Brasil já foi escrito com 'Z'.
Se não me engano, foi numa reforma ortográfica da década de 1940 que isso mudou.
Aliás, não sei porque. Talvez linguístas tenham alguma explicação boa, mas sinceramente, gostaria de uma língua mais simples, em que cada letra tivesse seu somzinho específico.
Por que o 's' entre duas vogais tem som de 'z'?
Põe o 'z', pô!
Ficaria mais simples.
"É com 'j' ou com 'g'?"
"É com 's' ou com 'z'?"
"É com 'x' ou com 'ch'?"
e por aí vai...
A explicação que se usa é: "sempre foi assim, portanto é o correto, portanto vamos deixar do jeito que tá".
E normalmente quem diz isso, ironicamente, tá a favor da última deforma ortográfica, que foi algo como "vamos ignorar sistematicamente a estrutura da língua e elaborar uma ortografia acordão".
No português
arcaico, CH tinha o mesmo som do inglês (TCH), G antes de E e I tinha som de DJ, Z e Ç tinham som de TS*, como no italiano. Até aí, ok, nada demais. O problema é que a língua mudou, e a ortografia não.
Nenhum dialeto do português faz mais essas diferenciações!Há um detalhezinho em nacionalismo, também: a ortografia do português foi definida logo depois da do castelhano. Como a ortografia do castelhano é essencialmente fonêmica, decidiram por deixar um monte de bagulho etimológico na do português, pra ficar diferente, deixar claro que são duas línguas, e que portanto "merece" haver dois países e não um só.
Pra definir uma ortografia "ideal", precisa primeiro definir quem entra nela. Se só Brasil entrar, pode-se acabar com o L de fim de sílaba, tacando U/W de uma vez. Se o resto da CPLP entra, não dá pra fazer isso; se Galiza entra, tem que se considerar diferenças fonológicas do galego e do português, e se o castelhano entrar junto (o que eu esperaria, sinceramente), daria muito mais trabalho, mas o benefício seria maior.
E esse último post do Comissário mais uma vez confirma a navalha de Hanlon
*ERRATA: Z tinha som de DZ, Ç de TS. A simplificação dos dois africada>fricativa foi regular.