Autor Tópico: Inconsciente Coletivo  (Lida 9764 vezes)

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Offline Fabi

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Inconsciente Coletivo
« Online: 23 de Agosto de 2010, 14:44:04 »
As religiões são úteis no sentido de atuarem como o insconsciente coletivo (sem lógica), representando arquétipos como a falta de conhecimento, o já tão debatido deus das lacunas. Mas existem muitas outras representações imaginárias (individuais) e simbólicas (coletivas) de deus dentro das religiões. O ateísmo, quando aprofundado, é uma maneira de racionalização e conscientização destes aspectos religiosos, como fizeram e fazem os grandes nomes do ateísmo.
Eu peguei o que o adriano escreveu em outro tópico, porque é isso que a maioria pensa sobre inconsciente coletivo, arquétipos. Eu fiz um resumo* sobre jung, inconsciente coletivo, etc e tal. É que repetem isso como um mantra, e não sei como, acabou virando verdade.

Inconsciente Coletivo
*resumo da introdução escrita por Laurens van der post, no livro Jung e o Tarô.

Jung foi o primeiro a descobrir e explorar o inconsciente coletivo. As pessoas partem do pressuposto que esse foi o maior interesse de Jung. Mas na verdade, ele queria descobrir a relação entre a consciência e o inconsciente coletivo.

Para ele, o inconsciente e o consciente existem num estado profundo de interdependencia recíproca e o bem estar de um é impossível sem o bem estar do outro. Se o fluxo entre um e outro for interrompido, o homem ficará doente e sem significação.

Para Jung, a consciência não é um simples estado de mente e espírito intelectual e racional. Ele estabeleceu que a consciência é o sonho permanente e mais profundo do inconsciente. E ao longo da história, até onde o homem se desfaz do mito e da lenda, o inconsciente lutou incessantemente para lograr uma consciência cada vez maior, que Jung preferiu chamar de "percepção". Essa percepção seria as formas não racionais de percepção e conhecimento, destinados a expandir e fortalecer a conciência do homem.

A consciência do homem, só poderia ser renovada e ampliada, a medida que a vida exigisse que ela fosse renovada e ampliada, pela manutenção de suas linhas não racionais de comunicação com o inconsciente coletivo. Por isso, Jung dava grande importancia a todos os caminhos não racionais, que o homem no passado, usava para explorar o mistério da vida e estimular o seu conhecimento consciente do universo. Essa é a explicação do seu interesse, por exemplo, pela astrologia, e é também a explicação da significação do Tarô.

Ele reconheceu de imediato que o Tarô tinha sua origem e antecipação em padrões profundos do inconsciente coletivo, era uma ponte não racional entre o consciente e o inconsciente coletivo.

Mas Jung foi um tanto apressado. Por causa disso, tudo o que ele fez precisa de ampliação.
Sallie Nichols escreveu um livro sobre o Jung e o Tarô. Um livro que mostra, mais detalhadamente, os famosos arquétipos.

*Da introdução de um livro (Jung e o Tarô: Uma jornada arquétipica, de Sallie Nichols), pra introduzir esse conceito para poder começar a discussão.
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

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Offline Fabi

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #1 Online: 23 de Agosto de 2010, 14:50:10 »
Para ilustrar a situação, as pessoas pensam que o inconsciente coletivo (universo, ou whatever) é isso:

Mas na verdade é mais definido, assim:
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Offline Adriano

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #2 Online: 24 de Agosto de 2010, 01:00:01 »
Eu percebi nas suas últimas postagens uma influência psicanalistica  :lol: A minha abordagem é mais voltada a teoria de Lacan, isto já de forma "insconsciente" na elaboração deste texto sobre a inexistência de deus. Jung teve sua teoria mais voltada ao esoterismo, perdendo assim muito dos seus laços com a psicanálise freudiana.

Com Lacan ocorre um retorno a Freud e um melhor desenvolvimento da teoria do real. Considerando que a melhor abordagem que encontrei na filosofia da informação faz referência ao conceito de inteligência coletiva da humanidade, e de maneira brilhante, com ampla demonstração do uso da tecnologia, mais propriamente a internet. "Cérebro coletivo" ou consciência coletiva se relacionam nos meus estudos.

Toda essa relação entre cognição coletiva e a individual são muito interessantes e muito heurísticas. Correlacionando com o ateísmo, podemos ver que muitos religiosos escolhem este caminho por se sentirem bem na religião, considerando algo bom para suas vidas e até de suas famílias.

A socioanálise, uma extenção da psicanálise, oferece uma perspectiva mais coerente com a dinâmica interna do grupo. A distância que existe entre o conhecimento científico e o simbolismo religioso, aqui considerado uma imaginação coletiva e sem maior racionalização, é grande. Apesar de que muitos lideres religiosos poderiam se explicar de maneira mais racionalizada e por isso a análise da comunidade religiosa como um todo é importante.

« Última modificação: 24 de Agosto de 2010, 01:06:53 por Adriano »
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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #3 Online: 24 de Agosto de 2010, 02:18:32 »
Há uma arraigada tendência doentia e perniciosa de caráter nitidamente comunista na espécie humana. Cada um deseja subtrair dos outros tudo o que for possível e por qualquer meio imaginável. E qual melhor maneira de alcançar isso, em toda a plenitude, senão por meio da decisão de que tudo pertence a todos, até mesmo o que é naturalmente individual -- é a essência do comunismo. Sendo isto o oposto do processo evolutivo (da natural E REAL competição), não passa de mais um processo ilusório. E há quem chegue a associar, num paroxismo paradoxal de indescritível loucura, a idéia do comunismo a princípios científicos e evolucionários... É bem possível que a estapafúrdia hipótese do inconsciente coletivo seja a mais berrante e aberrante evidenciação desta maldita desgraça. Não há como fugir à natureza irreal e mágica de mais esta hipótese absurda. Não existe consciência nem inconsciência coletiva.

Offline Adriano

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #4 Online: 24 de Agosto de 2010, 11:13:58 »
Sim, normalmente ao invés de usarmos os termos consciência coletiva e inconsciência coletiva, utilizamos ciência e religião (no seu caso o arquétipo da magia), normalmente como sinônimos, principalmente no contexto cético.

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Offline Fabi

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #5 Online: 24 de Agosto de 2010, 12:43:39 »
Eu percebi nas suas últimas postagens uma influência psicanalistica  :lol:
:sorry:
A minha abordagem é mais voltada a teoria de Lacan, isto já de forma "insconsciente" na elaboração deste texto sobre a inexistência de deus. Jung teve sua teoria mais voltada ao esoterismo, perdendo assim muito dos seus laços com a psicanálise freudiana.

Não lí Lacan ainda. Mas sobre Jung e Freud, na época, eles se juntaram e depois se separaram. Um teve que ser mais específico sobre inconsciente coletivo e consciência, e Freud teve que seguir o caminho dos traumas e instintos.

Considerando que a melhor abordagem que encontrei na filosofia da informação faz referência ao conceito de inteligência coletiva da humanidade, e de maneira brilhante, com ampla demonstração do uso da tecnologia, mais propriamente a internet. "Cérebro coletivo" ou consciência coletiva se relacionam nos meus estudos.

Exceto pelo fato de não que não somos robôs e as coisas não são tão simples.

A socioanálise, uma extenção da psicanálise, oferece uma perspectiva mais coerente com a dinâmica interna do grupo. A distância que existe entre o conhecimento científico e o simbolismo religioso não é conhecimento cientifico e religião, estamos falando de o que sabemos, fazemos e pensamos(consciência), e qual a relação entre o resto do universo* (inconsciente coletivo). , aqui considerado uma imaginação coletiva e sem maior racionalização, é grande. Apesar de que muitos lideres religiosos poderiam se explicar de maneira mais racionalizada e por isso a análise da comunidade religiosa como um todo é importante.
O quadro de Van gogh ilustra isso**, um céu confuso, caótico, onde cada estrela é sozinha, sem relação com as outras, sem fazer parte de um todo. Na verdade o todo é um negócio turbulento, no quadro. E para a nossa sorte, Van Gogh pintou esse quadro quando estava internado num hospício, mostrando que a mente dele estava confusa e o céu estrelado não é assim de verdade.


*Não estou usando a palavra universo de maneira literal, to falando de maneira simbólica.
**"o inconsciente e o consciente existem num estado profundo de interdependencia recíproca e o bem estar de um é impossível sem o bem estar do outro. Se o fluxo entre um e outro for interrompido, o homem ficará doente e sem significação. " De forma resumida, louco.
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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #6 Online: 24 de Agosto de 2010, 13:15:11 »
Faltou eu escrever uma parte importante, o que são os arquétipos.

Os arquétipos são as terríveis responsabilidades impostas pela consciência. Vou usar o mito do Éden. Nós saímos do Éden, um estado onde não sabiamos ainda o que era certo ou errado. E como no mito, quando provamos do fruto da árvore proibida, ficamos conscientes e não podemos mais viver no paraíso.

Na infância, os pais/adultos não dizem o que é bom ou mal (do jeito que sabemos quando somos adultos), parece que deixam as crianças numa bolha, e como condição para manter essa bolha, não podemos ficar cientes das coisas.
"Se comer o fruto dessa árvore, será como os deuses".

Mas os nossos intintos primitivos (a cobra), nos tentam a comer o fruto proibido, e a partir desse momento nós ficamos cientes de quem somos, como somos, o que fizemos.

A nossa parte mais intuitiva, e menos lógica (Eva) faz a nossa parte mais racional e contida(Adão) comer esse fruto. E aí acontece igual o mito, somos expulsos do paraíso, porque fizemos o que disseram pra não fazer. Deus amaldiçoa eva por ter oferecido o fruto a adão, e dá uma roupa para os dois e manda viver fora do paraíso. Mas deixa uma terra enorme pra ser usada para sustento, e diz que temos que trabalhar para ter o que comer. Aí termina o mito do éden. (Não sei por que insistir em interpretar isso de forma literal, é non sense.)

Ou seja, a partir desse momento enfrentamos os arquétipos. São 22 e 300 páginas.
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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #7 Online: 25 de Agosto de 2010, 00:12:42 »
A minha abordagem é mais voltada a teoria de Lacan, isto já de forma "insconsciente" na elaboração deste texto sobre a inexistência de deus. Jung teve sua teoria mais voltada ao esoterismo, perdendo assim muito dos seus laços com a psicanálise freudiana.

Não lí Lacan ainda. Mas sobre Jung e Freud, na época, eles se juntaram e depois se separaram. Um teve que ser mais específico sobre inconsciente coletivo e consciência, e Freud teve que seguir o caminho dos traumas e instintos.
Voltei a questão do insconciente coletivo depois de ler uma tese de doutorado em psicologia sobre a sublimação (mecanismo de defesa do ego) em Freud. E a tese é excelente, retratou toda a trajetória de Freud e citando comentários de especialistas em Freud/psicanálise. Como a questão da sublimação é muito relacionada com o aproveitamento social das pulsões, então o aspecto da sociedade se torna importante.

Sobre o insconciente coletivo em Freud tem um textinho curto e que gostei bastante: O id e o inconsciente coletivo
Citação de: Freud
"... nenhuma vicissitude externa pode ser experimentada ou sofrida pelo id, exceto por via do ego, que é o representante do mundo externo para o id. Entretanto, não é possível falar de herança direta no ego. É aqui que o abismo entre um indivíduo concreto e o conceito de uma espécie se torna evidente. Além disso, não se deve tomar a diferença entre ego e id num sentido demasiado rígido, nem esquecer que o ego é uma parte especialmente diferenciada do id. As experiências do ego parecem, a princípio, estar perdidas para a herança; mas, quando se repetem com bastante freqüência e com intensidade suficiente em muitos indivíduos, em gerações sucessivas, transformam-se, por assim dizer, em experiências do id, cujas impressões são preservadas por herança. Dessa maneira, no id, que é capaz de ser herdado, acham-se abrigados resíduos das existências de incontáveis egos; e quando o ego forma seu superego a partir do id, pode talvez estar apenas revivendo formas de antigos egos e ressuscitando-as."

Apesar de ser bastante questionável, biologicamente, o texto acima, retrata uma realidade demonstrada pela neurociência no comportamento econômico em que a afetividade, e não a racionalidade, influência muito mais o consumidor. Tem outros trabalhos comparando os avanços da neurociência com a psicanálise.

Considerando que a melhor abordagem que encontrei na filosofia da informação faz referência ao conceito de inteligência coletiva da humanidade, e de maneira brilhante, com ampla demonstração do uso da tecnologia, mais propriamente a internet. "Cérebro coletivo" ou consciência coletiva se relacionam nos meus estudos.

Exceto pelo fato de não que não somos robôs e as coisas não são tão simples.
Complexidade é o conceito. A cibernética fracassou juntamente com tentativa de matematização do mundo e daí emergiu a força da filosofia da informação. É o elo que liga os seres vivos e os demais seres, principalmente os humanos e as suas criações chamadas de tecnológicas.


A socioanálise, uma extenção da psicanálise, oferece uma perspectiva mais coerente com a dinâmica interna do grupo. A distância que existe entre o conhecimento científico e o simbolismo religioso não é conhecimento cientifico e religião, estamos falando de o que sabemos, fazemos e pensamos(consciência), e qual a relação entre o resto do universo* (inconsciente coletivo). , aqui considerado uma imaginação coletiva e sem maior racionalização, é grande. Apesar de que muitos lideres religiosos poderiam se explicar de maneira mais racionalizada e por isso a análise da comunidade religiosa como um todo é importante.
O quadro de Van gogh ilustra isso**, um céu confuso, caótico, onde cada estrela é sozinha, sem relação com as outras, sem fazer parte de um todo. Na verdade o todo é um negócio turbulento, no quadro. E para a nossa sorte, Van Gogh pintou esse quadro quando estava internado num hospício, mostrando que a mente dele estava confusa e o céu estrelado não é assim de verdade.
Eu vejo essa "pintura" na filosofia da informação. Enquanto o quadro bonito mostra o bem que a tecnologia está trazendo, o quadro feito mostra as máquinas dominando os homens, o expoente desse quadro é o filme Matrix. A tese de psicologia trata da questão da sublimação na escrita, que pode ocorrer problemas nesta, não sendo sempre positiva como por Freud. Vejo a mesma abordagem "bipolar" na filosofia da informação.

O que me trouxe mais conforto foi o fato de, o mais centrado dos filósofos da informação, ser um filósofo cético de grande repercussão, inclusive num site brasileiro sobre filosofia cética.
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Offline Adriano

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #8 Online: 25 de Agosto de 2010, 00:30:32 »
Faltou eu escrever uma parte importante, o que são os arquétipos.

Os arquétipos são as terríveis responsabilidades impostas pela consciência. Vou usar o mito do Éden. Nós saímos do Éden, um estado onde não sabiamos ainda o que era certo ou errado. E como no mito, quando provamos do fruto da árvore proibida, ficamos conscientes e não podemos mais viver no paraíso.

Na infância, os pais/adultos não dizem o que é bom ou mal (do jeito que sabemos quando somos adultos), parece que deixam as crianças numa bolha, e como condição para manter essa bolha, não podemos ficar cientes das coisas.
"Se comer o fruto dessa árvore, será como os deuses".

Mas os nossos intintos primitivos (a cobra), nos tentam a comer o fruto proibido, e a partir desse momento nós ficamos cientes de quem somos, como somos, o que fizemos.

A nossa parte mais intuitiva, e menos lógica (Eva) faz a nossa parte mais racional e contida(Adão) comer esse fruto. E aí acontece igual o mito, somos expulsos do paraíso, porque fizemos o que disseram pra não fazer. Deus amaldiçoa eva por ter oferecido o fruto a adão, e dá uma roupa para os dois e manda viver fora do paraíso. Mas deixa uma terra enorme pra ser usada para sustento, e diz que temos que trabalhar para ter o que comer. Aí termina o mito do éden. (Não sei por que insistir em interpretar isso de forma literal, é non sense.)

Ou seja, a partir desse momento enfrentamos os arquétipos. São 22 e 300 páginas.
O livro Os arquétipos e o Inconsciente coletivo é bem interessantes neste desenvolvimento de "tradução" de aspectos importantes da religião. É surpreendente ver a relação de suas publicações e o seu conteudo de análise da mesma  :o

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Offline gilberto

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #9 Online: 25 de Agosto de 2010, 01:24:59 »
Exceto pelo fato de não que não somos robôs e as coisas não são tão simples.

Olá Fabi e outros,

mas existe alguma prova de que temos um comportamento que não possa ser reproduzido exatamente por meios artificiais, como um robô por exemplo.

Digo isso pq para mim os processos cognitivos humanos não estão descritos corretamente por meio de mecanismos físicos. Bom, eu trabalho nisso e tenho certeza que já estamos chegando lá (na verdade eu to propondo uma solução completa em meu trabalho, qdo eu publicar até o final do ano eu posto nesse fórum).

Já que vcs leem sobre areas correlatas, gostaria de saber um pouco da opinião de vcs.

PS. eu estudo ciências cognitivas através de modelos conexionistas (redes nerais e neurobiologia) e algorítmos (AI).

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #10 Online: 25 de Agosto de 2010, 01:37:46 »
Exceto pelo fato de não que não somos robôs e as coisas não são tão simples.

Olá Fabi e outros,

mas existe alguma prova de que temos um comportamento que não possa ser reproduzido exatamente por meios artificiais, como um robô por exemplo.

Digo isso pq para mim os processos cognitivos humanos não estão descritos corretamente por meio de mecanismos físicos. Bom, eu trabalho nisso e tenho certeza que já estamos chegando lá (na verdade eu to propondo uma solução completa em meu trabalho, qdo eu publicar até o final do ano eu posto nesse fórum).

Já que vcs leem sobre areas correlatas, gostaria de saber um pouco da opinião de vcs.

PS. eu estudo ciências cognitivas através de modelos conexionistas (redes nerais e neurobiologia) e algorítmos (AI).
Por favor, gilberto, não abandone este forum. Este assunto muito me interessa. Finalmente, vejo a possibilidade de aprender alguma coisa realmente útil por aqui. Se for de seu agrado, eu gostaria muito de trocar algumas idéias com você.

Se você puder, eu agradeceria muito se dissesse algo mais sobre isso (sem precisarmos esperar até o final do ano):

Digo isso pq para mim os processos cognitivos humanos não estão descritos corretamente por meio de mecanismos físicos. Bom, eu trabalho nisso e tenho certeza que já estamos chegando lá (na verdade eu to propondo uma solução completa em meu trabalho, qdo eu publicar até o final do ano eu posto nesse fórum)

Offline gilberto

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #11 Online: 25 de Agosto de 2010, 02:02:20 »
Por favor, gilberto, não abandone este forum. Este assunto muito me interessa. Finalmente, vejo a possibilidade de aprender alguma coisa realmente útil por aqui. Se for de seu agrado, eu gostaria muito de trocar algumas idéias com você.

Se você puder, eu agradeceria muito se dissesse algo mais sobre isso (sem precisarmos esperar até o final do ano):

Podemos trocar idéias sim. Mas essa é uma área do conhecimento humano na qual um modelo geral não se estabeleceu ainda, portanto tem muita coisa boa, e muita coisa que eu descreveria como "esquisito". Na verdade tem gente por aí defendendo teses que não vejo nenhuma evidência ou necessidade como por exemplo a tal da "consciência quântica" ou a idéa dos qualis. Além disso como não tem um modelo geral baseado em ciência natural, os filósofos aproveitam para inventar em cima, tá, eles tb trazem contribuições importantes em matéria de análise, etc, mas elocubram bastante.

Assim, se vc quer estudar a área de fundamentos de ciências cognitivas para fins de estudo da mente humana, animal ou artificial ... demora um tempo pra vc ter uma visão geral e poder filtrar o que te possa ser útil. Mas é fascinante ...

Só não vou falar muito do meu trabalho aqui ainda pq estou escrevendo um artigo que vou submeter para publicação em algum lugar, então tenho que me concentrar (um dos meus fracos) e tb para não falar besteira antes da hora ... mas se quiser saber o meu ponto de vista sobre qualquer coisa da área, to a disposição.

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #12 Online: 25 de Agosto de 2010, 20:54:34 »
O livro Os arquétipos e o Inconsciente coletivo é bem interessantes neste desenvolvimento de "tradução" de aspectos importantes da religião. É surpreendente ver a relação de suas publicações e o seu conteudo de análise da mesma  :o
( :ira: Esse link travou meu computador.)
Por que?
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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #13 Online: 25 de Agosto de 2010, 21:02:20 »
mas existe alguma prova de que temos um comportamento que não possa ser reproduzido exatamente por meios artificiais, como um robô por exemplo.
:umm: Prova não tem, só umas cinco áreas diferentes estudando a mesma coisa (o cérebro), já dá pra ter uma idéia de como é uma coisa complexa. 

Mas se reduzir o cérebro humano a um mero processador de dados, dá pra imitar o comportamento humano (de forma limitada).
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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #14 Online: 25 de Agosto de 2010, 21:46:53 »
O livro Os arquétipos e o Inconsciente coletivo é bem interessantes neste desenvolvimento de "tradução" de aspectos importantes da religião. É surpreendente ver a relação de suas publicações e o seu conteudo de análise da mesma  :o
( :ira: Esse link travou meu computador.)
Por que?

O 'scribd' usa recursos para abrir objetos via javascript para você ler um PDF por exemplo, talvez o acionamento de algum desses recursos está utilizando um ActiveX que não está funcionando bem. Isso vai depender um pouco da relação entre seu sistema operacional e seu browser. Experimente acessar www.scribd.com e ver o que acontece, se logando, criando e associando sua conta com facebook. Se tudo funcionar mas o link ainda não, veja como faz seu browser ara abrir PDF na internet.
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Offline Adriano

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #15 Online: 25 de Agosto de 2010, 23:16:54 »
O livro Os arquétipos e o Inconsciente coletivo é bem interessantes neste desenvolvimento de "tradução" de aspectos importantes da religião. É surpreendente ver a relação de suas publicações e o seu conteudo de análise da mesma  :o
( :ira: Esse link travou meu computador.)
Por que?
Tem aqui o mesmo arquivo, direto em PDF  :ok:
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Offline Adriano

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #16 Online: 25 de Agosto de 2010, 23:30:39 »
Exceto pelo fato de não que não somos robôs e as coisas não são tão simples.

Olá Fabi e outros,

mas existe alguma prova de que temos um comportamento que não possa ser reproduzido exatamente por meios artificiais, como um robô por exemplo.

Digo isso pq para mim os processos cognitivos humanos não estão descritos corretamente por meio de mecanismos físicos. Bom, eu trabalho nisso e tenho certeza que já estamos chegando lá (na verdade eu to propondo uma solução completa em meu trabalho, qdo eu publicar até o final do ano eu posto nesse fórum).

Já que vcs leem sobre areas correlatas, gostaria de saber um pouco da opinião de vcs.

PS. eu estudo ciências cognitivas através de modelos conexionistas (redes nerais e neurobiologia) e algorítmos (AI).
Em termos de biologia, fico com a assertiva do biólogo Humberto Maturana, de que a diferença de organismo vivos e robôs é a aistoricidade destes últimos.

Por favor, gilberto, não abandone este forum. Este assunto muito me interessa. Finalmente, vejo a possibilidade de aprender alguma coisa realmente útil por aqui. Se for de seu agrado, eu gostaria muito de trocar algumas idéias com você.

Se você puder, eu agradeceria muito se dissesse algo mais sobre isso (sem precisarmos esperar até o final do ano):

Podemos trocar idéias sim. Mas essa é uma área do conhecimento humano na qual um modelo geral não se estabeleceu ainda, portanto tem muita coisa boa, e muita coisa que eu descreveria como "esquisito". Na verdade tem gente por aí defendendo teses que não vejo nenhuma evidência ou necessidade como por exemplo a tal da "consciência quântica" ou a idéa dos qualis. Além disso como não tem um modelo geral baseado em ciência natural, os filósofos aproveitam para inventar em cima, tá, eles tb trazem contribuições importantes em matéria de análise, etc, mas elocubram bastante.

Assim, se vc quer estudar a área de fundamentos de ciências cognitivas para fins de estudo da mente humana, animal ou artificial ... demora um tempo pra vc ter uma visão geral e poder filtrar o que te possa ser útil. Mas é fascinante ...

Só não vou falar muito do meu trabalho aqui ainda pq estou escrevendo um artigo que vou submeter para publicação em algum lugar, então tenho que me concentrar (um dos meus fracos) e tb para não falar besteira antes da hora ... mas se quiser saber o meu ponto de vista sobre qualquer coisa da área, to a disposição.
Na filosofia da mente considero muito a teoria de Daniel Dennett que é totalmente contrário a idéia dos qualias, um grande crítico desta crença muito bem denominada por ele de teatro cartesiano. Aqui tem o forista Buckaro que é simpático aos qualias, pelo que percebi nos debates em que participou sobre o tema.
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Offline gilberto

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #17 Online: 31 de Agosto de 2010, 20:10:40 »
Na filosofia da mente considero muito a teoria de Daniel Dennett que é totalmente contrário a idéia dos qualias, um grande crítico desta crença muito bem denominada por ele de teatro cartesiano. Aqui tem o forista Buckaro que é simpático aos qualias, pelo que percebi nos debates em que participou sobre o tema.

Ok, eu tb, apesar que pelo pouco que conheço do Dennett ele é fisicalista, funcionalista e mais alguns istas pro lado mais realista, o que é bom na minha opinião. Só até onde eu sei o Dennett só argumenta em favor de um cognitivismo full materialist, mas não sabe propor modelos e soluções. Aí é que entra a ciência cognitiva de fato, e onde quero trabalhar.

Agora sobre o qualia ... eu tive em um congresso onde o seu inventor, o David Chalmers (bicho grilo gente boa) tava. Mas pelo que eu vi, confirmou o que eu já achava de que não serve pra nada (para dizer o mínimo).

Putz, demorei mas te respondi.
 
« Última modificação: 31 de Agosto de 2010, 20:13:01 por gilberto »

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #18 Online: 01 de Setembro de 2010, 01:08:20 »
Por favor, gilberto, não abandone este forum. Este assunto muito me interessa. Finalmente, vejo a possibilidade de aprender alguma coisa realmente útil por aqui. Se for de seu agrado, eu gostaria muito de trocar algumas idéias com você.

Se você puder, eu agradeceria muito se dissesse algo mais sobre isso (sem precisarmos esperar até o final do ano):

Podemos trocar idéias sim. Mas essa é uma área do conhecimento humano na qual um modelo geral não se estabeleceu ainda, portanto tem muita coisa boa, e muita coisa que eu descreveria como "esquisito". Na verdade tem gente por aí defendendo teses que não vejo nenhuma evidência ou necessidade como por exemplo a tal da "consciência quântica" ou a idéa dos qualis. Além disso como não tem um modelo geral baseado em ciência natural, os filósofos aproveitam para inventar em cima, tá, eles tb trazem contribuições importantes em matéria de análise, etc, mas elocubram bastante.

Assim, se vc quer estudar a área de fundamentos de ciências cognitivas para fins de estudo da mente humana, animal ou artificial ... demora um tempo pra vc ter uma visão geral e poder filtrar o que te possa ser útil. Mas é fascinante ...

Só não vou falar muito do meu trabalho aqui ainda pq estou escrevendo um artigo que vou submeter para publicação em algum lugar, então tenho que me concentrar (um dos meus fracos) e tb para não falar besteira antes da hora ... mas se quiser saber o meu ponto de vista sobre qualquer coisa da área, to a disposição.

Obrigado por se dispor e desculpe-me a demora na resposta (além do tempo exíguo, tive problemas com minha conexão neste último final de semana, quando eu pretendia mas não consegui responder -- *o texto não é curto* mas já o deixei pronto no bloco de notas e, agora, transfiro-o rapidamente).

Entendo perfeitamente e, claro, respeito sua reserva pois sou defensor dos direitos de propriedade intelectual, além dos outros detalhes mais que você mencionou. Não tive intenção de sugerir que você expusesse antecipadamente algo que pretente publicar oficialmente na hora certa e em algum veículo adequado (não obstante, peço que não esqueça sua promessa de, após fazê-lo, expor aqui). Apenas solicitei que se houvesse alguma coisa que você sentisse que poderia revelar, sem precipitação ou prejuízo, revelasse. Sua oferta do seu ponto de vista sobre especificidades da área me pareceu bastante razoável e, até, mais acertada em relação ao meu pedido de "troca de idéias" em que tenho mais mesmo é idéias, sendo eu um "conhecedor" (interessado) *muito superficial* do tema.

Acho conveniente que eu faça um preâmbulo em que eu fale um pouco de mim com vistas a evitar certas "possibilidades interativas" que já experimentei por aqui. Devo reconhecer que, relativamente à percepção da realidade tida pela maioria dos humanos, o rigor do logos (não falo do logos origem radical da lógica -- visto que "lógica" não embasa nem origina ciência -- mas do logos fundamental, do logos da rigorosidade total do pensamento) atinge, em mim, uma magnitude que beira a intratabilidade. Mas respeito (e muito, diga-se de passagem -- *quando me respeitam também*) até mesmo os pensadores mágicos que eu tanto critico. Não precisamos ser concordes para que goze de meu respeito; só que me respeite também. A postura que menos tolero que tomem em relação a mim nem mesmo é o desrespeito declarado ou velado em relação aos meus pensamentos mas o corrompimento intencional das minhas palavras ou, se não intencionalmente, sem a devida retratação em face de um esclarecimento. Aceito que o crente ou pensador mágico tenha, *em seu entendimento*, que o idiota seja eu e, claro, até que externe isso com eloquência. Mas exijo que ele me ataque, exatamente, naquilo que expressei e nunca por coisas que eu não disse, desvirtuando minhas afirmações e corrompendo minhas proposições. Estou dizendo estas palavras, especialmente, por causa da sua menção a coisas como "consciência quântica", qualis (ou qualias?) e o tratamento dado ao tema por filósofos. Desta forma você pode ter uma visão geral da minha posição quanto ao assunto (a seguir, espero deixar isso ainda mais nítido e claro). Ditas estas palavras, espero que me compreenda e, principalmente, que prossigamos.

Vou me alongar um pouco mais já que disponho de algum tempo neste momento e porque entendo este tema como da mais alta importância. Ainda em minha infância, eu pensava em escrever muitos livros para os quais eu tinha apenas muitas idéias e títulos (nunca escrevi nenhum). Um deles, eu pretendia intitular "O Último Flogístico". Naquela minha visão primeva de infância, quando tomei conhecimento da "antiga" teoria do flogístico, quase imediatamente formei, num corolário de comparação, um paralelo entre a teoria do flogístico e a "teoria" de deus e passei a definir o deus (sem fazer nenhuma distinção entre quaiquer deuses) como o último flogístico -- a última teoria mágica e absurda a ser derrubada "pela ciência". O tempo passou e conhecendo um pouco melhor a mente humana (notadamente, as outras mentes humanas que não a minha própria, que sempre conheci muito bem) percebi que meu direcionamento estava errado. Não é o deus exterior imaginário o último flogístico mas, sim, o deus interior imaginário, o "eu", a "consciência" (de caráter imaginariamente transcendente), o "ser" abstrato "capaz" de romper a "ordem universal" e "transgredir" as "leis da natureza" por meio do seu mágico, divino e milagroso livre arbítrio. Pois o que é/seria (seria se existisse de fato) o livre arbítrio senão o milagre? O que é/seria o livre arbítrio senão a competência *divina* para suspender a rigorosa ordenação das coisas (do universo) de modo a que seja atendida a soberana vontade do arbitrador? Frequentemente, o livre arbítrio é visto, com grande inocência, como algo muito menos importante e de significância muito menor do que é e tem, respectivamente. Mas seria muito mais que isso (caso existisse), pois o livre arbítrio demanda uma mente e, portanto, um cérebro desobediente à física, à natureza, à realidade (aos tolos que sonham que a mecânica quântica possa dar algum respaldo a esta ilusão, só tenho a dizer: vocês, absolutamente, não entendem o que é mecânica quântica). Só um deus (homem) pode ter livre arbítrio pois é necessário ser supra-universal para isso. E qual é a essência da transcendência mental que se crê, senão o livre arbítrio? Foi (e é) transferindo esta pseudopropriedade mental para o universo que o homem inventou/inventa deus. Tão fundamental, tão essencial é esta propriedade mental inventada pela mente crente que nem mesmo o deus que ela (a mente mágica, crente) inventa, projetando exatamente esta mesma pseudopropriedade mental no universo, pode interferir nela (a "propriedade", a autonomia, a independência em relação ao universo, o livre arbítrio). O homem inventa deus mas, como salvaguarda, não o põe acima do seu próprio livre arbítrio o que significa, em última análise, que o único deus que existe, para o crente, é ele próprio (muitos que se consideram ateus por terem, acertadamente, concluído pela inexistência de deuses exteriores são crentes na divindade do próprio "eu"; acreditam, como qualquer "outro" crente, na natureza metafísica das suas próprias consciências; dizem não acreditar em deuses exteriores mas fazem com o universo o mesmo que os "convencionais" crentes em deuses exteriores fazem com seus deuses: "põem-no" abaixo de si mesmos quando estes esbarram no sagrado livre arbítrio). Esta regra, em si, ainda que paradoxalmente, já evidencia o quanto somos robóticos (e, curiosamente, como o deus inventado também é, claro, robótico) se notarmos a semelhança que guarda com qualquer uma das três (ou as três em conjunto, já que apresentam interdependência) regras *fugidias da realidade* estabelacidas, por Azimov, para robôs. É este o último flogístico: a transcendência da mente, o livre arbítrio, a capacidade de contrariar o universo, de não ser regido pelas regras dele e de não ser *reprodutível* por ele (aqui entra a relevância de dispositivos como as redes neurais *artificiais*). Então, não só o foco mas até o título do meu "possível" jamais escrito livro mudou: seria algo como "Mente, A Fronteira Final". Talvez eu nunca o escreva. Talvez eu deva confessar que sou preguiçoso e desestimulado demais para empreender a tarefa da escrita de um livro. Talvez eu não tenha talento mesmo para isso. Mas o que importa para mim, por ora, é que sistemas físicos artificiais que emulem a mente humana com integralidade podem ser, para a suposta e propalada transcendência da mente humana, como as balanças de Lavoisier foram para o flogístico.

Estamos, agora, como na fase do início da geometria, da geologia, da astronomia, das grandes navegações que permitiram, infelizmente apenas para alguns, deduzir indiretamente a esfericidade (e até o tamanho) da Terra e sua não centralidade no universo. Muitos podiam ainda contra-argumentar porque enquanto não se pode ver diretamente é possível alimentar a ilusão com alguma "dignidade". Atingir o estágio de emulação total da mente através da neurocomputação (ou de qualquer outro ramo, agora talvez menos provável ou visível, da ciência) será equivalente, para a ilusão da mente transcendente, ao que foram a técnica satelital e a cosmonáutica para as fantasias da terra plana e do geocentrismo. Assim como se pôde e pode olhar através das câmeras de satélites, sondas e pelas janelas das cabines de espaçonaves e dizer: está vendo ali, a esfericidade da Terra e como ela orbita em torno do Sol?, com o progresso da neurocomputação, poder-se-á apontar e dizer: olhe bem aqui para o seu cérebro. Está vendo? Olhe bem aqui para *a sua mente* e não fuja mais pois esta e a sua chance de ser totalmente livre, principalmente, de você mesmo. Está vendo bem o que é a sua mente? É isso mesmo. É APENAS isso, nada mais. Não se desespere, a viagem ainda não terminou. Está só começando. Acalme-se, agora prosseguiremos para a "imortalidade"*. Não a fantasiosa, a real. E você não terá mais "necessidade" de inventar deuses e religiões depois disso.

*escrevi imortalidade entre aspas porque considero mais exata a expressão 'longevidade indefinida', visto que imortalidade evoca infinito e... o que é infinito?


Quando ingressei neste forum, tinha em mente o objetivo de abrir não mais que cinco tópicos sobre questões fundamentalíssimas de ciência. Mas o ambiente que eu descobri aqui mais amiúde e a maneira como as coisas se encaminharam me levaram a desistir desse objetivo. Terminei por lançar um único tópico que nem estava nos meus planos, que eu nem sequer cogitava, movido pelas circunstâncias. Para ser bem franco, não tinha encontrado ninguém aqui que, sequer, aparentasse possuir a necessária envergadura para conduzir questão dessa natureza. Encontrar pessoas assim é o objetivo mais importante para mim. Um dos tópicos que eu planejava abrir teria exatamente o título: Mind Trek - Consciência, A Fronteira Final (uma manifesta corruptela do título da famosa série). Eu pretendia abordar, entre outros, o tema das redes neurais artificiais no tópico. Tentei instigar reações aqui:

../forum/topic=22651.175.html#msg517826

../forum/topic=22651.200.html#msg517898

(quando ainda tinha em mente lançar o tópico) mas o resultado foi nulo. Ainda falta muito até que o humano médio possa perceber e dar as devidas importância e atenção a essa questão fundamental. Observe como a Fabi insinua (logo após decretar terminantemente, "quase" dogmaticamente, que não somos robôs), ao afirmar que "as coisas não são tão simples", não que elas sejam complicadas demais para nossas possibilidades cognitivas, mas que "as coisas" que ela menciona fogem do alcance de *qualquer* possibilidade cognitiva. Não que simplesmente não sejamos robôs (é óbvio que somos robôs; somos robóticos; somos máquinas robóticas orgânicas). É que, segundo o que a Fabi dá a entender (é minha interpretação das suas palavras, Fabi -- caso eu esteja errado, me perdôe e me conteste, por favor), nenhum robô poderia ser nós. Afinal, somos humanos e isto é... divino; isto não pode ser reproduzido por uma "máquina"; "não somos máquinas" (o "próprio" Descartes não conseguiu encarar essa realidade -- por isso, quando eu disser que sou mecanicista, não refiro-me ao mecanicismo cartesiano que exclui o homem da regra). "As coisas não são tão simples", elas são "algo mais", são transcendentes, são mágicas (aliás, quais coisas exatamente?, nós?; uma ANN, por exemplo, não poderia atingir este mesmo status de "pouca simplicidade"?, por que?). "Aqui é onde a ciência estanca; aonde ela não pode alcançar". É a salvaguarda da ilusão contra a ciência (daí a filosofia permanecer tão útil para o pensador mágico... -- a filosofia "permite" ao homem livre arbítrio contra a ciência). Mas de onde tiram "bases" para essas afirmações? Da própria mente, da própria ilusão, é claro. Veja que não pode haver argumento para alijar essas idéias de seu caráter absolutamente metafísico, mágico pois ainda que alguns achem que é científico não reduzir o todo à soma das suas partes; que da soma de partes interrelacionadas num sistema surja, não só o todo, mas também, "algo mais", determina-se que esse suposto fenômeno não poderia ocorrer, também, em máquinas "frias e, *principalmente*, não humanas" por mais complexas e por mais partes somadas ao seu todo que possam ter, elas não podem ser metafísicas como a mente humana, mágicas como a mente humana (só o ser humano pode ser divino porque seu cérebro é... feito de gelatina orgânica nervosa, a substância mais especial do 'mais-que-universo'; só se encontra dessa substância divina na terra do nunca e, para chegar lá, é preciso pedir licença a deus -- não adianta tentar pois é impossível obter algo parecido com silício ou vidros-de-spin ou qualquer outro material 'mundano', só com a 'gelatina', *mas tem que ser a da terra do nunca*). Esse fenômeno do surgimento do "algo mais" só vale para o cérebro humano. O cérebro humano é MUITO especial, é etéreo. Somos etéreos. Não podemos ser equiparados às coisas reais, de modo algum. Este mesmo tipo de pensamento também aplica-se à própria vida que não pode ser uma simples soma de partes (um simples maquinismo), segundo os pensadores mágicos. Por isso alerto que a simples menção do termo abiogênese, já é um absurdo. Mas não é disso que estamos tratando agora...

Agora, para eu não me alongar ainda mais neste momento, vamos a objetividades maiores uma vez que penso ter deixado bem claro o porquê desse assunto ser tão importante ao meu ver. Comente sobre as coisas que eu disse (sobretudo, fazendo apreciações dentro do âmbito da neurocomputação e das demais ciências cognitivas com que você trabalha), se você concorda ou discorda, de tudo ou em parte. Por quê?

Por favor, discorra, ainda que de modo breve e resumido, um pouco sobre a 'via ou modelo conexionista' de redes neurais. Eu gostaria de uma síntese que fosse, se possível, minimamente esclarecedora. Não li mais do que alguns artigos sucintos a respeito, um dos quais falava sobre a analogia entre ANN e certos modelos físicos estatísticos (vidros-de-spin), mas eu apreciaria se você pudesse oferecer uma definição mais concisa do que seja um 'modelo conexionista'.

Descupe-me, mas o que você escreveu deu-me a impressão de uma certa ambiguidade:

"Digo isso pq para mim os processos cognitivos humanos não estão descritos corretamente por meio de mecanismos físicos. Bom, eu trabalho nisso e tenho certeza que já estamos chegando lá (na verdade eu to propondo uma solução completa em meu trabalho, qdo eu publicar até o final do ano eu posto nesse fórum)."

Se não estão corretamente descritos, como você tem certeza de que já estamos "chegando lá"? O que exatamente você quis dizer com "estamos chegando lá"? Será que falta pouco para minha expectativa se realizar? Se for a solução que você proporá em seu trabalho, aguardo ansiosamente até a sua apresentação. E, desde já, o congratulo.

É só, por ora. Sei que já foi bastante para encher o saco, mas não resisto a esse tema.

Muito obrigado.

Offline Cientista

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #19 Online: 01 de Setembro de 2010, 02:51:42 »
Sim, normalmente ao invés de usarmos os termos consciência coletiva e inconsciência coletiva, utilizamos ciência e religião (no seu caso o arquétipo da magia), normalmente como sinônimos, principalmente no contexto cético.


Das duas, uma: ou você não entendeu nada do que eu disse; ou eu, em toda minha obtusidade, não estou entendendo nada do que você tentou dizer.


Se você está dizendo que ciência é algum tipo de consciência coletiva então, definitivamente, está "boiando" e não captou, da história humana, o que vem a ser ciência. A não ser que você reconheça que o conjunto dos "registros científicos" *extra-cerebrais* constituam-se numa 'consciência estática' em si, o que implicaria em conclusões negativas, contraditórias aos seus próprios pensamentos e argumentos. Religião é inconsciência sim, pura e simples, mas individual, não coletiva.


Na infância, os pais/adultos não dizem o que é bom ou mal (do jeito que sabemos quando somos adultos), parece que deixam as crianças numa bolha, e como condição para manter essa bolha, não podemos ficar cientes das coisas.
"Se comer o fruto dessa árvore, será como os deuses".
Esses conceitos não são realidades, são invenções (ilusões) da mente, logo, é óbvio que não se pode explicar isso às crianças porque não se pode explicar isso a ninguém, porque não é algo a se explicar, é algo a se convencer. E este é todo o problema. Não existe bom e mau, bem e mal; existe conveniente e incoveniente, vital e mortal, inteligente e estúpido... Passando das coisas reais, tudo mais tem que ser inventado pela mente. E é, efetivamente, inventado e, principalmente, *reinventado* (processo fundamental de replicação do pensamento mágico). Ilusões não podem ser "transferidas" diretamente de uma mente a outra (assim como conhecimentos) porque não são demonstráveis. Mas, aproveitando-se sua natural inclinação para elas, as ilusões podem ser instigadas na mente (atendendo, muitas vezes, às conveniências de 'outros').


Complexidade é o conceito. A cibernética fracassou juntamente com tentativa de matematização do mundo e daí emergiu a força da filosofia da informação. É o elo que liga os seres vivos e os demais seres, principalmente os humanos e as suas criações chamadas de tecnológicas.
Que conceito? Exatamente o que você entende por complexidade? O discurso do decreto de fracassos em ciência e tecnologia é típico de (e somente cabível a) crentes. Só para constar, por acaso você já informou aos pesquisadores dessas áreas (cibernética e matemática) sobre esse seu decreto de falência das mesmas? Não sei se você tem noção da coisa mas pode se surpreender ao saber que eles não estão cientes disso. O elo que liga os "seres vivos" e os "demais seres" é *todo o universo*. Não há nada transcendente nos seres vivos.


mas existe alguma prova de que temos um comportamento que não possa ser reproduzido exatamente por meios artificiais, como um robô por exemplo.
:umm: Prova não tem, só umas cinco áreas diferentes estudando a mesma coisa (o cérebro), já dá pra ter uma idéia de como é uma coisa complexa. 

Mas se reduzir o cérebro humano a um mero processador de dados, dá pra imitar o comportamento humano (de forma limitada).
Não tem prova ou, no seu entender, várias areas diferentes estudando a mesma coisa é prova de que ela não pode ser estudada, entendida e, muito menos, imanente? E por ser uma coisa complexa teria que ser transcendente? Se não tem prova, você poderia basear suas afirmações em argumentos mais "razoáveis" (do que este que os colecionadores de figurinhas falaciosas, me parece, chamariam de ad ignorantiam)? Nenhuma complexidade é transcendente, metafísica, mágica ou gera transcendência, mas toda complexidade é relativa. Complexo em relação a que? Podemos ainda descobrir que nossos cérebros são desoladoramente, assustadoramente simples diante de outras estruturas cognitivas, que nossas mentes são desagradavelmente rudimentares e que toda a filosofia humana é mais vã que o seu computador travado.

Isso reforça a interpretação que fiz daquelas suas afirmações anteriores. Qual o problema em "reduzir" (palavra que aparenta subentender mais menosprezo que simplificação -- é muito desagradável a idéia de que somos "meras" máquinas, não é?) o cérebro humano a um "mero" processador de dados? O cérebro não é um "mero" processador (e registrador) de dados? O que mais pode ser? O que há, na sua concepção, de tão especial e singular neste "magnífico *mero* amontoado de neurônios"? O fato de que ele "*ainda*" (acho muito questionável se já não tenha sido, diante de tantas evidências já acumuladas -- isso depende muito do balanço entre a disposição para enfrentar a realidade e o ímpeto inato de fugir dela) não foi "destrinchado" (no bom sentido científico)?

Offline gilberto

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #20 Online: 01 de Setembro de 2010, 04:34:17 »
Interessante Cientista, mas vou demorar mais ou menos 1 semana para te responder. To atrasado com umas tarefas.

Offline Adriano

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #21 Online: 01 de Setembro de 2010, 11:37:02 »
Sim, normalmente ao invés de usarmos os termos consciência coletiva e inconsciência coletiva, utilizamos ciência e religião (no seu caso o arquétipo da magia), normalmente como sinônimos, principalmente no contexto cético.


Das duas, uma: ou você não entendeu nada do que eu disse; ou eu, em toda minha obtusidade, não estou entendendo nada do que você tentou dizer.


Se você está dizendo que ciência é algum tipo de consciência coletiva então, definitivamente, está "boiando" e não captou, da história humana, o que vem a ser ciência. A não ser que você reconheça que o conjunto dos "registros científicos" *extra-cerebrais* constituam-se numa 'consciência estática' em si, o que implicaria em conclusões negativas, contraditórias aos seus próprios pensamentos e argumentos. Religião é inconsciência sim, pura e simples, mas individual, não coletiva.
A ciência é a mais complexa e ampla linguagem e a grande máquina internet está disseminando cada vez mais este conhecimento entre a coletividade. Assim o confronto entre o bem estar coletivo da religião se defronta com o bem estar de acessibilidade do conhecimento.

O cérebro humano, de maneira individual, já não tem mais a mesma importância devido ao grande cérebro virtual* da espécie formado pela rede, que contém todos os cérebros individuais acoplados nela.

*Inteligência coletiva é usado aqui como um modelo retórico e com embasamento teorico na filosofia da informação.


Complexidade é o conceito. A cibernética fracassou juntamente com tentativa de matematização do mundo e daí emergiu a força da filosofia da informação. É o elo que liga os seres vivos e os demais seres, principalmente os humanos e as suas criações chamadas de tecnológicas.
Que conceito? Exatamente o que você entende por complexidade? O discurso do decreto de fracassos em ciência e tecnologia é típico de (e somente cabível a) crentes. Só para constar, por acaso você já informou aos pesquisadores dessas áreas (cibernética e matemática) sobre esse seu decreto de falência das mesmas? Não sei se você tem noção da coisa mas pode se surpreender ao saber que eles não estão cientes disso. O elo que liga os "seres vivos" e os "demais seres" é *todo o universo*. Não há nada transcendente nos seres vivos.
É que tinhamos aqui um moderador, o Oceanos, estudioso dessa área, dizia que a robótica já não tentava mais reproduzir comportamentos humanos e sim agregar na busca de soluções necessárias para a melhoria da vida em sociedade.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Adriano

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #22 Online: 01 de Setembro de 2010, 11:46:39 »
Na filosofia da mente considero muito a teoria de Daniel Dennett que é totalmente contrário a idéia dos qualias, um grande crítico desta crença muito bem denominada por ele de teatro cartesiano. Aqui tem o forista Buckaro que é simpático aos qualias, pelo que percebi nos debates em que participou sobre o tema.

Ok, eu tb, apesar que pelo pouco que conheço do Dennett ele é fisicalista, funcionalista e mais alguns istas pro lado mais realista, o que é bom na minha opinião. Só até onde eu sei o Dennett só argumenta em favor de um cognitivismo full materialist, mas não sabe propor modelos e soluções. Aí é que entra a ciência cognitiva de fato, e onde quero trabalhar.

Agora sobre o qualia ... eu tive em um congresso onde o seu inventor, o David Chalmers (bicho grilo gente boa) tava. Mas pelo que eu vi, confirmou o que eu já achava de que não serve pra nada (para dizer o mínimo).

Putz, demorei mas te respondi.
 
Gosto do Dennett por seu aprofundamento da questão da intencionalidade, que é o embasamento primeiro dos qualias. Ele vai de forma tão profunda que chega as raias da evolução biológica para explicar a intencionalidade humana, nada mais científico. Esta relaciona os níveis de explicação dos sistemas, primeiramente o físico, depois o de projeto (como deveria funcionar - saúde por exemplo) e o intencional, que tem as crenças e os desejos.

Chalmers tem uma linguagem mais acessível para o entendimento das questão sobre a filosofia da mente, para quem adentra nesta por outros caminhos, principalmente o não naturalista, sendo uma abordagem mais do universo humano (sociedade) apenas.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Fabi

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #23 Online: 01 de Setembro de 2010, 14:31:39 »
Observe como a Fabi insinua (logo após decretar terminantemente, "quase" dogmaticamente, que não somos robôs), ao afirmar que "as coisas não são tão simples", não que elas sejam complicadas demais para nossas possibilidades cognitivas, mas que "as coisas" que ela menciona fogem do alcance de *qualquer* possibilidade cognitiva. Não que simplesmente não sejamos robôs (é óbvio que somos robôs; somos robóticos; somos máquinas robóticas orgânicas). É que, segundo o que a Fabi dá a entender (é minha interpretação das suas palavras, Fabi -- caso eu esteja errado, me perdôe e me conteste, por favor), nenhum robô poderia ser nós. Afinal, somos humanos e isto é... divino; isto não pode ser reproduzido por uma "máquina"; "não somos máquinas" (o "próprio" Descartes não conseguiu encarar essa realidade -- por isso, quando eu disser que sou mecanicista, não refiro-me ao mecanicismo cartesiano que exclui o homem da regra). "As coisas não são tão simples", elas são "algo mais", são transcendentes, são mágicas (aliás, quais coisas exatamente?, nós?; uma ANN, por exemplo, não poderia atingir este mesmo status de "pouca simplicidade"?, por que?). "Aqui é onde a ciência estanca; aonde ela não pode alcançar". É a salvaguarda da ilusão contra a ciência (daí a filosofia permanecer tão útil para o pensador mágico... -- a filosofia "permite" ao homem livre arbítrio contra a ciência). Mas de onde tiram "bases" para essas afirmações? Da própria mente, da própria ilusão, é claro.
:hein:
É, você entendeu errado.  Não disse que não somos robôs, porque somos mágicos, mas porque estamos vivos. Você disse: "somos máquinas robóticas orgânicas". Na verdade somos mais que isso, somos seres vivos, temos um metabolismo celular. Esse é o grande abismo que separa o homem das "máquinas", estamos vivos.

Até certo ponto, temos uma programação (DNA), mas essa programação não é tão rígida, afinal reagimos com o meio externo. Por exemplo, podemos ter um gene para o câncer de mama, mas não significa que vamos desenvolver, vai depender de diversos fatores.
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

“Deus me dê a serenidadecapacidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença” (Desconhecido)

Offline Cientista

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Re: Inconsciente Coletivo
« Resposta #24 Online: 02 de Setembro de 2010, 01:15:22 »
Interessante Cientista, mas vou demorar mais ou menos 1 semana para te responder. To atrasado com umas tarefas.

Não precisa ter pressa, gilberto. Eu também tenho que fazer um recesso para resolver alguns problemas extras que surgiram para mim, tanto pessoais quanto no meu trabalho (tudo de uma vez!). Pode levar até mais de uma semana. Eu estarei aqui depois

 

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