O PSDB quer que voltemos a nos chamar "Estados Unidos do Brazil" e que cultuemos a imagem da harpia como os americanos cultuam a águia careca. Anauê!
[comentário nada a ver]
A harpia seria mesmo um belo símbolo nacional, né?
[/comentário nada a ver]
Sobre "catellano ou español" ... uma professora de espanhol certa vez me disse que na Espanha não se deve chamar o idioma de "español", pois lá o mais adequado é falar "castellano" em virtude da diversidades de idiomas no território deles (catalão, basco, galego e mais um monte de coisas).
Mas que a para a América Latina, o melhor é continuar chamando de "espanhol", em virtude da colonização espanhola (que não foi exclusivamente castellana).
O 'politicamente correto', no caso, depende de onde se está.
De boa, eu seria a favor mesmo de chamar o Estado entre Portugal e a França de Reino Unide de Castelha e Aragão (ou só Castelha). Hispania era o nome da península/região...
Os nomes Espanha e Castelha hoje em dia se confundem, mesmo para nativos. Lembro de um andaluzenho que conheci... perguntei (pelo sotaque dele) se ele era espanhol, ele disse 'não, sou andaluzenho'. O problema é que a maior parte das línguas trata "falantes da língua X" e "habitantes do país X" pelo mesmo nome, devido ao impacto da língua no sentimento de nação.
Bah, que seja, um nome é um nome, chamar de Espanha, Castelha ou Reino do Nheco Nheco dá na mesma
A colonização na AL espanhola não foi exclusivamente castelhana, mas majoritariamente, sim. As navegações ocorreram bem pouco depois da unificação do reino, o povão do antigo reino de Aragão participou pouco - tanto que você não vê gente falando aragonês na AL.
Não sei se seria tão bom para o Brasil sob a ótica de que o protecionismo pode ser economicamente bom.
E no que isso fosse ser realmente bom, mais viável seriam políticas que visassem fazer dos brasileiros mais bilingües. E que o português caísse em desuso de forma mais natural, em vez de se tentar praticamente criar/expandir algo como o espanholês/portunhol brasilo-uruguaio. Ou talvez o galego.
PS.: ouvi dizer que na Espanha se considera o termo "espanhol" até meio "racista" ou prepotente por desprezar os outros idiomas espanhóis. Seria mais apropriadamente só castelhano, sendo até mais correto chamá-lo de "americano" do que "espanhol" em se tratando da proporção de falantes numa delimitação geográfica.
Se seria bom ou não, economicamente falando, não sei. Sinceramente.
Quanto ao português cair em desuso, provavelmente não. Vide China, Japão e Coréia do Sul - os três por escrito são mais ou menos inteligíveis, usam o mesmo sistema de escrita (embora japoneses adorem misturar Han, katakana e hiragana, os três numa frase só), e entretanto mandarim, cantonês, min/taiwanês, coreano e japonês continuam existindo como idiomas independentes (Coréia do Norte deu cabo dos caracteres Han, agora só usa hangul, ufa! Japão e CdoS podiam fazer o mesmo).
Ambos os idiomas têm duas coisas necessárias para assegurar a sobrevivência - número de falantes e prestígio.
Entretanto, haveriam reflexos nítidos na língua, com certeza:
*Vaso = contêiner genérico - vaso d'água, vaso de planta, vaso sangüíneo.
*Esquisito = muito bom, único (sentido original - no português assumiu a outra conotação no século XIX)
Termos só usados em castelhano iriam pro português, vice-versa... mas muito provavelmente, 'fel' ainda rimaria com 'céu' só de um lado, "bê grande" e "bê pequeno" continuariam sendo só do outro lado, paulistas continuariam a indicar plural só pelo artigo ("as criança foi tudo na padaria, mandei eles comprá dez pão").
Se o galego entrasse na onda da ortografia unificada, não ia mudar muito pra ele - a língua continuaria ameaçada dos dois lados.