Autor Tópico: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)  (Lida 4185 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Offline Bob Cuspe

  • Nível 18
  • *
  • Mensagens: 503
  • Sexo: Masculino
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #25 Online: 10 de Setembro de 2009, 14:52:49 »
Atualmente, a "punição"para o usuário desde a entrada em vigor da nova Lei de Tóxicos é:

Art. 28.  Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;
(que bosta, eu aqui viajando e o polícia enchendo meu saco sobre como droga faz mal...)

II - prestação de serviços à comunidade; (Caralho!! Fumei e agora ainda vou ter que limpar rua... PQP! Vocês sabem quem é meu pai??)

III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. (E ainda vou ter aula?!? Ah, não!!! Se eu quisesse estudar, não tava fazendo (insira aqui um dos cursos que possui estudantes estereotipados como maconheiros).

André, onde aqui você encontra alguma pena que custe ao Estado mais do que um "tratamento" para uma droga que não vicía? (segundo parte de seus defensores).

___________________________________________________________

Sim, estava fazendo piada nos comentários aos incisos. Se de bom gosto ou não, isso é subjetivo.

É, parece até piada mesmo, mas a realidade não é tão simples e colorida assim.

Temos no Brasil um corpo policial despreparado, desinformado e usualmente apto a cometer atos corruptos. Essa atual legislação, quando não especifica quantidade considerada consumo e quantidade considerada tráfico, cria uma enorme possibilidade de extorsão, pois são os próprios policiais que definem, a olho, se o assunto se trata de tráfico ou simplesmente consumo.

E, claro, defendendo meu ponto de vista, considerando o enoooooorme prejuizo social que um simples usuário causa ao fumar um baseado, essas punições são abusivas sim. E mais, considero essas punições comparaveis históricamente as sofridas por negros, mulheres e gays quando a sociedade ainda encarava a liberdade dos mesmos como uma ferida na moral e bons costumes.
CHEGA DE ESTADO PATERNALISTA!
QUERO A MINHA LIBERDADE!

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #26 Online: 10 de Setembro de 2009, 15:16:09 »
Ai, ai... claro, a culpa é da polícia despreparada, corrupta e desinformada, não do legislador, apesar de o que estar vago no caso é a legislação, mas a culpa é do (pasmem) policial!!!

E até que você não está tão atrás desses mesmos policiais em relação ao fator "desinformação", Bob, já que quem define se é ou não tráfico é o Juiz, de acordo com o §2º do mesmo artigo:

§2º  Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

Agora, por favor, quem é desinformado mesmo?? A polícia ou os defensores pseudo-informados que sequer se deram ao trabalho de ler a lei antes de chamar a polícia de que mesmo? Desinformada, despreparada.

Se você tem alguma intenção de defender um ponto de vista, se dê ao menos ao trabalho de conhecer a lei que trata dele.

_________________________________________________

Enfim, isso não vai mudar sua opinião sobre a polícia, já que seu problema obviamente é com a ponta de linha que precisa trabalhar de acordo com a lei sob pena de ser preso, demitido acusado de omissão, prevaricação, descumprimento de ordem, etc, etc...

O juiz e o legislador não têm absolutamente nada com isso, porque eles não estão na rua tomando sua droga. Só escreveram e dão a pena. Só.

E comparar maconheiro com escravidão e racismo? Me ajuda aí...
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Bob Cuspe

  • Nível 18
  • *
  • Mensagens: 503
  • Sexo: Masculino
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #27 Online: 10 de Setembro de 2009, 15:51:42 »
Ai, ai... claro, a culpa é da polícia despreparada, corrupta e desinformada, não do legislador, apesar de o que estar vago no caso é a legislação, mas a culpa é do (pasmem) policial!!!

E até que você não está tão atrás desses mesmos policiais em relação ao fator "desinformação", Bob, já que quem define se é ou não tráfico é o Juiz, de acordo com o §2º do mesmo artigo:

§2º  Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

Agora, por favor, quem é desinformado mesmo?? A polícia ou os defensores pseudo-informados que sequer se deram ao trabalho de ler a lei antes de chamar a polícia de que mesmo? Desinformada, despreparada.

Se você tem alguma intenção de defender um ponto de vista, se dê ao menos ao trabalho de conhecer a lei que trata dele.

_________________________________________________

Enfim, isso não vai mudar sua opinião sobre a polícia, já que seu problema obviamente é com a ponta de linha que precisa trabalhar de acordo com a lei sob pena de ser preso, demitido acusado de omissão, prevaricação, descumprimento de ordem, etc, etc...

O juiz e o legislador não têm absolutamente nada com isso, porque eles não estão na rua tomando sua droga. Só escreveram e dão a pena. Só.

E comparar maconheiro com escravidão e racismo? Me ajuda aí...

Ahhh Diego, ninguém aqui é energumeno a ponto de entender que quem faz as leis são os policiais, acho que se você se esforçar um pouco consegue entender o que eu escrevi.

Mais claro para você entender:

Citar
De acordo com o estudo, 88% dos réus nas varas estaduais e federais do DF e RJ foram presos em flagrante. A pesquisa aponta um desvio na atual lei, que dá amplos poderes ao policial. “Uma vez apresentado um preso em flagrante, o magistrado não terá condições de perceber como ocorreu a   prisão, pois depende da palavra do policial”, afirma o estudo. “O formato da lei parece contribuir, quando estabelece tipos abertos e penas desproporcionais. O resultado dessa equação é que o Poder Judiciário aplica uma lei extremamente punitiva e desproporcional”.

mais:
Citar
Nas varas criminais do DF, quase 70% dos processos referem-se a presos com quantias inferiores a 100 gramas de maconha. No Rio de Janeiro, esse grupo de presos representa 50%.

Base da minha argumentação:
http://www.conjur.com.br/2009-ago-23/deputado-defende-plantio-maconha-penas-leves-pequeno-traficante

Minha opinião a respeito do despreparo da policia é quetionavel? quais são os fatos que você pode apresentar então para mudar a minha opinião? por enquanto, no Brasil que eu vivo, o grosso do corpo policial é sim, despreparado, desmotivado e desinformado. Temos provas disso quase que diariamente nos noticiarios.

Citar
E comparar maconheiro com escravidão e racismo? Me ajuda aí...

A comparação é preconceito X preconceito
CHEGA DE ESTADO PATERNALISTA!
QUERO A MINHA LIBERDADE!

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #28 Online: 10 de Setembro de 2009, 16:06:47 »
Ai, ai²...

1) Quem lavra o APF (Auto de Prisão em Flagrante) é a autoridade policial (Delegado), não a PM.
2) Quantidade não quer dizerm absolutamente nada. Se o cara tem 2 pedras de crack no bolso ou 1 baseado e 800 reais em dinheiro trocado no bolso, está num ponto conhecido de tráfico de drogas e já foi preso outras 4 vezes por posse de droga e/ou está na companhia de um traficante condenado e/ou processado, você (que obviamente sabe todos os passos e medidas do trabalho policial) vai:

a) Fechar os olhos para os outros fatores e levar em consideração somente a quantidade e encaminhar o infeliz e pobre usuário para as medidas previstas em lei.
b) Conduzir para que sejam tomadas as providências e, entendendo a autoridade policial ser o caso, autuar o indivíduo como traficante.

Caso você ainda se recuse a ler a lei, não é só a quantidade que é levada em consideração, e sim todo o histórico da pessoa. Cada caso é um caso.

Se ater somente à quantidade da droga apreendida e não considerar demais fatores é de uma inocência assustadora se pararmos pra analisar as táticas de venda utilizadas pelos traficantes, como por exemplo, guardar a droga em outro local a 100m ou mais da "boca" e ir buscar ou mandar que tragam de acordo com a demanda. Essa forma faz com que o traficante dificilmente seja pego com mais do que umas poucas doses de drogas.

Mas claro, você deve conhecer bem esse m.o....



A comparação é preconceito X preconceito

Sim, claro... ser negro no início do século ou no período pós-escravidão é a mesmissima coisa de ser maconheiro. :)
« Última modificação: 10 de Setembro de 2009, 16:10:17 por Diegojaf »
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Bob Cuspe

  • Nível 18
  • *
  • Mensagens: 503
  • Sexo: Masculino
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #29 Online: 10 de Setembro de 2009, 16:37:02 »
Ai, ai²...

1) Quem lavra o APF (Auto de Prisão em Flagrante) é a autoridade policial (Delegado), não a PM.
2) Quantidade não quer dizerm absolutamente nada. Se o cara tem 2 pedras de crack no bolso ou 1 baseado e 800 reais em dinheiro trocado no bolso, está num ponto conhecido de tráfico de drogas e já foi preso outras 4 vezes por posse de droga e/ou está na companhia de um traficante condenado e/ou processado, você (que obviamente sabe todos os passos e medidas do trabalho policial) vai:

a) Fechar os olhos para os outros fatores e levar em consideração somente a quantidade e encaminhar o infeliz e pobre usuário para as medidas previstas em lei.
b) Conduzir para que sejam tomadas as providências e, entendendo a autoridade policial ser o caso, autuar o indivíduo como traficante.

Caso você ainda se recuse a ler a lei, não é só a quantidade que é levada em consideração, e sim todo o histórico da pessoa. Cada caso é um caso.

Se ater somente à quantidade da droga apreendida e não considerar demais fatores é de uma inocência assustadora se pararmos pra analisar as táticas de venda utilizadas pelos traficantes, como por exemplo, guardar a droga em outro local a 100m ou mais da "boca" e ir buscar ou mandar que tragam de acordo com a demanda. Essa forma faz com que o traficante dificilmente seja pego com mais do que umas poucas doses de drogas.

Mas claro, você deve conhecer bem esse m.o....

Mais um trecho da reportagem que citei:

Citar
O tráfico de droga representa a segundo maior incidência de condenações nos presídios brasileiros, com 69.049 presos, atrás somente de roubo qualificado. O estudo da secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça foi feito em parceria com a Universidade de Brasília e Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre março de 2008 e julho de 2009. Os pesquisadores analisaram 1.074 acórdãos ou sentenças, nos Tribunais de Justiça do Rio e Brasília, além de Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal. No total, o estudo do Ministério da Justiça apurou que 55% dos presos são réus primários


Citar
A comparação é preconceito X preconceito

Sim, claro... ser negro no início do século ou no período pós-escravidão é a mesmissima coisa de ser maconheiro. :)

A comparação é menos superficial que isso. A comparação trata do preconceito da sociedade em relação à uma classe. Eu considero usuários de maconha uma classe oprimida pela sociedade. Uma classe capaz de produzir, gerar impostos e se integrar normalmente com outros cidadãos, mas que porém, por uma diferença de hábito, são estigmatizados.

Que venha o Ai, Ai³
CHEGA DE ESTADO PATERNALISTA!
QUERO A MINHA LIBERDADE!

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #30 Online: 10 de Setembro de 2009, 17:55:07 »
Gostaria que você refutasse a argumentação completa e não só a parte que você acha 'fácil'.

Você continua se prendendo aos números. Quais as porcentagens de primários presa julgados como traficantes que não apresentou outros fatores como estar acompanhado de criminoso conhecido, estar longe de ponto conhecido de tráfico ou ainda que já haviam sido julgados como menores (ao atingir a maioridade a ficha é limpa e o réu julgado como primário).

Suas pesquisas consideram essas hipóteses? Se sim, mostre-as. Se não, a pesquisa é superficial e tendenciosa. Provavelmente elaborada por um sociólogo meia boca que está acostumado a torturar números até que eles digam o que ele quer.
(do celular)
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Bob Cuspe

  • Nível 18
  • *
  • Mensagens: 503
  • Sexo: Masculino
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #31 Online: 10 de Setembro de 2009, 18:35:56 »
Eu argumento a parte que considero útil ao debate. Não vou ficar debatendo as minúcias dos trâmites legais, e pelo visto você é bem informado sobre o assunto e já expos bem aqui no tópico e tá aguardando qualquer deslise nesse assunto pra tentar desprestigiar meus argumentos.

Como você mesmo diz:

 
Citar
Caso você ainda se recuse a ler a lei, não é só a quantidade que é levada em consideração, e sim todo o histórico da pessoa. Cada caso é um caso.

Bem lembrado caro Diego, NÃO SÓ, mas TAMBÉM é levada em consideração e eu argumentei que, a lei hoje é vaga a ponto de permitir que a indefinição legal de uma quantidade considerada tráfico e uma quantidade considerada consumo gere uma brecha para policiais enquadrarem um cidadão portando maconha, por exemplo,e por ele ser morador de uma favela o porte de uma quantidade X de maconha pode levar o cara a ser tachado de traficante.

Você fala de "histórico da pessoa" e eu rebati com um dado extraido de um estudo sério que vocÊ tenta desacreditar sem ao menos ler, que
Citar
... Os pesquisadores analisaram 1.074 acórdãos ou sentenças, nos Tribunais de Justiça do Rio e Brasília, além de Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal. No total, o estudo do Ministério da Justiça apurou que 55% dos presos são réus primários

É errado se prender em números?? poxa, logo mais eu vou ter que apelar pra "planta santa" já que estatísticas e estudos, que são argumentos válidos em qualquer fórum meia boca não são validos pra você. Tá parecendo um crente contrariado.

Dá uma lida ae no projeto do deputado que eu linkei, existem citações sobre os estudos que eu não vou perder tempo coletando e postando só pra te satisfazer. Se na sua opinião um estudo encomendado pelo ministério da justiça não é argumento válido, eu desisto de debater com você.

Ahhh quem quizer ae galera, basta clicar no link abaixo. No texto a palavra "estudo" está destacada e é o link para o PDF... é sério, ao contrário que o Sr. Moderador Diegojaf diz.

http://www.conjur.com.br/2009-ago-23/deputado-defende-plantio-maconha-penas-leves-pequeno-traficante


Cade o Ai, Ai³??
CHEGA DE ESTADO PATERNALISTA!
QUERO A MINHA LIBERDADE!

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #32 Online: 10 de Setembro de 2009, 19:20:49 »
Aqui.

Ai, ai³... Você não respondeu nenhuma das minhas perguntas na postagem anterior.

As "nuances dos trâmites legais" demonstram sua ignorância sobre o tema. Critica sem sequer saber o que, como e onde.

O fato de terem analisados um simples dado (quem é réu primário) sem se ater às demais variáveis demonstra que a pesquisa é orientada a obter um resultado previamente esperado. Você ignorar isso, achando que esses dados frios sem considerar demais opções prova alguma coisa só demonstra a má-fé que o próprio autor do estudo teve.

Desde o início o estudo admite que não foram possíveis verificar todas as variáveis do problema.

O que eu digo é que você não faz a menor idéia da lei que você jura estar tentando combater.
Gostaria que você refutasse a argumentação completa e não só a parte que você acha 'fácil'.

Você continua se prendendo aos números. Quais as porcentagens de primários presa julgados como traficantes que não apresentou outros fatores como estar acompanhado de criminoso conhecido, estar longe de ponto conhecido de tráfico ou ainda que já haviam sido julgados como menores (ao atingir a maioridade a ficha é limpa e o réu julgado como primário).

Suas pesquisas consideram essas hipóteses? Se sim, mostre-as. Se não, a pesquisa é superficial e tendenciosa. Provavelmente elaborada por um sociólogo meia boca que está acostumado a torturar números até que eles digam o que ele quer.
(do celular)

Responda o que eu perguntei. Essas pesquisas levaram em consideração essas variáveis que pesariam na conclusão final?

Qual a porcentagem de réus primários havia tido condenação prévia como menor de idade?
Qual a porcentagem dos réus primários foi presa realizando tráfico efetivamente, ou seja, vendendo mesmo e não só portando?
Qual a porcentagem dos réus foi presa junto a indivíduos com condenação prévia por tráfico?

Alguém se preocupou em levantar essas hipóteses?
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline A Mosca

  • Nível 24
  • *
  • Mensagens: 1.028
  • Sexo: Masculino
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #33 Online: 10 de Setembro de 2009, 19:38:22 »
Complicado, complicado

A sociedade é despreparada. Os fóruns estão despreparados. É um despreparo só!  ::)

A sociedade CRIA e ELEGE seus bodes expiatórios. Aqui se enquadra polícias e usuários, a meu ver.

Mas como sabemos indagar o quão maldita que a maconha é, né? A sociedade teima em cuspir esse discurso fascista, regado a muito álcool e acompanhado de umas boas baforadas. Se fôssemos por abertura, deveríamos começar pelo álcool e o cigarro. Não pela maconha. Mas não há lei e nem preparo policial que dê jeito. A proibição não resolve. Só a Educação, a conscientização. Mas como disse antes? É um despreparo só. ;)
« Última modificação: 10 de Setembro de 2009, 19:43:29 por A Mosca »
Se alumia, então é lanterna...

Offline Lua

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.287
  • Sexo: Feminino
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #34 Online: 10 de Setembro de 2009, 19:51:44 »
Já que o assunto é a descriminalização/legalização, abaixo segue o posicionamento do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc:
 :lol:

Citar
10/09/2009 às 15:25
No reggae, Minc defende descriminalização da maconha


No balanço do reggae, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, protagonizou nesta segunda-feira uma aparição que promete se tornar o mais novo sucesso do YouTube. Durante show da banda de reggae Tribo de Jah, na Chapada dos Veadeiros (GO), Minc subiu ao palco e, com microfone em punho, fez um breve discurso de cerca de quatro minutos, abordando temas diversos: da descriminalização da maconha à vitória do Brasil sobre a Argentina pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Embalado pela batida do reggae, Minc criticou o desmatamento da floresta Amazônica e do cerrado brasileiro. "Nós dependemos dos seringueiros, castanheiros, índios e da rapaziada para proteger as nossas florestas." E continuou, em tom elevado: "Temos de acabar com a impunidade daqueles que desmatam."

Para entrar no tema das drogas, Minc reproduziu a estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e emplacou uma metáfora futebolística. Depois de dizer que "ontem (referindo-se ao dia 6 de setembro, quando a seleção brasileira de futebol goleou a Argentina) nós metemos 3 a 1 contra os nossos hermanos", Minc afirmou que no futebol o Brasil está à frente da Argentina, mas o mesmo não ocorre quanto à descriminalização do uso da maconha. "Os juízes da Argentina descriminalizaram. O usuário não é criminoso. Nesse jogo a gente tá perdendo aqui. Nós vamos virar esse jogo para acabar com a hipocrisia", disse o ministro, ao som de vivas.

Procurada pela reportagem, a assessoria do ministro afirmou que Minc compareceu ao evento "de livre vontade". "Ele estava na região com um amigo e resolveu conferir o evento", disse. A assessoria confirmou que o ministro subiu ao palco a convite dos integrantes da banda e, no momento do show, estava relaxado.
Fonte: http://www.atarde.com.br/brasil/noticia.jsf?id=1227679
"Ajusto-me a mim, não ao mundo" Anais Nin

"A estupidez insiste sempre." Albert Camus

Offline A Mosca

  • Nível 24
  • *
  • Mensagens: 1.028
  • Sexo: Masculino
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #35 Online: 10 de Setembro de 2009, 19:56:29 »
Ele estava 'relaxado'. (risos).  :P
Se alumia, então é lanterna...

Offline Bob Cuspe

  • Nível 18
  • *
  • Mensagens: 503
  • Sexo: Masculino
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #36 Online: 10 de Setembro de 2009, 20:11:40 »

Responda o que eu perguntei. Essas pesquisas levaram em consideração essas variáveis que pesariam na conclusão final?

Qual a porcentagem de réus primários havia tido condenação prévia como menor de idade?
Qual a porcentagem dos réus primários foi presa realizando tráfico efetivamente, ou seja, vendendo mesmo e não só portando?
Qual a porcentagem dos réus foi presa junto a indivíduos com condenação prévia por tráfico?

Alguém se preocupou em levantar essas hipóteses?

Cara, o estudo é baseado numa caralhada de dados, pode até ser que não exatamente os dados que te satisfaçam, mas dados concretos, com metodologia e o escambal! Tenta, se esforçar, dá pelo menos uma folheada, lá pela página 100 do PDF mostra toda a metodologia de coleta dos dados. Eu mesmo, tenho a humildade de dizer que não sabia nem o que é um acórdão antes de dar uma garibada no texto. O que mais é necessário pra você levar o estudo a sério? ele concluir que usuário é o culpado por todos os problemas sociais e que devem ser enclausurados sem direito de ver a luz do sol?? aí ficaria bom pra você??

E outra, esses dados que você tanto quer, podem sofrer interferência justamente pelo fato da lei ser vaga demais na especificação do que é consumo e o que é tráfico. E essa interferência pode sim partir do policial que faz o flagrante. Por despreparo, por corrupção, etc.

Continuo afirmando que você está desprestigiando um estudo encomendado pelo ministério da justiça e não um textinho do Terra ou da Uol. Esses sim devem ser tratado com muito maior desconfiança.

O estudo em si não conclui nada em favor da descriminalização, só analisa os dados de forma estatistica. Se não é valido pra você por não ser pintado na cor que você mais gosta.... sinto muito.

Citar
As "nuances dos trâmites legais" demonstram sua ignorância sobre o tema. Critica sem sequer saber o que, como e onde.

não entendi. Eu quis dizer justamente que sou leigo nas "minúcias dos trâmites legais" ... tá errado?

CHEGA DE ESTADO PATERNALISTA!
QUERO A MINHA LIBERDADE!

Offline Bob Cuspe

  • Nível 18
  • *
  • Mensagens: 503
  • Sexo: Masculino
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #37 Online: 10 de Setembro de 2009, 20:15:50 »

Olha o video do Minc dando a letra no show do Tribo de Jah
CHEGA DE ESTADO PATERNALISTA!
QUERO A MINHA LIBERDADE!

Offline Luiz Souto

  • Nível 33
  • *
  • Mensagens: 2.356
  • Sexo: Masculino
  • Magia é 90% atitude
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #38 Online: 10 de Setembro de 2009, 20:43:46 »
Aos interessados:
A edição deste mês do Le Monde Diplomatique Brasil tem como capa a legalização das drogas . com o dossiê "A Legalização das Drogas e seus Impactos na Sociedade". Alem disso traz um encarte com entrevistas de participantes da 1ª Conferência Nacional se Segurança Pública.

Bastante interessante , pena que só daqui a dois meses liberarão artigos no site com acesso livre ( mesmo assim , nem todos).
Se não queres que riam de teus argumentos , porque usas argumentos risíveis ?

A liberdade só para os que apóiam o governo,só para os membros de um partido (por mais numeroso que este seja) não é liberdade em absoluto.A liberdade é sempre e exclusivamente liberdade para quem pensa de maneira diferente. - Rosa Luxemburgo

Conheça a seção em português do Marxists Internet Archive

Offline Lua

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.287
  • Sexo: Feminino
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #39 Online: 10 de Setembro de 2009, 20:44:21 »
Mas não há lei e nem preparo policial que dê jeito. A proibição não resolve. Só a Educação, a conscientização. Mas como disse antes? É um despreparo só. ;)

Concordo com o Mosca. O grande problema do nosso país não está na briga por legalização/descriminalização, mas em se encontrar um ambiente receptivo à responsabilidade de utilizar uma droga como a maconha. Falta educação, falta conhecimento. Quando a população age de forma irresponsável e motivada pela simples satisfação imediata, é impossível retirar a vedação ao consumo. Não penso que a discordância de muitos resida apenas na hipocrisia - como afirmou o MMA -, mas também no desconhecimento das consequências da legalização da droga entre os cidadãos de conduta não tão honrosa.

Li o texto que o Bob postou e extraí alguns tópicos que me deixam em dúvida:

Citar
Os números da pesquisa revelam que a maioria dos presos é constituida por réus primários, que foram presos sozinhos, com pouca quantidade de drogas e não tem associação com o crime organizado.
Um ponto a ser considerado: o simples usuário não tem relação com o crime organizado. Um argumento contraditório, vez que a maconha é uma droga ilícita e a forma de repasse se dá através do tráfico. Se o tráfico existe em proporções desastrosas, o pequeno usuário tem sua parcela de responsabilidade.

Citar
A sociedade está preocupada com o grande traficante e a violência do tráfico”, explica o deputado.
Sim, está. Só que, creio eu, uma parcela menor da sociedade consome a droga e sabe que quem consome alimenta o tráfico. É um círculo doentio: quero que a violência provocada pelo tráfico tenha fim, mas não abdico da minha vontade.

Citar
O deputado acredita que a atual lei não diferencia o grande traficante do “peixe pequeno” e, por isso, as políticas públicas estão “desfocadas”.
Fato. Se a lei não determina qual quantidade o usuário precisa portar para ser submetido às medidas legais, deixa margem à discricionariedade das autoridades públicas. Por outro lado, a lei é clara ao determinar que o juiz:  "Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente" Em síntese: a PM prende, a PC investiga e encaminha, o juiz analisa os autos e julga de acordo com o que recebe. Uma série de fatores é levada em consideração para que o usuário seja, de fato, encarcerado. Se o consumo era considerado mínimo, cumprirá as medidas previstas na lei - que não incluem restrição à liberdade individual.

Essas leis polêmicas que deixam em aberto quantidade, comportamento, etc, sempre me deixam com o pé atrás: é como se o legislador pensasse 'eu não vou determinar quantidade porque não quero causar polêmica nem comoção social, deixa a batata quente na mão do juiz e da polícia'.  :no:

Citar
Como forma de desarticular o lucro com o tráfico, Paulo Teixeira defende também que seja dada a permissão para o usuário plantar “três ou quatros mudas” de maconha, para consumo próprio.
Medida que pode vir a inibir o grande traficante. Se o usuário planta para consumo, não vai comprar na mão do traficante. Fica em branco a questão da fiscalização do plantio 'caseiro': como controlar a quantidade? Quem vai fiscalizar? De quem será a responsabilidade pelo aparato de fiscalização(federal, estadual, municipal)? Sendo lei federal, natural que fosse a União. No entanto, a União trabalharia com quais profissionais? Fariam concursos públicos para o cargo, como é feito para agentes de endemias?  :wink:

Citar
Para isso, o deputado prevê políticas de controle e licença médica para evitar abusos. “Se a pessoa é usuária ocasional e não abusa ou tem problemas, ela pode plantar pequenas quantidades. O objetivo é separar o usuário do tráficante”.
Imaginar que se pode controlar o interior da casa das pessoas é demagogia demais... E essa licença médica? Quem vai custear os exames? O próprio usuário? Se ele não tiver meios, vai ficar impossibilitado de plantar porque não pode obter o 'passe-livre-agricultor-feliz'? Caso os exames médicos fiquem por conta do Estado, imagino a polêmica que isso vá causar (outra): a saúde anda um lixo e o Estado custeando exames para alguém que quer saber se pode usar maconha?

Citar
Para a Procuradoria Geral da República, autora da ação, defender a legalização da maconha é um direito. “O fato de uma ideia ser considerada errada pelas autoridades de plantão não é fundamento bastante para justificar que a sua veiculação seja proibida. A liberdade de expressão não protege apenas as ideias aceitas pela maioria, mas também aquelas tidas como absurdas e até perigosas. Trata-se de um instituto contramajoritário, da minoria”
Certo. Seria interessante saber qual a opinião da PGR a respeito da eventual ocorrência de manifestações do tipo:
- Pró-hitler: "Abaixo os negros, judeus e vida eterna aos arianos".*
- Racistas: "Coloquem os negros nas senzalas, escravizem, vendam. Negro não é gente".*
Se as minorias podem se expressar a respeito do que acham correto (mesmo as coisas mais absurdas), então que tal liberdade seja garantida a todos.
E não estou comparando os exemplos com a marcha da maconha: a meu ver, a posição da PGR abre brecha para esse tipo de movimento e respalda a intenção de muitos psicopatas que existem por aí. E se a maconha ainda é uma droga considerada ilegal, não vejo sua marcha como direito de querer para si, mas como apologia a algo que o Estado reconhece como ilícito.

Citar
A estratégia do traficante é não colocar a mão na droga e dar o trabalho sujo para jovens pobres. E a sociedade está aceitando o jogo deles. A polícia coloca os jovens na cadeia e o tráfico os substitui por outros”.
Dificilmente a discriminalização de uma única droga retiraria uma grande porcentagem de jovens do mundo do tráfico. O problema, nesse caso, é na falta de qualidade de vida, dignidade e dinheiro. E retirar o jovem do tráfico, para muitos, significa tirar o ganha-pão, o tênis da nike, o carro turbinado. Não acho que o jovem busque o tráfico porque ache legal, divertido: ele busca, na maioria das vezes, porque não tem acesso à uma vida normal, como a de outros jovens. Para ele, o dinheiro fácil e rápido do tráfico deixa a vida mais colorida.  :)

Quanto à pena: dificilmente uma pena alternativa vai inibir o jovem de se tornar reincidente. De que adianta colocar para cumprir pena alternativa e jogar o jovem no mesmo ambiente de antes?  :stunned:


Por fim (falei demais  :hihi:), não sei se nossa sociedade tem maturidade suficiente para lidar com a legalização de uma droga cujos efeitos ainda estão em fase de estudo. Descriminalizar? Para tanto, eu precisaria ver todas as perguntas que fiz respondidas... E quanto à letra da lei, que permite discricionaridade: sim, sou a favor da determinação legal da quantidade. Algumas coisas não podem ser deixadas ao arbítrio das autoridades...  :)





* Os exemplos citados não reproduzem minhas opiniões a respeito do tema. São meramente ilustrativos e não tem por finalidade denegrir ou fazer apologia a condutas doentias.
« Última modificação: 10 de Setembro de 2009, 20:50:47 por Lua »
"Ajusto-me a mim, não ao mundo" Anais Nin

"A estupidez insiste sempre." Albert Camus

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #40 Online: 10 de Setembro de 2009, 20:55:29 »

Responda o que eu perguntei. Essas pesquisas levaram em consideração essas variáveis que pesariam na conclusão final?

Qual a porcentagem de réus primários havia tido condenação prévia como menor de idade?
Qual a porcentagem dos réus primários foi presa realizando tráfico efetivamente, ou seja, vendendo mesmo e não só portando?
Qual a porcentagem dos réus foi presa junto a indivíduos com condenação prévia por tráfico?

Alguém se preocupou em levantar essas hipóteses?

Cara, o estudo é baseado numa caralhada de dados, pode até ser que não exatamente os dados que te satisfaçam, mas dados concretos, com metodologia e o escambal! Tenta, se esforçar, dá pelo menos uma folheada, lá pela página 100 do PDF mostra toda a metodologia de coleta dos dados. Eu mesmo, tenho a humildade de dizer que não sabia nem o que é um acórdão antes de dar uma garibada no texto. O que mais é necessário pra você levar o estudo a sério? ele concluir que usuário é o culpado por todos os problemas sociais e que devem ser enclausurados sem direito de ver a luz do sol?? aí ficaria bom pra você??

Ele não ter sido iniciado de forma a obter resultados que satisfariam os pesquisadores já bastariam. Já ouviu falar em pesquisa viciada?

E outra, esses dados que você tanto quer, podem sofrer interferência justamente pelo fato da lei ser vaga demais na especificação do que é consumo e o que é tráfico. E essa interferência pode sim partir do policial que faz o flagrante. Por despreparo, por corrupção, etc.

Ok, Bob. Então me diz aí. A pesquisa diz que 55% dos condenados são primários. Você me diz que o problema é que a polícia é quem decide quem é o traficante ou usuário (apesar de eu já ter te demonstrado na letra da lei que não é assim.

Então, diz aí, você está insinuando que esses 55% de primários são usuários que a polícia corrupta e despreparada prendeu como traficantes? :hein:

Citar
Continuo afirmando que você está desprestigiando um estudo encomendado pelo ministério da justiça e não um textinho do Terra ou da Uol. Esses sim devem ser tratado com muito maior desconfiança.

O estudo em si não conclui nada em favor da descriminalização, só analisa os dados de forma estatistica. Se não é valido pra você por não ser pintado na cor que você mais gosta.... sinto muito.

Analisa dados de forma incompleta e tendenciosa. Ignoram fatores básicos que alterariam radicalmente os resultados. Se isso pra você é só um detalhe, pra mim não é.
Citar
As "nuances dos trâmites legais" demonstram sua ignorância sobre o tema. Critica sem sequer saber o que, como e onde.

não entendi. Eu quis dizer justamente que sou leigo nas "minúcias dos trâmites legais" ... tá errado?

Tá errado quando usa isso pra simplesmente ignorar o que eu disse e pegar a parte que te interessa. E o fato de eu ter te dito que polícia não tem nada a ver com o enquadramento do preso? Com a lavratura do APF? Sua principal crítica é que a subjetividade dá ao policial poderes para condenar o pobrezinho do usuário e eu te mostrei por A+B que quem faz isso é o juiz.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Lua

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.287
  • Sexo: Feminino
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #41 Online: 10 de Setembro de 2009, 20:57:08 »
E outra, esses dados que você tanto quer, podem sofrer interferência justamente pelo fato da lei ser vaga demais na especificação do que é consumo e o que é tráfico. E essa interferência pode sim partir do policial que faz o flagrante. Por despreparo, por corrupção, etc.

Sou administrativista e nisso concordo com o Bob: quando uma lei é vaga, nem sempre ela é interpretada corretamente e atinge a finalidade para a qual foi criada. Repito: quando se trata de um tema polêmico como esse, o legislador deveria ter determinado a quantidade que caracteriza consumo. Poderia dizer, por exemplo "Estiver portando entre 50 e 100 gramas da droga". Diante da precisão do texto legal, caberia aos policiais e ao juiz aferir se ele incidiu nos demais fatores que justificam sua prisão.

Bem, é isso...

"Ajusto-me a mim, não ao mundo" Anais Nin

"A estupidez insiste sempre." Albert Camus

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #42 Online: 10 de Setembro de 2009, 21:00:07 »
Além disso, me satisfaria enormemente você entender que quantidade carregada não diz nada, posto que o modo de ação do traficante hoje é andar com poucas doses para poder ser preso como usuário.

Quando a polícia prende, costuma haver uma observação do ponto, com o flagrante do sujeito vendendo. A polícia vai até o local e prende por tráfico, mesmo que tenha somente uma grama de droga com o sujeito, foi testemunhado ele vendendo.

Você quer dizer que essas pessoas não deveriam ser presas por tráfico meramente por estarem portando pouca quantidade?
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #43 Online: 10 de Setembro de 2009, 21:01:22 »
E outra, esses dados que você tanto quer, podem sofrer interferência justamente pelo fato da lei ser vaga demais na especificação do que é consumo e o que é tráfico. E essa interferência pode sim partir do policial que faz o flagrante. Por despreparo, por corrupção, etc.

Sou administrativista e nisso concordo com o Bob: quando uma lei é vaga, nem sempre ela é interpretada corretamente e atinge a finalidade para a qual foi criada. Repito: quando se trata de um tema polêmico como esse, o legislador deveria ter determinado a quantidade que caracteriza consumo. Poderia dizer, por exemplo "Estiver portando entre 50 e 100 gramas da droga". Diante da precisão do texto legal, caberia aos policiais e ao juiz aferir se ele incidiu nos demais fatores que justificam sua prisão.

Bem, é isso...

Se cabe aos policiais (e não cabe) e ao juiz definir, porque raios o fato de ele usar esse poder discricionário é abuso de poder, armação, despreparo e corrupção?
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Lua

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.287
  • Sexo: Feminino
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #44 Online: 10 de Setembro de 2009, 21:09:16 »
Se cabe aos policiais (e não cabe) e ao juiz definir, porque raios o fato de ele usar esse poder discricionário é abuso de poder, armação, despreparo e corrupção?

Não disse que era abuso de poder ou algo do gênero. Disse, e afirmo, que uma lei que dá às autoridades a possibilidade de determinar o quantum de algo permite que ocorram desvios. Todos sabem que existem administradores, policiais e juízes corretos, mas não dá para desprezar a parcela corrupta. É pensando em quem não respeita a lei que o texto legal deve ser claro ao especificar o que se pretende coibir.

"Ajusto-me a mim, não ao mundo" Anais Nin

"A estupidez insiste sempre." Albert Camus

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #45 Online: 10 de Setembro de 2009, 21:13:53 »
Se cabe aos policiais (e não cabe) e ao juiz definir, porque raios o fato de ele usar esse poder discricionário é abuso de poder, armação, despreparo e corrupção?

Não disse que era abuso de poder ou algo do gênero. Disse, e afirmo, que uma lei que dá às autoridades a possibilidade de determinar o quantum de algo permite que ocorram desvios. Todos sabem que existem administradores, policiais e juízes corretos, mas não dá para desprezar a parcela corrupta. É pensando em quem não respeita a lei que o texto legal deve ser claro ao especificar o que se pretende coibir.

O Bob alega que isso é despreparo/abuso/corrupção.

E quanto à parcela corrupta, existe alguma pesquisa ou fonte de dados que diga que uma parcela significativa "arma" ou "força a barra" contra os coitadinhos (a.k.a. maconheiros)?
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #46 Online: 10 de Setembro de 2009, 21:30:44 »
Bem lembrado caro Diego, NÃO SÓ, mas TAMBÉM é levada em consideração e eu argumentei que, a lei hoje é vaga a ponto de permitir que a indefinição legal de uma quantidade considerada tráfico e uma quantidade considerada consumo gere uma brecha para policiais enquadrarem um cidadão portando maconha, por exemplo,e por ele ser morador de uma favela o porte de uma quantidade X de maconha pode levar o cara a ser tachado de traficante.

A propósito, polícia nenhuma ganha por produção. Se eu fizer alguma coisa ou bosta nenhuma, meu salário vai sair do mesmo jeito.

Então me explica também exatamente o que o policial, o delegado e o juiz, esses terríveis seres arbitrários e despreparados (os policiais pelo menos) ganham em enquadrar o cara como traficante.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Bob Cuspe

  • Nível 18
  • *
  • Mensagens: 503
  • Sexo: Masculino
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #47 Online: 10 de Setembro de 2009, 21:37:58 »
Citar
Li o texto que o Bob postou e extraí alguns tópicos que me deixam em dúvida:

Citar
Os números da pesquisa revelam que a maioria dos presos é constituida por réus primários, que foram presos sozinhos, com pouca quantidade de drogas e não tem associação com o crime organizado.
Um ponto a ser considerado: o simples usuário não tem relação com o crime organizado. Um argumento contraditório, vez que a maconha é uma droga ilícita e a forma de repasse se dá através do tráfico. Se o tráfico existe em proporções desastrosas, o pequeno usuário tem sua parcela de responsabilidade.

Citar
A sociedade está preocupada com o grande traficante e a violência do tráfico”, explica o deputado.
Sim, está. Só que, creio eu, uma parcela menor da sociedade consome a droga e sabe que quem consome alimenta o tráfico. É um círculo doentio: quero que a violência provocada pelo tráfico tenha fim, mas não abdico da minha vontade.

Essa é a estigma do usuário e que a descriminalização não ampara. Sim, o usuário final é o financiador do tráfico. A droga é o produto que o usuário estima adiquirir, e o tráfico se alimenta de produtos que não são legalmente permitidos. Poderia ser considerado financiador do tráfico quem compra CD pirata, tenis pirata da Nike, etc. Numa eventual LEGALIZAÇÃO DO COMERCIO da maconha, eu não imigaino o fim da violência gerada pelo tráfico e sim uma migração para outro produto que seja ilegal e que também tenha um mercado atrativo.

Citar
Citar
O deputado acredita que a atual lei não diferencia o grande traficante do “peixe pequeno” e, por isso, as políticas públicas estão “desfocadas”.
Fato. Se a lei não determina qual quantidade o usuário precisa portar para ser submetido às medidas legais, deixa margem à discricionariedade das autoridades públicas. Por outro lado, a lei é clara ao determinar que o juiz:  "Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente" Em síntese: a PM prende, a PC investiga e encaminha, o juiz analisa os autos e julga de acordo com o que recebe. Uma série de fatores é levada em consideração para que o usuário seja, de fato, encarcerado. Se o consumo era considerado mínimo, cumprirá as medidas previstas na lei - que não incluem restrição à liberdade individual.

Essas leis polêmicas que deixam em aberto quantidade, comportamento, etc, sempre me deixam com o pé atrás: é como se o legislador pensasse 'eu não vou determinar quantidade porque não quero causar polêmica nem comoção social, deixa a batata quente na mão do juiz e da polícia'.  :no:


É isso que eu to discutindo calorosamente com o Diegojaf. Tá certo, existem os procedimentos legais, e os diversos fatores que são considerados para concluir que o individuo é realmente um traficante, mas existe a possibilidade aberta pela abrangencia da lei, de o policial autor do flagrante a um usuário, exigir uma peita para que este não seja enquadrado no âmbito do tráfico.
do texto do estudo em questão:

Citar
O tipo penal do tráfico qualifica-se como tipo aberto, estabelece penas
desproporcionais e não diferencia as diversas categorias de comerciantes de drogas
observadas na realidade social. Além disso, a lei não é clara quanto à distinção entre a
tipificação do uso e do tráfico, e o resultado disso é que o Poder Judiciário, além de
aplicar uma lei punitiva e desproporcional, concede amplos poderes ao policial que
primeiro tem contato com a situação. A atuação da polícia, nesse sistema, é ainda
comprometida pela corrupção, que filtra os casos que chegam ao conhecimento do
Judiciário. Este ciclo vicioso muito tem contribuído para a superlotação das prisões com
pequenos traficantes pobres, e para a absoluta impunidade dos grandes.
A indeterminação da lei, e a alta pena mínima prevista, fazem com que os juízes
e os demais operadores jurídicos fiquem reféns das provas apresentadas pela polícia,
sendo a pena de prisão e a prisão provisória aplicadas de forma automática, uma vez
que a lei veda a liberdade provisória e as penas alternativas, o que reforça a exclusão
social e a violação aos direiros humanos, especialmente dos pequenos traficantes.

Citar
Citar
Como forma de desarticular o lucro com o tráfico, Paulo Teixeira defende também que seja dada a permissão para o usuário plantar “três ou quatros mudas” de maconha, para consumo próprio.
Medida que pode vir a inibir o grande traficante. Se o usuário planta para consumo, não vai comprar na mão do traficante. Fica em branco a questão da fiscalização do plantio 'caseiro': como controlar a quantidade? Quem vai fiscalizar? De quem será a responsabilidade pelo aparato de fiscalização(federal, estadual, municipal)? Sendo lei federal, natural que fosse a União. No entanto, a União trabalharia com quais profissionais? Fariam concursos públicos para o cargo, como é feito para agentes de endemias?  :wink:


Citar
Para isso, o deputado prevê políticas de controle e licença médica para evitar abusos. “Se a pessoa é usuária ocasional e não abusa ou tem problemas, ela pode plantar pequenas quantidades. O objetivo é separar o usuário do tráficante”.
Imaginar que se pode controlar o interior da casa das pessoas é demagogia demais... E essa licença médica? Quem vai custear os exames? O próprio usuário? Se ele não tiver meios, vai ficar impossibilitado de plantar porque não pode obter o 'passe-livre-agricultor-feliz'? Caso os exames médicos fiquem por conta do Estado, imagino a polêmica que isso vá causar (outra): a saúde anda um lixo e o Estado custeando exames para alguém que quer saber se pode usar maconha?


O tema autocultivo é bem complicado. Mas basta aqui deixar claro que é apenas uma alternativa ao tráfico, bem mais cara, pois envolve custos de energia, material e muita paciência. Eu mesmo já fiz algumas tentativas... nem gosto de lembrar do sabor do fracasso rsrsrsrsrs

É bem válido questionar nosso sistema de saúde quanto a capacidade de absorver mais essa mão de obra. No meu ponto de vista, como é caso de interesse pessoal e não de saude, os custos desses exames para licença poderia sair do bolso do usuário. Mais ou menos como a via crucis para tirar a carta de motorista (que exemplo bizarro rsrsrs)

Citar
Citar
Para a Procuradoria Geral da República, autora da ação, defender a legalização da maconha é um direito. “O fato de uma ideia ser considerada errada pelas autoridades de plantão não é fundamento bastante para justificar que a sua veiculação seja proibida. A liberdade de expressão não protege apenas as ideias aceitas pela maioria, mas também aquelas tidas como absurdas e até perigosas. Trata-se de um instituto contramajoritário, da minoria”
Certo. Seria interessante saber qual a opinião da PGR a respeito da eventual ocorrência de manifestações do tipo:
- Pró-hitler: "Abaixo os negros, judeus e vida eterna aos arianos".*
- Racistas: "Coloquem os negros nas senzalas, escravizem, vendam. Negro não é gente".*
Se as minorias podem se expressar a respeito do que acham correto (mesmo as coisas mais absurdas), então que tal liberdade seja garantida a todos.
E não estou comparando os exemplos com a marcha da maconha: a meu ver, a posição da PGR abre brecha para esse tipo de movimento e respalda a intenção de muitos psicopatas que existem por aí. E se a maconha ainda é uma droga considerada ilegal, não vejo sua marcha como direito de querer para si, mas como apologia a algo que o Estado reconhece como ilícito.

Na minha visão bem libertária, eu não vejo problemas em se abrir brecha para a marchas Pró-Hitler ou Pró Racistas e afins... os adeptos da causa não seriam populares e eu até gostaria de ver a linha de argumentação para defender essas teses... Enfim... um individuo tem o direito de acreditar no que quiser... cientologia, OVNI, Hittler, estupro, pedofilia... defender a causa e encontrar adéptos é outra coisa. A Marcha da Maconha só foi possivel com o advento da internet, que permitiu a união de um grupo com as mesmas crenças. Não sei se da mesma forma existe grupos organizados de psicopatas...

Citar
Citar
A estratégia do traficante é não colocar a mão na droga e dar o trabalho sujo para jovens pobres. E a sociedade está aceitando o jogo deles. A polícia coloca os jovens na cadeia e o tráfico os substitui por outros”.
Dificilmente a discriminalização de uma única droga retiraria uma grande porcentagem de jovens do mundo do tráfico. O problema, nesse caso, é na falta de qualidade de vida, dignidade e dinheiro. E retirar o jovem do tráfico, para muitos, significa tirar o ganha-pão, o tênis da nike, o carro turbinado. Não acho que o jovem busque o tráfico porque ache legal, divertido: ele busca, na maioria das vezes, porque não tem acesso à uma vida normal, como a de outros jovens. Para ele, o dinheiro fácil e rápido do tráfico deixa a vida mais colorida.  :)

Quanto à pena: dificilmente uma pena alternativa vai inibir o jovem de se tornar reincidente. De que adianta colocar para cumprir pena alternativa e jogar o jovem no mesmo ambiente de antes?  :stunned:


A maconha é a droga que mais fomenta o tráfico, por isso o foco inicial é nela. Acredito que a ideia da  descriminalização futuramente para outras drogas recreativas como cocaina, LSD, extasy...


Aproveitando o asterisco da Lua:

Os exemplos citados não reproduzem minhas opiniões a respeito do tema. São meramente ilustrativos e não tem por finalidade denegrir ou fazer apologia a condutas doentias.
CHEGA DE ESTADO PATERNALISTA!
QUERO A MINHA LIBERDADE!

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #48 Online: 10 de Setembro de 2009, 21:41:57 »
O falsificador de tênis Nike não vai pegar o dinheiro do cara que comprou, comprar um fuzil 7,62 e tentar invadir a fábrica do outro fabricante matando qualquer um que estiver no meio para isso.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Lua

  • Nível 40
  • *
  • Mensagens: 4.287
  • Sexo: Feminino
Re: As drogas venceram a guerra, e daí? (Clóvis Rossi)
« Resposta #49 Online: 10 de Setembro de 2009, 21:44:21 »
O Bob alega que isso é despreparo/abuso/corrupção.

E quanto à parcela corrupta, existe alguma pesquisa ou fonte de dados que diga que uma parcela significativa "arma" ou "força a barra" contra os coitadinhos (a.k.a. maconheiros)?

Não penso que seja despreparo/abuso/corrupção. No entanto, acho que abre brechas e deixa espaço para a ocorrência de desvios de conduta por parte dos agentes públicos.

Não tenho pesquisa (preciso ler a que o Bob postou) que corrobore minha tese de que a discricionariedade abre margem para a prática de arbitrariedades. No entanto, posso afirmar que o tema é tão corriqueiro que é frequente em muitas ações movidas contra o poder público. A linha entre o posso-fazer e o posso-fazer-como-eu-quiser é bem tênue. A lei dá ao juiz o poder de determinar qual quantidade é considerada para fins de consumo pessoal ou não. Se há possibilidade de determinar o quantum, porque deixar em aberto e suscitar tantas polêmicas?

E não preciso provar que a corrupção permeia nosso país. Isso começa do presidente e acaba no padeiro da esquina. Se um agente público corrupto gosta de ter meios fáceis de ganhar dinheiro, ele o fará.


Citar
Então me explica também exatamente o que o policial, o delegado e o juiz, esses terríveis seres arbitrários e despreparados (os policiais pelo menos) ganham em enquadrar o cara como traficante.

Alguns corruptos podem ganhar, claro. E reitero minha posição de que não estou julgando o caráter e competência de ninguém, apenas deixando claro que, deixando margem de liberdade, muitos acabam se aproveitando para lucrar/desrespeitar a lei, em cima disso.

E também compreendi que uma série de fatores é levada em conta na hora de sentenciar o usuário a prisão. Meu ponto de insatisfação diz respeito à não especificação de quantidade em uma lei tão polêmica quanto essas.
"Ajusto-me a mim, não ao mundo" Anais Nin

"A estupidez insiste sempre." Albert Camus

 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!