Não é o acontecimento da presença de gente feliz que leva ao suicídio, mas as crenças sobre o que esse fato significa. Isso pode ter relação com o que já diz a teoria da depressão de Martin Seligman. Na maioria das vezes, depressão é uma distorção do pensamento consciente. No caso de haver muita gente feliz onde o depressivo vive, isso pode ajudar a levar a pessoa acreditar que sua melancolia é algo 100% intrínseco a ela - estilo explicativo personalizado (ou interno). Algo que brota com um pensamento do tipo “se quase todos conseguem, mas eu não, então o problema só se encontra em mim, e não em quaisquer circunstâncias externas”. Usualmente, para ela, isso significa também que se trata de um defeito perene de sua personalidade que sempre a acompanhará - estilo explicativo permanente. Pessoas com estilo explicativo mais externo e temporário tende a evitar com mais facilidade a depressão e/ou o suicídio.
Interessantes colocações.
O livro "Sapiens: Uma Breve História da Humanidade -Yuval Harari", em um de seus capítulos faz uma interessante colocação sobre a bioquímica do cérebro.
Foi relatado estudos que indicam que pessoas tem propensão a serem felizes mesmo havendo problemas e outras mesmo que não haja demasiados problemas, possuem um humor neutro, por vezes depressivo.
Havia uma escala, de 1 a 10, no qual quanto maior, mais feliz a pessoa seria.
Há quem seja propenso a ter um humor entre 5 a 9, estando geralmente em um 8.
Por outro lado, quem tem a bioquímica cerebral que influencia em uma comportamento mais fechado, depressivo, ficaria nessa escala entre 3 e 7, ficando geralmente em um 5.
Sei que a avaliação do quanto cada nível vale é subjetiva, mas foi utilizado para demonstrar que temos tendências a sentir-nos de determinada forma e, mesmo que tentemos melhorar, a tendência é permanecer no patamar comumente associado ao indivíduo que é consequência da predisposição bioquímica dele.