Autor Tópico: A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade  (Lida 6242 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Online: 02 de Setembro de 2009, 09:55:52 »
Como exatamente vocês traçam essa linha? Como por exemplo, funk carioca, pagode, axé, etc. Onde a coisa passa a ser simplesmente de um gosto musical diferente, mas ainda assim meramente uma forma de diversão que não se consegue criticar embasadamente de forma mais significativa a que se pode criticar outros comportamentos mais bem aceitos como inofensivos (ou positivos) -- como "ficar" em vez de toda parte física ser pós-namoro; o que também pode entrar em questão, de qualquer forma -- e passa a ser moralmente preocupante?

Quando essa área do comportamento deixa de ser meramente uma questão de foro íntimo e passa a ser algo que mereça uma preocupação social e política?

Offline André T.

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #1 Online: 02 de Setembro de 2009, 11:30:27 »
É uma ótima pergunta. É difícil fugir do relativismo porque aceitamos como sociedade (obviamente por questões culturais) muito mais facilmente situações de violência explícita do que situações de sexo explícito (tudo bem o Datena mostrar a polícia atirando nos bandidos, mas ai de quem mostrar sexo na novela das oito).

Talvez o ato de visualizar um ato sexual não cause absolutamente nenhum problema, mesmo em uma criança, tanto que ela não tenha sido criada em um ambiente que ensina que aquilo é errado e digno de vergonha pública. Não tenho nenhum embasamento pra afirmar isso, mas é o que me vem à mente lembrando de crianças vendo cachorros cruzando e rindo, rindo muito.
O problema é quando juntamos um grupo com uma moral muito bem estabelecida com relação a esses comportamentos (por exemplo, adventistas) e um grupo extremamente liberal. Nesse caso, só a simples expressão do grupo liberal pode ser vista como ofensiva para o grupo mais conservador.

Acho que a questão pra ser abordada de forma mais coerente por quem entende de psicologia. Eu só consigo levantar mais perguntas.
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Offline _tiago

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #2 Online: 09 de Setembro de 2009, 20:41:06 »
Imoral é aquilo, a meu ver e a princípio, que causa sofrimento ou de alguma forma prejudica outrem. Eu fazer alguém sofrer sem eu perceber, isso é amoral, eu fazer sabendo, é imoral.
Funk me causa sofrimento, mas continuo achando que é apenas mau gosto.
Sadomasoquismo não entraria no caso, que o prazer está na dor.

Offline Dbohr

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #3 Online: 17 de Setembro de 2009, 11:53:00 »
Estou tentado a dizer que o limite é o do consenso mútuo entre dois (ou mais) adultos, respeitadas as leis vigentes -- ou seja, sexo em público é meio over :-)

Mas é assunto para muito debate, e não creio que se possa definir assim com tanta facilidade.

Offline Moro

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #4 Online: 17 de Setembro de 2009, 14:29:51 »
Se há um grupo em um lugar reservado com o intuito de dançar o funk carioca ou fazer uma suruba, o problema é do grupo. Então como primeira linha de separação, ninguém tem nada a ver com minha vida particular se eu estou em um lugar reservado ou entre pessoas com gosto semelhantes.

Segundo, um beijo em público já foi considerado obsceno. Agora, é absolutamente normal. Acho que a tendência é que coisas que são normais, e porque não dizer naturais, serão considerados como tal com o passar do tempo. Não sei qual vai ser o limite, se em público ou simplesmente mais reservado, mas o limite tende a ficar menos radical.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #5 Online: 18 de Setembro de 2009, 12:21:57 »
Pertinente ao tópico:

<a href="http://www.youtube.com/v/0jCgQVywYas" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/0jCgQVywYas</a>

<a href="http://www.dailymotion.com/swf/x8jdgm_escuela-venezolana-pajarracoses_sexy" target="_blank" class="new_win">http://www.dailymotion.com/swf/x8jdgm_escuela-venezolana-pajarracoses_sexy</a>


Aos que geralmente se colocam na posição de "não vejo nada demais", a manteriam, se colocando na posição de pais?

Aos que não aprovariam como pais, acreditam que isso devesse ainda assim ser algo totalmente dentro da esfera particular, ou que são cabíveis políticas públicas com esse fim? Defender a primeira coisa, mas não a segunda, não seria talvez um tanto de -- com o perdão da falta de um termo melhor -- "hipocrisia politicamente correta"? Pode de qualquer forma ser visto como uma forma de respeito à liberdade, mas se é algo nocivo a ponto de se ajuar prejudicial às próprias filhas, estando portanto acima da liberdade delas, não seria também coerente estender isso às filhas de todo mundo, principalmente daqueles que talvez tenham menos bom senso? Ou isso é puramente arrogância e totalitarismo?

Offline Moro

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #6 Online: 18 de Setembro de 2009, 23:06:07 »
Primeiro a parte fácil

Reforço que no ambiente particular, é esperado que pessoas façam o que se sentem bem fazendo. Por exemplo, se minha filha está com seu namorado em um quarto e acha que isso vai apimentar a relação, ótimo.

Agora a parte um pouco mais complexa

O que realmente não acontece é um pai chegar em casa uma noite e descobrir que sua filha, sem mais nem menos, se transformou em ma dançarina de funk de baixo calão. Eu realmente espero que a criação que estou dando a ela possa faze-la descartar completamente uma exposição desse tipo ou que pelo menos ela entenda meu ponto de vista do porque se expor assim é prejudicial a ela mesmo.
Não é raro ver adolescentes não necessariamente moralistas acharem esse tipo de dança bem imbecil.

Provavelmente esse tipo de dança faz parte da cultura do bairro/classe social que essa garota está inserida. Se boa parte da comunidade está inserida nesse contexto, é um pouco mais difícil sair dele, mas também são menores os impactos de se agir assim.



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Offline André T.

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #7 Online: 18 de Setembro de 2009, 23:28:27 »
Agora relendo o meu post fiquei com a impressão de que soei muito mais permissivo do que na verdade eu sou. Mas enfim.
Pertinente ao tópico:

...
Aos que geralmente se colocam na posição de "não vejo nada demais", a manteriam, se colocando na posição de pais?
Vejo coisas demais, sim. Já disse São Paulo que não é tudo que eu posso fazer que me convém. Mesmo sendo _permitido_ esse tipo de atividade, não acho que ele deva ser _incentivado_.

Aos que não aprovariam como pais, acreditam que isso devesse ainda assim ser algo totalmente dentro da esfera particular, ou que são cabíveis políticas públicas com esse fim? Defender a primeira coisa, mas não a segunda, não seria talvez um tanto de -- com o perdão da falta de um termo melhor -- "hipocrisia politicamente correta"? Pode de qualquer forma ser visto como uma forma de respeito à liberdade, mas se é algo nocivo a ponto de se ajuar prejudicial às próprias filhas, estando portanto acima da liberdade delas, não seria também coerente estender isso às filhas de todo mundo, principalmente daqueles que talvez tenham menos bom senso? Ou isso é puramente arrogância e totalitarismo?
Acho que incentivar uma cultura de mais respeito a si próprio não faria nem um pouco mal pra ninguém. Afinal, é nisso que essa conversa acaba caindo. Eu acho essas situações moralmente reprováveis porque demonstram falta de respeito com o próprio corpo... 'qualquer lugar serve, qualquer um serve, qualquer uma serve.'

Pensei um pouco e acho que até mesmo o post do Buckaroo reflete um pouco da nossa opinião meio distorcida. Por que nos preocuparíamos com a nossa filha e não com o nosso filho, o garoto que está ali com a menina? A situação de falta de respeito próprio é exatamente a mesma. E, mesmo assim, mesmo eu estando aqui, racionalizando, fico pensando que se eu fosse pai da garota ia estar bem mais bravo do que se fosse pai do menino. Mas sei também que isso é irracional (talvez até de cunho evolutivo?), então tento descartar.

Não acho que deva ser feito algum tipo de proibição. E também não sei se existe uma forma do governo incentivar um ou outro comportamento. Aí entra o papel da televisão que, ao invés de ajudar, só coloca mais lenha na fogueira.
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Offline Nina

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #8 Online: 19 de Setembro de 2009, 00:10:43 »
Olha, podem dizer que sou cafona, fora de moda, moralista, mas se minha filha me apronta uma dessas a coisa esquenta aqui em casa.

Espero ter a lucidez de deixar bem claro para ela o quão degradante são essas culturas como o funk.

E também espero conseguir fazer ela se interessar por outros meios que não esse, já que ela fatalmente não vai viver inserida nessa realidade, não no dia-a-dia.

E está aí a vantagem de viver numa cidade minúscula. Aqui, todo mundo sabe o que todo mundo faz... :P
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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #9 Online: 19 de Setembro de 2009, 00:26:38 »
Outra vantagem é não ver TV aberta nem ouvir rádio...

Offline Tupac

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #10 Online: 19 de Setembro de 2009, 12:26:36 »
Estranho é ver sexo (sexualidade) como imoral, como algo a se combater. Comer a maçã foi a maior besteira de Adão mesmo...
« Última modificação: 19 de Setembro de 2009, 12:56:24 por Tupac »
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Offline Moro

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #11 Online: 20 de Setembro de 2009, 01:02:45 »
Concordo contigo Tupac.

A grande questão no filme do Buck é que as meninas não podem ignorar a sociedade em que vivemos, a maneira como serão tachadas e as consequências que isso pode ter.

Por isso disse que quero que minha filha saiba que deve fazer o que quer entre quatro paredes mas deve se resguardar para o público.
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Offline Tupac

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #12 Online: 20 de Setembro de 2009, 18:50:31 »
:histeria: Agora que vi o primeiro vídeo. A música é doida... como diz o "cantor" no refrão: "Eita p@#$%"

ahuahuahuah...
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Offline Dbohr

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #13 Online: 20 de Setembro de 2009, 23:30:47 »
"Dou o $* de cabeça pra baixo" é de uma profunda expressão poética :rolando:

No mais, assino embaixo o que o Agnóstico escreveu. Para o bem ou para o mal, meninas que se comportam assim em público são tachadas com palavras bem feias. Isso traz conseqüências.

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #14 Online: 21 de Setembro de 2009, 10:42:51 »
Concordo contigo Tupac.

A grande questão no filme do Buck é que as meninas não podem ignorar a sociedade em que vivemos, a maneira como serão tachadas e as consequências que isso pode ter.

Na verdade eu me pergunto se as coisas poderiam ir mais além disso. O quanto esse tipo de coisa se correlaciona e como com um comportamento ideal no sentido da formação de família versus conduzir a promiscuidade e filhos não-planejados com quem nem se tenha uma relação estável de qualquer tipo. E as conseqüências disso para a sociedade ou para o grupo social onde isso é comum.

Talvez haja um pouco de "paradoxo tostines" na questão, o quanto uma coisa precede a outra ou causa, ou ainda, se é só reflexo e se não tem nenhum papel causal.

Mas o quanto isso seria significativo mesmo? Existiria essa correlação para começar, ou é preconceito? Eu não sei, na verdade. Se não me engano, acho que no nordeste, apesar dos populares forrós com letras não menos sugestivas, são hiper-conservadores e protetores das filhas. Ouvi dizer que nem bem existe o "ficar" por lá, que corre o risco dum cara do sudesde ir para lá, beijar uma menina e ela já estar pensando que há uma perspectiva de casamento.

Offline Orbe

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #15 Online: 21 de Setembro de 2009, 14:53:31 »
Se não me engano, acho que no nordeste, apesar dos populares forrós com letras não menos sugestivas, são hiper-conservadores e protetores das filhas. Ouvi dizer que nem bem existe o "ficar" por lá, que corre o risco dum cara do sudesde ir para lá, beijar uma menina e ela já estar pensando que há uma perspectiva de casamento.

Só no interior é assim. Nas capitais é igual ao sudeste.
Se você se importasse não estaria discutindo e sim agindo...

Offline A Mosca

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #16 Online: 21 de Setembro de 2009, 19:20:15 »
Não sei de que Nordeste que estão falando.

Hoje tenho 30 anos de idade, e na minha adolescência eu já ficava com garotas, sem compromisso algum. Isso na minha terra natal: Guarabira - PB (interior da Paraíba).

Alguém aqui já curtiu folia de rua, na Bahia ou no Recife? Já curtiu o maior São João do mundo, em Capina Grande - PB? Já conheceu as praias de João Pessoa, em período de carnaval? Experimente, antes de acreditar em qualquer boatozinho que se ouve por essas bandas...  

Mas esses ateus do Sul e do Sudeste acreditam em cada coisa, hein? |(


O conservadorismo não é uma questão geográfica. E nossa cultura não se diferencia tanto das do Sudeste e do Sul do país, como muitos insistem em preconceituar.
« Última modificação: 21 de Setembro de 2009, 20:52:05 por A Mosca »
Se alumia, então é lanterna...

Offline Spitfire

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #17 Online: 21 de Setembro de 2009, 21:18:26 »
Quem é que traça a linha?????

Por que devo obedece-la???

Que diferença faz???

Por que devo seguir a mesma tradição se o mundo evolui (ainda bem!)???

Havendo consenso entre dois (ou mais) cidadães legalmente responsáveis, nada tenho a condenar!
« Última modificação: 21 de Setembro de 2009, 21:20:32 por Spitfire »

Offline Moro

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #18 Online: 21 de Setembro de 2009, 22:01:47 »
Buck,

Não é uma relação de causa-efeito a promiscuidade e filhos indesejados, apesar de serem correlacionáveis, é claro. Uma garota pode transar com muitas pessoas com camisinha e pronto, sem filhos indesejados.
E também promiscuidade é aquele tipo de palavra que significa coisas completamente distintas para pessoas distintas. Pode ser um beijo, uma transa antes do casamento, dois namorados em um ano, 20 em dois... sei lá.
Mas a decisão de quantas vezes alguém transa é uma decisão da própria pessoa, seguindo as leis sobre maioridade vigentes.

Minha visão é que se perde mais com essa campanha sem sentido contra o sexo do que é possível visualizar em um primeiro momento (mas isso é assunto para outro tópico). É como lutar contra um problema que foi definido por alguém que quer que, em um extremo, você haja contra o que você quer fazer e mesmo contra seus instintos.

Transar com frequência com mais do que uma parceira é desejável...  as contra-indicações são causadas mais por uma interpretação cultural/religiosa do que se poderia esperar de um ato tão gostoso, fantasticamente gostoso, que faz bem para a saúde, mente, envolve uma relação, ainda que momentanea, extremamente intensa entre duas pessoas.
O que é ruim no ato? A interpretação da sociedade.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #19 Online: 21 de Setembro de 2009, 22:47:39 »
Se eu aparentemente sugeri que o ideal fosse necessariamente uma posição conservadora mais tradicional, foi acidente.

Embora eu não tenha uma perspectiva bem definida sobre tudo, de modo geral acho que a promiscuidade talvez possa ser até positiva para o desenvolvimento de relacionamentos estáveis. Experimenta-se mais, se tem mais chance de encontrar compatibilidade, e assim estar em melhores condições para a criação dos filhos num lar ajustado. Mas também não vejo problema na perspectiva de entretenimento puro.

Por outro lado, algumas perspectivas sobre psicologia e os seus aspectos irracionais colocam em dúvida a veracidade disso - mesmo que pareça absurdo, talvez a falta de escolha, a obrigação do casamento, o compromisso, é que desenvolva o amor em vez de ser algo que necessariamente precede, é o que uns dizem constatar no seu trabalho.


Mas reforçando a possibilidade de problema...

Não é uma relação de causa-efeito a promiscuidade e filhos indesejados, apesar de serem correlacionáveis, é claro. Uma garota pode transar com muitas pessoas com camisinha e pronto, sem filhos indesejados.

Sim, se tudo dá certo, nada sai errado. Mas se enxergamos "margens de erro" nas coisas, uma porcentagem de filhos indesejados por relação sexual, no fim das contas, e mantendo todas as outras variáveis iguais, uma cultura menos voltada para o sexo acaba tendo menos filhos indesejados e assim proporciona um melhor ambiente para os filhos de modo geral.

Ainda assim sobra a questão do quanto isso é significativo/verdadeiro, e de que, provavelmente, em termos de engenharia social, talvez seja mais prático, mais eficiente, o governo se concentrar na educação sexual e planejamento familiar do que tentar intervir na cultura, tentando trazer de volta "valores de antigamente" ou algo assim.

Offline Moro

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #20 Online: 21 de Setembro de 2009, 23:18:23 »
Se eu aparentemente sugeri que o ideal fosse necessariamente uma posição conservadora mais tradicional, foi acidente.

Embora eu não tenha uma perspectiva bem definida sobre tudo, de modo geral acho que a promiscuidade talvez possa ser até positiva para o desenvolvimento de relacionamentos estáveis. Experimenta-se mais, se tem mais chance de encontrar compatibilidade, e assim estar em melhores condições para a criação dos filhos num lar ajustado. Mas também não vejo problema na perspectiva de entretenimento puro.
ops, era de esperar esse seu posicionamento. Falha minha. :vergonha:

Por outro lado, algumas perspectivas sobre psicologia e os seus aspectos irracionais colocam em dúvida a veracidade disso - mesmo que pareça absurdo, talvez a falta de escolha, a obrigação do casamento, o compromisso, é que desenvolva o amor em vez de ser algo que necessariamente precede, é o que uns dizem constatar no seu trabalho.

Sim... a sociedade existe. Para evitar a pressão da sociedade, uma boa dose de discrição (e não de hipocrisia, que são bem distintas) é um bom antídoto.
Por isso que citei a questão das quatro paredes, e não em público

Não é uma relação de causa-efeito a promiscuidade e filhos indesejados, apesar de serem correlacionáveis, é claro. Uma garota pode transar com muitas pessoas com camisinha e pronto, sem filhos indesejados.

Sim, se tudo dá certo, nada sai errado. Mas se enxergamos "margens de erro" nas coisas, uma porcentagem de filhos indesejados por relação sexual, no fim das contas, e mantendo todas as outras variáveis iguais, uma cultura menos voltada para o sexo acaba tendo menos filhos indesejados e assim proporciona um melhor ambiente para os filhos de modo geral.
Concordo menos com o negrito. Talvez isso indique muito mais uma necessidade de educação do que martelar que sexo é algo ruim.
sobre o negrito: Um ambiente menos voltado ao sexo pode não ser bom para o ambiente, porque como concordamos, sexo é muito bom. O que poderia ser bom é para as crianças indesejadas que nasceram e para os pais despreparados que a tiveram.

Ainda assim sobra a questão do quanto isso é significativo/verdadeiro, e de que, provavelmente, em termos de engenharia social, talvez seja mais prático, mais eficiente, o governo se concentrar na educação sexual e planejamento familiar do que tentar intervir na cultura, tentando trazer de volta "valores de antigamente" ou algo assim.

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Offline -Huxley-

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #22 Online: 07 de Outubro de 2009, 02:23:54 »
Como exatamente vocês traçam essa linha? Como por exemplo, funk carioca, pagode, axé, etc. Onde a coisa passa a ser simplesmente de um gosto musical diferente, mas ainda assim meramente uma forma de diversão que não se consegue criticar embasadamente de forma mais significativa a que se pode criticar outros comportamentos mais bem aceitos como inofensivos (ou positivos) -- como "ficar" em vez de toda parte física ser pós-namoro; o que também pode entrar em questão, de qualquer forma -- e passa a ser moralmente preocupante?

Quando essa área do comportamento deixa de ser meramente uma questão de foro íntimo e passa a ser algo que mereça uma preocupação social e política?

Acho que este vídeo oferece uma resposta sugestiva:

(Para os que tem estômago fraco, sugiro não ver)

Offline Buckaroo Banzai

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #23 Online: 04 de Abril de 2011, 20:49:01 »
Citar
<a href="http://www.folhavitoria.com.br/site/swf/player-video_cs3.swf?id=6106&amp;allowscriptaccess=always" target="_blank" class="new_win">http://www.folhavitoria.com.br/site/swf/player-video_cs3.swf?id=6106&amp;allowscriptaccess=always</a>


[josiasdesouza.folha.uol.com.br] No ES, alunos gravam vídeo sensual em sala de aula[/b]

As cenas exibidas no vídeo acima foram captadas pelo celular de uma aluna. A coisa aconteceu numa escola pública do município capixaba de Vila Velha.

Adolescentes de 12 e 13 anos aparecem nas imagens simulando atos sexuais. Ao fundo, ouve-se um funk. As crianças fazem fila para participar da dança.

A certa altura, uma professora entra na sala. Ela nada faz. Segue a dança. Deve-se a divulgação do vídeo ao padrasto da aluna que filmou as cenas.

Sob anonimato, ele contou que vistoriou o telefone a procura de fotos da família. Deu de cara com as imagens que destoam do ambiente escolar.

"Isso não pode ficar impune”, disse. “Fiquei indignada”, ecoou a avó da aluna. A Secretaria Municipal de Educação de Vila Velha manifestou-se por meio de nota.

No texto, anota que a direção da escola desconhecia o ocorrido. Planeja valer-se do vídeo para esquadrinhar o que se passou. Se necessário, tomará providências.

Offline Südenbauer

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Re:A linha entre moral e moralismo quanto a sexualidade
« Resposta #24 Online: 04 de Abril de 2011, 22:18:45 »
Adolescentes de 13 anos têm apetite sexual! Incrível!

Poderia ser na rua, na esquina, o fato de ser na escola não quer dizer nada. É claro que o colégio não iria tolerar esse tipo de comportamento. O mais provável é que a tal professora era uma frouxa para os alunos não a respeitarem.


 

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