Autor Tópico: Real e ficção na economia brasileira  (Lida 7951 vezes)

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Offline Südenbauer

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Real e ficção na economia brasileira
« Online: 08 de Junho de 2011, 13:13:57 »
Real e ficção na economia brasileira

Não foi com muita surpresa que eu vi essa sequência de notícias que você pode receber o fato mais importante diretamente dos títulos:

    DVD [no Brasil] custa mais que o triplo dos EUA
    iPad brasileiro é o mais caro do mundo
    Artigo no Financial Times vê bolha em formação no Brasil

fatos que estão também relacionados ao que eu postei sobre o fictício PIB brasileiro (comentários os quais parece que os brasileiros discordam…).

Parece vitrola quebrada, mas o elo de ligação é a tributação e a estrutura do serviço público no Brasil. A situação é tão grave que é assim: se o produto é importado, no Brasil ele é um dos mais caros do mundo por causa do excesso de tributos a importados; se o produto é nacional, ele também fica entre os mais caros do mundo, por causa do excesso de tributos internos. Eu considero a política brasileira com respeito a importações um atraso, eu vou me explicar abaixo. A tributação exagerada faz tudo ser mais caro no Brasil, onde os salários também são baixos, e o resultado vai desde um PIB surrealista — porque os serviços públicos e privados somados estão acima do preço real comparado a outros países — a anulação do poder de compra do brasileiro. No meu ver, a razão disto é que o serviço público brasileiro é muito caro, requerendo impostos que somam mais da metade de um produto no mercado. E a minha birra com isto é que o Brasil cobra para mais de 35% de imposto do PIB, acima da maioria dos países ricos, todavia oferece um serviço público de péssima qualidade.

Por quê? E qual a solução? Eu acredito que é porque o investimento do governo brasileiro não é no serviço final, é no sistema político. Por exemplo, o orçamento do Congresso Nacional e do Senado é maior que o orçamento total do MCT. Dado o orçamento total do MCT, que parte deste realmente vai para as mãos dos pesquisadores, e quanto se perde nas mãos dos diversos acessores, auxiliares, suplentes dentro do MCT e dentro das diversas secretarias e subsecretariais do serviço público? Como é possível que o Brasil tenha um investimento em educação pública (digo o número oficial do orçamento do MEC) superior ao do Canadá, mas os professores das escolas brasileiras ganham miséria? Estes últimos ganham pouco, mas ninguém do gabinete de educação das prefeituras e dos governos estaduais recebe três salários mínimos. No Brasil, os grandes salários públicos estão concentrados em certos cargos políticos e burocráticos enquanto que os serviços propriamente ditos recebem pouco investimento. Segundo os dados do IBGE deste ano, o funcionário público brasileiro em média recebe mais que o da área privada (sem incluir benefícios do setor público). Ou seja, não é que o orçamento do MEC é baixo e sim que há uma espécie de atrito financeiro no Estado brasileiro que faz com que a parcela do orçamento que é realmente investido no serviço ser baixa. E a corrupção faz parte natural disto porque o excesso de atravessadores a favorece.

A solução que ninguém gostaria de ver acontecer é começar a enxugar o estado brasileiro, diminuindo duas coisas: primeiro, acabando com o excesso de burocratas, secretários, auxiliares e tudo mais (incluindo os serviços de corregedoria e procuradoria dos próprios regularadores), e segundo, deixando serviços importantes como hospitais, planos de saúde, escolas, universidades públicas, policia e bombeiros, forças armadas, etc., mas acabando com certos excessos da participação do estado na economia, como o controle estatal de bancos e empresas (como a Petrobras e a Embraer) e acabando com leis de monopólio (como de extração de base energética). Antes que você pule da cadeira e brande de raiva “Absurdo!”, pense por que o estado brasileiro tem participação no setor privado, em primeiro lugar? Que benefício para a sociedade isso tras? Agora eu vou dar a razão de porque eu acredito que a privatização do Banco do Brasil e termino do monopólio energético iria ajudar o país: o Estado ficaria mais barato, e poderia diminuir impostos e criaria maior competição no mercado. Maior competição não vai automaticamente gerar melhor serviço mas é melhor a chance disto do que nenhuma chance. E com menos impostos, a economia cresce, os preços dos produtos ficam mais realista e o poder de compra do brasileiro aumenta. Com maior produção econonomica privada, a arrecadação do Estado não fica comprometida: você pode derrubar de 35% para 25% do PIB em imposto, mas se o PIB privado cresce, esses 25% podem representar algo mais significativo que 35% de uma economia engessada. E principalmente, com a diminuição dos burocratas, pode-se injetar o dinheiro do imposto no serviço, ao invés de deixá-lo com os secretários. Legislação que incentiva o setor privado a agir no lugar do publico localmente é outro elemento importante: leis como a Lei de Incentivo a Cultura deveriam ser emuladas para áreas como saúde, educação e ciência. Críticas de que esse sistema é ruim porque incentiva a Maria Bethânia, uma grande artista, é tolice. É como argumentar que é ruim a iniciativa privada descontar 15% de imposto de renda financiando um grande centro privado para o Miguel Nicolelis baseado no fato de que este já é um cientista bem estabelecido e com pesquisas de impacto e que no lugar disso o investimento deveria ir exclusivamente para um Centro de Estudo de Besouros da Amazônia. O incentivo privado a pesquisa reflete a própria realidade do que é ciência de interesse da sociedade ao invés do interesse de um grupo pequeno de burocratas.

OKay, chega. Por último eu quero comentar sobre a política de importação do Brasil, que eu acho absurda. A lógica parece ter sido estabelecida em algum momento da antiguidade brasileira quando alguém conseguiu convencer as pessoas que a entrada de produtos importados indiscriminada no país prejudica o mercado interno. Por que isso seria verdade? Alguém pode dizer: “porque importar diminui postos de trabalho interno”. Se uma câmera digital importada de Taiwan no Brasil custasse o mesmo que ela custa nos EUA (onde a câmera também é importada), haveria mais movimentação para a economia interna: criação de postos de trabalhos em transportadoras para levar dos portos as cidades, de gerentes de vendas e de vendedores, de técnicos da assistência técnica, de vendedores de peças, da indústria nacional fabricando acessórios, e por ai vai. Onde se criaria o emprego de assistência técnica no Brasil de novos postos de câmeras e lentes Nikon? Quem vai transportar os automóveis japoneses do porto até as concessionárias? Se o MacBook era inacessível ao brasileiro porque custava R$ 8 mil e passou ao preço norte-americano de R$1,6 mil, que mercado vai se beneficiar com a criação de novas lojas de pontos de venda de produtos da Apple, agora mais popular? A patente prova de que importação não atrapalha o mercado interno é os EUA, onde muitos produtos comercializados internamente (com excessão de alimentos, mas incluso bebidas alcóolicas) são importados. Grandes empresas estrangeiras tem hoje nos EUA o seu maior mercado (a começar pela população grande), e criam muitos postos de trabalho no país. Os únicos reais beneficiados da política tributária brasileira são alguns funcionários públicos, e exclusivamente estes.

Fonte: http://arsphysica.wordpress.com/

Offline Cumpadi

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #1 Online: 08 de Junho de 2011, 13:27:57 »
Amém, só discordo da parte em que ele diz que universidades e serviços de saúde deveriam continuar públicos.
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Offline _Juca_

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #2 Online: 08 de Junho de 2011, 19:37:55 »
A maior causa dos produtos brasileiros serem os mais caros do mundo, é porque a moeda brasileira é a mais valorizada do mundo, impostos no caso, vem depois disso.

Offline Cumpadi

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #3 Online: 08 de Junho de 2011, 19:39:31 »
é porque a moeda brasileira é a mais valorizada do mundo,
Isso é uma piada?
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Offline _Juca_

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #4 Online: 08 de Junho de 2011, 19:43:57 »
E o Brasil não pode importar mais badulaca ( produtos de consumo final) por que não exporta o suficiente para comprar, é simples. Não se pode gastar mais do que se ganha. (déficit). Por isso é que os malditos impostos se fazem necessário. É preciso pensar nessa questão, quando se defende a importação pura e simples.

Offline _Juca_

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #5 Online: 08 de Junho de 2011, 19:44:23 »
é porque a moeda brasileira é a mais valorizada do mundo,
Isso é uma piada?

Não.

Offline Liddell Heart

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #6 Online: 08 de Junho de 2011, 19:53:23 »
E o Brasil não pode importar mais badulaca ( produtos de consumo final) por que não exporta o suficiente para comprar, é simples. Não se pode gastar mais do que se ganha. (déficit). Por isso é que os malditos impostos se fazem necessário. É preciso pensar nessa questão, quando se defende a importação pura e simples.

Temos que tributar a importação porque tributamos muito a exportação.   :ok:
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Voltaire

Offline Cumpadi

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #7 Online: 08 de Junho de 2011, 20:09:12 »
Não.
Ok, não achei esse dado mas pode ser.

De qualquer modo, discordo muito disso aí.
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Offline Geotecton

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #8 Online: 08 de Junho de 2011, 21:57:18 »
A maior causa dos produtos brasileiros serem os mais caros do mundo, é porque a moeda brasileira é a mais valorizada do mundo, impostos no caso, vem depois disso.

Já ouviu falar em euro, dólar e libra esterlina?
Foto USGS

Offline Geotecton

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #9 Online: 08 de Junho de 2011, 21:58:39 »
[...]
Não se pode gastar mais do que se ganha. (déficit).
[...]

Será por isto que a dívida interna pública barsileira bateu em 1,9 trilhões de reais?
Foto USGS

Offline HSette

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #10 Online: 08 de Junho de 2011, 23:10:28 »
A maior causa dos produtos brasileiros serem os mais caros do mundo, é porque a moeda brasileira é a mais valorizada do mundo, impostos no caso, vem depois disso.

Já ouviu falar em euro, dólar e libra esterlina?

É por isso também, mas não só por isso.

Não sei ponderar os fatores, mas temos também: dependência tecnológica, produção onerada por excesso/tamanho de tributos, logística de distribuição deficiente, etc.

Acho que a dependência de insumos e tecnologias que têm que ser importadas, e são caras, é o principal gargalo a ser enfrentado. Isso implica fortes investimentos em educação, pesquisa, educação, pesquisa, educação, pesquisa, educação, pesquisa, educação, pesquisa, ..............
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Chaves

Offline _Juca_

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #11 Online: 09 de Junho de 2011, 08:32:49 »
A maior causa dos produtos brasileiros serem os mais caros do mundo, é porque a moeda brasileira é a mais valorizada do mundo, impostos no caso, vem depois disso.

Já ouviu falar em euro, dólar e libra esterlina?

Todos menos valorizados que o real... Procure pelo índice BigMac da Economist e vai entender do que eu falo.

Offline _Juca_

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #12 Online: 09 de Junho de 2011, 08:41:57 »
[...]
Não se pode gastar mais do que se ganha. (déficit).
[...]

Será por isto que a dívida interna pública barsileira bateu em 1,9 trilhões de reais?

Sim, mas em trajetória de queda, depois da alta de 2009 pela aumento do gasto do governo e baixa em muitas tributações para estimular a economia naquele período. Basta ver a relação dívida/pib. Mas concordo que o governo deveria conter os gastos, ou melhor ainda, melhorar a eficiência.

No que se refere aos gastos do governo, ele arrecada mais do que gasta. Superávit primário. A relação dívida/pib poderia cair muito mais rapidamente, se tivessemos uma taxa de juros compatível com o restante dos países do mundo, sem dúvida. A maior parte do superávit vai para o pagamento de juros.

A relação dívida/pib do Brasil não é tão alta, nem tão baixa, talvez algo em torno dos 30 ou 35% seria o ideal, na minha visão.

Offline Geotecton

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #13 Online: 09 de Junho de 2011, 08:43:42 »
A maior causa dos produtos brasileiros serem os mais caros do mundo, é porque a moeda brasileira é a mais valorizada do mundo, impostos no caso, vem depois disso.

Já ouviu falar em euro, dólar e libra esterlina?
Todos menos valorizados que o real... Procure pelo índice BigMac da Economist e vai entender do que eu falo.

_Juca_, por favor, deixe estas "particularidades menores" e considere que:

a) A moeda local está "sobrevalorizada" pela grande quantidade de dólares que tem entrado aqui, tanto para o mercado especulativo como nas inversões diretas e;

b) O Real não possui nenhuma conversibilidade com exceção de alguns países da América do Sul, ou seja, não há uma 'confiança' mundial nele, ao contrário do dólar, euro e libra esterlina.
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Offline Geotecton

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #14 Online: 09 de Junho de 2011, 08:56:37 »
[...]
Não se pode gastar mais do que se ganha. (déficit).
[...]

Será por isto que a dívida interna pública barsileira bateu em 1,9 trilhões de reais?
Sim, mas em trajetória de queda, depois da alta de 2009 pela aumento do gasto do governo e baixa em muitas tributações para estimular a economia naquele período. Basta ver a relação dívida/pib.

O que pode estar em baixa (eu tenho dúvidas sobre isto!) é a relação dívida/PIB, pois em números absolutos ela continua a subir.


Mas concordo que o governo deveria conter os gastos, ou melhor ainda, melhorar a eficiência.

Na atual circunstância seria prudente fazer os dois, ainda mais que, no meu entender, se aproxima pelo menos mais uma crise, que é a "bolha imobiliária".


No que se refere aos gastos do governo, ele arrecada mais do que gasta. Superávit primário.

Talvez, mas não é o caso da maioria dos governos estaduais e municipais. E em relação ao governo federal, o superávit ocorre em boa parte porque o governo não cumpre, ano-a-ano, os gastos previstos nos orçamentos.


A relação dívida/pib poderia cair muito mais rapidamente, se tivessemos uma taxa de juros compatível com o restante dos países do mundo, sem dúvida. A maior parte do superávit vai para o pagamento de juros.

É a maneira que o Estado brasileiro tem para financiar os seus títulos (dívida), pois foi este o caminho escolhido para a alavancagem dos gastos. Do contrário a bancarrota viria rapidamente.


A relação dívida/pib do Brasil não é tão alta, nem tão baixa, talvez algo em torno dos 30 ou 35% seria o ideal, na minha visão.

Não, o ideal é não ter dívida nenhuma pois este procedimento só subsiste porque há a emissão de títulos que lastreiam a maioria das aplicações financeiras.

Ou seja, o sistema sobrevive às expensas da confiança que as pessoas tem no "fato" de que ocorrerá a remuneração e o pagamento dos empréstimos que elas fazem ao Estado. E isto os estados a quebrarem.
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Offline _Juca_

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #15 Online: 09 de Junho de 2011, 09:06:30 »
A maior causa dos produtos brasileiros serem os mais caros do mundo, é porque a moeda brasileira é a mais valorizada do mundo, impostos no caso, vem depois disso.

Já ouviu falar em euro, dólar e libra esterlina?
Todos menos valorizados que o real... Procure pelo índice BigMac da Economist e vai entender do que eu falo.

_Juca_, por favor, deixe estas "particularidades menores" e considere que:

a) A moeda local está "sobrevalorizada" pela grande quantidade de dólares que tem entrado aqui, tanto para o mercado especulativo como nas inversões diretas e;

b) O Real não possui nenhuma conversibilidade com exceção de alguns países da América do Sul, ou seja, não há uma 'confiança' mundial nele, ao contrário do dólar, euro e libra esterlina.

Considerado.

Veja bem, não estou dizendo que o real é a moeda mais confiável, no sentido de que ela é usada para acumular reservas ou fazer transações, embora muito "investidores" usem  uma cesta de moedas mundiais para especular, real incluído. Apenas que temos hoje a moeda mais valorizada do mundo, senão, umas das mais, especialmente contra a China e os países mais desenvolvidos, e esse fator é o principal quando comparamos a diferença de preços entre o que se produz no Brasil e nesses países.

Offline _Juca_

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #16 Online: 09 de Junho de 2011, 13:11:54 »


O que pode estar em baixa (eu tenho dúvidas sobre isto!) é a relação dívida/PIB, pois em números absolutos ela continua a subir.

Já discutimos sobre isso...



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Na atual circunstância seria prudente fazer os dois, ainda mais que, no meu entender, se aproxima pelo menos mais uma crise, que é a "bolha imobiliária".

Concordo, mas não sei se essa bolha é de fato uma bolha assim tão bolhuda. :hihi: Acho que estamos no limite dos preços imobiliários, e se continuar crescendo os preços dos imóveis na mesma proporção durante os próximos meses e anos, aí sim de fato, teremos uma crise, mas eu acho que esse ano o país perdeu fôlego pelo crédito pessoal e das famílias, e o endividamento começa a bater mais forte no povo, com uma leve retração na atividade comercial. É minha visão, claro.


Citar
Talvez, mas não é o caso da maioria dos governos estaduais e municipais. E em relação ao governo federal, o superávit ocorre em boa parte porque o governo não cumpre, ano-a-ano, os gastos previstos nos orçamentos.

Não sei lhe dizer ao certo, mas o superávit é previsto no orçamento, não?


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É a maneira que o Estado brasileiro tem para financiar os seus títulos (dívida), pois foi este o caminho escolhido para a alavancagem dos gastos. Do contrário a bancarrota viria rapidamente.

O Estado brasileiro e todos os outros do mundo. Na nossa atual conjuntura, não é preciso esse taxa de juros alta como está. Essa alavancagem não faz sentido algum, quando o país tem uam relação dívida/pib estável, tem reservas internacionais muito maiores que sua dívida externa, e tem um superávit confortável em sua balança comercial. Estava mais que na hora de tirar os economistas heterodoxos do BC e diminuir um pouco os lucros dos bancos privados aqui no Brasil.


Citar
Não, o ideal é não ter dívida nenhuma pois este procedimento só subsiste porque há a emissão de títulos que lastreiam a maioria das aplicações financeiras.

Não existe esse ideal. Todos os países do mundo se relacionam com suas dívidas e as emissões de bônus e títulos. Todos fazem uso do sistema de juros e emissões de títulos futuros.

Citar
Ou seja, o sistema sobrevive às expensas da confiança que as pessoas tem no "fato" de que ocorrerá a remuneração e o pagamento dos empréstimos que elas fazem ao Estado. E isto os estados a quebrarem.

A confiança é a base do nosso sistema econômico. Quando quebrada, o sistema ruiu ( já vimos isso né?), ou o calote é certo. Se existir alguma forma melhor que essa e que seja totalmente factível, quem sabe poderemos implementá-la.

Offline DDV

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #17 Online: 09 de Junho de 2011, 19:42:32 »
A maior causa dos produtos brasileiros serem os mais caros do mundo, é porque a moeda brasileira é a mais valorizada do mundo, impostos no caso, vem depois disso.

Quanta asneira...

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Offline DDV

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #18 Online: 09 de Junho de 2011, 19:47:57 »
E o Brasil não pode importar mais badulaca ( produtos de consumo final) por que não exporta o suficiente para comprar, é simples. Não se pode gastar mais do que se ganha. (déficit). Por isso é que os malditos impostos se fazem necessário. É preciso pensar nessa questão, quando se defende a importação pura e simples.

O que tem a ver os impostos (internos) com uma suposta dificuldade para importar?

(Na verdade, impostos internos altos FACILITA a importação, pois torna os produtos importados mais competitivos no mercado interno)

Moeda nacional valorizada ira FACILITAR, e MUITO, as importações. O país irá aumentar suas importações até um ponto onde a escassez de moeda estrangeira faça a moeda nacional se desvalorizar novamente.

Em comércio internacional, não existe essa hipótese do país ficar "sem poder importar": o próprio câmbio flutuante ajusta automaticamente os valores das moedas e, consequentemente, os valores internos dos bens importados e os externos dos bens exportados.

Essa postagem sua não faz sentido nenhum, ao menos até onde pude entender...

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Derfel

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #19 Online: 09 de Junho de 2011, 19:49:38 »
Acho que o motivo de alguns produtos serem caros seja por causa da moeda valorizada E carga tributária alta (em alguns produtos os impostos representam mais da metade do valor de venda).

Em alguns produtos a moeda valorizada pode funcionar justamente ao contrário, como uma redução do valor do produto. É o caso daqueles com grande parte de componentes importados.

Offline DDV

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #20 Online: 09 de Junho de 2011, 19:51:32 »
Acho que o motivo de alguns produtos serem caros seja por causa da moeda valorizada E carga tributária alta (em alguns produtos os impostos representam mais da metade do valor de venda).

Em alguns produtos a moeda valorizada pode funcionar justamente ao contrário, como uma redução do valor do produto. É o caso daqueles com grande parte de componentes importados.

Exato.

Moeda nacional valorizada torna os produtos importados mais baratos aqui, o que aumenta as importações.
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Offline DDV

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #21 Online: 09 de Junho de 2011, 19:58:37 »

[...]
Não se pode gastar mais do que se ganha. (déficit).
[...]

Será por isto que a dívida interna pública barsileira bateu em 1,9 trilhões de reais?

Dívida pública é o TOTAL. A dívida externa é uma parte disso.

Apenas a dívida externa (que é em dólar) tem relevância fundamental para o câmbio e o balanço de pagamentos.


Citação de: Juca
Sim, mas em trajetória de queda, depois da alta de 2009 pela aumento do gasto do governo e baixa em muitas tributações para estimular a economia naquele período. Basta ver a relação dívida/pib. Mas concordo que o governo deveria conter os gastos, ou melhor ainda, melhorar a eficiência.

No que se refere aos gastos do governo, ele arrecada mais do que gasta. Superávit primário. A relação dívida/pib poderia cair muito mais rapidamente, se tivessemos uma taxa de juros compatível com o restante dos países do mundo, sem dúvida. A maior parte do superávit vai para o pagamento de juros.

A relação dívida/pib do Brasil não é tão alta, nem tão baixa, talvez algo em torno dos 30 ou 35% seria o ideal, na minha visão.

Deve estar em torno de 60% do PIB. Já esteve em mais de 70%.

Mas estamos melhores do que os PIGs (Portugal, Irlanda, Grécia, etc), que têm suas relações dívida/pib na casa dos 300%...


Agora imaginem: que proeza esses governos conseguiram fazer para contrair tamanha dívida!!!!

Os credores mereciam ficar sem nenhum centavo para aprenderem a administrarem melhor seu dinheiro e não emprestarem para qualquer "bêbado"...
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Offline Geotecton

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #22 Online: 09 de Junho de 2011, 20:25:14 »
A maior causa dos produtos brasileiros serem os mais caros do mundo, é porque a moeda brasileira é a mais valorizada do mundo, impostos no caso, vem depois disso.
Quanta asneira...

Caro DDV.

Eu não acho adequado, neste caso, usar este tipo de adjetivação pois seria muito mais interessante voce apontar e explicar qual(is) foi(ram) o(s) erro(s) do texto do forista _Juca_.
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Offline Cumpadi

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #23 Online: 09 de Junho de 2011, 20:28:01 »
Abaixo o Geo! Ditador! :comando: Depois que entram no poder as pessoas ficam assim.  :hihi:
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Offline DDV

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Re: Real e ficção na economia brasileira
« Resposta #24 Online: 09 de Junho de 2011, 20:29:46 »
A maior causa dos produtos brasileiros serem os mais caros do mundo, é porque a moeda brasileira é a mais valorizada do mundo, impostos no caso, vem depois disso.
Quanta asneira...

Caro DDV.

Eu não acho adequado, neste caso, usar este tipo de adjetivação pois seria muito mais interessante voce apontar e explicar qual(is) foi(ram) o(s) erro(s) do texto do forista _Juca_.

A cotação do Real só influencia o preço INTERNO dos produtos brasileiros com os produtos importados (ou com componentes/insumos importados).

Dizer que a cotação do Real é o responsável número 1 pelos altos preços INTERNOS dos produtos brasileiros, e ainda dizer com todas as letras (para que ninguém fique sem entender  :)) que conta mais até do que os impostos é uma TREMENDA asneira.

 
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