Quanto a menor exigência de comprovação no outro sentido, é que o ser humano é uma espécie excepcionalmente cultural (ainda que isso seja, no fim das contas, um quase irresistível instinto de imitação). Então a cultura/aprendizado, é melhor "hipótese nula" para tudo o que fazemos. "Instintos" que houverem são mais parcimoniosamente tidos como pequenas influências, empurrãozinhos mais leves numa direção.
É justamente a parte em negrito que está sendo colocada aqui. Os instintos sobre comportamentos e preferências não seriam como os arco reflexos medulares e ninguém disse que seriam.
Engraçado, você mesmo citou a questão da "Ovulação Oculta" e mostrou o link (que alguns aqui parecem não ter lido). Afinal, qual é mesmo a SUA OPINIÃO sobre esse assunto e as hipóteses colocadas no link? Você é "negacionista" delas todas? Por quê?
http://en.wikipedia.org/wiki/Concealed_ovulation
Outro ponto é que NINGUÉM discorda que uma mulher puladora de cerca seria um DESASTRE, em termos evolutivos, para os genes do seu parceiro provedor do Pleistoceno.
NINGUÉM discorda também do corolário disso: que uma preferência por mulheres menos puladoras de cerca na hora de escolher parceiras duradouras seria algo BASTANTE vantajoso para os homens do pleistoceno
(a menos que ninguém se importasse em criar os filhos dos outros, que não houvesse uma preocupação em ser provedor específico de um núcleo familiar como o que costumamos ter atualmente)
O proximo passo lógico no raciocínio é concluir que os homens que tiveram qualquer traço de personalidade ou preferência que reduzisse a infidelidade sexual de suas parceiras duradouras (um dos possíveis está sendo discutido nesse tópico), tiveram vantagem evolutiva sobre os que não tinham esses traços.
LOGO, tais traços de personalidade ou preferências que estes homens do Pleistoceno tiveram para evitar o máximo possível mulheres puladoras de cerca, seja quais forem, foram herdados por todos os homens da atualidade.
Na verdade isso pulou um passo crucial, o de se perguntar
se há bases genéticas (no caso do que você está propondo) para "qualquer traço de personalidade ou preferência" que selecionasse mulheres mais fiéis (que, diga-se de passagem, não é sinônimo de "menos rodadas", ainda que a rodagem pudesse ser "proxy" da inferência instintiva, de qualquer forma). Depois disso apenas que se poderia, não concluir, mas hipotetizar, que esse(s) gene(s) foi/foram selecionado(s) e estão hoje fixados, onipresentes na espécie. Porque não é apenas por um gene ter sido concebivelmente vantajoso que ele vai estar presente em toda espécie no futuro.
A coisa é tão mais complicada, que mesmo se encontrando o gene ou genes da preferência por parceiras menos rodadas, e sendo ele onipresente na espécie, não se pode concluir imediatamente que isso se deveu a seleção natural. Tem um monte de testes estatísticos para se averiguar se um dado gene foi selecionado (e boa parte pode estar fundamentalmente errada, dando falsos positivos, segundo um estudo recente das suas bases matemáticas).
Depois disso, mesmo confirmada a seleção, em alguns casos, não se pode saber exatamente a sua causa. Nesse caso por exemplo, a vantagem que levou à seleção desse comportamento poderia não ter sido a de não se ser provedor para os filhos dos outros, mas em se reduzir a chance de doenças venéreas, que mulheres mais rodadas teriam maiores chances de contrair. Uma coisa não exclui a possibilidade da outra, mas a possibilidade de ambas não nos permite concluir uma causa exclusiva ou mesmo ambas, ficamos sem ter muito como saber o que ocorreu.
Ninguém aparentemente tem objeção ao que foi dito até agora.
A discussão se focou em:
1- Preferência por mulheres menos rodadas seria um desses traços "evitadores" de mulheres puladora de cercas? Ou não tem nada a ver (é cultural)?
Essa questão remete a uma outra: mulheres com comportamento sexual promíscuo têm mais tendência a serem sexualmente infiéis do que as menos promíscuas?
As 2 questões acima são o foco do tópico.
Esse tópico tem tudo, menos foco.

Esse tópico ficou muito embananado.)
Com certeza, e isso decorreu justamente de postagens inúteis sobre questões "morais" que não acrescentam nada à discussão sobre as 2 questões postadas acima.
Será que se for aberto um outro tópico para se discutir as questões morais do comportamento sexual, este aqui fica menos embananado?
Mas inicialmente, o post inicial, já era sobre a parte moral da coisa, se não me engano, não era um questionamento ou proposição de instintos ou de correlações de número de parceiros sexuais com (in)fidelidade.

Eu já criei na seção de evolução um tópico mais abrangente sobre instintos. Talvez valesse apena um mais específico sobre esses, e especificamente humanos também. Fora isso, como já tinha sugerido antes, deveriam abrir mais tópicos sobre os outros temas que apareceram no tópico: peripécias sexuais/bacanais/ménages/etc. E esse aqui ficava mais quanto ao julgamento moral diferente para o mesmo comportamento sexual, em homens e mulheres, sobre esse lado de "história e filosofia".