Sim Jaf, eu concordo plenamente com o seu prognóstico, provavelmente o caso vai ser mesmo abafado e vai ficar o dito pelo não dito, e não desconheço esta parte da história que você está me contando.
É só que o Tyr não estava prevendo o que vá acontecer, ele estava dizendo o que DEVERIA na opinião dele (e minha também) acontecer... Se o seu "anham" foi no sentido de "anham, vai sonhando que isto vá acontecer, é ruim einh" então eu realmente compreendi mal: mas me pareceu que você estava discordando do desejo do Tyr e não (apenas) da possibilidade do desejo dele ser cumprido, o que são coisas distintas.
No caso, foram os dois. Como disse, o Governador não vai suportar a decisão política e por isso vai pegar alguns mandantes, mandar embora e ester irão ser reintegrados. Por que? Explico já.
No RJ vai ocorrer coisa semelhante. Isso se a coisa não piorar diante da revolta dos bombeiros espalhados no país inteiro. Ontem mesmo já começaram uma mobilização em Goiás.
Por isso mesmo deve haver punição exemplar. O salário é horrível, verdade! Mas não é serviço obrigatório, quem está insatisfeito, boa viagem. Não é tão fácil assim, mas deveria ser.
Dura lex, sed lex.
Essa é a conversa que ouço de vários oficiais. "Quando você entrou pra PM, sabia que era militar. Agora tá reclamando? Pede baixa!!"
Bem, é muito fácil pra um gerente (porque oficial é isso, gerente, não polícia) que ganha 6 vezes mais do que um praça e faz 6 vezes menos trabalho (porque além disso o trabalho é todo realizado por assessores, o "chefe" só assina) dizer que se tá ruim, a porta da saída é serventia da casa.
Na minha modesta opinião, se eu estou dentro de uma empresa, eu quero o crescimento desta empresa, porque quando ela melhora, eu aproveito essas melhorias. O que ocorre com o militarismo é que você é punido se apontar estas falhas e trazer qualquer "constrangimento ou transtorno para a administração" (acreditem, isso está na lei).
Os militares não serão punidos porque já existe um forte entendimento jurisprudencial que embasou as voltas dos excluídos ao trabalho em vários estados (citando Bahia, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe, que me lembro só do ano passado) onde os policiais militares e bombeiros militares são encarados como servidores públicos mais do que militares e portanto, não estão passíveis de exclusão por manifestações salariais. A greve continua vedada, sim, mas manifestações não.
Correm hoje vários projetos com forte apoio que visam a desmilitarização das policias no país inteiro, coisa que eu apoio fortemente, já que no nosso meio, militarismo só serve como mordaça e nada mais. Hierarquia e disciplina existe até no boteco do seu zé, sem a necessidade da aplicação de penas de prisão para a sua manutenção e na prática, militarismo nas policias nunca é aplicado no dia a dia. Assim, essa forma de organização nas policias está fadado a um final que será muito bem recebido pela tropa e que eu penso, trará muitos benefícios à sociedade como um todo.
Diante desses entendimentos, que eu já acompanho diariamente há mais de 2 anos, e considerando que o judiciário é famoso antecipar mudanças na legislação, sejam ou não do interesse da sociedade, é fácil prever que os crimes militares não serão sequer considerados porque como eu disse, eles são servidores públicos antes de serem militares e isso deve prevalecer.
E no mais, é como dizia um excelente líder que tive enquanto trabalhava em operações da D. Inteligência. "Menos militarismo, mais polícia. A gente tá aqui pra fazer nosso trabalho, não alimentar o ego de quem come continência" (supreendentemente, o cara era um capitão).