Mais devagar _Juca_.
Quando ela foi chamada de "poste", foi no sentido de que ela não possuía um passado político significativo e que ela foi eleita em função dos bons resultados econômicos (vindos das boas coisas do governo FHC, das boas atitudes do governo Lula e da ótima conjuntura internacional) e da enorme popularidade do presidente Lula. Ou seja, foram fatores extrínsicos à atual presidente.
Geo, ela foi chamada de poste, com todas as implicações pejorativas que implica isso. Incluindo, entre o que você disse, falta de traquejo político, carisma, personalidade...
a
) Qualquer avaliação final hoje é temerária, pois a atual administração tem menos de 90 dias de atuação.
Concordo plenamente. Por isso, aos conservadores e viúvas do PSDB, gostaria de dizer que o governo ainda é do PT ( e agora também agora do PMDB), e daqui alguns dias quando surgirem questões mais progressistas como Direitos Humanos dentro do Brasil (PNDH), políticas sociais (Bolsa Família, Luz para todos, PAC 3, e outras semelhantes), relações diplomáticas, (sul-sul, concessões a países mais pobres, etc) e tantas outras, talvez lembrarão que o governo é continuidade.
b) Se a candidata era do mesmo partido que ocupava o governo há oito anos é absolutamente lógica a expectativa de que o seu governo fosse de continuidade.
Sim, exatamente. O que de fato eu vejo vocês comemorarem e grande parte da mídia é o fato do Lula não estar mais no poder, e só.
Aqui começa uma discussão que é inócua neste momento histórico: Este é um governo que será de continuidade ipsis literis, será um governo que promoverá pequenas mudanças (o seu "correções de rumo naturais") ou será um governo de mudanças significativas?
Onde exigirem serão significativas, como no caso do Irã. Onde não, serão serão pontuais como no caso do corte no orçamento, e essas mudanças já estavam programadas desde antes.
Voce parece ser um petista da cúpula para afirmar que haviam "pequenas e pontuais mudanças programadas".
Ao meu ver a atitude do atual governo em relação ao EUA e ao Irã indicam mudanças significativas, embora, repito, seja muito cedo para fazer qualquer análise mais acurada e uma avaliação mais contundente.
O caso do Irão foi bem emblemático. Obama estimulou o Brasil a entrar no meio da discussão, pelas boas relações que o Brasil tem com todos os países do mundo ( lembra da carta dele?). O Brasil foi, e foi bem sucedido, coisa que os EUA não esperavam, aliás ninguém esperava, foi então que o digníssimo presidente dos EUA deu uma apunhalada nas costas da diplomacia brasileira e descartou completamente um acordo que até a pouco era bom para eles, mostrando que Lula e Celso Amorim foram muito ingênuos em acreditarem que o Obama era de fato um homem que marcaria uma mudança nas relações diplomáticas mundiais. Aliás, Obama é uma decepção quase unânime hoje no mundo e principalmente nos EUA, por que mudança mesmo ele não marcou nenhuma( talvez esteja aí, a verdadeira razão de Lula não ir no almoço). Desde então Lula e a diplomacia brasileira não entraram mais na questão do Irã e era certo que Dilma mudaria o foco primeiro porque o Brasil não tem mais anda a ganhar e depois pela questão dos direitos humanos.
Voce proclamou, quase vociferou, durante o ano de 2010 que o presidente da república (Lula) é quem dava o tom na agenda interna e externa e agora afirma que esta não é uma idiossincrasia aplicável à Dilma?
Não de forma alguma. Só acho que em termos ideológicos, alguns estão cantando muito cedo. Mas vou fazer uma previsão que realmente vai diferenciar Dilma de Lula, esse será um governo de mais união e menos confronto que o passado, seja porque agora Dilma não precisa marcar diferença com o governo passado, seja porque a oposição está mais fragmentada do que nunca.
E cuidado com a sua avaliação negativa sobre o conhecimento político dos outros foristas.

Tomarei mais cuidado.