Algumas fotos do trek:
No terceiro passe que fizemos, de 3400m, tirei essa foto de uma pequena gompa, construção religiosa onde guardam as cinzas dos lamas:
Umas das pontes que cruzamos na trilha de Jiri para Lukla. O feio ali é o meu irmão mais novo, Marcéu, e ele está sem a mochila, então vão perceber que o cruzamento é só prá foto e não o verdadeiro:
Pequeno preview longínguo do que estava à nossa espera. Um tira-gosto dos gigantes que veríamos de mais perto dali uns dias:
Em Bupsa, última pernoite antes de entrar na turística trilha que começaria em Lukla, nossos nove dias de purgatório foram recompensados com este belo pôr-do-Sol:
Então finalmente entramos no Parque Nacional Sagarmatha, patrimônio mundial. Claro que aproveitei a oportunidade para tapar a cara do mano com minha mão:
Em uma de nossas caminhadas de aclimatização, na vila de Namche Bazaar, 3500m, demos uma voltinha pelas enconstas ao redor do vilarejos. Meu mano de novo:
Outra caminhada de aclimatização, desta vez nas encostas de um "pequeno" monte à frente da vila-mosteiro de Tengboche, carríssima, onde havia um pequeno monumento estilo gompa, num dos falsos-cumes. E não, meu irmão não estava meditando. Estava era pegando sol, já que a subida de hora e meia, apesar de algo cansativa, foi feita quase toda à sombra do monte e pela manhã, logo tava bem frio:
Já mais à frente, em nosso caminho para a péssima Dongla, tivemos uma boa vista do vale de Periche, das encostas-platô por onde andamos, à esquerda acima do vale, e das montanhas ao fundo. Foi um trecho bem agradável. A montanha bonitona da esquerda é o famoso Ama Dablam:
Aí chegamos num dos nossos objetivos, o Kala Pattar. Meu irmão, com sua força e energia de um touro, estava sempre à minha frente, mas pouco antes de chegar ao pico, viu umas pessoas indo prá outro pico, achou que tava na direção do pico errado e foi seguir as pessoas que viu. O resultado foi que, depois, me vi sozinho no cume do Kala Pattar e tive que tirar eu mesmo meu retrato de cume. Foi meu sétimo pico e sexto do trek:
Uma das melhores e mais bonitas visões do Ama Dablam pode ser vista do cume do Kala Pattar:
E claro que não podia faltar retrato DELE, tirado também do cume do Kala Pattar:
Então fomos em direção ao bônus do trek, que era passar o Cho la e ir ao vale do Gokyo. Mas para isso tinhamos de passar por Dzongla, que se revelaria uma surpresa pior que Dongla. Mas a trilha até lá, à semelhança da trilha até Dongla, foi tranquila e bem bonita, com enormes montanhas bem "pertinho", ao nosso lado:
Não poderia deixar de tirar pelo menos uma foto de um dos símbolos e dos animais mais vistos do trek, sua magestade, o yak. Yaks são bovinos extremamente mansos, mais mansos que as vacas. São bem medrosos também. Mas em 90% dos casos, não param quando estão na trilha, carregando suas toneladas de mercadorias ou equipo dos "trekkers"de grupo organizado, mesmo que tenha um brasileiro com 25kg nas costas à sua frente, numa trilha de meio metro de largura flanqueando uma moraina de pedras soltas:
Finalmente depois de umas 6 horas me arrastando e bufando, consegui subir até ao Cho la, um dos pontos altos do trek. Levaria ainda uma hora inteira pra cruzar o passe em todo seu comprimento, mas valeu a pena. Foi um dos trechos mais perigosos que fizemos e o medo não foi pouco, já que a "trilha"era feita sobre gelo e neve, sendo que depois que uns poucos grupos, trekkers e carregadores pisaram a neve e gelo, tudo virou uma pista de patinação. Tinhamos de andar mais ao lado da trilha, onde as botas afundavam até 20cm na neve. Apesar de alguns sustos, onde esgorredas nos prometiam uma passagem só de ida até o glaciar mais abaixo, bem mais abaixo, conseguimos passar:
O mano cruzando o glaciar do vale do Gokyo, após termos cruzado o Chola e dormido em Thagnak. O glaciar, assim como o campo base do Evereste, foi uma das paisagens que mais gostei no trek. A inospitabilidade fazia parecer que estava em outro mundo, outro planeta. Me senti um astronauta:
Me levante pela manhã bem cedo, subi a moraina por tras da vila e fiquei lá meia hora esperando o Sol se dignar nascer prá poder tirar uma foto do 3º Lago Sagrado e da vila que fica às suas marges, Gokyo. Foi um dos lugares mais bonitos e reconfortantes que ficamos:
Fomos ao Gokyo ri, monte ao lado da vila Gokyo, que considero mais bonito e melhor que o Kala Pattar. O pico é mais espaçoso, mais explorável, mais bonito, tem vistas melhores, apesar de não dar prá ver o Ama Dablam, etc. E claro que ELE não podia deixar de aparecer nas fotos. Foi meu 8º pico, 7º e último do trek. Acho que agora posso me chamar de montanhista veterano:
Pedi pro meu irmão tirar essa foto artística de mim numa pedra no cume do Gokyo ri:
ELE é muito vaidoso e gosta que lhe tirem retratos. Esse foi do cume do Gokyo ri também:
No longo e penoso caminho até ao norte do vale Gokyo, em direção aos restantes lagos sagrados e pouco antes de chegar ao 5º deles, ELE aparece e, claro, demanda retrato:
Há dois caminhos para o norte do vale e restantes 3 últimos lagos sagrados: pela moraina costeando o glaciar, cujas vistas são melhores mas é bem mais cansativo, já que é sobe e desce o tempo todo, sobre um terreno meio perigoso, já que é à margem de ribanceiras que estão constantemente despejando entulho no glaciar, e o caminho no fundo do vale, sem vista alguma porém bem mais plano, fácil e seguro. Claro que fomos pela moraina. Meu irmão tava com uma gripe braba e voltou do 5º lago. Eu continuei e à caminho do 6º lago essas duas torres apareceram e me fizeram companhia pelas próximas 2 horas:
A montanha Cho Oyu, uma das 8000m do Nepal, na cabeceira do vale Gokyo, estava tendo uma pequena discussão com fortes vento que lhe sopravam uma quantidade absurda de neve das suas encostas:
Depois de tudo feito e no nosso último dia, fomos confrontados com essa pergunta. Essa questão me deu mais que pensar que qualquer uma sobre a existência ou necessidade de divindades. Esqueçam a Aposta de Pascal: a da foto é que vai mexer mais com qualquer pessoa:
Claro que, como bom cético, eu precisava de mais elementos prá responder a pergunta. Então tentei fazer uma pequena coleção dos fatos envolvidos, como altura, trajetória da queda, ponto final, acesso à saída, ventos, etc:
Como todo bom mamífero terrestre, não achava nenhuma resposta prá pergunta, então estava convencido que ao me ver confrontado com a questão outra vez e tivesse meus pés sem asa sobre as marcas, eu iria racionalmente amarelar e voltar prá segurança do chão firme. O problema é que quando chguei lá o cérebro me deixou na mão e auto-desligou. O resultado foi que assim que o instruntor largou a mão de mim e antes mesmo dele dar as últimas preciosas instruções, eu fiz isso aí:
E como prova que inteligência esta ausente em nossa herança genética familiar, meu irmão foi o próximo:
Como diria a Hanna-Barbera: "Por agora é tudo, pessoal!". Depois, com o tempo, posto mais, se quiserem.
[]'s
Hendrik