Autor Tópico: Inconsciente Coletivo  (Lida 9765 vezes)

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Offline Cientista

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #25 Online: 02 de Setembro de 2010, 01:43:23 »
A ciência é a mais complexa e ampla linguagem e a grande máquina internet está disseminando cada vez mais este conhecimento entre a coletividade. Assim o confronto entre o bem estar coletivo da religião se defronta com o bem estar de acessibilidade do conhecimento.

O cérebro humano, de maneira individual, já não tem mais a mesma importância devido ao grande cérebro virtual* da espécie formado pela rede, que contém todos os cérebros individuais acoplados nela.

*Inteligência coletiva é usado aqui como um modelo retórico e com embasamento teorico na filosofia da informação.
Adriano, lamentavelmente você percorre o caminho de quase todos os estudantes da triste atualidade: lê, ouve, segue e venera os Poppers Dennetts, Maturanas, Chalmers, etc. e pensa muito pouco por si mesmo. Isto é um mal terrível dos tempos modernos. Na verdade, um mal recrudescente do passado: o culto à autoridade incompetente. Já que você segue esta linha, permita-me sugerir-lhe que siga o Cientista.


É que tinhamos aqui um moderador, o Oceanos, estudioso dessa área, dizia que a robótica já não tentava mais reproduzir comportamentos humanos e sim agregar na busca de soluções necessárias para a melhoria da vida em sociedade.
Você já deveria ter entendido que não pode basear-se no que um único "especialista" afirma sem que você mesmo averigue a validade do que ele diz. Há "especialistas" em biologia, por exemplo, que são criacionistas (o joio ainda não foi separado do trigo na ciência). Se você é criacionista (penso que é pois demonstra ser) eu o respeito em sua crença, mas isto não é ciência.

Vou dar um conselho muito útil. Toda vez que alguém te disser alguma coisa desta forma: a robótica faz, procura ou deixa de procurar e fazer; a ciência busca, não busca, faz ou deixa de fazer, desconfie. A ciência ou as técnicas não podem falar pelos especialistas e cientistas. Os cientistas e especialistas é que falam por elas (os *especialistas* e *CIENTISTAS*).

Offline Cientista

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #26 Online: 02 de Setembro de 2010, 01:54:55 »
Observe como a Fabi insinua (logo após decretar terminantemente, "quase" dogmaticamente, que não somos robôs), ao afirmar que "as coisas não são tão simples", não que elas sejam complicadas demais para nossas possibilidades cognitivas, mas que "as coisas" que ela menciona fogem do alcance de *qualquer* possibilidade cognitiva. Não que simplesmente não sejamos robôs (é óbvio que somos robôs; somos robóticos; somos máquinas robóticas orgânicas). É que, segundo o que a Fabi dá a entender (é minha interpretação das suas palavras, Fabi -- caso eu esteja errado, me perdôe e me conteste, por favor), nenhum robô poderia ser nós. Afinal, somos humanos e isto é... divino; isto não pode ser reproduzido por uma "máquina"; "não somos máquinas" (o "próprio" Descartes não conseguiu encarar essa realidade -- por isso, quando eu disser que sou mecanicista, não refiro-me ao mecanicismo cartesiano que exclui o homem da regra). "As coisas não são tão simples", elas são "algo mais", são transcendentes, são mágicas (aliás, quais coisas exatamente?, nós?; uma ANN, por exemplo, não poderia atingir este mesmo status de "pouca simplicidade"?, por que?). "Aqui é onde a ciência estanca; aonde ela não pode alcançar". É a salvaguarda da ilusão contra a ciência (daí a filosofia permanecer tão útil para o pensador mágico... -- a filosofia "permite" ao homem livre arbítrio contra a ciência). Mas de onde tiram "bases" para essas afirmações? Da própria mente, da própria ilusão, é claro.
:hein:
É, você entendeu errado.  Não disse que não somos robôs, porque somos mágicos, mas porque estamos vivos. Você disse: "somos máquinas robóticas orgânicas". Na verdade somos mais que isso, somos seres vivos, temos um metabolismo celular. Esse é o grande abismo que separa o homem das "máquinas", estamos vivos.

Até certo ponto, temos uma programação (DNA), mas essa programação não é tão rígida, afinal reagimos com o meio externo. Por exemplo, podemos ter um gene para o câncer de mama, mas não significa que vamos desenvolver, vai depender de diversos fatores.

Fabi, se um robô não orgânico for programado e dotado de estrutura física para executar a tarefa (coisa perfeitamente viável por meio das atuais técnicas da robótica), ele torna-se um dispositivo auto-replicante. Será, nestas condições, mais comparável a uma única célula que a um metazoário. Mas esta é a definição de estrutura viva: capacidade de auto-replicação. Qualquer dano na estrutura física (e na sua programação) desse robô que o impossibilite de reproduzir-se poderá ser considerado não um defeito ou pane, mas morte. Será um robô apoptótico. O mais interessante é considerar a possibilidade de, em casos de códigos reprodutivos corrompidos desse robô, ele não necessariamente morrer, mas reproduzir-se de forma diferente e... Isso te sugere alguma coisa?

Leia bem o meu texto para o gilberto e você verá que eu abordei essa questão da "transcendência" da vida também. Não há nada metafísico, transcendente, "especial", mágico, nem na consciência humana NEM na vida. São só simples processos físicos.

Concentre-se, preste bem atenção e note como você diz "somos vivos" da mesma forma (e com o mesmo orgulho) como diz "somos conscientes". Para você, nem uma coisa nem outra pode ser reproduzida por "simples" máquinas. Mas... lamento te informar: máquinas é tudo o que somos.

Offline Fabi

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #27 Online: 02 de Setembro de 2010, 03:22:42 »
Vou ler amanhã, e aí respondo, agora to morrendo de sono. :bocejo:
Vou explicar melhor o conceito de vida, e ler mais sobre vida artificial (apesar de ser a coisa mais chata do mundo). E eu queria que você olhasse esse link sobre o metabolismo.
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

“Deus me dê a serenidadecapacidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença” (Desconhecido)

Offline gilberto

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #28 Online: 04 de Setembro de 2010, 17:31:38 »
mas existe alguma prova de que temos um comportamento que não possa ser reproduzido exatamente por meios artificiais, como um robô por exemplo.
:umm: Prova não tem, só umas cinco áreas diferentes estudando a mesma coisa (o cérebro), já dá pra ter uma idéia de como é uma coisa complexa.
Mas se reduzir o cérebro humano a um mero processador de dados, dá pra imitar o comportamento humano (de forma limitada).
É a minha opinião pessoal (e que eu estou tentando propor) que o avanço geral das contribuições dessas 5 e outras áreas para o estudo da cognição já são suficiente para se propor modelos de explicação da mente humana como um todo.
Claro que esse como "um todo" é no sentido de uma descrição dos princípios e principais mecanismos, como anolagamente Darwing propôs na sua teoria. Alguns detalhes e explicações de casos específicos aindam precisam ser melhor estudados, mas veja que Darwing nem tinha idéia de existisse um mecanismo genético de mutação.
Ou seja, eu acho que temos mais subsídios científicos para explicar a mente humana atualmente do que Darwing tinha para explicar a variação das espécies.
Eu acho que há um ar de mistificação na idéia de que a mente humana é um fenômeno ou sistema tão mais complexo que os demais sistemas naturais que a tornaria tão mais difícil compreendê-la. E isso para mim é um pouco culpa de que durante muito tempo os textos sobre a mente humana foram mais explorados por filósofos que são bons em análises gerais, mas em modelamento não sabem bulhufas, mas fica só entre nós hein ... :)

Mas é claro que eu to falando tudo isso só por mim, por enquanto, hehe

Um abraço procê.

Offline gilberto

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #29 Online: 04 de Setembro de 2010, 19:49:58 »
É cientista, vc realmente gosta desse assunto (eu tb), escreveu um textão. A minha opinião é similar a sua no geral. E do ponto de vista da comunidade científica atual, o modelo conexionista neural e a teoria computacional da mente já dominam, e um dos front-ends da pesquisa é experimental, e bem feita.
Portanto pode ter certeza que esse misticismo filosófico já tá superado pela ciência cognitiva main-stream. Mas a divulgação científica nessa área vende mais se tiver que introduzir as polêmicas filosóficas, que de um modo geral já estão bem superadas.

Eu na verdade estou voltando a trabalhar com pesquisa. Era para eu começar o doutorado (eu sou mestre e saí no quarto ano do meu antigo doutorado em física dos materiais), mas resolvi adiar para o ano que vem. Portanto oficialmente eu não estou entre os especialistas top, nem mesmo entre os estabelecidos no assunto. Mas eu confio no trabalho que estou desenvolvendo, e estou investindo nele.
Esse ano eu tive apresentando prévias em dois congressos de ciências cognitivas (só estive em congressos no Brasil anteriormente, que são bem limitados infelizmente, e para evitar injustiças não vou falar mais nada pior deles, hehe):

http://www.consciousness.arizona.edu/Tucson2010EnterConferenceSite.htm
Essa é uma conferência "alternativa", onde são aceitos alguns trabalhos "alternativos", mas também tinha muita coisa séria, como o trabalho de Antonio Damasio (o cara é bom). Tive que ir nesse para ver em que pé estão as coisas e também pq como estou entrando nessa área oficialmente esse ano

http://cognitivesciencesociety.org/conference2010/index.html
Essa é uma das importantes conferências da área. Que nesse ano está dominada pela turma da psicologia cognitiva, que tem muita coisa boa, mas o objetivo maior era a aplicação e bem pouco sobre os fundamentos ou modelos gerais.

Há outros congressos importantes, que vão para a área da neurologia e outros para a área computacional. Sem falar nos congressos de cada área em particular.

E do que eu acompanho desde 2000 e do que vi nesses congressos, fique mais tranquilo que os "místicos" nessa área estão sendo superados. Para as teses mais alternativas possam sobreviver elas vão ter que mostrar resultados, avanços, que cá entre nós, não dá para esperar muita coisa concreta da idéia de qualia por exemplo. Mas é claro, que quem quiser é livre para tentar fazer idéias como essa terem alguma utilidade, se conseguir, parabéns.

O que eu vejo como um limite, mesmo da ciência cognitiva "boa", é que por exemplo, na área computacional a maioria do pessoal meio que desistiu de fazer modelos cognitivos gerais, pois acham que com o inevitável avanço da Inteligência Artificial a explicação da cognição se dará expliciamente com a singularidade da IA (redes neurais incluso), que seria quando os sistemas computacionais se tornassem tão ou mais capazes cognitivamente que o homem e reproduzisse o comportamento humano. Na área da neurobiologia o avanço também é inevitável, e até alguns modelos são propostos, mas que pela impossibilidade de se fazer experiências em cérebros humanos vivos que o danifiquem, o pessoal dessa área também vai demorar um pouco até que técnicas mais precisas de observação dos eventos neurais estejam disponíveis. Mas como eu citei, o Damásio é um neurologista que faz experimentos e também propõe modelos explicativos.

Para mim, que estou na área da AI, acho que a AI pode contribuir mais em modelos gerais embasados nos processos físicos e biologicos é claro. Veja uma tentativa interessante que eu achei, que é parecido com o trabalho que eu estou escrevendo, só que o russo não elaborou mais a sua idéia, e morreu na praia no meu ver (ele morreu mesmo em 2007):
http://www.pnas.org/content/89/13/5774.full.pdf

Daqui a pouco eu comento as suas perguntas específicas do seu último post, sobre vidros de spin, etc.

Offline Enio

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #30 Online: 04 de Setembro de 2010, 20:02:27 »
Este assunto costuma me interessar. Para mim, existe um inconsciente coletivo. Só que isso não estaria relacionado a uma consciência externa, comandando todas que estão incluidas nesta. Este inconsciente seria o somatório de uma grande parcela da população que teria uma mentalidade em comum, o que permitiria a manutenção de todo um sistema social.

Pessoas que tem mentalidade diferente de um meio social geralmente estão fora deste inconsciente coletivo, acabando então, por falta de sintonia mental, ficando no isolamento (mas isso é só uma tendência). E isso é natural. Se você não tem afinidade por um meio social, você acaba ficando de fora, isso é normal. É como que uma regra da natureza. Muitos se revoltam com isso, mas trata-se de uma questão de tendências.

As propagandas e a mídia costumam explorar toda essa mantalidade que há em comum com a maior parte de uma população, conseguindo com isso explorar esta população. No meu caso, como me vejo como uma excessão, como eu mesmo não me sinto parte de toda uma mentalidade em comum entre as pessoas, desde o âmbito filosófico até afetivo, então dificilmente seria manipulado seja por propaganda ou modismo, ou melhor, por toda essa hipnose que nos manipula de forma incosnciente. Mas por essa tendência natural, que me protege disso, de certa forma, também me prejudica quando se trata de conseguir manter relações sociais, e com isso acabo tendendo ao isolamento.

Ao mesmo tempo que tenho certa proteção contra toda um a hipnose (de fato eu tenho horror pela idéia de ter alguém controlando a minha mente, e essa idéia de deixa irritado), esta proteção natural me leva ao isolamento, o que vai dificultar também a minha sobrevivência numa sociedade que praticamente não tem nada a ver comigo.

Esse inconsciente coletivo não seria nada mais do que a afinidade mental entre indivíduos que formam uma célula social. E, como disse, estou fora desta célula, só pelo fato de já não me sentir parte dela. Será que tenho alguma importância nisso? Será que o fato de existirem pessoas fora desta célula seja para que este célula não caia no condicionamento, para que ela mude, progrida?

Bem, uma coisa eu digo, tanto o fato de não estar bem encaixado nesta célula social quanto problemas afetivos e meus próprios conceitos acabaram me levando à individualização, e agora estou aperfeiçoando uma filosofia própria. Não perco o meu tempo com filosofias teístas ou ateístas, pois para mim elas geram desequilíbrio e estão dentro de todo um padrão mundano. A construção desta minha filosofia individualizada poderia causar alterações nesta célula social. Neste caso estaria sendo um destes que vêem ao mundo para mudá-lo. Na verdade estaria tentando fazer uma correlação entre a matéria física e a suposta espiritualidade (não a das religiões, mas a da baseada em evidências que indiquem tanto a existência de dimensões paraleas à nossa quanto à sobrevivência da alma, ainda que a comunidade científica não as considere).

Eu não me limito à ciência, não me limito às religiões. Não tenho limites quando se trata disso. A verdade está além da nossa vã filosofia. Não existe filosofia perfeita. As filosofias são só uma tentativa de fazer o ser humano se aproximar da realidade que estará sempre além de seu escopo de entendimento. As religiões são só uma tentativa de fazer o homem entender tanto o seu ser quanto uma realidade extrafísica evidenciada por muitos, mas a verdade absoluta não está nelas.

Eu me recuso a me limitar às filosofias mundanas porque elas me são limitadas e não são suficientes para minhas indagações. Tenho minha filosofia, que é-me muito mais suficiente do que tanto o ateísmo quanto até o próprio espiritismo do qual tenho afinidade. Pois ambos não me são insuficientes às minhas inquietações, e para mim geram desequilíbrio. Poderia talvez me considerar um espírita deísta (mas este deus seria um mecanismo natural inconsciente, primário e não autoritário, como a própria natureza e o espírito não seria consciência, mas teria isso como consequência de um mecanismo astral inconsciente). Chamo esta filosofia de Naturalismo Extrafísico. Ah, e é monista, não dualista.

A minha filosofia também me impede de ser controlado por conta das filosofias mundanas. De certa forma as elites acabam nos controlando de forma inconsciente. Um fato disso é através das religiões. Mas como minha filosofia não é tipicamente teísta (a espiritualidade como sendo consciência e deus como consciência autoritária), então não há líder religioso que possa me manipular. Assim como no outro extremo, o típico materialismo. Pois com relação à filosofia já tenho minha individualidade. Não poderia mais ser controlado por desculpas filosóficas.

Uma forma de se livrar deste inconsciente que te manipula é você ter sua própria filosofia e sua própria forma de ver as coisas, ter sua individualidade. Pois assim você se tornará mais racional, e não poderá ser controlado por certas hipnoses inconscientes, como a propaganda e desculpas religiosas. Você estará acima desta coletividade. Entenderá mais o mundo do que toda uma população que se conforma com suas tradições e filosofias.

Offline Enio

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #31 Online: 04 de Setembro de 2010, 20:30:11 »
Tenho mais a dizer. Se eu me limitar a uma filosofia mundana, à forma mundana de ver as coisas, acabarei no conformismo e não serei capaz de ter uma verdadeira visão de realidade própria. Tenho horror ao conformismo, por isso decidi não ter limites (no campo teórico). E então não terei amadurecido muito, além de ficar menos resistente a todo um controle inconsciente, o que prejudicaria minha individualidade e inteligência.

Quem sabe inovar é mais inteligente do que aquele que apenas se conforma com o que já se sabe. Uma inovação filosófica pode nos permitir, dependendo da filosofia, ter mais uma visão da realidade, e que dependendo desta poderia ser superior às outras. Não estou dizendo que a minha filosofia é a melhor, mas digo que as outras não me satisfazem. Mesmo que a minha filosofia tenha lacunas e precise ser melhorada, ainda prefiro mais a minha, que me permitiu estar num equilíbrio maior do que eu estava antes, tanto afetivo quanto racional.

Offline gilberto

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #32 Online: 04 de Setembro de 2010, 22:16:33 »
Obrigado por se dispor e desculpe-me a demora na resposta (além do tempo exíguo, tive problemas com minha conexão neste último final de semana, quando eu pretendia mas não consegui responder -- *o texto não é curto* mas já o deixei pronto no bloco de notas e, agora, transfiro-o rapidamente).

Entendo perfeitamente e, claro, respeito sua reserva pois sou defensor dos direitos de propriedade intelectual, além dos outros detalhes mais que você mencionou. Não tive intenção de sugerir que você expusesse antecipadamente algo que pretente publicar oficialmente na hora certa e em algum veículo adequado (não obstante, peço que não esqueça sua promessa de, após fazê-lo, expor aqui). Apenas solicitei que se houvesse alguma coisa que você sentisse que poderia revelar, sem precipitação ou prejuízo, revelasse. Sua oferta do seu ponto de vista sobre especificidades da área me pareceu bastante razoável e, até, mais acertada em relação ao meu pedido de "troca de idéias" em que tenho mais mesmo é idéias, sendo eu um "conhecedor" (interessado) *muito superficial* do tema.
O problema nem é tanto de propriedade ou autoria, pois já registrei o esboço das minhas idéias nos congressos que te falei, e to registrando em préprints, etc. Mas é que a formalização eu estou fazendo agora, e acho que cheguei no resultado que está pronto para publicação, mas ainda to escrevendo.

Os primórdios da minha idéia está no texto que escrevi com um brainstorm no link abaixo (tá cheio de erro de ortografia e gramática, não revisei):
http://arxiv.org/ftp/arxiv/papers/0907/0907.4509.pdf

O que eu fiz de lá para cá foi melhorar, resumir e formalizar em linguagem física essas idéias (claro q tá muito melhor agora). Só não vou te falar da parte da formalização concreta dessas idéias a que cheguei agora pq eu vou ter que ser rigoroso formalmente, o que ainda estou escrevendo e re-conferindo. Se vc tiver interesse vou apresentar um poster a versão mais atual no

First Brazilian Meeting on Brain and Cognition (BMBC) - UFABC - September 13th and 14th, 2010 - Santo André - Brazil
http://ncsc.ufabc.edu.br/BMBC/

Só que essa é a primeira edição desse congresso, e só tem gente da UFABC, conheço alguns, e só vi eu de fora ... mas tá valendo.





Mas o que importa para mim, por ora, é que sistemas físicos artificiais que emulem a mente humana com integralidade podem ser, para a suposta e propalada transcendência da mente humana, como as balanças de Lavoisier foram para o flogístico.
Como eu disse para a Fabi, acho que temos mais background científico para explicar a mente humana do que Lavoisier ou Darwing tiveram para explicar os problemas que eles pesquisavam. Por isso to apostando alto nisso ...






O cérebro humano é MUITO especial, é etéreo. Somos etéreos. Não podemos ser equiparados às coisas reais, de modo algum. Este mesmo tipo de pensamento também aplica-se à própria vida que não pode ser uma simples soma de partes (um simples maquinismo), segundo os pensadores mágicos. Por isso alerto que a simples menção do termo abiogênese, já é um absurdo. Mas não é disso que estamos tratando agora...
Esse é um dos argumentos do Dennett para detonar os colegas filósofos que gostam de propor idéias mirabolantes ... para isso o Dennett é ótimo, pois ele diz na cara que os caras estão viajando ...
Ou seja, como filósofo o Dennett é perfeito na minha opinião, ele só não propõe modelos, ele também está esperando pela tal da singularidade (que a rigor, ninguém pode ter certeza que vai chegar). Nós da AI, ou o pessoal da Neuro é que tem que propor modelos, e só se propondo modelos concretos é que podemos testá-los ...





Por favor, discorra, ainda que de modo breve e resumido, um pouco sobre a 'via ou modelo conexionista' de redes neurais. Eu gostaria de uma síntese que fosse, se possível, minimamente esclarecedora. Não li mais do que alguns artigos sucintos a respeito, um dos quais falava sobre a analogia entre ANN e certos modelos físicos estatísticos (vidros-de-spin), mas eu apreciaria se você pudesse oferecer uma definição mais concisa do que seja um 'modelo conexionista'.
Uma descrição razoável mínima está no link abaixo, e a da wikipedia tb é boa.
http://www.lsi.usp.br/~rponeves/work/cognition/

Mas o modelo conexionista é simplesmente a descrição dos processos cognitivos como sendo a atividade dos neurônios em uma rede, onde cada neuronio está conectato a vários outros formando sinapses. O sistema nervoso é todo o grande sistema de neuronios interconectados. Cada neuronio pode receber estímulos elétricos de suas conexões e enviar estímulos para outros neurônios em determinadas condições (geralemente, soma de estímulos recebidos). A propagação desses estímulos e sua dinâmica são responsáveis pelo comportamento de estímulos e resposta dos sistemas nervosos em interação com o ambiente e em relação à própria dinâmica neuronal em si.

O bom é que esse é um modelo totalmente embasado na estrutura biológica, pois foram e são feitos experimentos com neurônios vivos que corroboram os parâmetros do modelo. Esse modelo reproduz várias características de sistemas neurais biológicos como a capacidade de aprendizado, generalização, e resistência até um certo nível de degeneração neural.

E é claro, é um modelo fácil de se implantar em algorítmos de computador e em tratamento matemático, logo a sua pesquisa teórica é intensa na área chamada de redes neurais. O outro grande ramo da ciência cognitiva computacional é a Inteligência Artificial que deriva da computação clássica, onde se postulava que a cognição poderia ser explicada por programas de computadores. A limitação da computação clássica no que concerne a performance, e também a dificil e limitada aplicação desta para interações mais complexas com o ser humano trouxeram dúvidas quanto a sua capacidade de explicação da cognição. Mas agora vou falar a minha opinião sobre essas limitações:
- Primeiro que a computação clássica não tratava diretamente do problema do aprendizado, como está procurando (é difícil) tratar agora.
- Segundo é que realmente há uma dúvida de que a cognição necessita de processamento em paralelo, como nos neuronios biológicos (os artificiais apenas emulam o paralelismo). A dúvida é em relação a performance em si, pois não sabemos se uma arquitetura de computação em série como é a atual, é capaz de emular em tempo aceitável processos paralelos que possam ser exponencialmente custosos.

Mas o meu otimismo é que a pesquisa em aprendizado está a todo vapor, e repetindo, acho que já dá para propor soluções mais gerais e ousadas.

O senso comum de quem utiliza os computadores, e mesmo de quem lê a divulgação científica padrão não percebe isso (no meu ponto de vista), porque a computação atual é voltada para a performance de processamento comercial, e agora para a intercomunicação (internet). O meu palpite (quase certeza) é que quando a tecnologia de aprendizado artificial estiver interagindo com o ser humano vai haver uma surpresa geral.

Já o negócio do vidro de spin é que os neurônios apresentam apenas dois estados o de ativo, ou inativo, ou analogamente de spin -1 o 1, e as sinapses são análogas as interações dos spins. Como a física já tem toda uma área com vários resultados importantes nessa área, há quem procura aplicar a mecânica estatística para redes neurais. Em sistemas físicos há fenômenos de transição de fase, etc que são importantes. Agora para a cognição, eu não sei exatamente quais os resultados úteis, mas não são importantes, pq se não eu já tinha lido nesses 10 anos que acompanho. É apenas uma tentativa de contribuição interdisciplinar, que se ajudar, beleza. Mas a física não tem áreas que estudam o aprendizado por exemplo, cabendo a ciência cognitiva resolver os seus problemas ela mesma, na minha opinião.




Descupe-me, mas o que você escreveu deu-me a impressão de uma certa ambiguidade:

"Digo isso pq para mim os processos cognitivos humanos não estão descritos corretamente por meio de mecanismos físicos. Bom, eu trabalho nisso e tenho certeza que já estamos chegando lá (na verdade eu to propondo uma solução completa em meu trabalho, qdo eu publicar até o final do ano eu posto nesse fórum)."

Se não estão corretamente descritos, como você tem certeza de que já estamos "chegando lá"? O que exatamente você quis dizer com "estamos chegando lá"? Será que falta pouco para minha expectativa se realizar? Se for a solução que você proporá em seu trabalho, aguardo ansiosamente até a sua apresentação. E, desde já, o congratulo.
OK, não estão corretamente descritos fisicamente, pois é raro alguém propor uma descrição física de conceitos como consciência por exemplo (quando eu falo em descrição é realmente propor um modelo formal, não somente fazer conjecturas e especulações). E até agora não há um modelo explicatório dominante.
Eu acho que já estamos chegando lá porque a maioria (senão todos) as características cognitivas estão sendo estudadas e replicadas em separado. Exemplos: reconhecimento visual, aprendizado, atenção, etc. E todo a base científica atual tá dando conta da tarefa, com muito trabalho, mas para mim tá. E eu acho que ainda não é necessário procurar por soluções heterodoxas como cognição quântica, seja lá o que isso signifique.

Há sim todas as áreas da ciência cognitiva estão chegando a resultados compatíveis. Desde a neurologia, computação, psicologia, etc, todos os modelos desevolvidos estão mostrando uma descrição compatível. O que demonstra a solidez da área de ciências cognitivas.

É mais ou menos por aí, e se vc for ler, demora pra vc se sentir seguro na área pois diferentemente da física, química etc, não há um modelo geral. É nisso que eu acho que posso contribuir, além da parte de aplicação é claro.
« Última modificação: 04 de Setembro de 2010, 22:27:15 por gilberto »

Offline Fabi

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #33 Online: 29 de Setembro de 2010, 21:12:12 »
Este assunto costuma me interessar. Para mim, existe um inconsciente coletivo. Só que isso não estaria relacionado a uma consciência externa, comandando todas que estão incluidas nesta. Este inconsciente seria o somatório de uma grande parcela da população que teria uma mentalidade em comum, o que permitiria a manutenção de todo um sistema social.
Não só o sistema social, e essa mentalidade em comum não seria de uma grande parcela da população, mas sim de todos os humanos.
Pessoas que tem mentalidade diferente de um meio social geralmente estão fora deste inconsciente coletivo, acabando então, por falta de sintonia mental, ficando no isolamento (mas isso é só uma tendência). E isso é natural. Se você não tem afinidade por um meio social, você acaba ficando de fora, isso é normal.

Errado. Pessoas que estão em isolamento social, na verdade estão em conflito.
É como que uma regra da natureza. Muitos se revoltam com isso, mas trata-se de uma questão de tendências.

As propagandas e a mídia costumam explorar toda essa mantalidade que há em comum com a maior parte de uma população, conseguindo com isso explorar esta população. No meu caso, como me vejo como uma excessão, como eu mesmo não me sinto parte de toda uma mentalidade em comum entre as pessoas, desde o âmbito filosófico até afetivo, então dificilmente seria manipulado seja por propaganda ou modismo, ou melhor, por toda essa hipnose que nos manipula de forma incosnciente.
Como você pode ser excessão se você também é humano e tem uma natureza humana?

Mas por essa tendência natural, que me protege disso, de certa forma, também me prejudica quando se trata de conseguir manter relações sociais, e com isso acabo tendendo ao isolamento.
De novo. Conflito entre a sua consciência e o inconsciente coletivo.
Ao mesmo tempo que tenho certa proteção contra toda um a hipnose (de fato eu tenho horror pela idéia de ter alguém controlando a minha mente, e essa idéia de deixa irritado), esta proteção natural me leva ao isolamento, o que vai dificultar também a minha sobrevivência numa sociedade que praticamente não tem nada a ver comigo.
Controlando?  :hein:
E não tem nada a ver com você por que? Somos todos humanos, estamos no mesmo planeta, queremos praticamente a mesma coisa.
Esse inconsciente coletivo não seria nada mais do que a afinidade mental entre indivíduos que formam uma célula social. E, como disse, estou fora desta célula, só pelo fato de já não me sentir parte dela.
Inconsciente coletivo não é só isso, ele serve para a manutenção da natureza.

Será que tenho alguma importância nisso? Será que o fato de existirem pessoas fora desta célula seja para que este célula não caia no condicionamento, para que ela mude, progrida?
Inconsciente coletivo não serve pra condicionar as pessoas. Ele serve para nos manter na linha, pra evitar justamente isso. Alguém que se acha acima da humanidade, e começa achar que pode tudo, que tudo é para um bem maior, aí aparece as atrocidades. A verdade é que não sabemos que mal serve para o bem, e que bem serve para o mal, e achar que sabe isso é o maior erro que existe.

Bem, uma coisa eu digo, tanto o fato de não estar bem encaixado nesta célula social quanto problemas afetivos e meus próprios conceitos acabaram me levando à individualização, e agora estou aperfeiçoando uma filosofia própria.
E dessa vez é a filosofia certa, certo?  ::)
Não perco o meu tempo com filosofias teístas ou ateístas, pois para mim elas geram desequilíbrio e estão dentro de todo um padrão mundano.
Por que você sabe tudo, e a sua filosofia não causaria esse desequilibrio? ::)
Esse discurso é mais velho que Jesus Cristo.

A construção desta minha filosofia individualizada poderia causar alterações nesta célula social. Neste caso estaria sendo um destes que vêem ao mundo para mudá-lo.
Igual Jesus?  :hein:
Na verdade estaria tentando fazer uma correlação entre a matéria física e a suposta espiritualidade (não a das religiões, mas a da baseada em evidências que indiquem tanto a existência de dimensões paraleas à nossa quanto à sobrevivência da alma, ainda que a comunidade científica não as considere).
Igual Jesus.
Eu não me limito à ciência, não me limito às religiões. Não tenho limites quando se trata disso.
Você está acima de todos né?
A verdade está além da nossa vã filosofia. Não existe filosofia perfeita. As filosofias são só uma tentativa de fazer o ser humano se aproximar da realidade que estará sempre além de seu escopo de entendimento. As religiões são só uma tentativa de fazer o homem entender tanto o seu ser quanto uma realidade extrafísica evidenciada por muitos, mas a verdade absoluta não está nelas.
Essa é a idéia.
Eu me recuso a me limitar às filosofias mundanas porque elas me são limitadas e não são suficientes para minhas indagações. Tenho minha filosofia, que é-me muito mais suficiente do que tanto o ateísmo quanto até o próprio espiritismo do qual tenho afinidade. Pois ambos não me são insuficientes às minhas inquietações, e para mim geram desequilíbrio.
:? Você é o dono da verdade absoluta? É isso que entendi? Só você está certo, e o resto da humanidade está errado?
Poderia talvez me considerar um espírita deísta (mas este deus seria um mecanismo natural inconsciente, primário e não autoritário, como a própria natureza e o espírito não seria consciência, mas teria isso como consequência de um mecanismo astral inconsciente). Chamo esta filosofia de Naturalismo Extrafísico. Ah, e é monista, não dualista.

A minha filosofia também me impede de ser controlado por conta das filosofias mundanas. De certa forma as elites acabam nos controlando de forma inconsciente. Um fato disso é através das religiões. Mas como minha filosofia não é tipicamente teísta (a espiritualidade como sendo consciência e deus como consciência autoritária), então não há líder religioso que possa me manipular. Assim como no outro extremo, o típico materialismo. Pois com relação à filosofia já tenho minha individualidade. Não poderia mais ser controlado por desculpas filosóficas.
Então, agora você é o líder?  :?

Uma forma de se livrar deste inconsciente que te manipula é você ter sua própria filosofia e sua própria forma de ver as coisas, ter sua individualidade.
E o seu próprio planeta. Nesse seu mundo, onde é cada um por si, não tem espaço para outro ser vivo.
Pois assim você se tornará mais racional, e não poderá ser controlado por certas hipnoses inconscientes, como a propaganda e desculpas religiosas. Você estará acima desta coletividade. Entenderá mais o mundo do que toda uma população que se conforma com suas tradições e filosofias.
Não podemos ficar acima, mas abaixo dela podemos ficar.  :D
Sério, quantas vezes eu ouvi o mesmo discurso?  :sleepy:
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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #34 Online: 29 de Setembro de 2010, 21:23:22 »
É a minha opinião pessoal (e que eu estou tentando propor) que o avanço geral das contribuições dessas 5 e outras áreas para o estudo da cognição já são suficiente para se propor modelos de explicação da mente humana como um todo.
Não da mente humana, mas para uma mente inteligente é suficiente.
Claro que esse como "um todo" é no sentido de uma descrição dos princípios e principais mecanismos, como anolagamente Darwing propôs na sua teoria. Alguns detalhes e explicações de casos específicos aindam precisam ser melhor estudados, mas veja que Darwing nem tinha idéia de existisse um mecanismo genético de mutação.
O todo é suficiente pra fazer uma mente inteligente. Sério mesmo que vão fazer isso? Jogar detalhes que a gente desconhece (e não sabe pra que serve) fora, e colocar o resto num robo? é isso mesmo?
Depois que o sistema desaba. "Ahhh então é para isso que servia, que pena que eu não sabia disso antes."

Ou seja, eu acho que temos mais subsídios científicos para explicar a mente humana atualmente do que Darwing tinha para explicar a variação das espécies.
Eu acho que há um ar de mistificação na idéia de que a mente humana é um fenômeno ou sistema tão mais complexo que os demais sistemas naturais que a tornaria tão mais difícil compreendê-la.

Nós temos a explicação de um mecanismo para uma mente inteligente, mas não humana. O cérebro humano ainda não é compreendido totalmente, tem detalhes que nem sabemos pra que serve. E vamos esquecer isso, e por todo o resto num robo?
E isso para mim é um pouco culpa de que durante muito tempo os textos sobre a mente humana foram mais explorados por filósofos que são bons em análises gerais, mas em modelamento não sabem bulhufas, mas fica só entre nós hein ... :)

Mas é claro que eu to falando tudo isso só por mim, por enquanto, hehe

Um abraço procê.
Ou talvez porque ainda seja complexa demais para fazer um modelamento.
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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #35 Online: 29 de Setembro de 2010, 21:57:05 »
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Há uma arraigada tendência doentia e perniciosa de caráter nitidamente comunista na espécie humana. Cada um deseja subtrair dos outros tudo o que for possível e por qualquer meio imaginável.

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #36 Online: 29 de Setembro de 2010, 22:16:32 »
É cientista, vc realmente gosta desse assunto (eu tb), escreveu um textão. A minha opinião é similar a sua no geral. E do ponto de vista da comunidade científica atual, o modelo conexionista neural e a teoria computacional da mente já dominam, e um dos front-ends da pesquisa é experimental, e bem feita.
Portanto pode ter certeza que esse misticismo filosófico já tá superado pela ciência cognitiva main-stream. Mas a divulgação científica nessa área vende mais se tiver que introduzir as polêmicas filosóficas, que de um modo geral já estão bem superadas.
Então é isso mesmo?  :sleepy: Jogam os detalhes fora pra depois ver pra que servia.
O que eu vejo como um limite, mesmo da ciência cognitiva "boa", é que por exemplo, na área computacional a maioria do pessoal meio que desistiu de fazer modelos cognitivos gerais, pois acham que com o inevitável avanço da Inteligência Artificial a explicação da cognição se dará expliciamente com a singularidade da IA (redes neurais incluso), que seria quando os sistemas computacionais se tornassem tão ou mais capazes cognitivamente que o homem e reproduzisse o comportamento humano. Na área da neurobiologia o avanço também é inevitável, e até alguns modelos são propostos, mas que pela impossibilidade de se fazer experiências em cérebros humanos vivos que o danifiquem, o pessoal dessa área também vai demorar um pouco até que técnicas mais precisas de observação dos eventos neurais estejam disponíveis. Mas como eu citei, o Damásio é um neurologista que faz experimentos e também propõe modelos explicativos.

Para mim, que estou na área da AI, acho que a AI pode contribuir mais em modelos gerais embasados nos processos físicos e biologicos é claro.
:umm: Sem querer ser alarmista... mas já sendo...
Vamos ser dominados pelos robos!
:chorao:

O modelo cognitivo explica perfeitamente como funciona uma mente inteligente, não a nossa complexa mente humana. Antes achavam que um bebê tinha uma mente vazia, agora descobriram que não era bem assim.

E aliás, temos uma natureza humana, que interage com o resto da natureza e evita que sejamos limitados e ilimitados também. Vão conseguir colocar isso num robo? Quero só ver, isso quase nem funciona com nós humanos, imagine um mecanismo assim criado por nós e colocado num robô.  :sleepy:

Vão criar uma nave espacial e outro planeta habitavel antes de fazer isso, certo? :|
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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #37 Online: 01 de Outubro de 2010, 00:53:37 »
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Errado. Pessoas que estão em isolamento social, na verdade estão em conflito.
E se eu te disser que este sistema social em que vivemos está decadente e que precisa ser melhorado? De fato eu tenho conflito com o meio social, mas isso não significa que este meio social esteja absolutamente certo, e eu errado.

Citar
Como você pode ser excessão se você também é humano e tem uma natureza humana?
Eu não estou me referindo como ser humano, mas sim com relação a um grupo social, às características culturais de um grupo das quais definitivamente não me encaixo.

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E não tem nada a ver com você por que? Somos todos humanos, estamos no mesmo planeta, queremos praticamente a mesma coisa.
Errada, nem todos querem a mesma coisa. Somos indivíduos. Podemos ter semelhanças comportamentais, mas cada um tem seu objetivo. É estranho como de vez em quando surgem certas figuras que querem mudar o planeta, por achá-lo decadente.

Citar
Inconsciente coletivo não é só isso, ele serve para a manutenção da natureza.
Sim, é esta a função, mas existem aqueles que sabem usá-lo para manipular populações inteiras, para se manterem no poder. E cabe cada um se conscientizar e perceber isso, e então todos nós passaremos a ter mais autonomia sobre nós mesmos. Defendo que cada um desenvolva sua filosofia, ao invés de nos condicionarmos com uma já existente. Pois este desenvolvimento ajuda no despertar de consciência.

Citar
Por que você sabe tudo, e a sua filosofia não causaria esse desequilibrio?
Eu não sei de tudo, e acho que minha filosofia poderia ajudar as pessoas a tomarem mais consciência das coisas. Posso ter intuição, insight e inspiração, mas não sou deus para ser a verdade, como Jesus afirmou.

Citar
Igual a Jesus
Porque tem que ser igual a Jesus? Sim, eu sou um destes insatisfeitos com o mundo e com o padrão da sociedade e que tem como intenção mudar tudo isso por meio da reflexão, do pensamento, e não por rebelião, por exemplo. Sempre surgirão aqueles que virão para mudarem a decadência das socidades, aqueles que, desde sua infância, já carregam consigo esta tendência.

A nossa sociedade, a nossa célula social não é perfeita e precisa de alguém que a melhore, principalmente por meio da reflexão, da conscientização. Isso não significa que serei Jesus. Quem sabe ainda seja como Gandhi (apesar de eu mesmo duvidar disso)? Condeno o capitalismo e o aspecto competitivo de nossa sociedade, pois é isso que está estragando a natureza, além de causar sofrimento e exploração. Sou a favor da idéia de um projeto chamado Projeto Vênus, em que haveria uma radical mudança no sistema, sem militares, líderes religiosos, banqueiros e políticos.

Mais uma coisa, não estou acima das pessoas. Quer dizer, posso estar sim acima de muitos ignorantes, mas não de todos. Não tenho como objetivo estar acima das pessoas, mas mostrar que as coisas podem ser mudadas. Se sei mais coisas que muitos, então é porque sou mais intelectualizado mesmo além de ter minhas próprias noções, ao invés de gostar de ver porcarias como Big Brother ou outras coisas que nos deixam alienados. Prefiro investir na reflexão do que, por exemplo, perder meu tempo com moda.


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A verdade está além da nossa vã filosofia. Não existe filosofia perfeita. As filosofias são só uma tentativa de fazer o ser humano se aproximar da realidade que estará sempre além de seu escopo de entendimento. As religiões são só uma tentativa de fazer o homem entender tanto o seu ser quanto uma realidade extrafísica evidenciada por muitos, mas a verdade absoluta não está nelas.
Com esta afirmação, não teria como eu ser o dono da verdade. De fato, esta afirmação me é muito útil para evitar em cair na arrogância. Pois pretendo tentar ser humilde quanto possível. Pois o orgulho pode nos fazer cair no engano. Mas não a indagação.

Com relação à minha filosofia, já aviso que ela tem brechas (pois não é perfeita e precisa ser melhorada, assim como as teorias científicas), mas ao menos é um esforço meu de tentar sair de toda uma ignorância, seja materialista ou mística. De tentar compreender uma realidade que o contexto social não percebe. Mas isso não significa querer estar acima das pessoas, apenas de eu não tolerar a ignorância.

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Então, agora você é o líder?
Eu, líder? Nunca me imaginei como líder... e nem sei como reagiria a isso. Na verdade prefiro ficar mais no anonimato, evitar muita fama... sabe, para manter a privacidade? Como tenho medo de encarar um público, então dificilmente seria líder.

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E o seu próprio planeta. Nesse seu mundo, onde é cada um por si, não tem espaço para outro ser vivo.
E se eu trazer o meu mundo a este, e se eu compartilhar o meu mundo com as pessoas, como pretendo fazer? Sim, defendo que as pessoas tenham sua individualidade desenvolvida, mas que a usem para manter um sistema social estável, e não serem manipuladas. Não cooperação por mentes condicionadas, mas por meio de ação consciente.

Offline Enio

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #38 Online: 01 de Outubro de 2010, 01:05:12 »
Mais uma coisa. Eu desenvolvi a minha filosofia principalmnete como objetivo de investigação e de me livrar de um conflito que tem me atormentado. Me sinto mais seguro agora do que ao adotar as filosofias existentes. Me sinto mais aliviado, pois antes desta filosofia a minha mente estava muito mais bagunçada. Ela também pode ajudar outras pessoas que estão em conflito entre a visão espiritualista ou materialista, além de dar uma nova luz aos problemas sociais. E bastaria encaixar uma coisa com a outra, mas sem estar necessariamente ligado às religiões.

Tudo isso baseado puramente em minhas necessidades e insatisfações. É o caótico se organizando em algo mais harmônico. E eu até aplico isso em cima da forma como descrevo Deus e a natureza como um todo.

Para provar que ninguém pode ser dono da verdade é que o universo está além de nossa própria capacidade cognitiva. As limitações de nosso cérebro não nos permitiriam ter 100% noção da verdade. Algumas pessoas preferem ser guiadas pelo sentimento, outras pela razão e outras pela intuição, mas defendo que a melhor forma de compreender a verdade é, dentro da limitação humana, juntar estes três aspectos cognitivos. Pois se nos basearmos em um só só usaremos uma parte do potencial cognitivo total, e nosso entendimento ficará limitado também.

Por enquanto me foco mais na intuição, e agora tento dar razão à ela. O sentimento ainda está em segundo plano. Tento dar razão à intuição ao tentar ligar minhas noções com o mundo real. E parece que está dando certo, ainda que muitos não concordem com isso por causa de suas convicções céticas ou profundamente religiosas.
« Última modificação: 01 de Outubro de 2010, 01:26:36 por Enio »

Offline gilberto

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #39 Online: 01 de Outubro de 2010, 07:28:10 »
Então é isso mesmo?  :sleepy: Jogam os detalhes fora pra depois ver pra que servia.
Aí depende do que vc define como "detalhes".
Eu to dizendo que ainda há muita mistificação no debate leigo em psicologia, filosofia da mente, etc (e infelismente em algum setores não leigos tb), assim como havia sobre a medicina, biologia, etc séculos atrás.
Jogar fora os "detalhes" sobre as doenças causadas pelos espíritos, demônios, pecados, etc, foi um dos motivos do avanço científico. Eu advogo o mesmo para as ciências cognitivas. E acho que vc vai concordar comigo que a ciência no passado teve um enorme sucesso em descobrir quais são os detalhes importantes e os descartáveis sobre os problemas que ela se deparou, e as metodologias científicas atuais são bastante promissoras para fazerem no mínimo tão bem quanto aos problemas futuros.

:umm: Sem querer ser alarmista... mas já sendo...
Vamos ser dominados pelos robos!
:chorao:
Deixa de ser pessimista menina!!! Eu prefiro imaginar a possibilidade de poder mandar fazer uma roboa táctilmente realista da Carol Castro (ou da Fabi :P, já imaginando que vc é gatinha) para fins totalmente acadêmicos.


O modelo cognitivo explica perfeitamente como funciona uma mente inteligente, não a nossa complexa mente humana.
Acho que o mais adequado aqui seria que o modelo cognitivo ainda não explica a mente humana como um todo. Pq vc dizer que ele não explica a mente humana implica em dizer que já existe uma explicação completa da mente humana que contradiz o modelo cognitivo.
Isso é um dos motivos de que eu falo que o conceito de que a mente humana é um sistema que precisa de uma ciência "diferente" para ser explicada, é um conceito místico. É exatamente o mesmo de que os criacionistas usam para falar que a vida, o universo, etc, precisa de uma explicação "diferente" da científica.
Falar que a atual ciência cognitiva ainda não chegou lá, tá certo, e óbvio, mas tá caminhando a passos largos para isso. E vc sabe né ... a ciência não é pouca coisa não.


E aliás, temos uma natureza humana, que interage com o resto da natureza e evita que sejamos limitados e ilimitados também. Vão conseguir colocar isso num robo? Quero só ver, isso quase nem funciona com nós humanos, imagine um mecanismo assim criado por nós e colocado num robô.  :sleepy:
Quando essa "natureza humana" estiver suficientemente decifrada, não vejo motivos para que isso tudo não possa acontecer ....



Vão criar uma nave espacial e outro planeta habitavel antes de fazer isso, certo? :|
Sobre isso eu acho que seria mais fácil "habitar" outros planetas com "robôs", seres artificiais, do que com seres biológicos. Imagine a dificuldade de se criar um ambiente biológicamente viável para a vida humana em outros planetas. Agora robozinhos já ficam anos andando lá em Marte, etc.

Imagine se um grande meteoro ou cometão vir destruir toda a vida humana na terra em digamos 200 anos, qual seriam as nossas alternativas?
Se der para criar um outro ambiente habitável aqui ou em outro planeta para nós, beleza, mas se não der, vamos desistir de tudo só por um pré-conceito contra uma forma robotizada, ou mecanizada de inteligência?
Esse (pré) conceito de opôr o "natural" do artificial, é ... artificial, hehe

Valeu pelo papo Fabi.
« Última modificação: 01 de Outubro de 2010, 08:09:23 por gilberto »

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #40 Online: 01 de Outubro de 2010, 10:05:37 »
Eu não acho que foi necessário abrir mão da espiritualidade. Sabe qual o problema, é que as pessoas quando adotam uma explicação espiritual para as coisas elas acabam não pesquisando as coisas mais a fundo, pois se satisfazem com tal explicação. Acabam não tendo incentivo a descobrir novas coisas, pois normalmente quando se fala em espiritualidade há um dogma. Preferem ficar condicionadas a esta explicação.

O que eu penso que se deve fazer é mudar esta relação com isso, ou seja, dar uma explicação, mas não ficar preso nesta. Procurar por evidências que possam manter ou mudar esta explicação, assim como os cientistas fazem quando verificam um resultado e então criam um modelo em cima deste. O espiritualista apenas dá um modelo diferente do materialista.

Defendo que modelos envolvendo espiritualidade devam ser mudados quando necessários. Na minha filosofia eu incentivo isso, que a explicação espiritual deve sempre estar acompanhada de novas descobertas científicas, e não separada desta, pois senão será puro misticismo, e daí a chance de haver engano é muito maior. Por exemplo, a forma como os católicos descrevem a realidade está totalmente separada dos estudos científicos (exceto talvez alguns achados arqueológicos), pois eles se prendem com a çabedoria da bíblia, e é isso que eu sou contra.

Aliás, até mesmo no espiritismo, muitos ficam presos com os conceitos kardequianos. Mas o próprio Kardec disse que a explicação espiritual deve acompanhar o progresso científico, mas muitos, por acomodação, e por motivos religiosos talvez, continuam sem evoluir nos conceitos. É esse o problema, o achar que a explicação espiritualista está à frente da científica, quando ela deveria estar mais acompanhada com ela, ter ao menos uma relação maior com ela.

Sim, há as ditas revelações, mas quando o espírita cria um modelo de realidade, este deve estar de acordo com as atuais teorias que possam ajudar a entender melhor a espiritualidade, através da própria natureza material, e não se prender nas obras básicas do espiritismo, a codificação (é mais ou menos como os católicos fazem com a bíblia). E é assim que faço em minha filosofia (sem todo este apego). É um espiritismo como acho que deveria ter sido, sem apego religioso, mas sem deixar de lado uma moral. Apenas não haveria coisas como cultos ou louvações e estaria mais próximo da ciência, apesar de ainda não ser ciência propriamente dita, muito menos religião.

Offline Fabi

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #41 Online: 01 de Outubro de 2010, 22:47:31 »
Aí depende do que vc define como "detalhes".
Eu to dizendo que ainda há muita mistificação no debate leigo em psicologia, filosofia da mente, etc (e infelismente em algum setores não leigos tb), assim como havia sobre a medicina, biologia, etc séculos atrás.
Jogar fora os "detalhes" sobre as doenças causadas pelos espíritos, demônios, pecados, etc, foi um dos motivos do avanço científico. Eu advogo o mesmo para as ciências cognitivas. E acho que vc vai concordar comigo que a ciência no passado teve um enorme sucesso em descobrir quais são os detalhes importantes e os descartáveis sobre os problemas que ela se deparou, e as metodologias científicas atuais são bastante promissoras para fazerem no mínimo tão bem quanto aos problemas futuros.
Você está falando de religião. Eu estou falando de outra coisa. Estou falando de descobertas sobre o cérebro humano e genética que nem sabemos o motivo de estar ali, e de ser assim.
Por exemplo. Pra que serve o gene homer simpsons? Como funciona a memória? Considerando o fato de que cada neurônio pode trabalhar sozinho, são o bloqueio de certas emoções/pensamentos/memória que desencadeia a depressão?

Acho que o mais adequado aqui seria que o modelo cognitivo ainda não explica a mente humana como um todo. Pq vc dizer que ele não explica a mente humana implica em dizer que já existe uma explicação completa da mente humana que contradiz o modelo cognitivo.
Eu usei o termo mente inteligente porque o modelo cognitivo explica isso, uma mente inteligente interagindo com o mundo.
Isso é um dos motivos de que eu falo que o conceito de que a mente humana é um sistema que precisa de uma ciência "diferente" para ser explicada, é um conceito místico. É exatamente o mesmo de que os criacionistas usam para falar que a vida, o universo, etc, precisa de uma explicação "diferente" da científica.
Falar que a atual ciência cognitiva ainda não chegou lá, tá certo, e óbvio, mas tá caminhando a passos largos para isso. E vc sabe né ... a ciência não é pouca coisa não.
Por que fica insistindo que eu to falando de religião?  :hein: Eu estou sendo cética e realista. Colocar tudo que sabemos sobre o cérebro e descartar o que não entendemos é arriscado. Não estamos falando do clone de uma ovelha, e nem da imitação de uma ameba. Estamos falando da criação de uma mente inteligente, que pode muito bem discordar de seus criadores, ou achar que são melhores que nós (O que não deixa de ser verdade, já que eles não teriam os mesmos conflitos humanos que temos).

Quando essa "natureza humana" estiver suficientemente decifrada, não vejo motivos para que isso tudo não possa acontecer ....
Essa natureza humana que demorou uns 6 bilhões de anos para aparecer? Boa sorte.

Sobre isso eu acho que seria mais fácil "habitar" outros planetas com "robôs", seres artificiais, do que com seres biológicos. Imagine a dificuldade de se criar um ambiente biológicamente viável para a vida humana em outros planetas. Agora robozinhos já ficam anos andando lá em Marte, etc.

Imagine se um grande meteoro ou cometão vir destruir toda a vida humana na terra em digamos 200 anos, qual seriam as nossas alternativas?
Se der para criar um outro ambiente habitável aqui ou em outro planeta para nós, beleza, mas se não der, vamos desistir de tudo só por um pré-conceito contra uma forma robotizada, ou mecanizada de inteligência?
Quando o mundo estiver dominado por robôs inteligentes, eu vou guardar o que você escreveu aqui e ficar dizendo: Eu avisei.  :P

Esse (pré) conceito de opôr o "natural" do artificial, é ... artificial, hehe

É realista. Somos uma mente inteligente natural e olha a caca que já fizemos no mundo.
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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #42 Online: 01 de Outubro de 2010, 22:54:28 »
E se eu trazer o meu mundo a este, e se eu compartilhar o meu mundo com as pessoas, como pretendo fazer? Sim, defendo que as pessoas tenham sua individualidade desenvolvida, mas que a usem para manter um sistema social estável, e não serem manipuladas. Não cooperação por mentes condicionadas, mas por meio de ação consciente.
As pessoas são manipuladas porque querem ser manipuladas. Se acreditam numa mentira, é porque querem acreditar nessa mentira.  :sleepy: É a triste e dura realidade.
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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #43 Online: 01 de Outubro de 2010, 23:16:15 »
Infelizmente parece que esta é a tendência. Mas e se, sei lá, surgisse uma nova filosofia de vida em que em uma de suas partes dissesse que isso não é bom, que este não é o ideal, e que este se deixar controlar pelos outros pode lhe levar à tristeza, à destruição (é o que tenho em mente)? Bem, eu quero trazer este meu ideal, de desenvolvermos esta individualidade ao máximo, não sermos controlados e fazer o bem usando esta nossa individualidade, nossos próprios conceitos particulares desenvolvidos, sem estar condicionado com as filosofias mundanas. No meu caso, não só por meio da razão, mas de toda cognição possível que possa me permitir ter um bom entendimento das coisas.

O que eu defendo é desenvolver não só a razão, mas amadurecer o sentimento e tornar nossa intuição mais sensível. Pois defendo que o uso de outras cognições junto com a razão nos permite ver as coisas do que só por meio de uma lógica.

Para mim, por exemplo, com relação às religiões (que controlam as pessoas), haveriam sim filosofias divergentes. Um número cada vez maior de pessoas, como eu, passarão a ter sua própria visão de mundo e espiritualidade, até chegar ao ponto onde não haverá mais espaço para o dogmatismo religioso, e, ao invés disso, como defendo, uma constante melhoria de conceitos espiritualistas. É por isso que eu defendo esta melhoria, para não ficarmos condicionados ao dogma imposto.

Algumas pessoas manteriam o aspecto religioso em sua própria filosofia, outras não mais, como no meu caso, sem cultos ou submissões.

Offline Fabi

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #44 Online: 01 de Outubro de 2010, 23:36:00 »
Infelizmente parece que esta é a tendência. Mas e se, sei lá, surgisse uma nova filosofia de vida em que em uma de suas partes dissesse que isso não é bom, que este não é o ideal, e que este se deixar controlar pelos outros pode lhe levar à tristeza, à destruição (é o que tenho em mente)
Mas se deixar controlar pelos outros é comodo, não é? Não "precisamos" arcar com as consequencias de uma escolha errada.*

*é claro que a nossa consciência não pensa assim, mas aí tentamos nos convencer disso, enganar a consciência... perguntamos ao padre, pastor...tentamos convencer os outros de que estamos certos... de que não é nossa culpa...mas a nossa consciência nunca vai se convencer disso...
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Offline Enio

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #45 Online: 02 de Outubro de 2010, 01:42:04 »
Você gostaria mesmo de viver como um fantoche, de viver servindo sem ter liberdade para escolher? Pois isso é algo que me incomoda bastante, viver sendo manipulado. Eu ainda prefiro arcar com uma escolha própria do que nunca escolher e viver como uma marionete. Pois sou defensor da liberdade, e sou contra um sistema social autoritário, elitista. Para ser sincero, preferia uma sociedade sem elites, sem classes sociais (mas sem para isso ser comunismo ou socialismo, pois ambos usam sistema monetário e de elites, estou a falar de algo diferente). Pesquise sobre Projeto Vênus e verá.

Citar
tentamos convencer os outros de que estamos certos
Não é bem isso o que se passa comigo. Eu quero mostrar que é apenas possível mudar a realidade. O homem é co-criador, como disse meu psicólogo. O que falta é desenvolver a criatividade e individualidade. O que se deve fazer é ter inspiração e vontade de mudar, caso contrário isso de nada adiantará. E de nada adiantará mudar se você se condiciona com a realidade presente. Pois se faz isso, já fracassa de primeira, não fará uma verdadeira mudança, que pode ser necessária, se quisermos mesmo sair da ignorância, se quisermos ser mais autônomos.

Offline Rios

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #46 Online: 02 de Outubro de 2010, 14:30:48 »
Não perco o meu tempo com filosofias teístas ou ateístas, pois para mim elas geram desequilíbrio e estão dentro de todo um padrão mundano.
Por que você sabe tudo, e a sua filosofia não causaria esse desequilibrio? ::)
Esse discurso é mais velho que Jesus Cristo.

A construção desta minha filosofia individualizada poderia causar alterações nesta célula social. Neste caso estaria sendo um destes que vêem ao mundo para mudá-lo.
Igual Jesus?  :hein:
Na verdade estaria tentando fazer uma correlação entre a matéria física e a suposta espiritualidade (não a das religiões, mas a da baseada em evidências que indiquem tanto a existência de dimensões paraleas à nossa quanto à sobrevivência da alma, ainda que a comunidade científica não as considere).
Igual Jesus.
Eu não me limito à ciência, não me limito às religiões. Não tenho limites quando se trata disso.
Você está acima de todos né?

Sim, o enio é o messias que veio para nos salvar de um combate eminente que vai haver entre ceticos e crentes em escala global, ou alguma coisa assim, como ele ja explicou em outro tópico... melhor prestar atenção no que o rapaz diz...

Offline Enio

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #47 Online: 02 de Outubro de 2010, 19:41:14 »
Eu, messias?  ::) Nunca me imaginei assim, para ser sincero! Talvez eu possa até ter tendência a pensar como um, mas ainda me falta maturidade para ser um de verdade (boa socialização). Não acho que chego aos pés de Yeshua ou Gandhi. Sou só um cara insatisfeito com o mundo que, por ser muito complexo, necessita de respostas (e acabei terminando em minha filosofia) e que cursa Biomedicina mas tem uma queda por filosofia e espiritualidade.

Offline Enio

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #48 Online: 02 de Outubro de 2010, 22:08:54 »
Farei umas reflexões aqui sobre messianismo:


Como poderia um messias gostar de jogar Oblivion, Call of Duty ou Duke Nukem 3D?

Como poderia um messias de gostar de acompanhar animes?

Como poderia haver um messias tímido, inseguro e sem carisma? (Gandhi era tímido, mas cá entre nós, não tenho jeito de messias)

Como poderia haver um messias que depende dos pais para sobreviver?

Como poderia haver um messias que inevitavelmente tende ao isolamento?

Como poderia haver um messias guloso?

Como poderia haver um messias que diz que Deus nada mais é do que uma dimensão inconsciente que funciona de forma automática que não vai nos proteger e nem nos acolher?

Como poderia haver um messias que foge da cruz?

E como pode haver um messias que teme voltar a reencarnar na Terra?


Estou mais para filósofo do que para messias de fato.
« Última modificação: 02 de Outubro de 2010, 22:12:29 por Enio »

Offline Cumpadi

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #49 Online: 02 de Outubro de 2010, 22:29:20 »
Enio, já que você estuda biomedicina o que você acha do espírito de uma pessoa com alzheimer em estágio avanço.

Você usa de uma teoria de dimensões extras baseando-se em verdades que nunca existiram(na natureza nada se cria, tudo se transforma), também tenta chamar possíveis fenômenos naturais de deus e faz uma mistureba só de conceitos. Você pega um bando de teoria não comprovadas (e das mais fajutas, quase supertições), bate no liquidificador e encara a conclusão como verdade. Pense um pouco nas contradições e na dependência em coisas puramente imaginativas. Como muitos já devem ter notado, não sou muito fan de livros mais filosóficos, literatura e assim vai. Uma coisa muito interessante de meu ateísmo portanto, é que cheguei a conclusão de que deus não existe sozinho, conheci dawkins mês passado somente. O empurrão foi só ficar longe da religião e conhecer a ciência e a história, a lógica cuidou do resto.

Assim como você ouvi falar nessas maluquisses quânticas e fiquei maravilhado, fui na biblioteca procurar como as pessoas concluiram essas coisas mágicas que me faziam sentir especial e procurei no acervo: física quântica. Quando abri o livro, decepção, tinha um bando de equações sobre o elétron que simplesmente não mostravam o motivo do mundo acabar em 2012 (droga!). Abra um livro* de quântica ou que fale sobre outras dimensões (nem sei se existem) antes de relacionar espíritos com ela. Aproveita que você estuda biomédicas e busque quando possível como que foi descorberto aquilo que está escrito no livro.


*livro sério com evidências, fatos e cálculos.
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

 

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