Autor Tópico: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza  (Lida 4371 vezes)

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Offline Adriano

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Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
Encontro sobre biodiversidade em Nagoya terminou nesta sexta-feira (29).

Meta é proteger 17% das áreas terrestres e 10% das marinhas até 2020.




Delegados aplaudem encerramentos da COP 10, na cidade japonesa de NagoyaDelegados aplaudem encerramentos da COP 10, na cidade japonesa de Nagoya (Foto: Yuriko Nakao / Reuters)

A agência de noíticas Reuters informou que delegados de quase 200 países reunidos na cidade japonesa de Nagoya chegaram nesta sexta-feira (29) a um consenso sobre a delicada questão do acesso aos recursos genéticos dos países em desenvolvimento - ricos em uma grande diversidade de espécies animais e vegetais, mas que não aproveitam, ou pouco aproveitam, os benefícios econômicos que elas geram.

Com o protocolo sobre Acesso e Partilha de Benefícios (ABS, na sigla em inglês), o dinheiro resultante da venda de produtos baseados em genes do "reservatório de biodiversidade" dos países do Sul - animais, plantas, micro-organismos - seja dividido entre quem pesquisa, desenvolve e comercializa e o país em que o recurso foi identificado e explorado. A meta é, basicamente, conter a biopirataria.
Delegados demonstram exaustão durante reunião plenária na COP 10 de Nagoya nesta sexta-feira (29)Delegados demonstram exaustão durante reunião plenária na COP 10 de Nagoya nesta sexta-feira (29)

“Protocolo de Nagoya” será o nome de batismo da regulamentação internacional sobre uso de recursos genéticos da biodiversidade aprovada na Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB).


Em negociações há oito anos, o protocolo ABS havia sido fortemente reivindicado por países em desenvolvimento. "É um sonho que todos os países tinham em mente há muito tempo", comemorou o ministro japonês do Meio Ambiente, Ryu Matsumoto, que presidiu os debates.

Outro plano de metas
Outro objetivo da conferência foi definir metas para proteger a biodiversidade até 2020, embora os países já tenham descumprido a meta de 2010.

Hoje só 13% dos ecossistemas terrestres estão protegidos. No caso dos oceanos, áreas de preservação não chegam a 1%. Os Estados signatários da CDB assumiram o compromisso de proteger até 2020 17% das áreas terrestres e 10% das áreas marinhas do planeta.
Combater a biopirataria seria para proteger o biocapitalismo?
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Geotecton

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #1 Online: 02 de Novembro de 2010, 12:39:57 »
A tendência de valorar e monetizar elementos da natureza representa um viés perigoso, na medida que justifica ações e opções onde o lado econômico seja o único contemplado, ou apelo menos, preponderantemente.
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Offline Felius

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #2 Online: 02 de Novembro de 2010, 13:33:27 »
A tendência de valorar e monetizar elementos da natureza representa um viés perigoso, na medida que justifica ações e opções onde o lado econômico seja o único contemplado, ou apelo menos, preponderantemente.

Também incentiva grandemente a proteção do meio ambiente, afinal, ninguém é um vilão do capitão planeta que quer destruir o meio ambiente por raiva! Fazendo ser mais lucrativo preservar do que destruir, as pessoas vão consequentemente preservar.

Fora isso, honestamente, por que tanto stress com o meio ambiente? Nunca vi e continuo não vendo razões para se preservar o mesmo pela própria preservação. Só vejo sentido vendo isso do ponto de vista da utilidade da humanidade. Devemos preservar para nos manter, mas não vejo nada de anti-natural nas alterações causadas por nós. Esse papo de equilíbrio com a natureza não cola muito pra mim, simplesmente não vejo um local mais natural que o outro, apenas mudanças na natureza do local. Vênus é tão natural quanto a amazônia que é tão natural quanto Nova York. E por falar em equilibrio natural, a terra ja sofreu mudanças extremamente mais brutais "naturalmente", se qualquer coisa, tentar prevenir tanto as mudanças que seria anti natural.
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Offline Cumpadi

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #3 Online: 02 de Novembro de 2010, 16:16:48 »
Também incentiva grandemente a proteção do meio ambiente, afinal, ninguém é um vilão do capitão planeta que quer destruir o meio ambiente por raiva! Fazendo ser mais lucrativo preservar do que destruir, as pessoas vão consequentemente preservar.
Doce ilusão que é mais lucrativo preservar do que destruir. Eu diria que é algo parecido com a entropia. você deixa de aumentar em um lugar, mas para isso você aumenta mais em outros lugares.
http://tomwoods.com . Venezuela, pode ir que estamos logo atrás.

Offline Geotecton

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #4 Online: 02 de Novembro de 2010, 17:26:46 »
A tendência de valorar e monetizar elementos da natureza representa um viés perigoso, na medida que justifica ações e opções onde o lado econômico seja o único contemplado, ou apelo menos, preponderantemente.

Também incentiva grandemente a proteção do meio ambiente, afinal, ninguém é um vilão do capitão planeta que quer destruir o meio ambiente por raiva! Fazendo ser mais lucrativo preservar do que destruir, as pessoas vão consequentemente preservar.

No meu entender, a preservação deveria ocorrer como um ato de manifesta liberdade e não como um produto de coerção ou de incentivo monetário.

No meu entender, o principal motivo da destruição ambiental é pura ganância econômica, sem haver implicitamente uma maldade objetiva (sadismo).


Fora isso, honestamente, por que tanto stress com o meio ambiente? Nunca vi e continuo não vendo razões para se preservar o mesmo pela própria preservação. Só vejo sentido vendo isso do ponto de vista da utilidade da humanidade.

Caro Felius.

Discordo da sua opinião por dois motivos.

O primeiro é que nós dependemos totalmente do meio-ambiente para a nossa sobrevivência, de tal modo que mante-lo em boas condições é vital para nós enquanto espécie.

O segundo motivo é de ordem ética, pois como resultado da evolução nós somos a única espécie com plena consciência do individual, do coletivo e do meio-ambiente. Assim sendo nós temos uma responsabilidade para com todas as demais espécies, pois que ultrapassamos há muito tempo a condição de mera "espécie dominante" de um dado nicho ecológico.

Sinceramente eu só tomei ciência de opiniões deste tipo provenientes de espécimens do "homo urbanus". Espero que voce não seja da subespécie "insapiens". :biglol:


Devemos preservar para nos manter, mas não vejo nada de anti-natural nas alterações causadas por nós. Esse papo de equilíbrio com a natureza não cola muito pra mim, simplesmente não vejo um local mais natural que o outro, apenas mudanças na natureza do local.

É uma discussão interessante saber se a ação antrópica é, de per si, uma atitude anti-natural. Alguns pesquisadores, como Enrique Leff, afirmam que uma dada ação humana é considerada destrutiva em relação a um local, se uma vez cessada a intervenção, a Natureza não conseguir restabelecer o status quo daquele local.

 
Vênus é tão natural quanto a amazônia que é tão natural quanto Nova York.

Baseado no que afirmou Leff, eu diria que não!


E por falar em equilibrio natural, a terra ja sofreu mudanças extremamente mais brutais "naturalmente", se qualquer coisa, tentar prevenir tanto as mudanças que seria anti natural.

Sim, pode ser que voce não acredite, mas eu conheço um pouco sobre isto. ::)

De qualquer modo, no meu entender são mudanças com aspectos distintos. Aquelas que ocorreram no passado pré-histórico da Terra não foram conduzidas por seres inteligentes e dotados de consciência, diferentemente daquelas que acontecem hoje e que são de origem antrópica.
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Offline Derfel

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #5 Online: 02 de Novembro de 2010, 20:57:21 »

Sim, pode ser que voce não acredite, mas eu conheço um pouco sobre isto. ::)

De qualquer modo, no meu entender são mudanças com aspectos distintos. Aquelas que ocorreram no passado pré-histórico da Terra não foram conduzidas por seres inteligentes e dotados de consciência, diferentemente daquelas que acontecem hoje e que são de origem antrópica.

Fora que quando o número de espécies em extinção aumenta em quantidade tal como agora é sinal de uma extinção em massa iminente (nós inclusive).

Offline Adriano

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #6 Online: 02 de Novembro de 2010, 21:06:49 »
É uma discussão interessante saber se a ação antrópica é, de per si, uma atitude anti-natural. Alguns pesquisadores, como Enrique Leff, afirmam que uma dada ação humana é considerada destrutiva em relação a um local, se uma vez cessada a intervenção, a Natureza não conseguir restabelecer o status quo daquele local.
Obrigado pela referência! Muito bom  :ok:
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Offline Felius

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #7 Online: 03 de Novembro de 2010, 22:19:47 »
Não estou falando que não deve ser feito uma preservação. Mas do meu ponto de vista, deve ser feita com intuito de manter as condições terrestres o melhores possíveis para nós humanos, não meramente pela preservação por si só.

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No meu entender, a preservação deveria ocorrer como um ato de manifesta liberdade e não como um produto de coerção ou de incentivo monetário.

No meu entender, o principal motivo da destruição ambiental é pura ganância econômica, sem haver implicitamente uma maldade objetiva (sadismo).
E num mundo ideal, pode ser que isso seja melhor. Mas voltemos para o mundo real agora. Num mundo ideal, as pessoas não cometeriam crime meramente por que tal ato prejudicaria os outros. Num mundo ideal, todos se dariam bem com todos, não haveriam problemas sociais, todos viveriam felizes. Num mundo ideal, as pessoas seriam boas por natureza, e nenhum incentivo iria levar alguém a fazer algo prejudicial a outros, diretamente ou indiretamente. Agora no mundo real, as pessoas respondem a incentivos. Se a situação incentivar a pessoa a poluir, isto é, for mais lucrativo poluir do que preservar, as pessoas vão tender a poluir. O propósito deste tipo de pacto é justamente alterar o incentivo tal que deixe de ser mais lucrativo poluir do que poupar, tal que a pura ganância econômica cause as pessoas a preservarem.

Também incentiva grandemente a proteção do meio ambiente, afinal, ninguém é um vilão do capitão planeta que quer destruir o meio ambiente por raiva! Fazendo ser mais lucrativo preservar do que destruir, as pessoas vão consequentemente preservar.
Doce ilusão que é mais lucrativo preservar do que destruir. Eu diria que é algo parecido com a entropia. você deixa de aumentar em um lugar, mas para isso você aumenta mais em outros lugares.
E o propósito deste tipo de pacto é justamente inverter a situação, ou pelo menos começar a faze-lo. Mesmo que não imediatamente faça destruir ser mais custoso que poupar, já começa a criar as fundações para a mudança.
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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #8 Online: 03 de Novembro de 2010, 22:42:45 »
A tendência de valorar e monetizar elementos da natureza representa um viés perigoso, na medida que justifica ações e opções onde o lado econômico seja o único contemplado, ou apelo menos, preponderantemente.

Também incentiva grandemente a proteção do meio ambiente, afinal, ninguém é um vilão do capitão planeta que quer destruir o meio ambiente por raiva! Fazendo ser mais lucrativo preservar do que destruir, as pessoas vão consequentemente preservar.

Fora isso, honestamente, por que tanto stress com o meio ambiente? Nunca vi e continuo não vendo razões para se preservar o mesmo pela própria preservação. Só vejo sentido vendo isso do ponto de vista da utilidade da humanidade. Devemos preservar para nos manter, mas não vejo nada de anti-natural nas alterações causadas por nós. Esse papo de equilíbrio com a natureza não cola muito pra mim, simplesmente não vejo um local mais natural que o outro, apenas mudanças na natureza do local. Vênus é tão natural quanto a amazônia que é tão natural quanto Nova York. E por falar em equilibrio natural, a terra ja sofreu mudanças extremamente mais brutais "naturalmente", se qualquer coisa, tentar prevenir tanto as mudanças que seria anti natural.

Até concordo em partes, mas ao contrário de outros animais, nós conseguimos fazer previsões tendo em vista nosso amplo (e ao mesmo tempo escasso) conhecimento sobre o assunto.

Não precisamos ir até Vênus para entender o problema do desequilíbrio ecológico para entender que é necessário preservar. Grandes plantações acabam com mata e, consequentemente, com fauna nativa. Isso abre espaço para que novos organismos surjam, como insetos predadores de plantações. Ok, o homem fabrica agrotóxicos e acaba com isso, não é? Agrotóxicos causam intoxicação em quem aplica e até câncer em quem consome. Agrotóxicos chegam aos rios e acabam com peixes, fonte de alimento para muita gente, ainda. Os campos abertos para plantação também permitem lixiviação de matéria orgânica para os rios e também de metais pesados comuns no solo de várias regiões. O custo para limpar isso e tornar a água potável aumenta. Isso sem contar no esgoto que jogamos no rio...

Por sua vez, se continuar o desmatamento como o novo código florestal prevê, logo não teremos matas ciliares e a água superficial vai diminuir. Com isso, diminuirá a vazão dos rios e, consequentemente, a geração da energia que os políticos gostam de dizer que é limpa, mas não é. Além disso, para continuar plantando é necessário irrigar, e sem águas superficiais será necessário cavar poços cada vez mais profundos, aumentando o custo (novamente).

Por outro lado, a cada hectare que é derrubado, estamos jogando fora possibilidade de curas de doenças que afetam diretamente a humanidade, necessitando lançar mão de alternativas artificiais com custo de produção extremamente mais elevado que buscar princípios ativos novos.

Pelo lado da produção de alimento, é na biodiversidade nativa que se busca um gene de resistência a determinada praga ou agente químico defensivo ou mesmo para aumento de produção ou produção em condições especiais. Tentar criar isso sem recorrer à natureza também vai ter um custo que não dispomos.

O custo do desequilíbrio ecológico e de cada hectare que perdemos de mata é imenso. Talvez até possamos viver sem nenhum outro organismo no planeta, a não ser aqueles que cultivamos para nos alimentar, mas o custo será exorbitante e estaremos fadados ao real apocalipse.

Por isso, concordo que sejam ações naturais, mas quem disse que tudo que é natural é bom para o ser humano?

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #9 Online: 03 de Novembro de 2010, 22:46:40 »
Também incentiva grandemente a proteção do meio ambiente, afinal, ninguém é um vilão do capitão planeta que quer destruir o meio ambiente por raiva! Fazendo ser mais lucrativo preservar do que destruir, as pessoas vão consequentemente preservar.
Doce ilusão que é mais lucrativo preservar do que destruir. Eu diria que é algo parecido com a entropia. você deixa de aumentar em um lugar, mas para isso você aumenta mais em outros lugares.

Um exemplo: a pesca indiscriminada de bacalhau no Canadá nos anos 90. A superexploração acabou com os peixes e o governo precisou desembolsar 2 bilhões de dólares em seguro desemprego e cursos de recolocação para os pescadores. Será que seria mais lucrativo deixar pescar até acabar ou realizar uma estratégia de não superexploração, ou seja, preservar?

Enquanto se pensar que os estoques nativos de tudo que precisamos são infinitos, iremos diretamente para o mesmo buraco.

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #10 Online: 03 de Novembro de 2010, 22:49:16 »
Em tempo. O Brasil não vai conseguir cumprir as metas se aprovar as alterações sugeridas no novo Código Florestal.

Offline Geotecton

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #11 Online: 03 de Novembro de 2010, 23:20:06 »
Não estou falando que não deve ser feito uma preservação. Mas do meu ponto de vista, deve ser feita com intuito de manter as condições terrestres o melhores possíveis para nós humanos, não meramente pela preservação por si só.


Discordo em parte e já apresentei as razões.


Citação de: Geotecton
No meu entender, a preservação deveria ocorrer como um ato de manifesta liberdade e não como um produto de coerção ou de incentivo monetário.

No meu entender, o principal motivo da destruição ambiental é pura ganância econômica, sem haver implicitamente uma maldade objetiva (sadismo).
E num mundo ideal, pode ser que isso seja melhor. As pessoas não cometeriam crime meramente por que tal ato prejudicaria os outros. Num mundo ideal, todos se dariam bem com todos, não haveriam problemas sociais, todos viveriam felizes. Num mundo ideal, as pessoas seriam boas por natureza, e nenhum incentivo iria levar alguém a fazer algo prejudicial a outros, diretamente ou indiretamente.

Não estou atrás de uma utopia, de uma miragem, mas acho que é possível melhorar, e muito, a nossa situação.


Mas voltemos para o mundo real agora. As pessoas respondem a incentivos. Se a situação incentivar a pessoa a poluir, isto é, for mais lucrativo poluir do que preservar, as pessoas vão tender a poluir. O propósito deste tipo de pacto é justamente alterar o incentivo tal que deixe de ser mais lucrativo poluir do que poupar, tal que a pura ganância econômica cause as pessoas a preservarem.

Este é precisamente o ponto focal da minha crítica, que é o de submeter a civilização humana ao jugo da visão economicista, tornando-a refém de um modelo de produção econômica que tem muitos setores completamente "barrocos".

Se a civilização humana considerar apenas o viés econômico na sua equação, eu não vejo como nós poderemos manter em um grau aceitável de preservação, biomas e ambientes físicos que são muito importantes para a biodiversidade e para a própria humanidade.

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Offline Cumpadi

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #12 Online: 04 de Novembro de 2010, 12:10:16 »
Também incentiva grandemente a proteção do meio ambiente, afinal, ninguém é um vilão do capitão planeta que quer destruir o meio ambiente por raiva! Fazendo ser mais lucrativo preservar do que destruir, as pessoas vão consequentemente preservar.
Doce ilusão que é mais lucrativo preservar do que destruir. Eu diria que é algo parecido com a entropia. você deixa de aumentar em um lugar, mas para isso você aumenta mais em outros lugares.

Um exemplo: a pesca indiscriminada de bacalhau no Canadá nos anos 90. A superexploração acabou com os peixes e o governo precisou desembolsar 2 bilhões de dólares em seguro desemprego e cursos de recolocação para os pescadores. Será que seria mais lucrativo deixar pescar até acabar ou realizar uma estratégia de não superexploração, ou seja, preservar?

Enquanto se pensar que os estoques nativos de tudo que precisamos são infinitos, iremos diretamente para o mesmo buraco.

Seres humanos são animais, é muito fácil sair chamando todo mundo de monstro, de burro, de imbecíl, de cabeça dura quando você está na sua casinha "trabalhando" de especular na bolsa, pintando seu quadro de arte moderna, escrevendo seu livrinho sobre como a moral dos homens é distorcida, etc. Agora coloque-se na posição dos pescadores, com certeza você nessa situação iria bolar um plano mirabolante que salvasse o mundo, por que a única coisa de errada é a falta de consciência dos pescadores e dos governos mauvados que não os ensinam a pescar de forma ecológica.

Não há como você tratar esse problema dessa forma, a coisa vai muito além disso. E não, não iremos para o buraco, isso é coisa de sensacionalista. Ou vai rolar um evento que aniquile em massa a população, ou a população continuará crescendo e encontrará um equilíbrio com a natureza, independentemente do que ocorra para conseguir-mos esse equilíbrio, ele será alcançado. Eu pessoalmente acho que vai acontecer um evento de aniquilação em massa, mas estou apenas especulando.
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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #13 Online: 04 de Novembro de 2010, 18:59:15 »
Também incentiva grandemente a proteção do meio ambiente, afinal, ninguém é um vilão do capitão planeta que quer destruir o meio ambiente por raiva! Fazendo ser mais lucrativo preservar do que destruir, as pessoas vão consequentemente preservar.
Doce ilusão que é mais lucrativo preservar do que destruir. Eu diria que é algo parecido com a entropia. você deixa de aumentar em um lugar, mas para isso você aumenta mais em outros lugares.

Um exemplo: a pesca indiscriminada de bacalhau no Canadá nos anos 90. A superexploração acabou com os peixes e o governo precisou desembolsar 2 bilhões de dólares em seguro desemprego e cursos de recolocação para os pescadores. Será que seria mais lucrativo deixar pescar até acabar ou realizar uma estratégia de não superexploração, ou seja, preservar?

Enquanto se pensar que os estoques nativos de tudo que precisamos são infinitos, iremos diretamente para o mesmo buraco.

Seres humanos são animais, é muito fácil sair chamando todo mundo de monstro, de burro, de imbecíl, de cabeça dura quando você está na sua casinha "trabalhando" de especular na bolsa, pintando seu quadro de arte moderna, escrevendo seu livrinho sobre como a moral dos homens é distorcida, etc. Agora coloque-se na posição dos pescadores, com certeza você nessa situação iria bolar um plano mirabolante que salvasse o mundo, por que a única coisa de errada é a falta de consciência dos pescadores e dos governos mauvados que não os ensinam a pescar de forma ecológica.

Não há como você tratar esse problema dessa forma, a coisa vai muito além disso. E não, não iremos para o buraco, isso é coisa de sensacionalista. Ou vai rolar um evento que aniquile em massa a população, ou a população continuará crescendo e encontrará um equilíbrio com a natureza, independentemente do que ocorra para conseguir-mos esse equilíbrio, ele será alcançado. Eu pessoalmente acho que vai acontecer um evento de aniquilação em massa, mas estou apenas especulando.

Então a sugestão é tapar o sol com peneira, não pensar no futuro quando podemos prever os resultados já com os poucos dados que dispomos e apagar o fogo quando surgir?

Veja um outro exemplo. Pescadores ganhavam a vida com a caça a tartarugas em nosso litoral. Surgiu o projeto TAMAR, que além da conscientização também criou oportunidades para que as pessoas pudessem ganhar a vida protegendo as tartarugas. Hoje é um projeto de enorme sucesso e contribui para não haver extinção de tartarugas com caça predatória em nosso litoral. Foi ruim? Foi necessário esperar acabarem com as tartarugas para agir? Basta usar o conhecimento que já dispomos e nosso poder de previsão para elaborar projetos que dêem dignidade para as pessoas que trabalham com exploração de recursos naturais indiscriminadamente através de outras oportunidades.

Offline Panthera

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #14 Online: 04 de Novembro de 2010, 19:08:58 »
Não há como você tratar esse problema dessa forma, a coisa vai muito além disso. E não, não iremos para o buraco, isso é coisa de sensacionalista. Ou vai rolar um evento que aniquile em massa a população, ou a população continuará crescendo e encontrará um equilíbrio com a natureza, independentemente do que ocorra para conseguir-mos esse equilíbrio, ele será alcançado. Eu pessoalmente acho que vai acontecer um evento de aniquilação em massa, mas estou apenas especulando.

Imaginar que haverá um evento de aniquilação em massa não é sensacionalismo?
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Offline Cumpadi

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #15 Online: 04 de Novembro de 2010, 19:24:08 »
Inevitavelmente o fogo irá surgir, ele queimará uma galera haverá equilíbrio entre galera queimada e galera nascida. São medidas paliativas feitas somente para serem mostradas na mídia, na prática sua influência sobre nosso futuro pode ser aproximada a 0. É muito simples esses seus cálculos de economia: a, da dinheiro para os pescadores que eles vão proteger as tartarugas. Isso mesmo, dinheiro que vem de algum lugar, mas ninguem liga para esse outro lugar se as tartarugas estiverem seguras.

Aniquilação em massa não é sensasionalismo, isso já ocorreu diversas vezes na história da Terra. (não só com os dinossauros)
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Offline Panthera

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #16 Online: 04 de Novembro de 2010, 19:31:55 »

Aniquilação em massa não é sensasionalismo, isso já ocorreu diversas vezes na história da Terra. (não só com os dinossauros)

Já ocorreram 5 ou 6 extinções em massa na Terra.
Só chamei a atenção porque você falou que "ir pro buraco" é sensacionalismo. Mas o que você acha que acontecerá é em evento de aniquilação...  :?
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Offline Cumpadi

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #17 Online: 04 de Novembro de 2010, 19:37:22 »
Bem, quis dizer que não iremos ser aniquilados graças a problemas ambientais causados pelo homem. Dependendo do tamanho da merda que fizermos menos ou mais pessoas sobreviverão, e esse número não será pequeno.

EDIT: E só para deixar bem claro: não excluo a possibilidade de algo inédito acontecer e mudar o rumo do mundo, porém pelos pontos que apontei acima, todas as soluções propostas até hoje não abordam a verdadeira raiz do problema ambiental.
« Última modificação: 04 de Novembro de 2010, 20:09:18 por parcus »
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Atheist

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #18 Online: 04 de Novembro de 2010, 20:33:44 »
Inevitavelmente o fogo irá surgir, ele queimará uma galera haverá equilíbrio entre galera queimada e galera nascida. São medidas paliativas feitas somente para serem mostradas na mídia, na prática sua influência sobre nosso futuro pode ser aproximada a 0. É muito simples esses seus cálculos de economia: a, da dinheiro para os pescadores que eles vão proteger as tartarugas. Isso mesmo, dinheiro que vem de algum lugar, mas ninguem liga para esse outro lugar se as tartarugas estiverem seguras.

Aniquilação em massa não é sensasionalismo, isso já ocorreu diversas vezes na história da Terra. (não só com os dinossauros)

É o que estou dizendo. Se podemos evitar o fogo, porque deixar que tome conta? Nem sempre se consegue apagar fogo.

Agora, realmente não entendo o que você está escrevendo. Você acha que não se deve fazer nada e deixar que o mundo acabe? Ou que nós sejamos extintos, é isso?

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #19 Online: 04 de Novembro de 2010, 20:37:41 »
Bem, quis dizer que não iremos ser aniquilados graças a problemas ambientais causados pelo homem. Dependendo do tamanho da merda que fizermos menos ou mais pessoas sobreviverão, e esse número não será pequeno.

EDIT: E só para deixar bem claro: não excluo a possibilidade de algo inédito acontecer e mudar o rumo do mundo, porém pelos pontos que apontei acima, todas as soluções propostas até hoje não abordam a verdadeira raiz do problema ambiental.

Acho que agora entendi. Os fins justificam os meios. Não importa que a maioria pobre da população mundial morra por algum problema ambiental causado pelo homem, se eu puder pagar pelo remédio ou protetor solar...

Offline Geotecton

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« Resposta #20 Online: 04 de Novembro de 2010, 20:47:04 »
[...]
EDIT: E só para deixar bem claro: não excluo a possibilidade de algo inédito acontecer e mudar o rumo do mundo, porém pelos pontos que apontei acima, todas as soluções propostas até hoje não abordam a verdadeira raiz do problema ambiental.

E qual é a "verdadeira raiz do problema ambiental"?
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« Resposta #21 Online: 04 de Novembro de 2010, 21:11:54 »
Se uma aniquilação em massa ocorrer, não seremos extintos (eu acho). Mas anyway, o que eu estou dizendo é que há impencílios para simplesmente dar dinheiro para as pessoas. Se fosse possível dar dinheiro para os madeireiros para eles não desmatarem a Amazônia, seria bom demais (Olha!, ele ganha milhões por não desmatar, assim que se faz), porém a economia não funciona assim. Não se dá dinheiro a desempregados, não se da dinheiro a países que não produzem, e produzir significa invariavelmente explorar eu acho. É simplista demais essas soluções de pagar para pessoas protegerem a natureza.

Eu preciso da opnião de um economista para poder tirar conclusões mais acuradas.
1- pergunta: Como surge o dinheiro? Como esses cálculos são feitos?
Eu procurei sobre isso no google mas não achei nada. Aparentemente as pessoas desconhecem a matemática: se a economia global cresceu X%, logo bilhões de dólares apareceram do nada: PLIM PLIM. Se alguém tiver algum link para indicar falando sobre esse problema me diga por favor.
« Última modificação: 04 de Novembro de 2010, 21:14:29 por parcus »
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Offline Cumpadi

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #22 Online: 04 de Novembro de 2010, 21:16:30 »
[...]
EDIT: E só para deixar bem claro: não excluo a possibilidade de algo inédito acontecer e mudar o rumo do mundo, porém pelos pontos que apontei acima, todas as soluções propostas até hoje não abordam a verdadeira raiz do problema ambiental.

E qual é a "verdadeira raiz do problema ambiental"?
Ainda não cheguei a uma conclusão sobre isso. Um fator que pode ser decisivo é o tamanho da população. Mas para mim está claro que não é simplesmente má vontade das pessoas.
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Offline Geotecton

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #23 Online: 04 de Novembro de 2010, 21:31:08 »
Se uma aniquilação em massa ocorrer, não seremos extintos (eu acho).

Vai depender da origem e intensidade desta "aniquilação".


Mas anyway, o que eu estou dizendo é que há impencílios para simplesmente dar dinheiro para as pessoas. Se fosse possível dar dinheiro para os madeireiros para eles não desmatarem a Amazônia, seria bom demais (Olha!, ele ganha milhões por não desmatar, assim que se faz), porém a economia não funciona assim. Não se dá dinheiro a desempregados, não se da dinheiro a países que não produzem, e produzir significa invariavelmente explorar eu acho. É simplista demais essas soluções de pagar para pessoas protegerem a natureza.

A proteção ao meio-ambiente pode e deve ser feita simultaneamente de três modos: pela conscientização, pela repressão e pelo estímulo. Ao meu ver é vital a importância do Estado, principalmente na repressão e no estímulo, feito dentro de um planejamento ambiental macro.

O Estado dá dinheiro a desempregados, seja pelo seguro-desemprego, seja pelas bolsas-assistencialistas. Cabe ao conjunto da sociedade decidir se tais programas devem continuar a existir ou não.


Eu preciso da opnião de um economista para poder tirar conclusões mais acuradas.
1- pergunta: Como surge o dinheiro? Como esses cálculos são feitos?
Eu procurei sobre isso no google mas não achei nada. Aparentemente as pessoas desconhecem a matemática: se a economia global cresceu X%, logo bilhões de dólares apareceram do nada: PLIM PLIM. Se alguém tiver algum link para indicar falando sobre esse problema me diga por favor.

Substitua a palavra "dinheiro" por "riqueza", pois é mais apropriada.

Os cálculos são meras estimativas que levam em consideração um conjunto de fatores previamente definidos. Eu particularmente tenho muitas dúvidas sobre a acuidade e até mesmo sobre o significado de vários dados numéricos econométricos.

Nos "sites" de busca procure por "parâmetros de composição e cálculo do PIB".
Foto USGS

Offline Geotecton

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Re: Nações firmam pacto no Japão para dividir riqueza genética da natureza
« Resposta #24 Online: 04 de Novembro de 2010, 21:32:33 »
[...]
EDIT: E só para deixar bem claro: não excluo a possibilidade de algo inédito acontecer e mudar o rumo do mundo, porém pelos pontos que apontei acima, todas as soluções propostas até hoje não abordam a verdadeira raiz do problema ambiental.

E qual é a "verdadeira raiz do problema ambiental"?
Ainda não cheguei a uma conclusão sobre isso. Um fator que pode ser decisivo é o tamanho da população. Mas para mim está claro que não é simplesmente má vontade das pessoas.

Tamanho da população e modelo de civilização, incluindo os sistemas de produção, são os principais fatores de degradação ambiental de origem antrópica.
Foto USGS

 

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