As merdas que saem quando os machos dos críticos literários deixam a desejar...
Fantástico, digno de quote e nota

Questão de ordem: qual a formação acadêmica do cidadão, e onde ele se formou?


Mestrando em Comunicação Social pela UnB, graduado na habilitação de Jornalismo não sei por onde.
La pregunta?--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Eu acho que por análogo e antitético este tópico bem podia ser fundido ao tópico sobre o BBB. Ambos iniciados por textos críticos contra produtos de "arte/entretenimento/comunicação de massa" escritos por profissionais de comunicação não muito notórios e muito similares nas justificativas que fundamentam a crítica (e os ambos textos publicados originalmente no Observatório da Imprensa).
Mas a reação, quanta diferença: lá ninguém chamou o cara de maconheiro, ninguém solicitou o currículo do autor (
argumento de desautoridade?), ninguém disse que o sujeito era um comunistóide intelectualóide quase debilóide, ninguém disse que o pobre coitado era uma bicha enrustida com dor de cotovelo por ter sido dispensada pelo Bambam, ninguém exigiu provas estatísticas de que o BBB colabora para o emburrecimento de seu auditório... e o engraçado que os participantes de ambos os tópicos são em grande parte os mesmos.
É claro que todo mundo tem o direito de gostar da Turma da Mônica e não gostar do BBB (ou de não gostar de ambos, ou de gostar de ambos, ou de não gostar de um ou de outro ou dos dois mas acreditar que as críticas não procedem) mas esta reação violenta contra o autor do texto aqui em questão (e não é só aqui, dei uma jogada no Google e ví que a houve uma reação generalizada e muito aos moldes da que povoou o tópico)... sei não.
Acho que tem um caráter muito mais emocional tipo: "olha este filho-da-puta falando mal da minha mãe, vou encher de porrada" que neste caso se justificaria pelo fato de a Turma da Mônica ser fortemente vínculada à imagem da infância de todo mundo aquí e talvez por, como "chuta" o autor, ufanismo nacionalista.
Grosso modo, o autor critica as revistas pelos mesmos motivos que se costuma criticar tantas outras obras de "arte/entretenimento/comunicação de massa": o funk proibidão do Mc Smith e da Tati Quebra Barraco, os dramalhões da Globo, os
realities shows, o programa da Xuxa, o Programa da Hebe, o CQC , o Pânico. As razões apresentadas são parecidas com as que costumam ser apresentadas em críticas aos produtos anteriores: excesso de clichês, apresentação de atos de violência como algo bacana ou engraçado, padronização estética, pobreza da narrativa (argumento, diálogos, contiguidade) , construção de personagens a partir de estereótipos...
Acho que uma maneira mais bacana de detonar o texto e o seu autor seria demontrar que na verdade a principal personagem, mocinha e ídolo das HQs do Maurício não é uma entidade extremamente violenta e estérica. Demonstrar que as personagens do núcleo do Chico Bento não são traçadas a partir de um estereótipo pobre e demeritório do que é ser caipira. Demonstrar que a menina comilona Magali pode muito bem ser esbelta sem que isso (esquecendo qualquer impacto ideológico que o autor tenha sugerido) nem ao menos afete a coerência das estórias.
O outro método (que aliás, foi utilizado por alguns no tópico do BBB) seria alegar que isto "é apenas arte e diversão". Que a violência desproporcional, quase gratuita, da Mônica e e que a incoerência de uma menina comilôna ser magrela e que o
bullying do Cebolinha (sim, ele foi citado, não é preciso escrever o nome da pessoa em um texto para citá-la, eu mesmo estou citando claramente alguém cujo nome eu não escrevo aqui

) e do Cascão não podem ser objetos de crítica única e exclusivamente por serem obras de ficção e com intuito artístico/entretenedor. Mas neste caso teríamos que nos esquivar (ou rebater violentamente) de uma enormidade de críticas negativas, como aquela ao BBB no outro tópico.