Autor Tópico: Terra 2100  (Lida 6482 vezes)

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Offline _Juca_

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Re: Terra 2100
« Resposta #25 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 16:19:07 »
Fontes de energia não dependem de simples escolhas, o que demanda na escolha é a viabilidade econômica, social e ambiental, e o planeta tem uma infinidade de fontes de energia que sequer foram consideradas, como a força das marés por exemplo, não existe a possibilidade de ficarmos sem fontes de energia, nem a longo prazo.

Se é assim, por que essas fontes não estão em uso amplo ainda?  Não falta insatisfação com os preços do derivados do petróleo.

Ao contrário, o petróleo é barato, muito barato ainda perto de outras fontes. Alguns podem pagar mais caro por ele, mas ainda é muito mais fácil extrair petróleo do que plantar cana ,e ao dizerem por ai que está acabando, o lucro se torna fácil  e garantido, ou por que será que as petroleiras são as maiores e mais rentáveis empresas do nosso tempo? Assim como as maiores empresas de energia do mundo são dependentes do petróleo para terem a rentabilidade que tem, não vão abandonar esse negócio para desenvolverem outros, menos atraentes financeiramente. Vão fazer isso de modo gradual, dependendo da relação custo x benefício do produto.

Offline Luis Dantas

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Re: Terra 2100
« Resposta #26 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 16:29:03 »
Ao contrário, o petróleo é barato, muito barato ainda perto de outras fontes.

Isso é verdade por enquanto.  Mas ainda assim temos problemas enormes com a variação de seus preços, e nem por isso estamos de fato preparados para deixá-lo de lado.

Ou seja, ainda não caiu a ficha do quanto é preciso nos preparar com antecedência e ter metas mais realistas e comedidas de desenvolvimento e difusão tecnológicos.

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Alguns podem pagar mais caro por ele, mas ainda é muito mais fácil extrair petróleo do que plantar cana, e ao dizerem por ai que está acabando, o lucro se torna fácil  e garantido, ou por que será que as petroleiras são as maiores e mais rentáveis empresas do nosso tempo? Assim como as maiores empresas de energia do mundo são dependentes do petróleo para terem a rentabilidade que tem, não vão abandonar esse negócio para desenvolverem outros, menos atraentes financeiramente. Vão fazer isso de modo gradual, dependendo da relação custo x benefício do produto.

As empresas talvez possam se dar a esse luxo.  A sociedade, dificilmente.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Fernando Silva

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Re: Terra 2100
« Resposta #27 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 16:54:39 »
Fontes de energia não dependem de simples escolhas, o que demanda na escolha é a viabilidade econômica, social e ambiental, e o planeta tem uma infinidade de fontes de energia que sequer foram consideradas, como a força das marés por exemplo, não existe a possibilidade de ficarmos sem fontes de energia, nem a longo prazo.
Tão eficientes e confiáveis quanto o petróleo? Não basta elas existirem, têm que ser capazes de substituir o petróleo.

E serão baratas o suficiente para que todos tenham acesso a elas? Ou haverá um processo de exclusão e marginalização?

Não esquecendo que, sem o petróleo, nem as usinas nucleares funcionam.

Offline _Juca_

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Re: Terra 2100
« Resposta #28 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 17:07:54 »
Fontes de energia não dependem de simples escolhas, o que demanda na escolha é a viabilidade econômica, social e ambiental, e o planeta tem uma infinidade de fontes de energia que sequer foram consideradas, como a força das marés por exemplo, não existe a possibilidade de ficarmos sem fontes de energia, nem a longo prazo.
Tão eficientes e confiáveis quanto o petróleo? Não basta elas existirem, têm que ser capazes de substituir o petróleo.

E serão baratas o suficiente para que todos tenham acesso a elas? Ou haverá um processo de exclusão e marginalização?

Não esquecendo que, sem o petróleo, nem as usinas nucleares funcionam.

O petróleo não será substituido, isso é conversa. Ele será complementado, nada mais. Quando outras fontes de energia se tornam industrias importantes, também conseguem seu lugar ao sol, como o etanol, a a hidrelétrica, nuclear, solar, aeólica. Continuaremos com o petróleo por gerações ainda.

Offline Luis Dantas

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Re: Terra 2100
« Resposta #29 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 17:28:10 »
O petróleo não será substituido, isso é conversa. Ele será complementado, nada mais. Quando outras fontes de energia se tornam industrias importantes, também conseguem seu lugar ao sol, como o etanol, a a hidrelétrica, nuclear, solar, aeólica. Continuaremos com o petróleo por gerações ainda.

O petróleo vai acabar, isso é inevitável.  As dúvidas são quando exatamente, e até que ponto estaremos prontos para lidar com o fato.

Não é uma questão de popularidade, mas de viabilidade.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline _Juca_

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Re: Terra 2100
« Resposta #30 Online: 17 de Fevereiro de 2010, 17:47:20 »
O petróleo não será substituido, isso é conversa. Ele será complementado, nada mais. Quando outras fontes de energia se tornam industrias importantes, também conseguem seu lugar ao sol, como o etanol, a a hidrelétrica, nuclear, solar, aeólica. Continuaremos com o petróleo por gerações ainda.

O petróleo vai acabar, isso é inevitável.  As dúvidas são quando exatamente, e até que ponto estaremos prontos para lidar com o fato.

Não é uma questão de popularidade, mas de viabilidade.
:?:
Concordo, mas não entendi a "popularidade"

Offline _tiago

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Re: Terra 2100
« Resposta #31 Online: 18 de Fevereiro de 2010, 07:06:23 »
Não vejo o vídeo como uma simples predição de uma situação absurda (talvez sim quanto aos prazos), prefiro ver como uma descrição pessimista de uma possibilidade futura, e ainda assim, mesmo a princípio tendenciosa, não vejo por que descartar seus argumentos. De início já o apresentador menciona, Pra salvar o futuro, é necessário imaginá-lo. Se hoje existem empresas com iniciativas "limpas", "verdes" e tudo o mais, é pois existe uma preocupação real de que pode dar merda. Imaginem uma pane vagarosa, o colapso lento, persistente, consistente e consequente das "estruturas" que sustentam o nosso mundo atual - energia, clima, alimento, população, economia - isso, baseados na simples premissa do excesso de demanda e declínio da oferta natural. Aumento do preço do petróleo, aumento da demanda de alimentos, aumento do clima, da população, inflação, a impossibilidade política de um acordo se necessário... (Aqui comigo tenho apenas um estudo da Scientific American dizendo sobre o petróleo. Afirmam a possibilidade real de queda ou o melhoramento das tecnicas de prospecção, por efeito, haveria uma sobrevida). São situações não exatas, menos ainda confirmáveis, mas as conjecturas, as idéias levantadas, os argumentos defendidos não são absurdos e alguns deles podem operar de maneira sorrateira, por consequências imprevisíveis, de difícil percepção, e resultados bastante funestas.
Não acho que devemos nos alarmar como é moda entre alguns, prefiro simplesmente pensar a respeito, em diversos aspectos. Por exemplo, existe vontade política atualmente pra pensar o futuro? Havendo, existe uma possibilidade de acordo? Quando ele remete à China e Índia uma culpa, eu jogaria no bolo o resto do mundo, não sei se é real, mas não vejo como absurda uma das afiramções, algo do tipo, Se o mundo consumisse como os americanos consomem, poderá dar merda. Talvez seja essa a motivação de muitas empresas que com seriedade tratam o tema e buscam soluções baratas, viáveis e não danosas pra manutenção da nossa situação atual. É o que eu espero, mas é o que eu temo também, pode ser que não dê certo. Realmente as empresas se ajustam, planejam-se, analisam custos, investimentos, possibilidades de mercado, consequentemente, isso gera emprego, novas tecnologias... Mas não vejo isso como uma garantia, apenas uma expectativa oposta a dos vídeos.
Uma das premissas fundamentais pra esse caso são o custo, o melhor e o mais limpo normalmente é muito mais caro (lógico, não sei em qual proporção). Não há vantagem, à princípio, de somente eu fazer por essa via.

Offline Felius

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Re: Terra 2100
« Resposta #32 Online: 18 de Fevereiro de 2010, 14:03:28 »
Fontes de energia não dependem de simples escolhas, o que demanda na escolha é a viabilidade econômica, social e ambiental, e o planeta tem uma infinidade de fontes de energia que sequer foram consideradas, como a força das marés por exemplo, não existe a possibilidade de ficarmos sem fontes de energia, nem a longo prazo.

Se é assim, por que essas fontes não estão em uso amplo ainda?  Não falta insatisfação com os preços do derivados do petróleo.
Por que não são viaveis economicamente. Digamos, se a usina termoelétrica de carvão produz energia com um custo de x dolares por megawatt, uma energia eólica produz por 5x dolares por megawatt, alem de depender inteiramente dos ventos. A geotérmica tambem, digmaos, produziria a 5x, mas um investimento incial ridiculo, alem de se nescessario produzir o buraco, pequenos terremotos na região. Os empresários não são vilões do capitão planeta, usando combustiveis foceis por que são maus, crueis, com risada maligna enquanto despeja oleo nas pobres foquinhas. Imagine se todos os custos enérgérticos fossem quintuplicados, os efeitos que isso teria na economia.
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Offline _Juca_

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Re: Terra 2100
« Resposta #33 Online: 18 de Fevereiro de 2010, 14:38:20 »
Fontes de energia não dependem de simples escolhas, o que demanda na escolha é a viabilidade econômica, social e ambiental, e o planeta tem uma infinidade de fontes de energia que sequer foram consideradas, como a força das marés por exemplo, não existe a possibilidade de ficarmos sem fontes de energia, nem a longo prazo.

Se é assim, por que essas fontes não estão em uso amplo ainda?  Não falta insatisfação com os preços do derivados do petróleo.
Por que não são viaveis economicamente. Digamos, se a usina termoelétrica de carvão produz energia com um custo de x dolares por megawatt, uma energia eólica produz por 5x dolares por megawatt, alem de depender inteiramente dos ventos. A geotérmica tambem, digmaos, produziria a 5x, mas um investimento incial ridiculo, alem de se nescessario produzir o buraco, pequenos terremotos na região. Os empresários não são vilões do capitão planeta, usando combustiveis foceis por que são maus, crueis, com risada maligna enquanto despeja oleo nas pobres foquinhas. Imagine se todos os custos enérgérticos fossem quintuplicados, os efeitos que isso teria na economia.

Ai é que entra o fator do custo ambiental, gradualmente, à medida que o petróleo gerar um custo de relação ambiental comprovado, outras  fontes de energia entrarão em cena, e isso já está acontecendo. Não cola dizer, como no filme, que a sociedade apelará para outras fontes abundantes de energia poluente, com o carvão, porque terão os mesmos custos, ou maiores que o petróleo. A lógica do mercado é desenvolver energias limpas, porque a medida que se desenvolvem ficam cada vez mais baratas.

« Última modificação: 18 de Fevereiro de 2010, 15:07:34 por jucavini »

Offline SnowRaptor

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Re: Terra 2100
« Resposta #34 Online: 18 de Fevereiro de 2010, 14:48:28 »
Para uma análise realista do uso de novas fontes de energia no reino unido: http://www.withouthotair.com/

À noite leio o tópico com mais cuidado.
Elton Carvalho

Antes de me apresentar sua teoria científica revolucionária, clique AQUI

“Na fase inicial do processo [...] o cientista trabalha através da
imaginação, assim como o artista. Somente depois, quando testes
críticos e experimentação entram em jogo, é que a ciência diverge da
arte.”

-- François Jacob, 1997

Offline _tiago

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Re: Terra 2100
« Resposta #35 Online: 18 de Fevereiro de 2010, 22:16:49 »
Fontes de energia não dependem de simples escolhas, o que demanda na escolha é a viabilidade econômica, social e ambiental, e o planeta tem uma infinidade de fontes de energia que sequer foram consideradas, como a força das marés por exemplo, não existe a possibilidade de ficarmos sem fontes de energia, nem a longo prazo.

Se é assim, por que essas fontes não estão em uso amplo ainda?  Não falta insatisfação com os preços do derivados do petróleo.
Por que não são viaveis economicamente. Digamos, se a usina termoelétrica de carvão produz energia com um custo de x dolares por megawatt, uma energia eólica produz por 5x dolares por megawatt, alem de depender inteiramente dos ventos. A geotérmica tambem, digmaos, produziria a 5x, mas um investimento incial ridiculo, alem de se nescessario produzir o buraco, pequenos terremotos na região. Os empresários não são vilões do capitão planeta, usando combustiveis foceis por que são maus, crueis, com risada maligna enquanto despeja oleo nas pobres foquinhas. Imagine se todos os custos enérgérticos fossem quintuplicados, os efeitos que isso teria na economia.

Pra ferrar alguém ou uma situação você não precisa ser vilão.
Simples interesses econômicos podem ou não ser prejudiciais, não é necessário má intenção.
« Última modificação: 18 de Fevereiro de 2010, 22:19:38 por Mabumbo Punjaça »

Offline _tiago

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Re: Terra 2100
« Resposta #36 Online: 18 de Fevereiro de 2010, 22:24:55 »
Fontes de energia não dependem de simples escolhas, o que demanda na escolha é a viabilidade econômica, social e ambiental, e o planeta tem uma infinidade de fontes de energia que sequer foram consideradas, como a força das marés por exemplo, não existe a possibilidade de ficarmos sem fontes de energia, nem a longo prazo.

Se é assim, por que essas fontes não estão em uso amplo ainda?  Não falta insatisfação com os preços do derivados do petróleo.
Por que não são viaveis economicamente. Digamos, se a usina termoelétrica de carvão produz energia com um custo de x dolares por megawatt, uma energia eólica produz por 5x dolares por megawatt, alem de depender inteiramente dos ventos. A geotérmica tambem, digmaos, produziria a 5x, mas um investimento incial ridiculo, alem de se nescessario produzir o buraco, pequenos terremotos na região. Os empresários não são vilões do capitão planeta, usando combustiveis foceis por que são maus, crueis, com risada maligna enquanto despeja oleo nas pobres foquinhas. Imagine se todos os custos enérgérticos fossem quintuplicados, os efeitos que isso teria na economia.

Ai é que entra o fator do custo ambiental, gradualmente, à medida que o petróleo gerar um custo de relação ambiental comprovado, outras  fontes de energia entrarão em cena, e isso já está acontecendo. Não cola dizer, como no filme, que a sociedade apelará para outras fontes abundantes de energia poluente, com o carvão, porque terão os mesmos custos, ou maiores que o petróleo. A lógica do mercado é desenvolver energias limpas, porque a medida que se desenvolvem ficam cada vez mais baratas.



Juca, comprovado que o custo ambiental do petróleo seja muito alto, não há nada que garanta a utilização de outras substâncias baratas e mesmo utilizadas aqui ou ali, há menos garantia ainda de sua utilização em larga escala como é o caso do petróleo. A lógica do mercado não é desenvolver energias limpas, a preferência é por energias simplesmente baratas.

Offline HeadLikeAHole

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Re: Terra 2100
« Resposta #37 Online: 19 de Fevereiro de 2010, 00:22:52 »
Assisti a primeira parte.

Vou argumentar usando meus conhecimentos minimos de economia.

Conforme o petróleo for ficando mais escasso, mais dificil de obter e consequentemente mais caro e menos rentável, as energias alternativas ficarão mais atraentes e baratas.
A questão é se serão fontes de energia tão baratas quanto o petróleo atual.
Embora o custo de vida possa aumentar por algum tempo devido a adaptação aos novos tipos de energia, após esse periodo poderá haver uma certa queda nos preços já que o dinheiro das pesquisas e investimentos serão recanalizados do petróleo para as novas fontes.

Para uma análise realista do uso de novas fontes de energia no reino unido: http://www.withouthotair.com/

À noite leio o tópico com mais cuidado.

Interessante.

Tem um site que se dedica a discutir essa questão energética. Não tive tempo de dar uma boa olhada. Se alguem quiser dar uma confirida:
 http://www.willyoujoinus.com/

Offline _Juca_

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Re: Terra 2100
« Resposta #38 Online: 19 de Fevereiro de 2010, 08:55:22 »
Fontes de energia não dependem de simples escolhas, o que demanda na escolha é a viabilidade econômica, social e ambiental, e o planeta tem uma infinidade de fontes de energia que sequer foram consideradas, como a força das marés por exemplo, não existe a possibilidade de ficarmos sem fontes de energia, nem a longo prazo.

Se é assim, por que essas fontes não estão em uso amplo ainda?  Não falta insatisfação com os preços do derivados do petróleo.
Por que não são viaveis economicamente. Digamos, se a usina termoelétrica de carvão produz energia com um custo de x dolares por megawatt, uma energia eólica produz por 5x dolares por megawatt, alem de depender inteiramente dos ventos. A geotérmica tambem, digmaos, produziria a 5x, mas um investimento incial ridiculo, alem de se nescessario produzir o buraco, pequenos terremotos na região. Os empresários não são vilões do capitão planeta, usando combustiveis foceis por que são maus, crueis, com risada maligna enquanto despeja oleo nas pobres foquinhas. Imagine se todos os custos enérgérticos fossem quintuplicados, os efeitos que isso teria na economia.

Ai é que entra o fator do custo ambiental, gradualmente, à medida que o petróleo gerar um custo de relação ambiental comprovado, outras  fontes de energia entrarão em cena, e isso já está acontecendo. Não cola dizer, como no filme, que a sociedade apelará para outras fontes abundantes de energia poluente, com o carvão, porque terão os mesmos custos, ou maiores que o petróleo. A lógica do mercado é desenvolver energias limpas, porque a medida que se desenvolvem ficam cada vez mais baratas.



Juca, comprovado que o custo ambiental do petróleo seja muito alto, não há nada que garanta a utilização de outras substâncias baratas e mesmo utilizadas aqui ou ali, há menos garantia ainda de sua utilização em larga escala como é o caso do petróleo. A lógica do mercado não é desenvolver energias limpas, a preferência é por energias simplesmente baratas.

Concordo quando você diz que a lógica do mercado é desenvolver energias baratas, mas o custo ambiental já está sendo gradualmente computado nessa lógica. O link abaixo dá uma boa idéia do que esta acontecendo, principalmente nos EUA.

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=eua-reconhecem-etanol-brasileiro-como-biocombustivel-avancado&id=020175100205

http://oglobo.globo.com/economia/mat/2010/02/04/etanol-com-decisao-dos-eua-usineiros-governo-veem-espaco-para-fim-de-barreiras-9

http://veja.abril.com.br/noticia/economia/eua-aprovam-etanol-brasileiro-531094.shtml


Offline Lord_Dracon

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Re: Terra 2100
« Resposta #39 Online: 24 de Fevereiro de 2010, 14:20:21 »
Bom, assisti todo o documentário ontem, e acredito que algumas coisas podem ser aproveitadas para reflexão.

O maior problema do documentário, ao meu ver, é a maneira como qual ele foi conduzido, com um exagerado patriotismo americano, deixando-o bem tendencioso. Durante o documentário, dá a impressão que os "EUA são a salvação"; que "N.Y. será a última cidade civilizada"; que "toda a culpa é da China e da Índia, que não assinaram o acordo de 2015" (uma enorme cara de pau aqui, já que eles não assinaram o Protocolo de Kyoto nos anos 90); que "todo o planeta vai tentar migrar para os EUA durante o colapso"; que "os EUA irão meter bala sem dó nem piedade em quem tentar entrar no país durante a decadência global"; que "o governo americano só poderá ser questionado pelos seus cidadãos após um colapso absoluto na década de 2080" (governo este que, a essa altura, já teria sumido), enfim... o típico seriado onde o público alvo é um telespectador norte-americano que viva preferencialmente em N.Y.

O EPIC FAIL falacioso do documentário foi no final, quando os comentaristas estão dando suas opiniões finais, e o contexto dos comentários é sobre "podemos mudar o futuro", aí um lá diz: "Durante a segunda guerra mundial, após a morte de Pearl Harbor, o presidente Roosevelt foi até uma fabrica que construia tanques e ordenou que eles parassem com isso e começassem a construir jipes, de um dia para a noite" - sendo logo em seguida completada com a frase: "Nós vencemos a guerra!". :olheira: :stunned:

De qualquer modo, passando os devidos "filtros" e tentando ignorar esse patriotismo soberbo, é possível coletar algumas coisas úteis do documentário. Contudo, não possuo propriedade para afirmar que, mesmo na pior perspectiva, toda essa catástrofe poderia acontecer até 2100. Mas a pouca parte útil do documentário acaba servindo para reflexão de certa maneira.

Offline _tiago

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Re: Terra 2100
« Resposta #40 Online: 24 de Fevereiro de 2010, 20:04:29 »
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EARTH NINE LIVES

UP TO now, the Earth has been very kind to us. Most of our achievements in the past 10,000 years - farming, culture, cities, industrialisation and the raising of our numbers from a million or so to almost 7 billion - happened during an unusually benign period when Earth's natural regulatory systems kept everything from the climate to the supply of fresh water inside narrow, comfortable boundaries.

This balmy springtime for humanity is known as the Holocene. But we are now in a new era, the Anthropocene, defined by human domination of the key systems that maintain the conditions of the planet. We have grabbed the controls of spaceship Earth, but in our reckless desire to "boldly go", we may have forgotten the importance of maintaining its life-support systems.

The demands of nearly 7 billion humans are stretching Earth to breaking point. We know about climate change, but what about other threats? To what extent do pollution, acidifying oceans, mass extinctions, dead zones in the sea and other environmental problems really matter? We can't keep stressing these systems indefinitely, but at what point will they bite back?

Last year, Johan Rockström, director of the Stockholm Environment Institute in Sweden, sat down with a team of 28 luminaries from environmental and earth-systems science to answer those questions. The team included Nobel laureate Paul Crutzen, NASA climate scientist James Hansen, Gaia researcher and "tipping point" specialist Tim Lenton, and the German chancellor's chief climate adviser Hans Joachim Schellnhuber.

They identified nine "planetary life-support systems" that are vital for human survival. They then quantified how far we have pushed them already, and estimated how much further we can go without threatening our own survival. Beyond certain boundaries, they warned, we risk causing "irreversible and abrupt environmental change" that could make the Earth a much less hospitable place (Ecology and Society, vol 14, p 32).

The boundaries, Rockström stresses, are "rough, first estimates only, surrounded by large uncertainties and knowledge gaps". They also interact with one another in complex and poorly understood ways. But he says the concept of boundaries is an advance on the usual approach taken by environmentalists, who simply aim to minimise all human impacts on the planet. Instead, he says, boundaries give us some breathing space. They define a "safe space for human development". And here they are.

1. Acid oceans: More carbon dioxide in the atmosphere means more is absorbed by the oceans, creating carbonic acid – bad news for animals with shells.

2. Ozone depletion: With most of the culprit chemicals now banned, the worst of the danger has passed – but it has not entirely vanished.

3. Fresh water: A quarter of the world's river systems no longer reach the ocean for at least part of the year. This is drying out swathes of the landscape.

4. Biodiversity: Individual species may not matter much on their own, but collectively they form ecosystems that provide a range of vital "ecosystem services".

5. Nitrogen and phosphorus cycles: We fix around 121 million tonnes of nitrogen a year, far more than nature does – and nature cannot cope.

6. Land use: Half the world's tropical rainforests are gone, and large areas of grasslands once open to wildlife are now fenced in for livestock.

7. Climate change: Every degree of warming caused directly by CO2 is amplified by feedback processes that could drive temperatures much higher.

8. Aerosol loading: We have more than doubled the global concentration of aerosols such as soot since pre-industrial times.

9. Chemical pollution: There are approaching 100,000 different human-made chemical compounds in use around the world today, and many of them harm humans and wildlife.

CONCLUSION

However you cut it, our life-support systems are not in good shape. Three of nine boundaries - climate change, biodiversity and nitrogen fixation - have been exceeded. We are fast approaching boundaries for the use of fresh water and land, and the ocean acidification boundary seems to be looming in some oceans. For two of the remaining three, we do not yet have the science to even guess where the boundaries are.

That leaves one piece of good news. Having come close to destroying the ozone layer, exposing both ourselves and ecosystems to dangerous ultraviolet radiation, we have successfully stepped back from the brink. The ozone hole is gradually healing. That lifeline has been grabbed. At least it shows action is possible - and can be successful.


Fonte: New Scientist

http://www.newscientist.com/special/ocean-to-ozone-earths-nine-life-support-systems

Offline lusitano

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Re: Terra 2100
« Resposta #41 Online: 26 de Fevereiro de 2010, 23:24:18 »
Caríssimos:

Então a fotossíntese artificial e o hidrogénio? O movimento da Terra e o seu formidável campo magnético? A força de gravidade e a pressão atmosférica?

A quantidade fantástica de energia solar que se acumula nas estradas e chega a derreter o alcatrão? Prevê-se que as rodovias do futuro, que começa já agora, abastecerão todos os veículos com a energia eléctrica indispensável, para o seu funcionamento ideal. Velocidades de cruzeiro na ordem de 200 km/hora, ou mais...

Segundo parece a crise energética, é mais um défice imaginário do que um problema de engenharia propriamente dito. :arrow: :idea:
Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

_______________________________________
Especulando realismo fantástico, em termos de
__________________________
paralogismo comparado - artur.

Offline _Juca_

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Re: Terra 2100
« Resposta #42 Online: 27 de Fevereiro de 2010, 09:03:56 »
Caríssimos:

Então a fotossíntese artificial e o hidrogénio? O movimento da Terra e o seu formidável campo magnético? A força de gravidade e a pressão atmosférica?

A quantidade fantástica de energia solar que se acumula nas estradas e chega a derreter o alcatrão? Prevê-se que as rodovias do futuro, que começa já agora, abastecerão todos os veículos com a energia eléctrica indispensável, para o seu funcionamento ideal. Velocidades de cruzeiro na ordem de 200 km/hora, ou mais...

Segundo parece a crise energética, é mais um défice imaginário do que um problema de engenharia propriamente dito. :arrow: :idea:

Pois é. São quase infinitas as fontes de energia.

Offline Fernando Silva

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Re: Terra 2100
« Resposta #43 Online: 27 de Fevereiro de 2010, 10:29:44 »
Então a fotossíntese artificial e o hidrogénio? O movimento da Terra e o seu formidável campo magnético? A força de gravidade e a pressão atmosférica?

A quantidade fantástica de energia solar que se acumula nas estradas e chega a derreter o alcatrão? Prevê-se que as rodovias do futuro, que começa já agora, abastecerão todos os veículos com a energia eléctrica indispensável, para o seu funcionamento ideal. Velocidades de cruzeiro na ordem de 200 km/hora, ou mais...
É utilizável? Com eficiência bastante para podermos descartar o petróleo? Aqui e agora? Se a resposta for não, então toda essa energia tem o mesmo valor que a água de uma enchente: não dá para beber.
Segundo parece a crise energética, é mais um défice imaginário do que um problema de engenharia propriamente dito. :arrow: :idea:
Diga isto a um cara morrendo de sede no meio do mar.
Ou a um cara com o carro parado no meio da estrada por falta de gasolina.
Ou a alguém com a comida se estragando na geladeira por falta de energia.

Offline lusitano

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Re: Terra 2100
« Resposta #44 Online: 05 de Março de 2010, 23:34:41 »
Fernando Silva

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Segundo parece a crise energética, é mais um défice imaginário do que um problema de engenharia propriamente dito.

.........................................................


Diga isto a um cara morrendo de sede no meio do mar.

Ou a um cara com o carro parado no meio da estrada por falta de gasolina.

Ou a alguém com a comida se estragando na geladeira por falta de energia.

Caro Fernando: Parece-me que a sua observação é pertinente: Mas também me parece, que você se deslocou um pouco do polo principal. Tem um aspecto da crise energética que não se relaciona directamente, com emergências acidentais.

"Eu sei perfeitamente" - que a Europa e o meu país estão em crise. Mas também sei, que existe um factor em termos de consciência política e social, que podia ter sido feito e ainda não foi.

Como por vezes se diz: Mais vale prevenir do que remediar. E estou em crer, que certas dificuldades em termos de emergência, podiam ter sido evitadas, se os preventores competentes e apropriados, tivessem agido na altura certa.
 
Vamos a ver se é desta vez que eu acerto, na compreensão do sistema.

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Especulando realismo fantástico, em termos de
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Offline Fernando Silva

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Re: Terra 2100
« Resposta #45 Online: 06 de Março de 2010, 09:47:21 »
Como por vezes se diz: Mais vale prevenir do que remediar. E estou em crer, que certas dificuldades em termos de emergência, podiam ter sido evitadas, se os preventores competentes e apropriados, tivessem agido na altura certa.
Esta frase será dita por nossos descendentes, em meio às ruínas da civilização, daqui a uns 80 anos.
"Eu sei perfeitamente" - que a Europa e o meu país estão em crise. Mas também sei, que existe um factor em termos de consciência política e social, que podia ter sido feito e ainda não foi.
Quando for feito, será muito pouco, tarde demais.
Se é que há realmente uma solução que atenda a 7 bilhões de humanos.

Você fala da "quantidade fantástica de energia solar que se acumula nas estradas". Verdade, só que não temos como aproveitá-la. Vamos morrer de fome sentados num trono de ouro.



.
« Última modificação: 06 de Março de 2010, 09:51:09 por Fernando Silva »

Offline N3RD

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Re: Terra 2100
« Resposta #46 Online: 06 de Março de 2010, 20:07:24 »
A salvação é o norte, vamos para lá.
Não deseje.

Offline _tiago

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Re: Terra 2100
« Resposta #47 Online: 07 de Março de 2010, 09:38:08 »
Mais opiniões sobre o fim dos tempos!! :|

Do Estadão... http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,uma-terra-de-ninguem,520464,0.htm

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Uma Terra de ninguém?
Para cosmólogo, a pior catástrofe não são os terremotos, mas a onda de desleixo que avassala o planeta
Christian Carvalho Cruz - O Estado de S.Paulo Tamanho do texto? A A A A

Mariana Cook - 05/03/2010
Rees afirma que um único evento bioterrorista ou de bioerro fará 1 milhão de vítimas em 2020
SÃO PAULO - A sequência não é boa. Dilúvio no Brasil. Terremoto no Haiti. Calor de 8°C no Ártico. Nevasca nos Estados Unidos. Enchente em Buenos Aires. Tempestade na França. Outro terremoto, no Chile. Alteração no eixo terrestre. Tsunamis. Iceberg-monstro descolado da Antártida a errar pelo Atlântico Sul. Terremoto de novo, em Taiwan. E, pelo que diz o Dunga, seleção brasileira sem Ronaldinho Gaúcho na Copa. Para quem crê que o fim do mundo se avizinha, este começo de ano parece farto de indícios. Sir Martin Rees, professor de cosmologia e astrofísica na Universidade Cambridge e, como um dia foi Isaac Newton, presidente da Royal Society (a academia de ciências do Reino Unido), engrossa o caldo apocalíptico. Mas com a cautela de um cientista e a esperança de que ele mesmo esteja errado.
 
No livro Our Final Century, de 2003, por aqui intitulado Hora Final - Alerta de um Cientista (Companhia das Letras), ele defendia que havia 50% de chance de que a civilização atual sobrevivesse ao final deste século 21. Hoje ele acha que podemos continuar por aqui, mas sabe-se lá como. De todo modo, nosso ponto final teria pouco a ver com a colisão de um asteroide desgovernado ou com um agito geológico nos intestinos do planeta. Para Rees, que aos 68 anos enverga o título de barão de Ludlow e o epíteto de "um dos astrônomos mais influentes da atualidade", a devastação da biosfera, uma guerra nuclear entre novas superpotências e o uso indevido ou descuidado da ciência são nossos maiores perigos. Visto de outra forma, é o ser humano apertando o próprio pescoço - lentamente. A salvação passaria, entre outras coisas, pelo uso correto da energia ("uma enorme quantidade de calor é desperdiçada por ineficiência das edificações"), pela adoção de outro estilo de vida (o planeta nunca será sustentável se 8 bilhões de pessoas viverem como os americanos") e pela distribuição justa dos benefícios da globalização ("o prestígio dos banqueiros deve ser reduzido ao dos vendedores de automóveis"). Senão...
 
No site de apostas e previsões "responsáveis" Longbets.org, Rees mantém há oito anos uma conjectura sombria: "Um único evento de bioterrorismo ou ‘bioerro’ fará 1 milhão de vítimas em 2020". Ele explica: "A biotecnologia está avançando clara e rapidamente. Em 2020 haverá milhares ou mesmo milhões de pessoas capazes de causar uma catástrofe biológica. Minha preocupação não é apenas com grupos terroristas organizados, mas com idiotas individuais com a mentalidade dessas pessoas que hoje produzem vírus de computador". Eis o tal bioerro - um desastre tão letal quanto um ataque terrorista, mas causado por um inadvertido e não por alguém realmente mau. No site, 47% dos visitantes estão com Rees, e 53% contra ele. "O risco é real. Mas eu tenho esperança de perder essa aposta", ele disse ao Aliás na entrevista a seguir.
 
Terremotos, inundações, nevascas, tsunamis e outros desastres naturais matando tantas pessoas pelo mundo seriam sinais do início do fim dos tempos?
Não há evidência sólida de que esses eventos sejam mais frequentes agora do que no passado. Mas é claro que as consequências são mais severas, porque há mais pessoas e por causa da maneira como nós vivemos nas cidades.
 
Gelo diminuindo no Ártico, iceberg que se desprende da Antártida. O sr. crê em aquecimento global?
Acho que há indícios bastante fortes de que o mundo está se aquecendo por causa das atividades humanas. Mais importante: nós sabemos que a concentração de dióxido de carbono no ar é maior hoje do que foi por centenas de milhares de anos e, se continuarmos a depender da energia de combustíveis fósseis, no final deste século essa concentração terá duas ou até três vezes o nível observado no período pré-industrial. A física simples sugere, então, que há um risco alto e real de mudanças climáticas graves e irreversíveis.
 
A capacidade do ser humano de se adaptar a condições de vida adversas impede que ele reaja e faça algo para evitar o próprio fim?
Sim, nós podemos nos adaptar. Mas será que, em vez disso, não deveríamos tentar impedir que o mundo se altere a ponto de o meio ambiente ser irreversivelmente degradado e a biodiversidade, destruída? O mundo desenvolvido precisa ser mais eficiente no uso da sua energia. Uma enorme quantidade de calor é desperdiçada por ineficiência das edificações e (especialmente nos Estados Unidos) por conta do excessivo transporte rodoviário, extravagante na utilização de combustível. Temos de embarcar nas novas tecnologias do século 21 e garantir que o resto do mundo evite os erros cometidos pelos Estados Unidos e pela Europa.
 
Ainda temos tempo para evitar o fim ou devemos nos resignar?
A aplicação prudente da ciência e a distribuição justa dos benefícios da globalização entre o mundo desenvolvido e o mundo em desenvolvimento reduziriam o risco de danos à nossa civilização. A crise financeira nos fez lembrar do perigo de acontecimentos imprevisíveis - eles têm baixa probabilidade de acontecer, mas, quando acontecem, as consequências podem ser desastrosas. A ação internacional foi eficaz na prevenção de um colapso financeiro completo. Mas o foco sobre os bancos destacou as injustiças sociais decorrentes das enormes desigualdades em termos de riqueza. A crescente desigualdade, especialmente entre a elite financeira e o resto, é socialmente corrosiva. O prestígio dos banqueiros deve ser reduzido ao dos corretores de imóveis ou dos vendedores de automóveis.
 
Por que o sr. diz que temos 50% de chance de sobreviver ao século 21?
Eu não digo exatamente isso. Eu acredito que iremos sobreviver, mas há 50% de chance de nossa civilização sofrer um sério revés até lá. É difícil prever em que grau estará a evolução tecnológica 25 anos adiante. Lembre-se que décadas atrás a internet, o iPhone e a navegação por satélite (GPS) pareceriam bruxaria. Precisamos garantir que as inovações tecnológicas que virão sejam usadas para o bem, como essas que citei têm sido. E temos que aceitar que os riscos e os desafios éticos da biologia sintética sejam tratados por um acordo internacional. Acima de tudo há o desafio político para evitar conflitos em um mundo no qual será cada vez mais difícil obter equilíbrio entre o autoritarismo e a anarquia.
 
Por que o sr. acredita nisso?
Porque pequenos grupos criminosos ou dissidentes (ou mesmo indivíduos) estarão mais habilitados pela tecnologia moderna, podendo causar perturbações muito maiores. Vai ser mais difícil preservar as liberdades tradicionais.
 
O sr. também diz que, se sobrevivermos, um futuro glorioso nos espera. Que futuro é esse?
Como astrônomo, eu sei que o Sol não está nem sequer na metade de sua existência. Levou 4 bilhões de anos para que nós evoluíssemos desde o primeiro sinal de vida. Mas, tendo em vista o que resta de tempo ao Sol, ainda há pelo menos 5 bilhões de anos pela frente para uma evolução "pós-humana", sobre ou fora da Terra. Os seres humanos não são o ponto culminante da evolução, assim como não o era o primeiro peixe que rastejou para a terra seca.
 
O que é evolução pós-humana?
Não há mais tempo pela frente do que o tempo que foi necessário para evoluirmos até aqui, a partir do lodo primitivo. Assim, a vida pós-humana poderia ser diversa e maravilhosa - e tão diferente de nós como nós somos de um inseto.
 
Quais os três maiores perigos que enfrentaremos neste século?
Primeiro: que os seres humanos, coletivamente, devastem a biosfera, destruam a biodiversidade e mudem o clima de maneira nociva. Segundo: que possa haver uma guerra nuclear entre novas superpotências. Terceiro: que alguma tecnologia nova possa apresentar risco se for usada de modo equivocado ou por terroristas.
 
Afora as pessoas muito religiosas, gostamos de acreditar que a ciência sempre será a nossa salvação, sempre encontrará maneiras de nos manter aqui, num razoável bem-estar. Quando leio seus textos fico com a sensação de que a ciência, na verdade, possa se tornar o nosso maior algoz. O sr. é um cientista que teme o que a ciência pode fazer?
Eu tenho grandes esperanças, e também grandes medos. Acredito que a resposta para os problemas do mundo não seja parar a ciência, mas prosseguir com ela e conduzi-la melhor. As tecnologias que alimentam o crescimento econômico hoje - miniaturização, tecnologia da informação e medicina - são benéficas no modo como estão poupando energia e matérias-primas e beneficiam tanto os ricos quanto os pobres.
 
A ciência deve ser controlada? Quem estabeleceria os limites?
Os limites são fixados pela prudência e pela ética. As decisões sobre esses limites não devem ser feitas só por cientistas, mas pelo grande público em geral. É por isso que é importante que todos tenham algum interesse pela ciência. Do contrário não há debate político sério sobre os problemas (e há cada vez mais deles) nos quais a ciência desempenha um papel, como meio ambiente, energia, saúde, segurança.
 
A humanidade precisava da ovelha Dolly?
Nós não queremos a reprodução humana por clonagem, mas podemos obter reais benefícios médicos e agrícolas a partir da biotecnologia moderna. Na ciência sempre há riscos quando fazemos algo pela primeira vez. Mas, obviamente, devemos aceitar alguns desses riscos. Do contrário não avançamos.
 
O sr. mantém a aposta de que um evento bioterrorista ou de bioerro fará 1 milhão de vítimas até 2020?
Eu tenho esperança de perder essa aposta. Mas o risco é real.
 
Os ambientalistas repetem que a Terra não terá recursos suficientes para manter uma população mundial de 8 bilhões de pessoas em 2050. O sr. concorda?
A "capacidade de carga" do mundo depende do nosso estilo de vida. Ela nunca será sustentável se 8 bilhões de pessoas viverem como os americanos. Mas podemos viver de forma civilizada, com base nas novas tecnologias. Certamente seria melhor se, após 2050, a população mundial começasse a diminuir em vez aumentar. Há uma preocupação especial com o crescimento rápido na África, onde será difícil escapar da "armadilha da pobreza" a menos que as taxas de fecundidade caiam para os níveis de outras partes do mundo.
 
O que o fim da Terra e da raça humana significará para o Universo?
Depende se a vida inteligente é algo raro ou comum. Se é uma exclusividade da Terra, nossa destruição seria uma catástrofe cósmica. Se ela está generalizada no Universo, seria uma catástrofe para a humanidade, mas uma trivialidade em perspectiva cósmica.
 
Nós devemos pensar em como manter a vida sem uma Terra para viver? Que opções teríamos?
Espero que algumas pessoas que vivem hoje possam caminhar em Marte. Mas acho que isso será alcançado por meio de um programa de alto risco e custo baixo (em vez do estilo atual da Nasa, mais voltado para a questões de segurança e, por isso, caro demais). As primeiras pessoas a irem a Marte poderão ter um bilhete só de ida e nunca mais voltar. Em qualquer lugar no espaço o ambiente é mais inclemente do que na Antártida ou nos picos dos Andes. Só os aventureiros vão querer ir.

Offline Adriano

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Re: Terra 2100
« Resposta #48 Online: 07 de Março de 2010, 09:48:54 »
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O que o fim da Terra e da raça humana significará para o Universo?
Depende se a vida inteligente é algo raro ou comum. Se é uma exclusividade da Terra, nossa destruição seria uma catástrofe cósmica. Se ela está generalizada no Universo, seria uma catástrofe para a humanidade, mas uma trivialidade em perspectiva cósmica.
Ou seria um grande espetáculo para o universo, parafraseando os anti-humanidade  :hihi:
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline _tiago

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Re: Terra 2100
« Resposta #49 Online: 07 de Março de 2010, 11:53:35 »
E essa parte, Adriano,
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Os seres humanos não são o ponto culminante da evolução, assim como não o era o primeiro peixe que rastejou para a terra seca.

 

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