Por Sky Kunde
Poucos sabem, mas não há qualquer registro - cristão ou não - da vida pública de Jesus antes da aparição dos evangelhos, décadas após sua suposta passagem pela Terra. Antes de Marcos, considerado o primeiro deles e que teria sido redigido por volta de 70 d.C, ninguém mais pôs Jesus perambulando pela Palestina; fazendo grandes milagres e feito longos sermões; recebendo pessoas vindas de longe para conhecê-lo e discutindo com os fariseus. Ninguém mais fala sobre onde ele teria nascido e morrido; que tenha sido batizado por João Batista; que tenha aparecido aos discípulos em carne e osso; e etc. Nos outros escritos do Novo Testamento, como, por exemplo, nas cartas legítimas de Paulo, seguramente considerados anteriores aos evangelhos, nada disso está lá.
Algo realmente surpreendente, pois os quatro evangelistas dizem que Jesus ficou muito conhecido por toda a região. Mateus diz que a sua fama correu por toda a Síria, de onde vinham muitos doentes para serem curados (cf. 04:24). No capítulo 21, Mateus conta como Jesus foi recebido por toda a Jerusalém; uma cidade com cerca de 80.000 habitantes na época. E ainda, Mateus narra que na morte de jesus aconteceu um verdadeiro prelúdio do apocalipse: muitas pessoas ressuscitaram, houve um grande terremoto e uma longa escuridão (cf. 27:45-54). Marcos diz que "
de Jerusalém, e da Iduméia, e de além do Jordão, e de perto de Tiro e de Sidom; uma grande multidão que, ouvindo quão grandes coisas fazia, vinha ter com ele" (cf. 03:08). Lucas diz que doutores de todas as aldeias da Galiléia e da Judéia vinham em busca dos seus ensinamentos (cf. 05:17). No seu versículo final, João nos diz que Jesus fez tantas coisas que no mundo inteiro não caberiam os livros para descrevê-las! Tudo isso teria acontecido por volta do ano 30 da era cristã, o que cria um embaraçoso silêncio sobre os atos de Jesus na Terra por cerca de quatro décadas até o surgimento dos evangelhos. Mas isso não é tudo. O primeiro escrito a corroborar alguns dos relatos dos evangelhos é uma
carta de Inácio, bispo de Antioquia, do início do 2º século, onde ele fala de Maria e Pilatos. Isso significa que mais algumas décadas se passaram de completo silêncio sobre a vida terrena do deus cristão. Fora os evangelhos, antes de Inácio não existe qualquer referência a Pilatos como o executor de Jesus.
O silêncio se estende aos vários escritores não cristãos. Naquela mesma época, e próximo àquela região, viveu um judeu erudito conhecido como
Fílon de Alexandria, o qual tinha família em Jerusalém e visitou a cidade e o templo. Escreveu vários livros sobre a religião e a história dos judeus. Fílon nasceu antes e morreu depois de Cristo, porém, não fez qualquer menção a ele. Um pouco mais tarde, temos
Flávio Josefo, outro famoso escritor judeu. Josefo dedicou significativas porções da sua principal obra, Antiguidades Judaicas, a coisas relativamente banais, como ladrões e charlatões. A sua única e rápida menção direta a Jesus é considerada de alguma forma forjada pelos peritos. Ele também menciona Jesus ao falar de Tiago, de modo quase ocasional; mesmo aí há suspeita de fraude. Considerando que Josefo gastou muita tinta para falar de pessoas sem muita expressão, é realmente problemático o fato dele ter dedicado apenas meia dúzia de linhas ao, segundo os evangelhos, famosíssimo Jesus, e mesmo essas parcas linhas são muito controversas. Somente após o cristianismo alcançar alguma notoriedade seu principal personagem é mencionado, de modo indireto, por escritores pagãos, como
Plínio e
Tácito, no
início do 2º século. Tais menções também são controversas.
Seria mesmo possível tamanho silêncio no decorrer de todo o 1º século - mesmo entre os cristãos - em se tratando de alguém que tenha causado tanta excitação naquela região de acordo com os evangelistas? Qual a explicação razoável para isso? Entre todas, surge uma que abala os alicerces da maior religião do Ocidente e desafia o senso comum de grande parte da população mundial: Jesus nunca existiu!
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PS:
o texto está pronto e liberado para cópia. Correções e melhorias no texto serão muito bem vindas.
Baseado principalmente em The Jesus Puzzle e em várias outras fontes online. Isto não é uma simples tradução.