Bem, vou contar uma estória...
O Nome De Jesus Tem Poder
Um rapaz de família cristã, que era ateu encubado. Isso quer dizer: ele não acreditava na existência de um ser supremo ou em qualquer outra entidade sobrenatural. Porém, nunca se declarou como tal para a sua família. Ele conservava esse seu entendimento em sigilo e participava normalmente das liturgias - como ir ao culto de domingo, por exemplo. Só que ele, eventualmente, fazia uso de drogas, e era só ali, entre seus colegas de vício, que confidenciava sua personalidade ateísta.
Certo dia, quando ele e dois dos seus colegas desciam à boca de fumo, para comprarem sua droga, foram abordados por policiais, dos cujos quais, um deles o reconheceu, dizendo: _ "Não! Pode deixar, eu conheço aquele garoto. Tranqüilo. É um rapaz de família. Até evangélico ele é". Liberando-os, por conseguinte. Isso sem revistá-los, o que podemos pensar não fazer muita diferença. Afinal, ainda não estavam de posse do flagrante. No entanto, talvez pudesse dissuadi-los. Mas, continuando... O garoto, engenhoso que era. Teve uma ideia repentina. Percebendo que, apesar de não conhecer o policial. Mesmo assim, este o conhecia de vista. E como o próprio havia comentado sobre ele ser evangélico, concluiu que só poderia conhecê-lo da Igreja, e que só por esse motivo não foram revistados. Foi então que, a partir desse dia, como combinado com os outros colegas, o garoto passou a descer à boca de fumo, sozinho e de posse da bíblia em mãos. Presumindo que, desse modo, nunca seria abordado por policiais. Como, de fato, não mais foi.
...
Com algumas idas e voltas, e a confirmação do sucesso de sua ideia, ele se sentia orgulhoso e, empolgado, brincava com os colegas, dizendo: "Se Jesus está comigo, nada tenho a temer". E ele repetia a brincadeira na boca de fumo, também. Só que, apesar de traficantes, os sujeitos que se encontravam na boca eram o que costumam chamar de “católicos não praticantes”. Eles eram de família católica e criam sim, em Jesus Cristo. A princípio, eles apenas ignoraram, deixavam escapar uma risada e outra... Levavam na brincadeira. Foi quando um deles replicou que “o cara estava brincando com coisa séria. Que não se brinca com Deus”. Os demais concordaram, falavam entre si:
_Aquele bicho é ateu, véi! É satanista!
_Meu irmão, tu vai vê quando ele vir aqui de novo, vou tirar a maior onda!
_ De rocha! De rocha! Vamos fazer aquele otário!
Eles consideravam blasfemar contra Jesus Cristo algo pior que matar ou roubar. Era digno de total repulsa, um completo absurdo. Afinal, era o Deus que seus pais adoravam e que tanto os recomendavam. Então, quando o garoto retornou, eles o espancaram até que desmaiasse. E, depois, desfecharam com um disparo de revolver, calibre 38, em sua face, matando-o.
Vai entender o ser humano...
Altair Pinheiro de Assis