Autor Tópico: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?  (Lida 2572 vezes)

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Offline DDV

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Pensando na vida, me veio à cabeça uma idéia meio maluca, embora me pareça ter uma certa lógica.

É notório que existe uma certa "discriminação" na escolha de parceiros/namorados/esposos mesmo por parte dos negros. Apesar de não haver nenhuma comprovação "oficial" disso, parece que os negros bem-sucedidos financeiramente tendem a escolher como esposas mais mulheres brancas do que negras. Vemos isso constantemente na mídia e nas nossas andanças sociais. Até mesmo chefes de estados negros de paises africanos costumam aparecer em sua maioria com uma esposa branca do lado.

Frente à situação acima descrita (supondo verdadeira), me veio o seguinte pensamento: será que isso pode influenciar de alguma forma nas diferenças de renda/riqueza entre negros e brancos?

A resposta me parece ser sim (apenas a magnitude da influência não sei dizer), pelo seguinte "mecanismo":

Imaginem que um negro consiga de alguma forma enriquecer-se e ascender socialmente. Ao fazer isso, ele passará a seus filhos condições para enriquecerem ou manterem-se ricos muito maiores do que as que ele próprio teve, ou seja, ele poderá lhes dar estudos de alta qualidade e oportunidades de negócios ou empregos que os mais pobres não têm.

Ou seja, à medida que vários negros pobres quebram essa "barreira" sócioeconômica e ascendem socialmente,  criariam condições para que seus filhos progridam mais e mais em termos econômicos, de sorte que após algum tempo teríamos cada vez mais negros ricos, e em maiores proporções.

O "problema" surge do seguinte fato: os filhos e netos desses negros que enriqueceram não necessariamente serão "negros" como ele. Por quê? Por causa dessa tendência entre os negros ricos e bem-sucedidos de casarem-se com mulheres brancas.

Em outras palavras, o que seria uma "oportunidade" de criar um "clã" de negros ricos acaba criando um clan de pardos. Estes, por sua vez, ao se casarem, tornam a escolher mulheres brancas, de forma que a "negritude" vai se "diluindo" com o passar das gerações, não contribuindo (como se esperaria) para aumentar o número e a proporção de negros ricos nas estatísticas.


Obviamente, nem todos os negros escolhem mulheres barncas pra se casarem (não estou de forma alguma afirmando isso e muito menos "criticando"). A questão seria se essa tendência acaba tendo efeitos "negativos" nas estatísticas que mostram diferenças de renda baseadas na cor da pele.

O que acham?





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Offline _tiago

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #1 Online: 21 de Outubro de 2009, 21:16:57 »
Essa discriminação na escolha me deixa em dúvida, foi muito chutado...
O mecanismo faz sentido, se é a maioria com dinheiro que prefere, logo, a disparidade aumentaria.
Agora, o objetivo não entendi... Estatísticas nem sempre encontram todas as causas de seus números, apenas uma descrição de um momento. Precisar o efeto negativo de cada uma das variáveis nos dados totais é complicado.

Offline Moro

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #2 Online: 21 de Outubro de 2009, 21:24:59 »
Não vejo ricos com tanta preferência por brancas assim DDV.

E me parece que do casamento entre um negro e uma branca, nasce um negro, não?
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Offline Südenbauer

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #3 Online: 21 de Outubro de 2009, 23:31:58 »
Bem interessante o tópico.

Acho que a escolha do parceiro é mais por afinidade socio-econômica. Se o negro ascendiu socialmente, ele encontrará poucas mulheres negras na mesma condição social para juntar as escovas.

Offline DDV

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #4 Online: 22 de Outubro de 2009, 00:06:30 »
Não vejo ricos com tanta preferência por brancas assim DDV.

Já eu vejo bastante, principalmente no Brasil.

Citação de: Agnóstico
E me parece que do casamento entre um negro e uma branca, nasce um negro, não?

Um negro puro com branco puro (supondo existirem, claro) originará "pardos". Se um desses pardos ter filhos com outra parda, sairão 50% pardos, 25% negros e 25% brancos (se eu não me engano). Caso um pardo tenha filhos com uma branca, sairá 50% pardos e 50% brancos.

Ou seja, bastaria 2 gerações para não haver mais nenhum negro "puro" caso a tendencia de escolher esposas brancas persista.


Bem interessante o tópico.

Acho que a escolha do parceiro é mais por afinidade socio-econômica. Se o negro ascendiu socialmente, ele encontrará poucas mulheres negras na mesma condição social para juntar as escovas.


Eu vi uma reportagem em uma revista (não lembro qual) dizendo que as mulheres negras de alta posição são as que mais têm dificuldade para arranjar marido, pelo seguinte motivo:elas geralmente não querem um "pé-rapado", querem um homem na mesma situação econômica delas. Como os homens em situação econômica boa, incluindo os negros, preferem esposas brancas, elas acabam ficando sozinhas por mais tempo, mais até do que as negras pobres.

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Südenbauer

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #5 Online: 22 de Outubro de 2009, 00:18:34 »
Hum... interessante.

Tem o fator também de que a mulher negra não está no grupo estético preferencial de nossa sociedade: uma caucasiana de cabelo liso. E isso acaba refletindo nas preferências dos negros também. (só que aqui eu acabo atirando no próprio pé, porque os homens negros também não são bem o que tem-se por definição de beleza unânime")

Offline FxF

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #6 Online: 22 de Outubro de 2009, 14:58:51 »
Gostei do tópico.

A princípio, mulheres brancas são consideradas mais bonitas. E realmente entre celebridades se vê muito disso.

OBS: Se eu fosse o DDV eu teria escrito dessa forma: A "princípio", mulheres "brancas" são consideradas mais "bonitas". E realmente entre "celebridades" se "vê" "muito" disso. :histeria:

Offline Barata Tenno

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #7 Online: 22 de Outubro de 2009, 15:41:45 »
Já imagino ele falando e fazendo as aspas com os dedos.... Tipo Dr Evil
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #8 Online: 22 de Outubro de 2009, 16:21:34 »
Não vejo ricos com tanta preferência por brancas assim DDV.


Sem menção a classe social, mas acho que de modo geral o homem tende a ser mais rico:

Citação de: WP
Interracial marriage gender disparities for certain groups

According to the UK 2001 census, black British males were around 50% more likely than black females to marry outside their race. British Chinese women (30%) were twice as likely as their male counterparts (15%) to marry someone from a different ethnic group. Among British Asians, referring mainly to South Asians, males were twice as likely to have an inter-ethnic marriage than their female counterparts.[98] As of 2005, it is estimated that nearly half of British-born African-Caribbean males, a third of British-born African-Caribbean females, and a fifth of Indian and African males, have white partners.[101]


[...]


In the United States there still are disparities between Black female and Black male exogamy ratios: According to the 2006 census, 286,000 White female-Black male and 117,000 Black female-White male marriages were recorded. Marital stability studies published on the Education Resources Information Center found that White female-Black male unions are more prone to result in a divorce than White-White marriages are, while Black female-White male marriages show similar or lower risks of divorce than White-White marriages.[7] In 2007, 4.6% of all married Blacks in the United States were wed to a White partner, and 0.4% of all Whites were married to a Black partner.[18]

Asian and Black

With African Americans and Asian Americans, the ratios are even further imbalanced, with 59.8% more Asian female/African male marriages than Asian male/African female marriages.[10] However, C.N. Le estimated that Asian Americans of the 1.5 generation and of the five largest Asian American ethnic groups had African American male/Asian American female marriages 27.2% more than Asian American male/African American female relationships.[14] Even though the disparity between African American and Asian American interracial marriages by gender is high according to the 2000 US Census,[10] the total numbers of Asian American/African American interracial marriages are low, numbering only 0.22% percent for Asian American male marriages and 1.30% percent of Asian female marriages, partially contributed by the recent flux of Asian immigrants. [...]
 
Asian and Black

Historically, Chinese American men married African American women in high proportions to their total marriage numbers due to few Chinese American women being in the United States. After the Emancipation Proclamation, many Chinese Americans immigrated to the Southern states, particularly Arkansas, to work on plantations. The tenth US Census of Louisiana counted 57% of interracial marriages between these Chinese Americans to be with African Americans and 43% to be with Caucasian American women. After the Chinese Exclusion Act, Chinese American men had fewer potential ethnically Chinese wives, so they increasingly married African American women on the West Coast[21]. In Jamaica and other Caribbean nations as well many Chinese males over past generations took up African wives, gradually assimilating or absorbing many Chinese descendants into the African Caribbean community or the overall mixed-race community.





E me parece que do casamento entre um negro e uma branca, nasce um negro, não?

Tecnicamente, mulato; o costume americano (e agora passando para o Brasil) de considerar aos mestiços como negros, é "hipodescendência", "hypodescent is the assignment of mixed-race children to the race that is considered subordinate or inferior".

Quanto a parte de determinação genética, é bem bagunçado. Acho que de modo geral pode parecer que os mestiços são mais escuros (daí talvez também algo que contribua para a tendência a considerá-los negros em alguns lugares), mas pode ser só impressão que se tem por se estar mais habituado com pele mais clara, ao mesmo tempo em que na verdade, talvez a pessoa seja fenotipicamente mais branca do que negra. De forma mais "excepcional", mestiços podem ser em vez de fenotipicamente mestiços, algo tendendo mais a plenamente negros ou brancos. O mesmo para filhos de mestiços.

Mas quanto mais se mistura com um lado, mas a tendência é ter o fenótipo parecido, até ser virtualmente indetectável fenotipicamente a ancestralidade interracial.

Pessoas com ancestrais negros recentes:



As crianças brancas da foto são descendentes de escravos, logo negras, logo escravas.


Offline Buckaroo Banzai

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #9 Online: 22 de Outubro de 2009, 16:34:07 »
Eu vi uma reportagem em uma revista (não lembro qual) dizendo que as mulheres negras de alta posição são as que mais têm dificuldade para arranjar marido, pelo seguinte motivo:elas geralmente não querem um "pé-rapado", querem um homem na mesma situação econômica delas. Como os homens em situação econômica boa, incluindo os negros, preferem esposas brancas, elas acabam ficando sozinhas por mais tempo, mais até do que as negras pobres.

Quanto ao "incluindo os negros" - acho que a principal causa das negras ricas que não encontram marido não é tanto até os negros preferirem brancas, mas haverem menos negros no mesmo nível sócio-econômico.

Ao menos nos EUA, parece que são as mulheres que tem maior preferência endorracial, e talvez especialmente as negras:

http://scienceblogs.com/gnxp/2008/07/why_does_race_matter_for_women.php

Offline André Luiz

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #10 Online: 22 de Outubro de 2009, 20:08:31 »
E aquela historia que os europeus sao loucos pelas nossas mulatas?


Offline Buckaroo Banzai

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #12 Online: 19 de Abril de 2010, 22:08:15 »
Algumas mensagens com dados que se relacionam a esse tópico também:



Citar
[...] They’ve found that theories and anecdotal evidence aren’t a very reliable guide to these questions: some of the common stereotypes don’t match the data.

Some of you did get it right, like Dan, who hypothesized that Asians are relatively more willing to date outside their race. David predicted that black men are more likely to date white women than white men are to date black women — which is right, although not for the reason many people think. It’s not that white men are more reluctant to date non-whites; it’s that black women are less willing to date someone of another race.

At least that’s the picture that emerges from studies of online daters and speed daters. Men are generally willing to date someone of another race, but women are more reluctant, especially African-American women.

Consider “Racial Preferences in Dating,” a study of more than 400 graduate and professional students who participated in speed dating sessions at Columbia University organized by Raymond Fisman, Sheena S. Iyengar, Emir Kamenica and Itamar Simonson. The researchers conclude: “Even in a population of relatively progressive individuals who have self-selected into participation in a multi-cultural Speed Dating event, we observe strong racial preferences.”

There’s also a clear gender divide, as the researchers note: “Women of all races exhibit strong same race preferences, while men of no race exhibit a statistically significant same race preference.” You might think the gender gap is the result of different dating goals: perhaps the men are more interested in short-term flings, whereas the women are looking for a lasting relationship and are concerned about potential complications from cultural differences. But the researchers conclude otherwise after looking at the data [...]

http://tierneylab.blogs.nytimes.com/2007/04/13/single-female-seeking-same-race-male/



Citar
Com base nas evidências apresentadas até aqui, não resta dúvida quanto às
dificuldades que as mulheres possuem para encontrar um parceiro, principalmente com
7
o aumento da idade. Essas dificuldades podem se mostrar mais aguçadas se
adicionarmos o componente racial.
A situação das mulheres pretas no mercado de casamento é ainda mais séria
quando comparada com as brancas e pardas. A viuvez (fruto da mortalidade diferencial
por sexo, exacerbada pela cor) e o celibato entre as pretas são superiores aos
apresentados pelas pardas e brancas. Além do mais, as mulheres pretas casam-se mais
tardiamente do que as pardas e brancas (Berquó, 1988, 1991).
Em 1980, encontravam-se solteiras, aos 50 anos de idade, cerca de 13,4% de
mulheres pretas, enquanto que as mulheres brancas e pardas apresentavam valores mais
baixos, na ordem de 7,7% e 8%, respectivamente. Cerca de 10,5% das pretas, 7,5% das
pardas e 8,3% das brancas declararam-se viúvas. A idade média do primeiro casamento
das pretas era de 23,4 anos, enquanto que brancas e pardas se casavam, em média, um
ano antes (Berquó, 1991). Apenas 47,1% das pretas encontravam-se unidas em 1980,
enquanto que a proporção de brancas que estavam em união no mesmo período era
57,4% (Berquó, 1988).
As diferenças inter-raciais em relação ao mercado de casamento mantêm-se
também entre os homens, porém com uma menor intensidade do que a verificada em
relação às mulheres (Petruccelli, 1999). As idades médias da primeira união para os
homens, na década de 80, eram de cerca de 26,3 anos para os pretos, 25,7 para os
brancos e 25,4 para os pardos. Os homens pretos também possuíam a maior proporção
de celibatários definitivos. Assim, segundo o Censo de 1980, cerca de 7,8% dos homens
pretos encontravam-se sozinhos porque nunca chegaram a se casar, enquanto o celibato
masculino encontrava-se entre 5,2% e 5,5% para pardos e brancos, respectivamente.
Nota-se que, nesses dois casos, o grupo dos brancos apresentou-se com um
comportamento intermediário (Berquó, 1988; Silva, 1992).
Analisando o país como um todo, pode-se verificar que o Brasil possui uma alta
proporção de casamentos endogâmicos e, conseqüentemente, baixas taxas de
intercâmbios maritais entre os diversos grupos de cor. Pesquisas realizadas na década de
90 nos mostram que cerca de 80% dos casamentos que ocorreram no país eram
constituídos de pessoas do mesmo grupo de cor, sendo que o maior índice de uniões
endogâmicas encontrava-se entre os brancos (84%) e a menor entre a população auto-
declarada como preta (61%) (Petruccelli, 1999).

O Censo de 1980 mostra que, nos casamentos exogâmicos quanto à cor, é mais
freqüente o homem ser mais escuro que a mulher. Assim, em 11% dos casais, o homem
era mais escuro do que sua companheira, ao passo que em 8% dos casais ocorria o
contrário (Berquó, 1991). Com isso, do ponto de vista demográfico, os dados sugerem
que, devido ao excedente de mulheres brancas no Brasil (razão de sexo igual a 0,963),
as brancas acabam buscando também homens mais “escuros” para se unirem. As pardas,
dado o “desfalque” no contingente de pardos, recorrem também aos homens pretos. E as
mulheres pretas, apesar de terem uma razão de sexo favorável (1,018 na faixa de 15 a 54
anos, segundo o Censo de 1980), acabam por enfrentar a mais desvantajosa de todas as
situações, pois elas têm que “competir” no mercado de casamento com o excedente de
brancas e pardas (Berquó, 1991; Lazo, 1988).
Por fim, Berquó (1988) chama a atenção para a real situação da mulher negra5
em relação ao mercado matrimonial no Brasil. Aos 30 anos, cerca de 30% dessas
mulheres já se encontram sós. Aos 50 anos, 41% das negras não possuem um parceiro,
enquanto que aos 60 anos esse valor atinge 71%. Em contraposição, somente 27% dos
homens negros chegam sozinhos aos 60 anos.
Será que esta situação prevalece em 1991? Antes de responder a esta pergunta,
serão apresentadas a metodologia e os dados utilizados nesse trabalho.

[...]

http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/pdf/2002/Com_ENV_ST45_Costa_texto.pdf


Talvez isso fosse mais material para o outro tópico do que para esse, mas pode ser usado lá também.



Citação de: Buckaroo Banzai
Citar
Por exemplo: vamos supor que a esmagadora maioria dos homens brasileiros prefira mulheres com traços nórdicos para casarem. Ora, se todos eles ficarem esperando arranjar mulheres nórdicas para casarem, 80 a 90% ficarão solteiros!

Compreendido?

Menos para o caso de homens negros, onde negras são minoria, "com certeza" preferirem brancas, certo?

Não é o caso, pois as mulheres negras são as que mais ficam solteiras, mesmo sendo minoria em relação às brancas.


Como exatamente isso afeta a hipótese de que seria esperado que negros se casassem comumente com brancas, até simplesmente por haver mais brancas do que negras?



E para tentarmos saber melhor do que falamos:



http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/20122002censo.shtm


Alguém me explica porque a contagem das brancas casadas/unidas e só por união consensual dá 100%, ao mesmo tempo em que a porcentagem de solteiras, separadas e viúvas não é zero? Será que se explica com a nota em laranja, "não vivem em companhia de cônjuge, mas já viveram"? Ainda assim é estranho, pessoas de *10 anos* ou mais? Pedobears?








Antes que tirem conclusões apressadas quanto a eu ter postado isso aqui: Não estou negando a lógica básica da coisa; quanto mais negros ou negras, conforme enriquecerem, se casarem com não-negros, mais o enriquecimento dos negros vai ficar mascarado num "desaparecimento" dos mesmos. Só não sei avaliar o quanto isso é significativo, e acho que, o quanto ocorrer, se dá mais por haverem mais brancas do que negras, especialmente se o fator de "seleção" pelo mesmo nível social tiver mais peso do que por seleção por cor. Mas é uma coisa interessante a se considerar. Há uns 40% de mulatos/pardos, boa parte deles em melhores condições econômicas que os negros, e acho que isso tem potencial para ocultar uma boa parcela de ascenção econômica dos negros.

Offline _Juca_

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #13 Online: 20 de Abril de 2010, 11:14:45 »
Hum... interessante.

Tem o fator também de que a mulher negra não está no grupo estético preferencial de nossa sociedade: uma caucasiana de cabelo liso. E isso acaba refletindo nas preferências dos negros também. (só que aqui eu acabo atirando no próprio pé, porque os homens negros também não são bem o que tem-se por definição de beleza unânime")

Você nunca foi pra Bahia.

Offline DDV

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #14 Online: 20 de Abril de 2010, 12:01:14 »
Hum... interessante.

Tem o fator também de que a mulher negra não está no grupo estético preferencial de nossa sociedade: uma caucasiana de cabelo liso. E isso acaba refletindo nas preferências dos negros também. (só que aqui eu acabo atirando no próprio pé, porque os homens negros também não são bem o que tem-se por definição de beleza unânime")

Você nunca foi pra Bahia.

O pessoal da Bahia comenta que as brancas de lá "tiram muita onda", por serem poucas e preferidas.  :histeria:
Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

"O maior vício do capitalismo é a distribuição desigual das benesses. A maior virtude do socialismo é a distribuição igual da miséria." (W. Churchill)

Temma

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #15 Online: 20 de Abril de 2010, 13:53:09 »
Aproveitando o tema, vou recomendar um vídeo postado nessa seção, que eu gostei pro vários motivos

http://www.ted.com/talks/lang/por_pt/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story.html


 ::)



Offline Buckaroo Banzai

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #16 Online: 21 de Abril de 2010, 03:21:00 »
Citar
Seletividade por Cor e
Escolhas Conjugais no Brasil
dos 90
José Luis Petruccelli


[...]

1. Entre as mulheres de 15 anos de idade ou mais, os dados
do Recenseamento de População de 1991 mostram que as mulhe-
res pretas se vêm relativamente menos representadas do que as par-
das e brancas na condição de casadas (48% contra 55% e 59%, res-
pectivamente). As informações referentes ao celibato definitivo
(proporção de solteiras no grupo de 50 a 54 anos) confirmam a
mulher preta como a que aparece com menos vantagens relativas
no mercado matrimonial.

2. Os valores das taxas de endogamia parecem indicar uma
maior freqüência deste tipo de uniões entre a população de bran-
cos do que entre a de pardos e de pretos, mas, uma vez efetuado o
ajuste na hipótese de igualdade do tamanho destas populações, a
situação se inverte, aparecendo o grupo de cor preta como o mais
endogâmico dos três. O grupo de cor parda aparece, primeiramen-
te, em uma situação intermediária, mas, segundo as taxas ajusta-
das, seria o mais exogâmico de todos (Tabelas 4 e 5). Este compor-
tamento se repete em todas as grandes regiões do país, com dife-
renças de nível e de intensidade, parecendo independer do peso re-
lativo dos grupos de cor na população.

3. Diferenças entre gerações foram constatadas, na medida
em que as taxas de endogamia diminuem com a idade das mulhe-
res e mostram decrescimento entre os anos de 87 e 98 para todas as
idades e para todos os grupos de cor.

4. As taxas ajustadas de endogamia mostram uma correlação
positiva com os anos de estudo da mulher, uma vez efetuado o
ajuste, eliminando as diferenças produzidas pela seletividade edu-
cacional em relação à cor. Diferenças regionais, no entanto, mos-
tram alguma diversidade de comportamento, em particular em re-
lação às mulheres brancas daquelas regiões onde os contingentes
de população de pardos e pretos são mais importantes relativa-
mente.

5. A fecundidade marital mostra-se, geralmente, mais eleva-
da para os casais com pelo menos um dois parceiros pertencente ao
grupo de cor parda, apresentando uma queda importante com o
aumento da escolaridade da mulher para todos os grupos de cor
(Tabela 15).

6. O conjunto dos resultados das nossas análises, sintetiza-
das aqui, tende a confirmar a hipótese inicial de que apesar do au-
mento aparente de casais mistos na população brasileira, a manu-
tenção das fronteiras inter-raciais e a reprodução das desigualda-
des são asseguradas a partir da importância da seletividade marital
no comportamento nupcial por grupos de cor da população brasi-
leira.


[...]

http://www.scielo.br/pdf/%0D/eaa/v23n1/a02v23n1.pdf

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #17 Online: 20 de Março de 2011, 17:57:32 »


Citar
What If There Weren’t So Many White People?

[...] Right now, even on a per capita basis, whites gets more messages than non-whites on OkCupid:



But how much of this reflects whites' "popularity" and how much reflects their population? What would this graph look like in a racially-balanced world? How would people's choices change, if the people to choose from weren't mostly of one race?

This post is based on 82 million messages sent on OkCupid over the last few months. Here's what we found.
 
[...]



In other words, person for person:

Asians are the most desired racial group in the country.

Then Latinos. Then whites, sort of. As we're seeing it now, the data is being distorted: a huge part of the country is white, and white people mostly like to talk amongst themselves. Intentionally or not, minorities are left out in the cold.

Nonetheless, people prefer their own race

Given equal choice, every race strongly prefers itself:



[...]

You can actually see groups' insularity in real life when you look at cities with larger non-white user bases. Minorities tend to become more and more inward-looking as their numbers increase. The dots on the graph below represent the 150 towns with our largest black populations:



For every 1% increase in the black population, blacks send 2.5% more messages to each other. In Baltimore, for example, 1 in 5 users is black, but half the messages from black people go to other black people. The rate is over twice what you'd expect. Other groups show a similar pattern.

For white people, there are also some places where a relatively smaller population still sends a disproportionately high number of messages to themselves—aka the most racist towns in America. The white people in Greenville, MS, for instance, comprise only 59% of our user base there. However, 95% of their messages go to whites; that's 14× the expected rate.

Cities with the most white-loving white people

#1 Greenville, MS
#2 Jackson, MS
#3 Montgomery, AL
#4 Memphis, TN
#5 Atlanta, GA

The most segregated city north of the Mason-Dixon line is a surprising one: New York. White New Yorkers message other white New Yorkers at about 2× the national rate, probably about Animal Collective.

[...]

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Offline Geotecton

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #18 Online: 20 de Março de 2011, 20:13:28 »
Esta classificação em "brancos" e "latinos" é de lascar.
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Offline Moro

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #19 Online: 20 de Março de 2011, 23:11:34 »
Muito interessante o ultimo post do buck. Buck vai meio contra as hipóteses lançadas no inicio, não? Isto é, pessoas negras preferem negros mais do que brancos preferem brancos
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Offline DDV

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #20 Online: 20 de Março de 2011, 23:20:38 »
Muito interessante o ultimo post do buck. Buck vai meio contra as hipóteses lançadas no inicio, não? Isto é, pessoas negras preferem negros mais do que brancos preferem brancos


Seria bom uma estatística mostrando as preferências dentro de cada faixa de riqueza, pois é sabido que as pessoas costumam procurar mais onde esperam ser mais correspondidos (e esse é inclusive um dos fatores do "apaixonamento": a possibilidade do outro corresponder).

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Offline Liddell Heart

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #21 Online: 23 de Março de 2011, 16:00:27 »
Os fatores que levam à atração a priori são: Saúde(a "boa saúde" pode variar de acordo com a cultura), simetria e padrão cultural, que se aprende desde a mais tenra idade(ex:um chinês que viveu na África ou Europa poderá ter um padrão muito diferente de um chinês "nativo").

Isso pode explicar muito sobre esses fenômenos.  :)
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #22 Online: 23 de Março de 2011, 21:10:21 »
Muito interessante o ultimo post do buck. Buck vai meio contra as hipóteses lançadas no inicio, não? Isto é, pessoas negras preferem negros mais do que brancos preferem brancos


Seria bom uma estatística mostrando as preferências dentro de cada faixa de riqueza, pois é sabido que as pessoas costumam procurar mais onde esperam ser mais correspondidos (e esse é inclusive um dos fatores do "apaixonamento": a possibilidade do outro corresponder).



Bem, as pessoas já devem preferir mandar mensagens para pessoas dentro dos mesmos níveis de riqueza e renda, então deve ser meio desprezível. Mas possivelmente acontece novamente o "mesmo fenômeno": troca-se negros tendo que escolher dentro de uma população com uma maioria branca de todos níveis de riqueza e renda, por negros ricos escolhendo entre um faixa menor de riqueza e renda onde os negros são uma minoria ainda menor.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #23 Online: 22 de Abril de 2011, 17:53:56 »
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Tese mostra que nível de instrução é 'moeda de troca' nos casamentos inter-raciais
quinta-feira, 14 de abril de 2011, às 9h55

Tem sido fácil constatar, “a olho nu”, que nas últimas décadas aumentou o índice de uniões entre homens e mulheres de grupos de raça/cor diferentes. Dados extraídos dos censos do IBGE comprovam isso. Em 20 anos – de 1980 a 2000 –, elas cresceram de menos de 20% para aproximadamente 35%. Mas há muito que saber sobre esse fenômeno. E a pesquisa de doutorado de Luciene Longo, que defendeu sua tese no final de março, no Cedeplar (Face), concluiu que há uma negociação envolvendo níveis de escolaridade como fator de compensação nas escolhas de parceiros.

“O aumento das uniões inter-raciais tem sido constante e consistente; é um processo irreversível. E foi possível identificar que, por exemplo, é mais provável que um homem branco e uma mulher preta se unam se ela tiver escolaridade maior que a dele”, afirma Luciene Longo, que se graduou em economia, mas tomou o caminho da demografia na pós-graduação.

Segundo a pesquisadora, esse mecanismo de compensação – o cônjuge de pele mais clara, que desfruta de maior prestígio social, aceita a união com alguém de pele mais escura em troca do status conferido pelo maior nível educacional do parceiro – contribui para avanço nas relações de raça/cor no Brasil. “A escolaridade das mulheres aumenta mais que a dos homens proporcionalmente, e este seria um fator a favorecer as uniões inter-raciais”, diz Luciene Longo.

Endogamia religiosa
Ela estudou também a influência da religião nos casamentos inter-raciais. Mas nesse caso as conclusões são diferentes. Os dados de 2000 revelam que quase 90% das uniões no país se dão entre pessoas da mesma religião. “A força da opção religiosa é tão grande que favorece uniões de todos os tipos. Não dá para se inferir influência semelhante à da escolaridade como mecanismo de compensação”, destaca Luciene, que considerou quatro grupos religiosos: protestantes, pentecostais, católicos e sem-religião.

Com relação a esse aspecto, a pesquisadora fez uma constatação curiosa: os sem-religião são os que mais casam entre si, o que demonstra maior resistência deles de se juntar a pessoas com alguma crença, e vice-versa. “Ainda há enormes barreiras contra uniões exogâmicas quando se trata de religião”, diz a pesquisadora.

O trabalho explorou também as diferenças entre uniões formais e consensuais. E ficou claro que as inter-raciais são mais frequentes entre as informais. Possíveis explicações: pessoas que se dispõem a se casar sem passar pelo cartório são mesmo mais flexíveis; e casais de cores diferentes que se apaixonam ficariam com “um pé atrás” ao pensar na formalização do relacionamento, em função de uma suposta fragilidade dessas uniões. “São hipóteses”, Luciene faz questão de ressaltar.

20 a 29 anos
A população-alvo do estudo de Luciene Longo foi composta de mulheres de 20 a 29 anos de idade. A ideia de “fechar” nessa faixa etária se deve ao fato de que as mulheres concentram nessa fase da vida o início de suas uniões. Além disso, os dados dos censos não permitem descobrir, por exemplo, tempo de união e se o atual casamento é o primeiro. “Por isso não seria adequado incluir mulheres mais velhas”, justifica a pesquisadora.

Luciene utilizou dados relativos a cerca de 310 mil mulheres do Censo de 1980, 410 mil do Censo de 1991 e pouco mais de 440 mil da pesquisa global realizada pelo IBGE no ano 2000. Ela só pôde lançar mão de informações contidas nas entrevistas da amostra (questionários maiores), já que os dados do chamado “universo” (a totalidade da população) não incluíam até 2000 os aspectos raça e religião – a pesquisa de 2010 incluiu raça/cor em todos os questionários.

O projeto inicial de Luciene Longo – que passou um ano na Universidade do Texas em Austin (EUA) – era trabalhar apenas com as uniões inter-raciais e escolaridade, mas após aprofundar-se no tema de pesquisa ela decidiu incluir a religião como uma das dimensões de análise. “Há pouca gente estudando questões de nupcialidade e família na demografia, principalmente relacionando-as à religião”, explica a pesquisadora, servidora do IBGE em Belo Horizonte.

Outros trabalhos, de caráter quantitativo e qualitativo, possibilitarão avançar na investigação sobre a evolução das uniões inter-raciais no Brasil. De acordo com Luciene Longo, os resultados podem ser desagregados por regiões e estados do país, já que “há diferenças importantes relacionadas a questões como raça/cor e religião”. Da mesma forma, acredita, novos estudos certamente chegarão mais longe ao tentar compreender como normas e valores também operam na escolha dos parceiros.

Tese: Uniões intra e inter-raciais, status marital, escolaridade e religião no Brasil: um estudo sobre a seletividade marital feminina, 1980-2000
De Luciene Aparecida Ferreira de Barros Longo
Orientadora: Paula de Miranda Ribeiro (Cedeplar/Face)
Co-orientadores: Ana Maria H. C. de Oliveira (Cedeplar/Face) e Thomas W. Pullum (Universidade do Texas em Austin)
Programa: Pós-graduação em Demografia
Defesa: 31 de março de 2011

(Boletim UFMG, edição 1733)


http://www.ufmg.br/online/arquivos/018941.shtml


Offline Chemistry

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Re: Escolha enviesada de esposas(os) influencia diferenças econômicas entre etnias?
« Resposta #24 Online: 23 de Abril de 2011, 16:19:42 »
No Brasil creio que a preferência por raça seja bem menor do que em outros lugares, acho que os fatores sociais são os mais influentes, um vez cheguei-me a me deparar com uma professora de universidade que não queria que sua filha se relacionasse com um homem negro de familia humilde, sem mencionar que ela é professora de ANTROPOLOGIA..
"O que me preocupa não é o grito dos maus,

é o silêncio dos bons."

 

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