A Bíblia diz que deus criou o bem e o mal. E novamente você está incorrendo no que o Contini diz sobre o que é bom, foi deus quem fez. O que é ruim, fomos nós. E cai de novo no paradigma de Epicuro.
Olá, veja se o que eu vou falar desse paradigma tem nexo.
Se deus é onisciente, então quando ele fez o universo ele já sabia que as condições que ele criou iria resultar na morte bárbara do filho da atriz, entre todos os outros eventos passados, presentes e futuros.
Mas se deus é onipotente ele poderia perfeitamente ter criado um mundo perfeito onde não haveria sofrimento, dor, mal, etc.
Então deus escolheu a opção de criar as mazelas e deixar o livre arbítrio, já sabendo de antemão e com precisão infinita todo o sofrimento e catátrofes que ia dar, e, em vez de criar um mundo perfeito, que ele tão facilmente poderia ter optado, resolveu criar o mal tb.
Se esse argumento tiver certo, realmente deus tomou uma decisão no mínimo sádica para o ponto de vista humano "comum".
Agora se pensarmos que um pai pode levar um filho tomar uma injeção, e o filho pode pensar que o pai é um sádico que optou por deixá-lo sofrer aquela dor. Mas do ponto de vista do pai, essa dor é um detalhe para a cura de um mal maior que o filho ainda não entende.
Analogamente, se deus é o todo poderoso, ele pode deixar que as pessoas sofram barbaridades por algum motivo mais nobre, que nós não entendemos, mas ele deus, sendo onipotente sabe.
Dessa forma, para nós ateus a hipótese de deus criando o mal revelaria um sadismo de deus, mas para os cristãos é o tal do "certo por linhas tortas". E o pior é que acho que os dois lados estão certos pelos seus respectivos motivos.
Escrevi isso pq acho difícil justificar, ou refutar, deus ou qualquer coisa sem que as pré-condições sejam acordadas, o que não parece ser o caso do debate entre ateus vs cristãos.