Mas os religiosos que podem transformar isso aqui num Irã são justamente aqueles com os quais o confronto é inútil. São os que quando debatem conosco se sentem como o próprio Jesus no deserto sendo tentado por Satanás. Esses caíram numa armadilha intelectual da qual não podem sair, pois para eles a razão é um artifício do Capeta, eles devem ter fé, ou seja, continuar acreditando em tudo o que já acreditam independente de argumentos, evidências e até mesmo contradições com outras coisas nas quais acreditam. Essas pessoas estão intelectualmente mortas.
O único confronto possível é com os religiosos moderados, e mesmo assim não deve ser um confronto, deve ser um diálogo amigável. Você atrai mais moscar com mel do que com vinagre. O melhor modo de ganhar essa discussão é pelo exemplo: eles acham que os ateus são imorais? Pois seja tão moral quanto possível, seja educado, elegante, escute o que a outra pessoa tem a dizer e em vez de xingá-la e dizer que ela acredita em duendes, diga que você respeita a opinião dela, mas você discorda por tais e tais razões. Diga que você concorda com a parte de amar ao próximo como a si mesmo, que você só discorda do "Amar a Deus acima de todas as coisas". Se você deixar uma imagem positiva ao fim da discussão, essa pessoa vai descobrir que ateus são pessoas comuns, que não se acham melhores e não são absolutamente piores do que as outras, e da próxima vez que ela ouvir um absurdo de proporções datênicas ela vai lembrar de você e talvez até comente com os ignorantes "olha, eu tenho um amigo que é ateu e ele não é assim." É a cada vez que essa frase for dita que nós vamos ganhar alguma respeitabilidade na sociedade.