Autor Tópico: Em nome da Igualdade  (Lida 5615 vezes)

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Offline Südenbauer

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #25 Online: 10 de Maio de 2011, 19:59:00 »
Esses comerciais da Bombril representam bem o que o Zizek chama de realidade virtual e realidade real. A realidade virtual é a de que a propaganda é feita para a mulher moderna, quando na realidade apresenta uma visão do homem sobre isso e parece inclusive se dirigir mais aos homens do que às mulheres ("compre produtos Bombril para sua mulher").

Interessante que conseguiu a proeza de desagradar aos dois lados. :lol:

Offline Donatello

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #26 Online: 11 de Maio de 2011, 09:29:32 »
Ahhh, Maeve, eu já tinha te respondido mas não tinha me tocado de algumas coisas: você afirma que também não concorda com aposentadoria mais cedo para mulheres e nem com algumas questões criminais (acho que você deve se referir a aberrações como a Lei Maria da Penha). Então exatamente de quê você discorda no texto? Note: você tem todo o direito de discordar, mas o que parece pela sua fala é que você de fato não discorda de nada :) Ora, você escreveu uma resposta em que admite existirem desvios no discurso de igualdade dos grupos de defesa de homossexuais, negros e mulheres. Nomeou como exemplos de desvios no último grupo exatamente os que eu tinha nomeado.

Depois você diz que tudo bem ser contra estas coisas, mas daí a querer rever as conquistas femininas é demais: bem, como eu já disse, não, eu não tenho nenhum tesão pela forma que as mulheres são tratadas no Magreb, não tenho fetiche algum com isso. Mas se você mesmo admite que algumas das conquistas femininas são abusivas (ou equivocadas) não é um contrasenso achar que não se pode ou não se deve querer revê-las?

Eu acho que lhe parece que por eu ser tão crítico e tão cismado em relação a como as questões de gênero tem sido tratada contemporaneamente no Ocidente, então eu deva ser um cara que acha que mulher tem que voltar a não poder trabalhar, que tenha que obedecer o marido sem questioná-lo como manda o Novo Testamento e que seja obrigada a casar virgem sob a ameaça de morrer apedrejada se não sangrar nas núpcias. Não é nisso em que eu acredito menina, mesmo :)

E ainda sobre o ter algum trauma contra as mulheres, incrível que eu não tenha me lembrado ontem: mas chamar feministas de traumatizadas sempre foi a principal acusação utilizada por anti-feministas contra as mesmas: na cabeça de muita gente feminista é a mulher lésbica que não conseguiu fazer sucesso com os homens por ser muito feia e que quer se vingar da classe. É claro que eu não compartilho desta visão, como você pode ver em cada um dos meus 2000 tópicos sobre o assunto (vou criar mais um daqui a pouco, só falta dar enter) :)
« Última modificação: 11 de Maio de 2011, 09:33:52 por Donatello van Dijck »

Offline Sofista

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #27 Online: 11 de Maio de 2011, 09:46:41 »
Realmente o mundo tem ficado mais careta e chato, em relação ao tempo que eu vivi há alguns anos atrás. Existirá um tempo que não poderemos fazer piada de mais nada. Não que eu seja racista ou qualquer ista que for mas hj em dia existe uma vigilancia nas piadas dos humorista vide que aconteceu com Adnet e os autistas.
Quem sou eu?Entre os crente sou ateu, entre ateus sou um crente.

Offline uiliníli

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #28 Online: 11 de Maio de 2011, 10:03:42 »
É possível fazer humor sem ofender ninguém. Acontece que às vezes o humor precisa ser ofensivo. O humor é mais relevante para a sociedade quando ataca um poderoso do que quando ataca um papagaio. Com os estereótipos de grupos a coisa é mais complexa; acho que não deveria haver censura nenhuma, mas o que acontece hoje em dia é que por convenção há alguns grupos que podem ser alvos do humor e outros que não podem, há uma censura seletiva e isso não serve nem aos libertários e nem aos politicamente corretos.

Offline Dr. Manhattan

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #29 Online: 11 de Maio de 2011, 10:13:27 »
É possível fazer humor sem ofender ninguém. Acontece que às vezes o humor precisa ser ofensivo. O humor é mais relevante para a sociedade quando ataca um poderoso do que quando ataca um papagaio. Com os estereótipos de grupos a coisa é mais complexa; acho que não deveria haver censura nenhuma, mas o que acontece hoje em dia é que por convenção há alguns grupos que podem ser alvos do humor e outros que não podem, há uma censura seletiva e isso não serve nem aos libertários e nem aos politicamente corretos.

Depende também do contexto. Eu já estive em situações em que alguns homens fizeram piadas machistas com o claro objetivo de
causar embaraço nas mulheres presentes. A coisa também muda de figura quando a pessoa A que faz piada com o grupo a que
pertence a pessoa B está numa situação de poder sobre B. Assim, por exemplo, eu faço conto piadas machistas para enfurecer minha
cunhada feminista radical, mas não faria o mesmo em hipótese alguma na presença de minhas alunas.
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Alan Watts

Offline Dbohr

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #30 Online: 11 de Maio de 2011, 10:16:53 »
Bom, eu posso nomear umas três dúzias de extremistas religiosos sem precisar pensar muito... mas não me lembro de uma só mulher que possa ser considerada "feminazi", muito menos por quê.
« Última modificação: 11 de Maio de 2011, 10:22:26 por Dbohr »

Offline Dr. Manhattan

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #31 Online: 11 de Maio de 2011, 10:20:23 »
Bom, eu posso nomear umas três dúzias de extremistas religiosos sem precisar pensar muito... mas não me lembro de uma só mulher que possa ser considerada "feminazi", muito menos por quê.

Na verdade eu já conheci umas feministas bem radicais. A maioria no exterior (elas insitiam em escrever "womyn" em vez de "woman", para
você ter uma ideia).
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Offline Dbohr

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #32 Online: 11 de Maio de 2011, 10:23:31 »
Bom, eu posso nomear umas três dúzias de extremistas religiosos sem precisar pensar muito... mas não me lembro de uma só mulher que possa ser considerada "feminazi", muito menos por quê.

Na verdade eu já conheci umas feministas bem radicais. A maioria no exterior (elas insitiam em escrever "womyn" em vez de "woman", para
você ter uma ideia).

E quantas dessas tinham alguma influência no meio do discurso feminista? Eram consideradas fringe ou mainstream? Eram denunciadas ou apoiadas por seus pares?

Já vi, sim, um monte de aproveitadores e golpistas que estavam a fim de pegar uma pensão gorda. Ou pior ainda, a fim de transformar a vida do ex-marido num inferno judicial e econômico por pirraça. Só que aí, sem medo de cair na falácia do falso escocês, não considero essas como feministas.


Offline Dr. Manhattan

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #33 Online: 11 de Maio de 2011, 10:28:03 »
Bom, eu posso nomear umas três dúzias de extremistas religiosos sem precisar pensar muito... mas não me lembro de uma só mulher que possa ser considerada "feminazi", muito menos por quê.

Na verdade eu já conheci umas feministas bem radicais. A maioria no exterior (elas insitiam em escrever "womyn" em vez de "woman", para
você ter uma ideia).

E quantas dessas tinham alguma influência no meio do discurso feminista? Eram consideradas fringe ou mainstream? Eram denunciadas ou apoiadas por seus pares?

Já vi, sim, um monte de aproveitadores e golpistas que estavam a fim de pegar uma pensão gorda. Ou pior ainda, a fim de transformar a vida do ex-marido num inferno judicial e econômico por pirraça. Só que aí, sem medo de cair na falácia do falso escocês, não considero essas como feministas.



Aviso: eu mesmo me considero feminista (e uns 3 anos atrás não diria isso). Essas feministas radicais geralmente são encontradas
no meio acadêmico. Elas estão dentro do espectro do feminismo como o PSOL está para o espectro das esquerdas (i.e. não exatamente
fringe, mas uma minoria barulhenta).
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Offline Dbohr

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #34 Online: 11 de Maio de 2011, 10:33:45 »
As feministas mais "radicais" que eu conheci usam um discurso muito parecido com o argumento da disputa de classes tão popular nas esquerdas. Se alguma mulher em algum lugar era prejudicada ou se sofria uma violência, elas afirmavam taxativamente que só podia ser culpa da cultura machista. Na maioria dos casos tinham razão, mas em vários outros havia um certo contorcionismo ideológico para justificar a posição delas. Mas mesmo essas eu nunca considerei "feminazis"; aliás nem sei ao certo o que significa este termo fora do âmbito da Fox News.

No meu entender o feminismo é apenas a posição de querer oportunidades e tratamentos iguais para homens e mulheres, sem relações de subserviência espúria. É a ideia de que homens e mulheres podem ser igualmente competentes em qualquer atividade. Por fim, entendo que o feminismo também preconiza que a situação é tão deteriorada em alguns lugares que legislações e tratamentos específicos precisam ser dispensados às mulheres -- a Lei Maria da Penha e as Delegacias da Mulher, por exemplo.

Distorções maliciosas e falhas existem como em qualquer sistema. Mas não é por isso que temos que jogar o sistema fora.

Offline Dr. Manhattan

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #35 Online: 11 de Maio de 2011, 10:41:38 »
Também nunca ouvi o nome feminazi sem que este tenha sido proferido por um conservador empedernido.
Mas só um detalhe: muitas feministas caem em outra falácia comum aos esquerdistas. O argumento da Tábula Rasa.
Para estas, todos os aspectos que diferenciam o homem da mulher são resultado do ambiente cultural.

Aliás, diferente dos esquerdistas radicais, existem também feministas radicais que defendem justamente o contrário: que as
mulheres têm características inatas superiores às do homem. Vai entender?
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Offline Donatello

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #36 Online: 11 de Maio de 2011, 10:44:49 »
Bom, eu posso nomear umas três dúzias de extremistas religiosos sem precisar pensar muito... mas não me lembro de uma só mulher que possa ser considerada "feminazi", muito menos por quê.

Na verdade eu já conheci umas feministas bem radicais. A maioria no exterior (elas insitiam em escrever "womyn" em vez de "woman", para
você ter uma ideia).
Manhattan, http://consciencia.blog.br/2010/10/a-proposta-do-portugues-com-inclusao-de-genero.html.

Dbohr, realmente entre os mais bem situados na vida eu não vejo extremismo religioso evidente, não. E como já disse, vejo sim entre a população mais pobre, onde as seitas pentecostais (por exemplo) fazem mais sucesso. Pode ser também que o que você esteja chamando de extremismo feminista/religioso não seja a mesma coisa que eu estou pensando.

Exemplo: não sei exatamente se todo mundo consideraria as adequações de gênero propostas pelas feministas como exemplo de extremismo, mas tem gente como o Manhattan, que considera.

Eu acho essas birras sobre escrever a/o mais engraçadas do que perigosas.

Mas idéias como reservar um vagão exclusivamente em composições de metrô e trem para as mulheres sob meio que a justificativa de que os "homens são muito tarados" ou coisa do tipo me parece de um extremismo extremamente extremo. E perceba que o Estado em que vivemos é exatamente o único no país que aprovou esta idéia embora ela já tenha sido tentada (e rejeitada) em outros (aliás, eu acho que a minha birra específica quanto ao feminismo floresceu exatamente na época que Picciani/Rosinha Garotinho aprovaram esta bizarrice).

Então se eu considero a lei do vagão feminino uma lei extremista (como de fato considero) então toda pessoa que eu conhecer e que defender tal idéia eu julgarei como um indivíduo que defende idéias feministas extremistas.

Mas não sei se eu o consideraria só por uma posição um feminazi. Acho que teria que ter uma postura mais recorrente de defesa de idéias feminazi para isso. Eu, por outro lado, devo estar mais perto de ser um masculinazi, ou como eu prefiro: um anti-sexistanazi. E foi isso que eu quis dizer: é mais fácil você aparecer como um qualquercoisanazi quando você defende recorrentemente posições que são rejeitadas pela maioria do que quando você defende recorrentemente posições apoiadas pela maioria ou pela maioria com voz audível.

Edit: adicionei o último parágrafo
« Última modificação: 11 de Maio de 2011, 10:52:28 por Donatello van Dijck »

Offline Mr. Mustard

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #37 Online: 11 de Maio de 2011, 10:48:05 »
Realmente o mundo tem ficado mais careta e chato, em relação ao tempo que eu vivi há alguns anos atrás. Existirá um tempo que não poderemos fazer piada de mais nada. Não que eu seja racista ou qualquer ista que for mas hj em dia existe uma vigilancia nas piadas dos humorista vide que aconteceu com Adnet e os autistas.

Então, na minha visão, o mundo pode estar ficando mais careta e chato, pois as culturas estão ficando mais próximas das outras (o que eu acho bom até).

Mas esperar que um programa de humor politicamente correto te faça rir o tempo todo pode ser frustrante.

No entanto, programas de humor muito inteligentes como o Monty Phython não acontecem mais. O que temos hoje são programas com intuito de ofender ou tirar sarro da política com piadinhas toscas. Em outras palavras: provocar, irritar, sofrer agressão e virar notícia, ou simplesmente programas chatos de porralouquice com palhaços imitando outras personalidades cujo fundo é recheado de mulheres gostosas.

Se quer rir mesmo, não se desfaça dos seus amigos (ou faça mais e mais amigos), estes sim, não vão te denunciar por qualquer bobeira que você diga, seja num churrasco ou num programa particular.

Publicamente, tudo tende ao politicamente correto (só não me pergunte se isto é muito bom ou muito ruim, pois ainda não formei uma opinião satisfatória sobre isto).

Offline Dbohr

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #38 Online: 11 de Maio de 2011, 10:52:28 »
Eu também achava um absurdo extremamente extremo isso de vagões femininos, invencionice de doido. Como assim, que tratamento diferenciado era esse?

Até eu parar para conversar com as usuárias de metrô e da Supervia. Aí foi batata: da empregada doméstica à secretária à universitária da UERJ várias mulheres e meninas com quem eu conversei relataram incômodos sofridos em vagões apertados. Marmanjo aproveitando pra dar uma encochadinha. E mesmo assim eu achei que talvez fosse uma impressão errada delas -- até eu mesmo parar para prestar atenção e reparar vários casos assim.

Não, eu não acho que seja a solução ideal. Aliás, eu continuo achando que a ideia é capenga, pois camufla o problema em vez de enfrentá-lo. Mais eficiente talvez fossem campanhas de conscientização ou sei lá. Mas que o problema existe, existe.


Offline Dbohr

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #39 Online: 11 de Maio de 2011, 10:54:47 »

Publicamente, tudo tende ao politicamente correto (só não me pergunte se isto é muito bom ou muito ruim, pois ainda não formei uma opinião satisfatória sobre isto).

Eu adoro humor inteligente e não me preocupo com definições de correção política. Só que pouquíssimos programas de humor hoje são inteligentes (e para falar a verdade, pouquíssimos programas de humor EVER foram inteligentes). Mas uma coisa é ser politicamente incorreto. Outra coisa é ser politicamente incorreto por ser politicamente incorreto; e o nome disso é babaquice.

Offline Dbohr

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #40 Online: 11 de Maio de 2011, 10:56:50 »
Aliás, diferente dos esquerdistas radicais, existem também feministas radicais que defendem justamente o contrário: que as
mulheres têm características inatas superiores às do homem. Vai entender?

Poderia citar nomes/ links de quem pensa assim? Curiosidade, mesmo, para referência futura :-)

Offline Mr. Mustard

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #41 Online: 11 de Maio de 2011, 11:17:59 »

Publicamente, tudo tende ao politicamente correto (só não me pergunte se isto é muito bom ou muito ruim, pois ainda não formei uma opinião satisfatória sobre isto).

Eu adoro humor inteligente e não me preocupo com definições de correção política. Só que pouquíssimos programas de humor hoje são inteligentes (e para falar a verdade, pouquíssimos programas de humor EVER foram inteligentes). Mas uma coisa é ser politicamente incorreto. Outra coisa é ser politicamente incorreto por ser politicamente incorreto; e o nome disso é babaquice.

Pois é, e infelizmente neste país, estamos recheados de exemplos como estes.

Offline Donatello

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #42 Online: 11 de Maio de 2011, 11:30:46 »
DBohr, eu sinceramente acho que o volume destas reclamações quanto a sarradas no transporte coletivo é muito mais fruto da interpretação dada ao fato do que do próprio fato.

Velho, em coletivos lotados as pessoas se encocham e se sarram, quase sempre involuntariamente. Eu perdi a conta de quantas vezes eu presenciei em ônibus lotados mulheres feias, mas feias mesmo, tipo: daquelas que você nunca ia pensar em tirar casquinha: reclamando aos berros que estavam sendo sarradas por caras que eram claramente muito melhor apresentados que elas, e velho, em cenas que eu próprio presenciei de perto e que eram claramente simples resultado do esfrega natural de um metrô.

Eu particularmente fico até sem graça de entrar em uma condução lotada as vezes, sério mesmo, porque eu cago de medo de que algum dia destes alguma mulher resolva dar um escândalo porque eu esbarrei com minha área de lazer na região búndica dela, fico mesmo, tenso.

É claro que eu não elimino a certeza de que alguns homens o façam de propósito assim como tenho certeza absoluta de que o inverso também exista (inclusive já ouvi relatos de mulheres neste sentido).

De qualquer forma, uma lei como esta trata homens como tarados a priori, não se justificaria nem mesmo se esta postura (de entrar em ônibus lotado pra se porveitá) fosse realmente uma característica mais masculina que feminina, o que definitivamente não acho que seja.

Seria exatamente a mesma coisa que se baseando no número de pessoas que prestaram ocorrências dando queixa de assalto em coletivos e que traçaram o retrato falado dando conta de um negro ou mulato (eu não tenho dúvidas de que há mais queixas de assaltos cometidos por negros do que por brancos, e as explicações mais prováveis não envolvem genética) um outro Picciani ou uma outra Rosinha decidissem criar um vagão exclusivo para brancos para que os brancos que não quisessem correr o risco de terem suas carteiras batidas por negros pudessem viajar em paz. Não vejo a menor diferença conceitual. Não interessa o número de pessoas que você entrevistou e que disseram já ter sido assaltadas por um homem negro, não interessa o número de pessoas que ligou para o DiskAssembléia reclamendo que foi assaltada por uma quadrilha formada por quatro mulatos. Criar lei que tratem homens negros como assaltantes a priori não devia estar em cogitação.

E no caso específico desta lei eu acho que ela mescla duplamente (como não é nem novidade) conceitos feminazis e machistas. Não consigo deixar de entender também que o número de reclamações contra esbarrões masculinos em mulheres nos metrôs tenha sua origem mais profunda na idéia arcaica ainda sobrevivente de que mulheres precisam se manter intocadas, puras, quase-virgens, de família (e o seu paralelo igualmente arcaico de que os homens devam ser garanhões).

Então fica assim:
1- O número de homens e mulheres que efetivamente pegam conduções lotadas para tirar casquinha de algum passageiro/passageira (hehehehehe) é provavelmente mínimo em ambos os gêneros.

2- O número de passageiros/passageiras que em situação de superlotação+curva+solavando acabam eventualmente batendo suas partes íntimas em partes íntimas de outros passageiros ou tocando nas partes íntimas de outros passageiros enquanto passam ou se ajeitam é da ordem da totalidade dos usuários de transportes urbanos.

3- Como se é esperado dos homens que mantenham a pose de garanhão não é comum que um rapaz que sofreu contato (proposital ou não, dificilmente dá pra saber) de uma bunda novinha com sua região peniana num ônibus lotado reclame em voz alta, muito menos que ligue para a Assembléia Legislativa sugerindo uma lei que proiba mulheres de entrar em ônibus lotado.

4- Como ainda é esperado que mulheres se mantenham sempre puras e virgens e mais do que isso, que pareçam sempre puras e virgens, então é esperado que o menor e qualquer toque de um homem (voluntário ou não) em alguma parte mais íntima de uma passageira resulte em pelo menos um bem audível "Epa! Epa! Cuidado aê, ô!".

5- A Assemmbléia Legislativa recebe muito mais notificações sobre mulheres queixosas de terem sido sarradas do que sobre homens queixosos de terem sido embundados.

6- Cria-se mais uma lei que pretende chegar à igualdade através da construção de desigualdades.
« Última modificação: 11 de Maio de 2011, 14:03:54 por Donatello van Dijck »

Offline Dr. Manhattan

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #43 Online: 11 de Maio de 2011, 12:21:51 »
Aliás, diferente dos esquerdistas radicais, existem também feministas radicais que defendem justamente o contrário: que as
mulheres têm características inatas superiores às do homem. Vai entender?

Poderia citar nomes/ links de quem pensa assim? Curiosidade, mesmo, para referência futura :-)

Essas afirmações eu ouvi em conversas pessoais com certas feministas, mas vou dar uma pesquisada depois.
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Alan Watts

Offline uiliníli

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #44 Online: 11 de Maio de 2011, 13:31:35 »
Às vezes o que a pessoa fala em discussões pessoais não é realmente aquilo em que a pessoa acredita. Há um fenômeno de "inflação" das ideias quando entramos em discussão, por exemplo:

Pessoa A: O Linux é tão bom quanto o Windows.  :)
Pessoa B: Tá maluco? O Windows é que melhor.  :hein:
Pessoa A: O Windows é uma porcaria, o Linux é infinitamente superior!!
  :hmph:

A gente tende a exagerar nossas opiniões e aumentá-las significativamente para marcar posição em debates, às vezes sua amiga não pensa realmente que as mulheres sejam superiores ao homem, mas no calor da discussão ela acabou radicalizando.

Offline Mahul

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #45 Online: 11 de Maio de 2011, 13:59:44 »


A questão principal é o racismo.

Mesmo que o comunismo na prática tenha causado mais sofrimento, mortes, destruições e atraso do que o nazismo, a teoria por trás do comunismo é menos feia, pois prega a igualdade das pessoas ao invés da superioridade de uma raça.


Certo, DDV, faz sentido. :ok:
Não gosto da direita porque ela é de direita e não gosto da esquerda porque ela também é de direita - Mestre Millôr

Deus seria reprovado em qualquer escola de engenharia - Paulo Francis

Só vou acreditar em socialismo no dia em que todo mundo puder morar em Ipanema - Grande Tom Jobim

Offline Dr. Manhattan

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #46 Online: 11 de Maio de 2011, 14:31:35 »
Às vezes o que a pessoa fala em discussões pessoais não é realmente aquilo em que a pessoa acredita. Há um fenômeno de "inflação" das ideias quando entramos em discussão, por exemplo:

Pessoa A: O Linux é tão bom quanto o Windows.  :)
Pessoa B: Tá maluco? O Windows é que melhor.  :hein:
Pessoa A: O Windows é uma porcaria, o Linux é infinitamente superior!!
  :hmph:

A gente tende a exagerar nossas opiniões e aumentá-las significativamente para marcar posição em debates, às vezes sua amiga não pensa realmente que as mulheres sejam superiores ao homem, mas no calor da discussão ela acabou radicalizando.

Não se trata de exagero. Há realmente mulheres que defendem uma suposta superioridade feminina (quer elas digam isso
explicitamente ou não). Vale lembrar que essas são realmente uma minoria radical. Uma olhada rápida na web nos dá, por
exemplo, uma pequena lista das que defendem o matriarcado:

Citação de: Wikipedia
A minority of feminists, generally radical or lesbian,[55][56] have argued that women should govern societies of women and men. In all of these advocacies, the governing women are not limited to mothers:

    * In her book Scapegoat: The Jews, Israel, and Women’s Liberation, Andrea Dworkin stated that she wanted women to have their own country, "Womenland,"[64] which, comparable to Israel, would serve as a "place of potential refuge".[64][65] In the Palestine Solidarity Review, Veronica A. Ouma reviewed the book and argued her view that while Dworkin "pays lip service to the egalitarian nature of ... [stateless] societies [without hierarchies], she envisions a state whereby women either impose gender equality or a state where females rule supreme above males."[66]
    * According to Dale Spender, Phyllis Chesler wrote in her book Women and Madness that "the only way women can protect themselves is if they dominate particular institutions and can use them to serve women's interests. Reproduction is a case in point."[67] Chesler replied that while Spender's reading of Women and Madness was "excellent" and most of the views that Spender attributed to her were accurate, some were not.[67]
    * Monique Wittig authored, as fiction, Les Guérillères,[68] describing a "female State".[69] Scholarly interpretations of it include that women win a war against men,[70][71] "reconcil[e]"[72] with "those men of good will who come to join them",[72] exercise feminist autonomy[73] through polyandry,[74] decide how to govern,[73] and rule the men.[75] Another interpretation is that the author created an "'open structure' of freedom".[76]
    * Mary Daly wrote of hag-ocracy, "the place we ["[w]omen traveling into feminist time/space"] govern",[77] and of reversing phallocratic rule[78] in the 1990s (i.e., when published).[79] She considered equal rights as tokenism that works against sisterhood, even as she supported abortion being legal and other reforms.[80] She considered her book female and anti-male.[81]


fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Matriarchy#Advocacy_of_matriarchy

Dessa lista só reconheci a Andrea Dworkin que, para ser educado, é uma completa lunática alucinada. Imagino que
as outras sejam parecidas. :)
You and I are all as much continuous with the physical universe as a wave is continuous with the ocean.

Alan Watts

Offline uiliníli

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #47 Online: 11 de Maio de 2011, 14:58:55 »
A irracionalidade nunca deve ser subestimada :(

Offline Dbohr

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #48 Online: 11 de Maio de 2011, 15:07:42 »
E para um contra-contraponto bem-humorado...

http://verydemotivational.memebase.com/2009/12/01/truth/

Offline TMAG

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #49 Online: 11 de Maio de 2011, 15:40:49 »
Uma coisa interessante nessas feministas academicas é que a maioria é adepta do Pós-modernismo/Pós-estruturalismo, e afirmam que o sexo não é biológico e sim uma invenção da cultura machista dominante que cria um discurso sobre a realidade para oprimir as mulheres com sua ''vontade de poder''.
Aqui vai um exemplo:

http://en.wikipedia.org/wiki/Judith_Butler


''O objetivo dos Governos é sempre o mesmo: limitar o indivíduo, domesticá-lo, subordiná-lo, subjugá-lo.'' - Max Stirner

 

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