Autor Tópico: Desgraça no Haiti está sendo boa para nós aqui, diz cônsul no Brasil  (Lida 11912 vezes)

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Offline Mr."A"

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Re: Para os racistas, terremoto no Haiti é motivo de piada
« Resposta #125 Online: 23 de Janeiro de 2010, 02:33:30 »
Eu já pensei em construir uma casa pra mim, com pontos estratégicos para matar com segurança qualquer bandido que entrar. Não teria cerca elétrica, teria muros baixos e outros "chamarizes" mais. Seria tipo uma "ratoeira" de marginais. O cara pula o muro, achando que tá tudo fácil, soa um alarme que só eu escuto, acordo, me posiciono e "pow", estouro a cabeça do infeliz. Seria uma casa com passagens subterrâneas, pontos de tiro escondido nos cantos do terreno, tudo pro ladrão achar que está dominando mas está sendo visto e monitorado.
Sonha, rapaz, sonha...
8-)

Offline FxF

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Re: Para os racistas, terremoto no Haiti é motivo de piada
« Resposta #126 Online: 23 de Janeiro de 2010, 04:29:45 »
O cara achando que a vida real é um Counter-Strike hahaha

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Para os racistas, terremoto no Haiti é motivo de piada
« Resposta #127 Online: 23 de Janeiro de 2010, 14:07:56 »
Poderia ainda incluir na arquitetura da casa coisas como um labirinto subterrâneo e salas misteriosas, para onde se levaria bandidos capturados, os prenderia, e depois fazer com que participassem de jogos sádicos, cheio de armadilhas cruéis, como nos filmes "jogos mortais", como passatempo.

Offline FxF

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Re: Para os racistas, terremoto no Haiti é motivo de piada
« Resposta #128 Online: 23 de Janeiro de 2010, 16:28:46 »
Poderia criar um sistema de transporte que os levaria para um estádio, e recriaria o que se fazia com os criminosos no Coliseu

Offline AlexCD

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Re: Para os racistas, terremoto no Haiti é motivo de piada
« Resposta #129 Online: 16 de Fevereiro de 2010, 22:06:12 »
Nossa, muita bobagem escrita aqui, o tal de Rambo então caprichou, viajou fundo na maionese.

Esta completa distorção do Darwinismo é que resultou no Nazismo por exemplo, achar que as coisas iriam melhorar se os miseráveis e ou criminosos fossem exterminados é pensar muito pouco.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Para os racistas, terremoto no Haiti é motivo de piada
« Resposta #130 Online: 16 de Fevereiro de 2010, 22:09:42 »
Poderia criar um sistema de transporte que os levaria para um estádio, e recriaria o que se fazia com os criminosos no Coliseu

Mas teria que ser dentro do interior (oco) da Terra, ou passando por portal para outra dimensão, ou no mínimo, no tempo. Porque um coliseu a céu aberto hoje em dia seria meio difícil de ocultar, seria algo meio improvável e dificultaria um pouco esse aspecto dos planos.

Offline FxF

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Re: Para os racistas, terremoto no Haiti é motivo de piada
« Resposta #131 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 21:59:12 »
A gente constrói um "estacionamento subterrânio" e convida só os amigos para assistirem! Daí refaz as fases do Counter-Strike na vida real e divide os caras em times para ficarem se matando

Offline _Juca_

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Re: Para os racistas, terremoto no Haiti é motivo de piada
« Resposta #132 Online: 18 de Fevereiro de 2010, 08:28:59 »
A gente constrói um "estacionamento subterrânio" e convida só os amigos para assistirem! Daí refaz as fases do Counter-Strike na vida real e divide os caras em times para ficarem se matando

Recomendo assistir o filme Gamers, pode-se tirar muitas idéias de lá.

Offline Unknown

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Re: Desgraça no Haiti está sendo boa para nós aqui, diz cônsul no Brasil
« Resposta #133 Online: 15 de Março de 2010, 13:06:46 »
Reportagem mostra que a prática do vodu ganhou ainda mais força desde o terremoto. Mas muitos cristãos acusam os seguidores dessa prática de serem os responsáveis pelo terremoto.

http://video.br.msn.com/watch/video/religiao-e-a-natureza/kp6v40rd

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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Para os racistas, terremoto no Haiti é motivo de piada
« Resposta #134 Online: 24 de Março de 2010, 03:30:32 »

O Terremoto da Pobreza

22 jan 2010 | por Kentaro Mori em Dúvida Razoável às 0:00

A tragédia do Haiti não é só produto da natureza; é resultado da incúria humana e da corrupção

    LISBOA TREMEU em 1755. O Grande Terremoto horrorizou a Europa culta e pôs Voltaire a pensar. Onde estaria Deus? Sim, onde estaria Deus naquele Dia de Todos os Santos para permitir a matança indiscriminada de mulheres, velhos, crianças?

    No século 18, Lisboa deixou de ser, entre os homens letrados do Iluminismo, uma mera cidade. Passou a ser, como Auschwitz no século 20, o símbolo do mal. Do mal radical, inominável, inexplicável.

    Passaram 250 anos. Lisboa deixou de tremer. Ou quase: umas semanas atrás, nas primeiras horas da madrugada, senti a casa a dançar um “twist”. Durou segundos. Alguns livros no chão, um copo partido. Por momentos, ainda pensei que talvez fossem os meus vizinhos em reconciliação amorosa.

    Não eram os vizinhos. Os alarmes dos carros estacionados na rua desmentiam com estridência qualquer cenário romântico. Era terremoto, confirmaram as notícias. Nível 6 na escala Richter. Nenhum morto. Nenhum ferido. Nenhuma interrogação sobre Deus.

    Exatamente o contrário do sucedido no Haiti. Incontáveis mortos. Incontáveis feridos. E, nos jornais da Europa, textos pseudofilosóficos sobre o papel do divino. O tom era comum. A tese também: a natureza é insondável.

    Difícil discordar. Mas a tragédia do Haiti não é apenas produto de uma natureza insondável. É o resultado da incúria humana; da corrupção; da miséria material; e da tirania.

    Eis a tese apresentada em ensaio fundamental para entender a contabilidade macabra dos desastres naturais. Foi publicado em 2005 por Matthew Kahn em revista do prestigiado MIT. Intitula-se “The Death Roll from Natural Disasters: the Role of Income, Geography, and Institutions” (a lista da morte por desastres naturais: o papel da renda, da geografia e das instituições).

    O objetivo de Kahn não é metafísico; é bem prático. E foi motivado por crença comum, que vi repetida nos últimos dias: por que motivo os desastres naturais só atingem nações pobres?

    Kahn começa por provar que uma crença não passa disso mesmo. Entre 1980 e 2002 (o arco temporal do estudo), a Índia teve 14 grandes terremotos. Morreram 32.117 pessoas. No mesmo período, os Estados Unidos tiveram 18 grandes terremotos. Morreram 143 pessoas. Iguais conclusões são extensíveis aos 4.300 desastres naturais do período em análise e às suas 815.077 vítimas. Observando e comparando 73 países (pobres, médios e ricos), a conclusão de Kahn é arrepiante: os grandes desastres naturais distribuem-se equitativamente pelo globo.

    O que não se distribui equitativamente pelo globo é o número de mortos: países com um PIB per capita de US$ 2.000 apresentam uma média de 944 mortos por ano. Países com um PIB per capita de US$ 14 mil, uma média de 180 mortes. Moral da história? Se uma nação de 100 milhões de pessoas consegue subir o seu PIB de US$ 2.000 para US$ 14 mil, isso resulta numa diminuição de 764 vítimas por ano.

    Mas a análise não se fica pela riqueza. Não se fica apenas pelos países que têm maior capacidade para planificar com rigor, construir com segurança e socorrer com rapidez. A juntar à riqueza, a política tem uma palavra a dizer.

    A política, vírgula: a democracia e a boa governação. A disparidade dos mortos não é só imensa entre países ricos e pobres; também o é entre países democráticos e não democráticos. Em países democráticos, onde os governantes são julgados pelos seus constituintes e vigiados por uma imprensa livre, a forma como se planifica, constrói ou socorre é o verdadeiro teste de sobrevivência para esses governantes. O número de mortos em países democráticos é, mostra Kahn, incomparavelmente inferior aos mortos anônimos dos regimes ditatoriais/autoritários.

    No Haiti, um terremoto com 7,1 graus na escala Richter trouxe devastação inimaginável e dezenas de milhares de mortos. Em 1989, um terremoto com 7,1 graus na escala Richter provocou 67 vítimas nos EUA. Nenhum espanto: os EUA não têm um PIB per capita de US$ 1.400 e não foram governados por “Papa Docs”, “Baby Docs” e outros torcionários para quem o destino do seu povo era indiferente desde que a rapina pudesse continuar.

    Em 1755, quando o terremoto de Lisboa fez tremer a Europa, ficaram célebres as palavras do marquês de Pombal: é hora de enterrar os mortos e cuidar dos vivos. No século 18, era impossível dizer melhor. No século 21, impossível é dizer pior. Depois de enterrar os mortos e cuidar dos vivos, só existe uma forma de mitigar a violência da natureza: enriquecendo e democratizando.

Fonte: Folha de São Paulo, 19/01/2010

Texto: João Pereira Coutinho


http://www.sedentario.org/colunas/duvida-razoavel/o-terremoto-da-pobreza-23845


Offline Geotecton

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Re: Para os racistas, terremoto no Haiti é motivo de piada
« Resposta #136 Online: 26 de Março de 2010, 17:40:43 »
Continuo achando Apologia ao Crime.

Comentar com um colega e/ou um grupo de amigos que você deseja exterminar um outro grupo é uma coisa.
Afirmar num site público o desejo de que algo ou alguém extermine um grupo é outra coisa.


Não é apologia ao crime o que fez o Rambo, Mr. Mustard, mas sim ao genocídio.

Acho que todos já passaram por frustações e medos ligados à violência urbana, inclusive querendo, no íntimo, "exterminar todos os bandidos e políticos corruptos".

Mas sair do foro privado para o público com este desejo é perigoso, porque nunca irão faltar fanáticos e lunáticos prontos para "linchar, enforcar, espancar, fuzilar" e outros "ar" não humanísticos.

Por isto eu afirmo aos que querem  "explodir o mundo":

Demonstrem a sua insatisfação de maneira cordata e civilizada; argumentem, até mesmo, que é necessária uma redução na população mundial para reduzir a pressão sobre o meio-ambiente

MAS

pelo menos apresentem um conjunto de soluções que honrem a memória dos que aqueles sucumbiram para que os percalços éticos da humanidade fossem diminuindo gradativamente, pelo menos desde o início da civilização.
« Última modificação: 26 de Março de 2010, 22:09:58 por Geotecton »
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Offline Derfel

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Re: Para os racistas, terremoto no Haiti é motivo de piada
« Resposta #137 Online: 26 de Março de 2010, 18:47:06 »
Aproveitando a deixa, Geotecton, existe algum aumento na atividade tectônica no momento? Existe alguma relação entre os tremores que estão ocorrendo, ou é só uma maior atenção da mídia? Aqui no RN, houve outro tremor no interior (dessa vez menorzinho, 2. qualquer coisa), mas antes (mais ou menos na época do que houve no Haiti), houve um aqui de 6,5, me parece. Sei que no RN existe uma certa tendência a ter tremores, mas havia um bom tempo que não havia nenhum e, de repende, voltou a acontecer.

Offline Geotecton

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Re: Para os racistas, terremoto no Haiti é motivo de piada
« Resposta #138 Online: 26 de Março de 2010, 22:53:15 »
Aproveitando a deixa, Geotecton, existe algum aumento na atividade tectônica no momento? Existe alguma relação entre os tremores que estão ocorrendo, ou é só uma maior atenção da mídia? Aqui no RN, houve outro tremor no interior (dessa vez menorzinho, 2. qualquer coisa), mas antes (mais ou menos na época do que houve no Haiti), houve um aqui de 6,5, me parece. Sei que no RN existe uma certa tendência a ter tremores, mas havia um bom tempo que não havia nenhum e, de repende, voltou a acontecer.

Excelente pergunta Derfel

Eu não vejo indícios de uma maior atividade tectônica neste momento, mesmo porque o vulcanismo, que é a outra principal expressão do tectonismo, continua com uma atividade média semelhante nos últimos 150 anos, pelo menos. No sítio da USGS, que é a instituição com a maior quantidade de dados em termos de série histórica, há um tópico sobre este assunto, e os sismologistas são unânimes em afirmar que não há uma maior atividade agora do que há 100 anos (http://earthquake.usgs.gov/learn/topics/?topicID=53&topic=Prediction).

A relação entre os tremores é aquela que voce sabe tão bem quanto eu: Tectônica de Placas. A diferença, ao meu ver, é que agora temos uma combinação de dois fatores que expõe mais os fatos à nossa percepção: uma maior ocupação humana em áreas de risco e uma grande capacidade de geração e rápida apresentação de informações pela mídia.

A natureza dos terremotos no RN é distinta dos que ocorrem no Haiti. O país caribenho fica situado na microplaca Gonave entre as macro-placas da América do Norte e do Caribe. É uma zona de convergência oblíqua em que a maior parte da tensão é aliviada por terremotos de pouca intensidade, mas que com frequência apresenta terremotos de intensidade maior que 7,0.

Já o RN situa-se em crosta continental próximo a uma borda de margem passiva no contexto da placa Sul-Americana. Em outras palavras o seu estado, e o meu é claro, encontra-se sobre um continente mas próximo do limite com as rochas que compõe o fundo oceânico, com a diferença que não há, hoje, subducção nas margens atlânticas.

Em particular para o RN, a maioria dos sismos que o afetam provém das tensões acumuladas nas falhas transformantes relacionadas à Dorsal Meso-Atlântica (A explicação nesta página da Wiki é de bom nível - http://pt.wikipedia.org/wiki/Falha_transformante). Assim os sismos no RN são, em sua maioria, reflexos da abertura do oceano Atlântico e geralmente são de intensidade muito baixa, ainda que eventualmente um "maiorzinho dê as caras".

Só por curiosidade. O primeiro sismocópio (modelo primitivo de sismógrafo) foi construído na China no ano de 132 AD e por volta desta época os sábios chineses já haviam cartografado mais de 2.000 sismos na região sudoeste daquele país, no qual eles desenvolveram uma linha de raciocínio semelhante ao que viria a ser chamado de "método científico" no Ocidente, só que 11 séculos antes.
« Última modificação: 27 de Março de 2010, 08:23:27 por Geotecton »
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Offline Gordon Nerd

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Re: Desgraça no Haiti está sendo boa para nós aqui, diz cônsul no Brasil
« Resposta #139 Online: 03 de Maio de 2010, 16:50:36 »
muito fod@ esses caras  nao pensam no que vao falar isso da ate raiva  |( |( |( |( |( |(
Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada.

Os homens inteligentes não podem ser bons maridos, pela simples razão de que não se casam.

Offline Unknown

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Re: Desgraça no Haiti está sendo boa para nós aqui, diz cônsul no Brasil
« Resposta #140 Online: 11 de Junho de 2010, 14:44:42 »
Desabrigados do Haiti veem sua história na TV

Novelas com temática do terremoto de janeiro garantem entretenimento e informação para haitianos que vivem em acampamentos

A tela de cinema surgiu como uma aparição, no meio de um acampamento improvisado, em uma colina úmida pela chuva. “Under the Sky” (Sob o Céu, em tradução livre) é o título da novela sobre uma família local que foi apresentada à multidão.


Novela é transmitida à noite no acampamento de Carradeux no Haiti

Amor e escândalos foram vistos na trama, mas o episódio se concentrava principalmente em um tema: homens trapaceiros que vivem nos acampamentos. Depois que um vilão astuto tentou vender cartões de registro ao protagonista, dizendo que poderiam ser trocados por dinheiro, autoridades da Organização Mundial de Migração apareceram para salvar o dia. “Aquele cara era um ladrão", disse o patriarca da família, interpretado por Lionel Benjamin, um dos atores mais famosos do país. “Sabia que ele seria um problema."

Primeiro, os haitianos receberam alimento e abrigo; agora produções artística fazem parte da resposta humanitária. Por toda parte na capital Porto Príncipe outdoors tentam entreter e informar milhares de desabrigados que vivem em acampamentos sem TVs ou rádios. A novela, financiada pelas Nações Unidas e seus parceiros, por exemplo, é parte de uma série de 16 episódios transmitida três noites por semana em 16 acampamentos, juntamente com videoclipes e filmes haitianos.

Diversos outros grupos – incluindo o FilmAid, fundado por Caroline Baron, produtora de “Capote” – também têm criado programas para exibir filmes e treinar os haitianos a produzir seus próprios vídeos. E ainda que o resultado possa ser divertido, o objetivo é sério: os organizadores dizem que os programas substituirão a comunicação ineficiente do governo, que permite que rumores e golpes se espalhem entre os que mais precisam de ajuda. “Precisamos lhes fornecer informação de qualidade", disse David Wimhurst, porta-voz da ONU. "Temos muito a dizer a eles."

Episódios subsequentes da novela abordarão como cuidar da segurança da barraca que muitos agora chamam de casa. Também haverá lições sobre mosquitos e vacinas, higiene e segurança pessoal.

Cada episódio custa cerca de US$ 6 mil para ser produzido, e Wimhurst disse que o objetivo é criar algo útil e divertido. Caroline Baron, que tem veiculado filmes em campos de refugiados na África há 11 anos, disse que o melhor programa humanitário inclui diversão e uma função real, com uma face local.

“É muito importante que os programas que fazemos para a comunidade a envolvam para que possam ser compreendidos imediatamente", disse em uma entrevista após se encontrar com autoridades haitianas. "Não importa qual seja o assunto, as pessoas se divertem porque veem a si mesmas na tela."

Mas os desafios enfrentados por esses projetos são imensos. Durante um dia recente de gravação da “Under the Sky”, a experiência de filmagem foi tão reveladora quanto o próprio episódio. Uma frustração atrás da outra.

Primeiro, o diretor da série, Jacques Roc, de 54 anos, que deixou o Haiti quando tinha 14 anos e fez carreira dirigindo e escrevendo músicas para propagandas comerciais em Nova York, foi chamado a outro acampamento porque um de seus projetistas havia sido agredido.

O entretenimento gratuito aparentemente prejudica alguns locais, que cobram US$ 3 “por uma pequena tela de TV em uma barraca", explicou. “Quando estamos lá, eles não faturam nada."

Antes de voltar, o calor tomou conta. Às 11h30, já fazia 32º C e estava úmido no set de filmagem. Benjamin se sentou suando e esperando sua hora de atuar, que chegou uma hora depois. A cena era simples, mostrando como as famílias podem usar pedras para estabilizar as barracas, mas a gravação chamou atenção demais.


Novela é filmada no acampamento de Carradeux no Haiti

A certa altura, um menino começou a tocar um tamborim. Depois, membros da produção tiveram de jogar pedregulhos nos curiosos para que continuassem andando e não parassem para pedir emprego.

Depois que anoiteceu, Roc tentou filmar algumas cenas dentro da barraca verde de Exército que usa como set de gravação. Havia um colchão no chão, uma mesa de jantar e estatuetas de porcelana – um sinal de que a família era de classe média. Mas então começou a chover. Uma tempestade tropical tomou conta da região.

Roc, que dorme no acampamento algumas noites por semana, já havia visto aquilo antes. Na primeira vez que choveu durante uma gravação, dezenas de funcionários da produção correram para tirar os equipamentos do chão para evitar o contato com a água.

No geral, o impacto da novela e de outros esforços parecidos é difícil de medir. O Haiti tem 1.322 acampamentos, com mais de 10 mil barracas e 564 mil tendas abrigando mais de 1 milhão de pessoas, de acordo com as autoridades. Algumas dezenas de telas, ou mesmo 300, atingem apenas uma pequena parcela da população desabrigada.

Ao mesmo tempo, alguns grupos de ajuda expressam preocupação de que os acampamentos temporários se tornem favelas permanentes. Mark Turner, porta-voz da Organização Internacional de Migração, disse que a população dos acampamentos continua a crescer quase cinco meses depois do terremoto, parcialmente porque as pessoas os usam como centro de assistência gratuita, mesmo quando suas casas estejam intactas.

As telas de cinema, pelo menos por enquanto, são mais um atrativo. Por outro lado, quando a tela aparece em uma paisagem quase completamente sem luz, com a brisa noturna, é quase impossível para os haitianos não vê-la como mágica.

Poucos dias depois da filmagem sob chuva de Roc aqui em Caradeux, a tela foi armada para exibir o seu trabalho e videoclipes gospel. Adolescentes se reuniram para assistir e paquerar, enquanto na colina Ameniz Auxide, de 54 anos, dançou e cantou junto com as músicas que conhecia. “Se você ouvir e assistir", ela disse, com o rosto iluminado pela tela, "você sente a presença de Deus conosco".

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/nyt/desabrigados+do+haiti+veem+sua+historia+na+tv/n1237659448846.html

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Re:Desgraça no Haiti está sendo boa para nós aqui, diz cônsul no Brasil
« Resposta #141 Online: 01 de Março de 2012, 13:27:10 »
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No Haiti pela 3ª vez, major brasileiro exalta experiência 'sem igual'

Ao desembarcar no Haiti pela primeira vez em 2009, o major brasileiro Custódio Apolônio Santos da Silva, então com 34 anos, se impressionou com a escuridão nas ruas da capital Porto Príncipe. 'O clima era bem tenso. À noite, não havia nem comércio nas áreas mais pobres', ele lembra.

Comandante de uma tropa de 140 fuzileiros da Minustah (Missão da ONU para a Estabilização do Haiti), Santos tinha como missão conduzir operações de combate ao crime, principalmente o tráfico de drogas. A experiência foi tão rica que, em três anos, ele a repetiria outras duas vezes.

Assim como todos os cerca de 20 mil brasileiros que passaram pelo Haiti, segundo estimativa do comando militar da Minustah, Santos atuou no país caribenho por vontade própria.

Por trás de sua decisão, ele conta que estava o desafio profissional de vivenciar situações que, como militar, dificilmente experimentaria no Brasil. Também lhe atraía a possibilidade de participar de uma missão multilateral da ONU, integrada por mais de 50 países.

Já os benefícios financeiros que a experiência lhe proporcionaria não tiveram qualquer influência, diz ele. Ao servir no Haiti, um militar brasileiro pode até dobrar seus rendimentos, pagos em dólares.

Tampouco pesou a perspectiva de ter sua carreira impulsionada, embora Santos reconheça que atuar no Haiti confira prestígio a militares brasileiros. Desde 2010, quando soldados egressos do país caribenho participaram de operação em favelas cariocas, governantes têm exaltado os ganhos obtidos pelos militares na missão internacional.

Suporte às eleições

Durante a primeira estadia de Santos no Haiti, os haitianos se preparavam para ir às urnas para renovar o Senado. Temia-se que a votação desencadeasse graves conflitos sociais, dada a histórica associação entre violência e política no país caribenho. Com seus homens, Santos deu suporte à realização da eleição, marcada por grande abstenção e por alguns distúrbios, mas considerada bem-sucedida pela ONU.

Nos intervalos da missão, geralmente uma vez a cada mês, voltava ao Brasil para visitar a mulher e os dois filhos, então com 11 e 9 anos. No resto dos dias, recorria à internet para matar as saudades da família.

Missão cumprida, o major voltou ao Brasil e foi alocado num posto em Pernambuco. Até que, seis meses depois, Santos viu na televisão que o Haiti acabara de sofrer um violento terremoto.

Nos dias seguintes, em meio às notícias de que centenas de milhares de pessoas tinham sido mortas e de que Porto Príncipe fora arrasada pelo tremor, ele soube que o Exército estava recrutando emergencialmente um novo contingente para enviar ao país. 'Precisavam de gente com experiência, e eu me candidatei.'

Desta vez, o choque ao desembarcar em Porto Príncipe e topar com uma cidade em ruínas foi ainda maior. 'Foi bem impactante, era um cenário de destruição total.'

Outra vez no comando de uma companhia de fuzileiros, teve o foco de sua atuação alterado: em vez de apreender drogas, sua principal atribuição era coordenar a retirada de escombros e a entrega de ajuda humanitária às vítimas do terremoto. A execução da última tarefa foi facilitada, diz ele, pela experiência que tivera no Exército com a distribuição de água e alimentos no Nordeste.

Planejamento de operações

A missão durou seis meses, dois a menos que a anterior. Então Santos regressou ao Brasil, onde permaneceu por um ano, quando teve nova chance de voltar ao Haiti, agora para atuar em posição mais elevada, no planejamento das operações brasileiras. Está no país desde agosto de 2011 e deve regressar em março.

Questionado se não teme ter destino semelhante ao do personagem principal do filme Guerra ao Terror (um militar americano que, após servir num esquadrão antibombas no Iraque, não consegue se readaptar à vida familiar e retorna para a guerra, como se viciado pelo front), Santos afirma que as missões não podem ser comparadas, uma vez que no Haiti jamais enfrentou situações de combate.

Hoje, aliás, conta que dificilmente participa de atividades nas ruas.

No planejamento da operação brasileira, ele diz aplicar os conhecimentos obtidos nas duas operações anteriores. As missões prévias também lhe renderam valiosos ensinamentos linguísticos: além de se tornar fluente em francês, Santos aprendeu crioulo, a língua mais falada no Haiti.

Ao fazer um balanço das três missões, diz que lhe proporcionaram 'uma experiência sem igual'. Com seu retorno próximo, agora pretende passar mais tempo com a família, que há dois anos ganhou outro integrante, com o nascimento de seu terceiro filho.

Ainda assim, não descarta voltar para uma quarta missão. 'Mais para frente, avaliaremos', diz, entre risos.

http://noticias.br.msn.com/mundo/no-haiti-pela-3%c2%aa-vez-major-brasileiro-exalta-experi%c3%aancia-sem-igual-1
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Estrangeiros fazem arte haitiana renascer

Os efeitos da presença estrangeira na capital do Haiti, Porto Príncipe, vão além da filantropia.

Nos últimos anos, vários hotéis, restaurantes e supermercados foram inaugurados na cidade para atender à clientela internacional, formada sobretudo por missionários e membros das cerca de 10 mil ONGs que atuam no Haiti.

Esses estrangeiros também ajudaram a florescer uma tradição artística que sofreu um duro golpe no terremoto de 2010.

Desde 1947, quando o pintor haitiano Hector Hyppolite expôs em Paris, museus da Europa e dos Estados Unidos passaram a valorizar a arte do país caribenho, marcada por cores vivas e por cenas que retratam o cotidiano e a religiosidade de seus habitantes.

O interesse mundial provocou a abertura de várias galerias de arte em Porto Príncipe nas décadas seguintes. Porém, com o terremoto em 2010, muitas galerias ruíram, e vários artistas perderam seus acervos.

O artista plástico Ilmorin Verly conta que todos os quadros que armazenava em casa foram destruídos ou furtados após o sismo.

Mas a enxurrada de estrangeiros que veio acudir o país nos meses seguintes o estimulou a retomar a produção e a expor seus quadros na rua. Os preços das obras variam entre 50 e 120 dólares.

Aos poucos, galerias tradicionais também retomam as atividades. Mas elas reclamam da dificuldade em competir com os preços das ruas e da grande quantidade de obras falsificadas em circulação.

Seja como for, num aspecto artistas de rua e donos de galerias concordam: a presença estrangeira está ajudando a preservar uma das vertentes mais ricas da cultura haitiana e tornando Porto Príncipe mais colorida.

http://noticias.br.msn.com/mundo/estrangeiros-fazem-arte-haitiana-renascer

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Offline Diegojaf

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Re:Desgraça no Haiti está sendo boa para nós aqui, diz cônsul no Brasil
« Resposta #142 Online: 01 de Março de 2012, 18:36:00 »
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No Haiti pela 3ª vez, major brasileiro exalta experiência 'sem igual'

Com diária de U$270 por dia, eu também ia exaltar essa experiência "sem igual"... :lol:
« Última modificação: 01 de Março de 2012, 18:40:46 por Diegojaf »
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

 

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