E quando citam "trabalho duro" não vejo apenas no sentido braçal e sim de todo dispêndio intelectual e até afetivo voltado a execução de rotivas existênciais cansativas, como a educação e o empenho laborativo conjugado com esse conhecimento adquirido.
Acredito que deve-se dividir "trabalho braçal" de "empenho intelectual", já que "hard work" depende da vontade da pessoa, enquanto que empenho intelectual depende da sua capacidade intelectual. Para ilustrar: Alguém pode fazer todo um hard work para criar uma empresa de sucesso e sua empresa acabar sendo uma merda. Outra pode trabalhar pouco, mas inteligentemente, e fazer uma empresa de sucesso. Aliás acho que esse é o maior problema do Brasil: Hard work ineficiente.
A divisão é menor do que pode parecer. Da forma como está fraseado, sugere que é tudo uma questão de genes ou de uma espécie de inteligência superior. Mas mpenho intelectual
é esforço intelectual, são sinônimos.
São raros os casos de idéias ou problemas resolvidos num estalar de dedo por uma pessoa ter um "dom" de uma inteligência superior, algo que nunca precisou ser desenvolvido. As pessoas, mesmos os "gênios" em qualquer área, se dedicam exaustivamente em torno de uma questão. É até praticamente oxímoro o que o Huxley colocou, "trabalho inteligente e preguiçoso".
Eu não estou dizendo que todo mundo tenha a mesma "capacidade intelectual" (assim como também não tem a mesma "força de vontade"), ou que não haja influência nos genes, só desmontando essa noção comum de "dom".
Talvez o aspecto de "hobby que dá certo" contribua para essa impressão, mas mesmo hobbies implicam em "trabalho duro", para serem desenvolvidos até um ponto em que possam ser explorados comercialmente com sucesso. O que acontece aí é que o "trabalho duro" é mascarado pelo prazer que a pessoa tem nessa atividade, mas ele não deixa de existir, no sentido de um esforço ativo pelo aperfeiçoamento constante.