Essa é a estigma do usuário e que a descriminalização não ampara. Sim, o usuário final é o financiador do tráfico. A droga é o produto que o usuário estima adiquirir, e o tráfico se alimenta de produtos que não são legalmente permitidos. Poderia ser considerado financiador do tráfico quem compra CD pirata, tenis pirata da Nike, etc. Numa eventual LEGALIZAÇÃO DO COMERCIO da maconha, eu não imigaino o fim da violência gerada pelo tráfico e sim uma migração para outro produto que seja ilegal e que também tenha um mercado atrativo.
Compreendo que a descriminalização do uso para consumo próprio vá retirar da marginalidade os inconformados com sua situação ilegal. No entanto, Bob, não sei se a maior parte dos consumidores está apta a consumir de forma consciente (ou flutuando, não sei.

) e se responsabilizar por eventuais transtornos provocados por ele. Se o alcóol, que é legal é festejado, já traz sérios problemas, que dirá uma droga que tem efeitos colaterais aparentemente mais graves.
É isso que eu to discutindo calorosamente com o Diegojaf. Tá certo, existem os procedimentos legais, e os diversos fatores que são considerados para concluir que o individuo é realmente um traficante, mas existe a possibilidade aberta pela abrangencia da lei, de o policial autor do flagrante a um usuário, exigir uma peita para que este não seja enquadrado no âmbito do tráfico.
do texto do estudo em questão:
Sim, quanto a isso estamos de acordo. Lei deve ser clara para evitar abusos e transtornos. Quanto a isso, não discordo de você. E quanto se trata de lei penal, os tipos abertos são bem difíceis de serem estabelecidos. Vide o caso do tal 'estupro vulnerável' que anda causando polêmica por aí. O tal 'ato libidinoso' não parece ser tão fácil de se caracterizar...
O tema autocultivo é bem complicado. Mas basta aqui deixar claro que é apenas uma alternativa ao tráfico, bem mais cara, pois envolve custos de energia, material e muita paciência. Eu mesmo já fiz algumas tentativas... nem gosto de lembrar do sabor do fracasso rsrsrsrsrs
Ou permitem o cultivo ou o governo permite que se venda abertamente em lojas específicas e para maiores de 18 anos. Só vejo essas duas possibilidades como alternativas ao fim do tráfico da droga.
É bem válido questionar nosso sistema de saúde quanto a capacidade de absorver mais essa mão de obra. No meu ponto de vista, como é caso de interesse pessoal e não de saude, os custos desses exames para licença poderia sair do bolso do usuário. Mais ou menos como a via crucis para tirar a carta de motorista (que exemplo bizarro rsrsrs)
Obstáculos cruciais: o sistema de saúde funciona mal e não consegue absorver o fluxo de brasileiros que dele precisam. Isso sem contar a péssima qualidade do serviço em muitos hospitais por aí. Querer que exames que atestem minha capacidade de consumir uma droga saiam do bolso do contribuinte e do governo é complicado demais para um país em que muita gente tem o que comer graças ao governo. Na verdade, é meio que um contrasenso. Se o usuário vai custear, ótimo. No entanto, e quem não pode? Vai ingressar com uma ação na justiça para garantir seu direito ao acesso à saúde? Se ele é pobre, vai estar tolhido no seu direito de utilizar a maconha, logo, caberá ao poder público custear.
Na minha visão bem libertária, eu não vejo problemas em se abrir brecha para a marchas Pró-Hitler ou Pró Racistas e afins... os adeptos da causa não seriam populares e eu até gostaria de ver a linha de argumentação para defender essas teses... Enfim... um individuo tem o direito de acreditar no que quiser... cientologia, OVNI, Hittler, estupro, pedofilia... defender a causa e encontrar adéptos é outra coisa. A Marcha da Maconha só foi possivel com o advento da internet, que permitiu a união de um grupo com as mesmas crenças. Não sei se da mesma forma existe grupos organizados de psicopatas...
Sim, concordo com você quanto ao direito de acreditar no que quiser. Mas me diga: e quando o meu direito fere ou ofende o direito ou a pessoa do outro? Uma manifestação racista ou pró-hitler ofende negros, judeus, mestiços. Como se sentem tais pessoas em sua dignidade, em seu direito enquanto cidadãos? Infelizmente, Bob, não vivemos uma anarquia: o Estado existe, ele tem suas diretrizes e deve proteger ao máximo os que estão sob seu manto (teoria pura e risível, mas dá pra entender). O Estado não pode permitir discriminações de qualquer tipo, porque estaria ferindo o direito daquele grupo, entende?
E todos são livres para acreditar e fazer o que quiserem, desde que assumam a responsabilidade pelos seus atos. Vivemos em sociedade e a criminalização de condutas e valorações morais existem. Não dá pra negar isso nem pregar o contrário: há uma vontade que impera, dirige, condiciona e pune. Podemos discordar, mas nem por isso ela deixará de existir e punir.
A maconha é a droga que mais fomenta o tráfico, por isso o foco inicial é nela. Acredito que a ideia da descriminalização futuramente para outras drogas recreativas como cocaina, LSD, extasy...
Não tinha esse dado a respeito da maconha. Acho que o foco inicial seria trabalhar o lado educativo da descriminalização: o que é, como se dá, como será feito, quais as implicações. O processo para qualquer tipo de busca por aceitação social é esse: a sociedade conhece, repudia, conhece mais, evolui e eventualmente aceita ou abole de vez.