionais apenas a ponto de serem capazes de se reproduzir. Eu não sei como é com as cracas, mas com os peixes, eles chegam a se fundir no corpo das fêmeas, sobrevivendo à custa das funções vitais delas. Mais de um em cada fêmea, em algumas espécies. Acho que li algo sobre antes de se ter conhecimento disso, demoraram para descobrir os machos e se perguntavam onde diabos eles deviam estar...
Eu não tenho certeza, mas acho que são coisas que causam ou causariam anomalias nas análises cladísticas se não forem corrigidas "manualmente" tendo conhecimento de que se tratam de uma só espécie. Uma vez eu perguntei para paleontólogos como ficaria essa questão de polimorfismos e paleoespécies, e eu não lembro bem da resposta, mas resumidamente, é complicado e podem ocorrer erros de classificação, e
eu não me surpreenderia se fossem erros até o nível de gênero, eventualmente. Talvez maiores, dependendo de quão "atomizador" for o taxonomista.
E especulando um pouco, acho que também seria algo bastante significativo taxonômicamente, e não muito improvável de ocorrer, a origem de espécies neotênicas de lagartas que nunca se transformam em borboletas ou mariposas (ou larvas adultas de qualquer espécie). Será que uma larva de inseto que se reproduz sem nunca desenvolver todas características adultas pelas quais os insetos são considerados insetos poderia ser considerada um inseto? E depois, a partir de mais modificações acumuladas nessas "larvas adultas", diferenciando-as um pouco até de larvas de insetos? Me parece um modo possível de surgir de forma razoavelmente rápida um grupo bastante distinto.
Conclusão: Não há “limitação da introdução de novo material genético”. Há limitação de introdução de novo material genético em pouco tempo. Nesse livro que o Édson citou, o “Evolução: Um Livro Texto Crítico”, eles falam que o fato de mutações induzidas nunca transformaram bactérias em outros procariotos como arqueobactérias, micobactérias ou mesmo bactérias de outro gênero, isso seria uma evidência contra a a continuação da macroevolução. O que eles não sabem é que os procariotos , geralmente não tem íntrons para fazer com que a maioria das mutações sejam neutras, assim como acontece nos eucariotos. E que experiências de meses não irão transformar procariotos em arquebactérias, pelo simples fato que o processo natural demorou vários milhões de anos, não seria razoável conseguir no laboratório uma simulação de algo que levou milhões de anos para acontecer.
Ou seja, "refutam" apenas o espantalho evolucionista, para variar. De certa forma, atiram no próprio pé, porque eles é que precisam dessas grandes modifições ocorrendo rapidamente.
Daniel, eu sei que você deve entender mais de genética de populações do que eu, mas acredito que estes são os motivos para não vermos formação de gêneros ou formação de famílias num tempo razoalvelmente curto. Se eu cometi algum erro , me corrija, por favor.
Eu nunca pensei sobre isso sobre o ponto de vista de genética de populações, até porque acho as outras classificações além de espécie um tanto irrelevantes para o entendimento do processo de evolução. São construções arbitrárias convenientes por várias razões, apenas isso.
Assim vão surgir gêneros ou grupos maiores em um tempo consideravelmente curto dependendo de duas coisas, basicamente: da probabilidade de modificações fenotípicas mais drásticas (porém ainda aptas) ocorrerem com poucas mutações em determinado grupo; e da taxonomia desse grupo considerar essas modificações em questão como suficientes para a classificação em um novo grupo.
E essas coisas vão variar de acordo com os grupos, por diversos motivos. Tanto os critérios taxonômicos são outros, quanto a probabilidade de modificações mais drásticas ocasionadas por mutações simples, e o impacto dessas modificações drásticas para a aptidão. Em artrópodes, por exemplo, me parece que deve ser muito mais provável o acréscimo de algum segmento homômero, em contraste com os vertebrados, por exemplo. Tanto por talvez ser mais provável de ocorrer geneticamente (juntamente com um resultado fenotípico viável), quanto por não fazer uma diferença tão grande para uma lagosta se ela tem um par de patas a mais ou a menos quanto faria para um rato ou um cachorro.
Li em algum lugar, que chimpanzés e humanos - que ao menos uma pessoa já propôs que se classificasse no mesmo gênero - somam mais diferenças que as que separam 3 ordens (ou subordens, não me lembro) de anuros.
Mas de qualquer forma, acho que é por aí, eu só acho que as seleções natural e sexual têm maior importância que o efeito fundador por si só, até porque ambas as seleções podem causar efeito fundador como efeito colateral. Mas mais que isso, porque as diferenças que elas causam entre populações são mais drásticas.
Algum criacionista (dos criacionismos que sustentam que algo assim ocorreu) já se propôs a explicar como os seres levados na arca possuiam todos os alelos encontrados hoje e os que ainda vamos encontrar (já que os mutantes, segundo vários deles, são todos eliminados)? Se temos apenas dois alelos de cada gene, na melhor das hipóteses (sendo heterozigotos de todos os genes)?
Os seres humanos levavam alguma vantagem, já que eram em 8, enquanto haviam só dois de cada "tipo" de outros animais, exceto parasitas, que talvez existissem mais, a menos que Noé e seus ajudantes tenham cuidadosamente vasculhado a pelagem de cada animal e se certificado de que haviam apenas duas pulgas de cada espécie, fazendo comparações cuidadosas entre as pulgas que parasitam diferentes espécies animais para verem se são as mesmas ou poderiam ir junto, por serem espécies diferentes. E o mesmo com cada parasita de cada espécie animal. Lembrando que há mais parasitas do que qualquer outro tipo de ser.
E alguém, não criacionista, mais provavelmente, já tentou listar todos os parasitas que teriam que esta parasitando todos os indivíduos da arca? Os diferentes vermes e bactérias de todos os tipos. . .
acho que mesmo com a super-evolução criacionista, escolhendo apenas alguns tipos básicos de vermes como matrizes para as especiações que originaram todos os existentes hoje, eles ainda estariam bem infestadinhos naquela arca.
Lombrigas, solitárias, HIV, peste negra, carrapatos, etc. . . . de tudo um pouco. . .
Eu já pus as alegações criacionistas em outros tópicos. Resumindo:
-Os estudos mostram que quando dadas as condições adequadas , as especiações podem ser rápidas, algo como 100 anos ou menos. Logo, a biodiversidade não é problema para o Criacionismo, porque as especiações rápidas a ajudaram, e algumas espécies e até alguns gêneros poderiam ter surgido após o dilúvio. A Evolução é que tem mais problemas porque a formação de taxas mais elevadas(gêneros , famílias, etc. ) nunca foram observadas. Apenas de especiações. Mutações induzidas em bactérias nunca transformaram em outro tipo celular(esse argumento eu vi num livro de um ortogeneticista num livro daqui da Universidade, mas já vi criacionistas utilizarem ele. . . acho que é uma crítica a teoria endossimbiótica)
Já estou cansado de ler isso.... não é para os que admitem as especiações a questão, o problema da variabilidade genética é para aqueles que defendem que mutações não geram nada de bom e que de alguma forma Adão e Eva já tinham todos os alelos existentes hoje. Eles tinham que ter alguma outra estrutura genética para trazer todos esses alelos, assim como os pares de animais levados na arca. Mesmo que não digam que ocorreu especiação após o dilúvio. A variabilidade genética das populações atuais não tem como ter vindo de dois indivíduos sem acréscimos por mutações.
PS. OT.: O programa do Gugu acaba de dizer que gêmeos identicos são homozigotos e os não idênticos são heterozigotos!!!!
