Alunos da Unesp criticam agressãoEnquanto estudantes em protesto cobravam uma posição mais rígida da diretoria da Universidade Estadual Paulista (Unesp) contra os acusados de promover um 'rodeio de gordas', a congregação da instituição no câmpus de Assis, a 460 quilômetros da capital, decidiu criar uma comissão disciplinar para apurar o envolvimento dos alunos no evento.
Nos jogos universitários realizados entre os dias 10 e 13 em Araraquara, estudantes obesas foram agarradas por colegas - que haviam combinado a agressão previamente, pela internet.
Em reunião, a decisão foi aprovada pelos 30 representantes da diretoria, funcionários, professores e alunos. A comissão terá um mês para apresentar os resultados.
Enquanto o órgão máximo da escola se reunia num auditório, os alunos protestavam contra a demora da universidade para se posicionar sobre as agressões. Com faixas e cartazes, cerca de 200 estudantes ocuparam a entrada do prédio principal.
'Queremos que a Unesp tome medidas que demonstrem o repúdio da instituição a esses atos de violência', disse a doutoranda em Psicologia Erika Oliveira. Alunas manifestaram solidariedade às colegas agredidas portando cartazes com frases como 'Abaixo a ditadura do corpo' e 'Por uma universidade sem opressão, preconceito e violência'. As estudantes que foram agredidas não apareceram.
Por decisão dos familiares, elas não estão frequentando as aulas. 'A última coisa que queremos é expor essas meninas, que já estão feridas e assustadas', disse a advogada Fernanda Nigro, do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Sexualidade (Neps).
Estudantes apontados como agressores também faltaram às aulas. Roberto Negrini, que classificou o 'rodeio' como uma brincadeira, foi orientado pelos pais e advogados a não falar com a imprensa.
RepercussãoEm Assis, ontem, os estudantes se dividiam entre os que exigiam punição para os culpados e aqueles preocupados com a imagem da universidade. 'Não foi só em Assis que aconteceu isso, mas nosso câmpus foi o único que se posicionou', disse Camila Galvão, estudante de Letras.
O diretor em exercício, Ivan Rocha, disse defender uma avaliação rigorosa dos casos, que considerou de extrema violência. 'É uma instituição pública', disse. Foi aprovada uma moção de 'veemente repúdio' contra os atos.
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