Autor Tópico: Em nome da Igualdade  (Lida 5616 vezes)

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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #50 Online: 12 de Maio de 2011, 10:27:17 »
Uma coisa interessante nessas feministas academicas é que a maioria é adepta do Pós-modernismo/Pós-estruturalismo, e afirmam que o sexo não é biológico e sim uma invenção da cultura machista dominante que cria um discurso sobre a realidade para oprimir as mulheres com sua ''vontade de poder''.
Aqui vai um exemplo:

http://en.wikipedia.org/wiki/Judith_Butler




Acredito que em 99,9% do tempo isso que esteja descrevendo não seja "o sexo biológico", mas sim os papéis estereotípicos de gênero: homem é durão, sério, trabalha, sustenta a família, mulher é frágil, fofoca e cuida das crianças. Essas coisas realmente não são em toda sua extensão biologicamente determinadas no mesmo grau que a genitália e características sexuais secundárias, há um bom papel da cultura, embora não se possa atribuir tudo ao machismo ou poder dos homens e vontade de mantê-lo.

Offline Maeve Brooks

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #51 Online: 12 de Maio de 2011, 11:25:08 »
Como isso aqui bombou.....
Donatello, o que eu discordo no texto é essa visão de que o mundo privilegia as mulheres e que os homens estariam oprimidos. Na minha opinião de mulher não-feminazi (adorei isso) as coisas chegaram onde estão por um motivo óbvio, as mulheres eram privadas de uma série de direitos e tiveram que lutar de forma agressiva para conseguir a igualdade. Estou falando aqui do direito a voto, de trabalhar fora de casa, de não ser totalmente submissa ao marido, até a guarda dos filhos que você cita já foi exclusivamente masculina. A partir desse ponto passo a concordar com você, não é necessário a uma mulher que tenha liberdade e direitos se aposentar mais cedo, mas algum dia mulheres lutaram por isso da mesma forma que lutaram por outras coisas porque se sentiram em desvantagem.

Então, pra não parecer contraditória, sou a favor da igualdade e entendo que alguns homens sintam que as coisas passaram do ponto, mas essas coisas só passaram do ponto porque as mulheres aprenderam a brigar.  Agora cabe aos homens lutar por aquilo que eles achem desvantajoso. O jogo continua.

Quanto ao trauma, foi só brincadeirinha :lol:   Sempre entro nos seus tópicos "de mulher" porque já tive um namorado que batia muito nessa tecla, ele tinha exatamente o seu discurso e é claro que nós brigamos muito por isso. No caso dele era trauma e eu, com minha psicologia de buteco, entendi que não adiantava argumentar. O que não me impediu de implicar até o limite e acabar com um repertório tão grande quanto o seu e o dele de contra-argumentos.
"Não existem inocentes. Apenas diferentes graus de responsabilidade."  Stieg Larsson

Offline Donatello

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #52 Online: 13 de Maio de 2011, 20:58:46 »
Eu não brigo com minha namorada por isso, felizmente ela costuma ter o mesmo discurso que eu, pelo menos quanto a estes temas. :D

Eu não acho que seja papel dos homens exclusivamente buscarem igualdade de fato nas relações de gênero, não acho que seja ou deva ser uma coisa de "cada um que brigue pelo seu angu", e acho muito menos que as mudanças legais e de atitude quanto as questões de gênero tenham sido conquistas femininas, de exclusivo mérito feminino. Pensar isso seria de um absoluto non-sense, basta lembrar que ainda hoje mais de 85% do parlamento brasileiro é composta por homens. Se as alterações nas leis que hoje beneficiam as mulheres dependessem unica e exclusivamente das mulheres eu teria ainda uma empregada doméstica em casa.

E não acho que devesse ser um jogo. E não coloco a culpa das discrepâncias pró-fêmeas do século 21 exclusivamente nas mulheres e nem em todas as mulheres. Tanto é verdade que foi e é necessária a colaboração intelectualmente preguiçosa de uma porção de homens para que aberrações como a Lei Maria da Penha surgissem quanto é verdade que muitas mulheres ( e eu conheço várias) não ficam felizes com estas imbecilidades.

E eu não sei o que eu podia fazer de prático agora além de espalhar minhas críticas a esta conjuntura em fóruns de internet ou me posicionar do mesmo modo quando assuntos correlatos surgissem em minhas conversas "ao vivo" ou evitar votar em candidatos que tenham postura feminosexista... é claro que criar um partido antisexista (podia se chamar Partido Ultra-igualitarista ou alguma coisa assim: embora eu ainda estou preso à idéia de que partidos deviam se dividir em ideologias econômicas e sempre estranhe estes partidos da ecologia, dos aposentados, dos punheteiros nacionais) ou publicar um livro ou rodar um documentário e exibi-lo num festival bacana de cinema provavelmente seriam ações mais eficazes... mas não acho que tenha, pelo menos por enquanto, o carisma e o dinheiro e os títulos e a competência para fazer este tipo de coisa.

Então vou postando estes tópicos repetitivos cada vez que surge um assunto que acho que possa ser comentado por uma ótica anti-sexista de fato, que é o que dá pra mim.
« Última modificação: 13 de Maio de 2011, 21:40:28 por Donatello van Dijck »

Offline Sergiomgbr

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Re: Em nome da Igualdade
« Resposta #53 Online: 16 de Julho de 2011, 03:05:08 »
Toda essa realidade de conquistas ideárias, que alguns segmentos historicamente pouco afeitos a militãncia ativista recentemente tem experimentado revela os percalços da evolução do cânone de suas posições desde um tempo em que ainda não tinham voz ativa. Hoje com ênfase na  revolução dos meios de comunicação e com o advento da globalização e da internet uma avalanche de propostas e petições  se avolumou  por demanda reprimida. Surgiram de repente. Muitas dessas petições são justas, outras porém são deferidas por ainda haver um arcaismo patriarcal nas mais altas esferas de poder e de formação de opinião. Nada que não se normalize ou não se normatize efetivamente como  "bonança depois de uma tempestade".
« Última modificação: 16 de Julho de 2011, 03:18:39 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

 

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