São questões sociais Juca, concorda?
Por isso acho interessante definir se existe a eliminação de uma vida humana ou não durante o ato abortivo.
Se existir é homicídio de um inocente. Ou não?
Quanto a minha opinião, acima verá que acho que deve ser legalizado, infelizmente.
Abraços.
Primeiro Calvino é preciso que você defina o que é homicídio. Depois acho que posso ponderar sobre a questão...não, vou fazer mesmo assim:
As questões sociais são as verdadeiras premissas para a questão do aborto, como você mesmo se posicionou a favor, acho. Entre as mulheres que fazem aborto posso garantir que 99% são crentes, seguindo a amostragem populacional, e mesmo assim não levam a questão do homicídio para o centro cirúrgico clandestino e na maioria das vezes fundo de quintal.
Então os religiosos levantam a seguinte questão, um feto é um ser humano? E sinceramente acho que a questão não é pertinente, pois o feto pode ser um ser humano e pode ser apenas um ser que vai ser um humano. (Aff, quanto "ser").
E isso é relativo dependendo de que posição ideológica você defenda, portanto não é uma questão universal tal qual os religiosos gostam de propagar, não pode ser caracterizada como homicídio, porque aborto é simplesmente aborto, interrupção de gestação. Existem "n" argumentos, e bons argumentos que descaracterizam a questão como um crime e existe esse argumento por parte dos religiosos que tentam caracterizar como crime
A verdadeira questão em voga, que é aquela que não tem duplo significado, nem subjetivismos, é: A mulher é a verdadeira e única "dona"do seu corpo? Se você se posiciona contra o aborto automaticamente, sabendo ou não, você está colocando a mulher, como sempre, como um ser de segunda classe, aquela que deve se sujeitar as vontades alheias independente se elas vão lhe causar profundas perdas psicológicas, materiais ou colocar sua vida em risco.
E consequentemente colocará mais uma criança no mundo que terá que lidar com os traumas que sua mãe venha a carregar, como aquele que eu ressaltei na reportagem,
"No Brasil as mulheres pobres, jovens e nordestinas são as mais vulneráveis aos abortos inseguros", pois em sua maioria serão filhos de mães solteiras, muito pobres, muito jovens e sem um mínimo de estrutura psicológica, material, talvez de saúde e outras consequências da pobreza e da falta de alicerces familiares e vão sofrer e lavar adiante muitas mazelas e aspectos sociais que perpetuam o subdesenvolvimento.
Mais uma vez a religião ferra com toda a sociedade, por causa de seus dogmas arcaicos e da idade da pedra.