Autor Tópico: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação  (Lida 6325 vezes)

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Offline Fabrício

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #25 Online: 31 de Julho de 2011, 14:37:59 »
O Estado não está propondo a punição de cada indivíduo que decide cortar relações com o egresso da igreja, ele está propondo punir a igreja por incentivar esse comportamento. Não é interferência indevida do Estado nos assuntos do indivídou, é interferência em uma instituição que funciona com a permissão do Estado.

Se formos pensar assim o Estado vai ter que interferir em praticamente todas as religiões. Uma agremiação religiosa tem o direito de ter regras e, se uma destas regras diz que o fiel não pode ter relacionamento com ex-fiéis, azar do ex-fiel (e do fiel também), mas ele se sujeitou a isto quando entrou para aquela Instituição religiosa. Não adianta, depois de aceitar o jogo, ficar reclamando das regras.

Católicos, evangélicos, umbandistas, todos tem regras parecidas com estas das TJ, a diferença é que são veladas. Problema de quem pratica estas religiões, o Estado não tem nada que se meter com isso, desde que não sejam ameaçadas a integridade física, direito de ir e vir, etc., dos indivíduos.

Além disso, que eu saiba a religião em questão não está mandando ninguém apedrejar o ex-fiel ou atacar a casa dele, só determina que os fiéis não tenham contato com ele. É uma regra idiota (mas qual regra religiosa não é?), mas a meu ver não é motivo para o Estado se meter.
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Offline Derfel

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #26 Online: 31 de Julho de 2011, 14:51:04 »
A única religião que eu saiba que se assemelha com os TJs nessa questão é o hinduísmo, mas mesmo nesse caso acho que não chega a tanto.
Uma religião é livre para fazer a regra que quiser, desde que não interfira nos direitos garantidos das pessoas e nas garantias constitucionais.

Offline uiliníli

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #27 Online: 31 de Julho de 2011, 14:58:43 »
Se formos pensar assim o Estado vai ter que interferir em praticamente todas as religiões. Uma agremiação religiosa tem o direito de ter regras

Na verdade o Estado já está intervindo em algumas igrejas evangélicas que discriminam homossexuais e religiões afro-brasileiras. Não é à tôa que tantas igrejas estão alvoraçadas com o tal do PL 122, alegando que ele interfere em seu direito de crença. Uma agremiação religiosa tem o direito de ter regras, mas essas regras não podem violar as regras da nação que valem para todas as pessoas; e o que os TJ fazem contra os que saem da religião é um caso claro de preconceito religioso, que é tipificado como crime no nosso país.

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e, se uma destas regras diz que o fiel não pode ter relacionamento com ex-fiéis, azar do ex-fiel (e do fiel também), mas ele se sujeitou a isto quando entrou para aquela Instituição religiosa. Não adianta, depois de aceitar o jogo, ficar reclamando das regras.

Acho que você não nasceu numa família reliosa, certo? Porque quem nasceu, como eu, sabe que ninguém te faz assinar um contrato para entrar numa igreja, você não tem liberdade para não assiná-lo no caso de não concordar com suas cláusulas. Se você não concordar com as cláusulas seus pais te dão chinelada na bunda e te deixam de castigo. Seus pais o levam para a igreja quando você ainda é criança e não tem o pensamento crítico desenvolvido o suficiente para questioná-la, então, salvo os que se converteram para essa religião só depois de adultos, o que acontece entre os TJ é que desde crianças eles são inscritos como sócios desse clube que os desestimula a cultivar qualquer relação social fora dele, além de você depender por pelo menos dezoito anos de uma família que segue essa religião para viver. Aí, se um belo dia você resolve que não quer mais ser TJ, a igreja pede para sua família e todos as outras relações sociais que você cultivou a vida inteira te discriminem. Isso é cruel, é intolerante e é inaceitável.

Offline Barata Tenno

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #28 Online: 31 de Julho de 2011, 17:10:10 »
E uma instituição é formada por individuos, punindo a instituição voce esta punindo os individuos que escolheram dela participar.
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Offline Fabrício

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #29 Online: 31 de Julho de 2011, 17:24:46 »
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Na verdade o Estado já está intervindo em algumas igrejas evangélicas que discriminam homossexuais e religiões afro-brasileiras. Não é à tôa que tantas igrejas estão alvoraçadas com o tal do PL 122, alegando que ele interfere em seu direito de crença. Uma agremiação religiosa tem o direito de ter regras, mas essas regras não podem violar as regras da nação que valem para todas as pessoas; e o que os TJ fazem contra os que saem da religião é um caso claro de preconceito religioso, que é tipificado como crime no nosso país

Pois eu acho que nao deveria, já temos leis contra a discriminação e o preconceito entre os indivíduos que devem ser seguidas, mas este é um campo muito nebuloso, onde para evitar preconceitos contra determinados grupos o Estado corre o enorme risco de desrespeitar liberdades indivuduais. Não concordo com a imbecilidade evangélica de discriminar homossexuais, mas reconheço o direito deles de reprovarem o homossexualismo em seus cultos, mesmo sendo idiotice. As pessoas tem direito de acreditar em coisas idiotas e de agirem de acordo, desde que, é claro, não prejudiquem os direitos individuais, coisa que neste caso das TJ, não está acontecendo, a não ser se forçarmos bastante a barra... falta de "conversa e  relacionamento" não mata ninguém. É desagradável, mas não é crime.

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Acho que você não nasceu numa família reliosa, certo? Porque quem nasceu, como eu, sabe que ninguém te faz assinar um contrato para entrar numa igreja, você não tem liberdade para não assiná-lo no caso de não concordar com suas cláusulas. Se você não concordar com as cláusulas seus pais te dão chinelada na bunda e te deixam de castigo. Seus pais o levam para a igreja quando você ainda é criança e não tem o pensamento crítico desenvolvido o suficiente para questioná-la, então, salvo os que se converteram para essa religião só depois de adultos, o que acontece entre os TJ é que desde crianças eles são inscritos como sócios desse clube que os desestimula a cultivar qualquer relação social fora dele, além de você depender por pelo menos dezoito anos de uma família que segue essa religião para viver. Aí, se um belo dia você resolve que não quer mais ser TJ, a igreja pede para sua família e todos as outras relações sociais que você cultivou a vida inteira te discriminem. Isso é cruel, é intolerante e é inaceitável.

Uíli, nasci sim, fui obrigado a ir na missa todo domingo durante minha infância, tive que fazer primeira comunhão, e outras bobagens do genero. Ok, não vou aqui dizer que era tão rigoroso quanto as TJ, mas tive minha cota de obrigações religiosas.

Depois de adulto, e mesmo antes disso, na adolescência, parei primeiro de ir na missa, depois comecei a pensar melhor no assunto de crença em Deus, pesquisar um pouco, e acabei chegando à conclusão de que eu só "acreditava" em Deus por estar condicionado a isso desde criança, e pela necessiade de um amiguinho imaginário para as horas difíceis. Foi um processo relativamente simples, sem "revolta" nenhuma contra um Deus inexistente.

Até hoje eu evito este assunto na minha familia e amigos, não porque eu vá ser rejeitado, mas porque é um assunto polêmico para eles e, sinceramente, não é grande coisa ser ateu ou não. Mas, se chegassem a este extremo, eu sinceramente daria um sonoro foda-se para todos eles e viveria minha vida, afinal se minha própria familila e amigos acham mais importante crenças idiotas do que laços de amizade e familiares, eles que se danem.

Talvez o que esteja faltando para os Ex-TJ seja parar de mimimi e encarar a situação como adultos. Não dá para fazer uma omelete sem quebrar os ovos.

E a intervenção do Estado nesses assuntos me causa muito mais calafrios do que uma suposta discriminação entre religiosos ou de religiosos para não religiosos. Não me importo de, como ateu, ser discriminado por qualquer religião, mas detestaria ver o Estado tentando obrigar os ateus a fecharem o Clube Cético por estar "discriminando religiosos", por exemplo (Ok, declive escorregadio  :hihi:, mas intervenção do Estado em questão de liberdade individual geralmente dão merda, mesmo em "causas justas").
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Offline uiliníli

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #30 Online: 31 de Julho de 2011, 19:06:47 »
Pois eu acho que nao deveria, já temos leis contra a discriminação e o preconceito entre os indivíduos que devem ser seguidas, mas este é um campo muito nebuloso, onde para evitar preconceitos contra determinados grupos o Estado corre o enorme risco de desrespeitar liberdades indivuduais. Não concordo com a imbecilidade evangélica de discriminar homossexuais, mas reconheço o direito deles de reprovarem o homossexualismo em seus cultos, mesmo sendo idiotice. As pessoas tem direito de acreditar em coisas idiotas e de agirem de acordo, desde que, é claro, não prejudiquem os direitos individuais, coisa que neste caso das TJ, não está acontecendo, a não ser se forçarmos bastante a barra... falta de "conversa e  relacionamento" não mata ninguém. É desagradável, mas não é crime.

Eu também acho que não deveria se abusar em criar leis específicas para proteger grupos específicos, acho que as leis contra discriminação que deveriam valer para proteger qualquer indivíduo, independente da causa da discriminação, deveriam ser aplicadas nesses casos. Em princípio eu não sou contra os evangélicos serem da opinião de que homossexualismo é errado e dizerem isso abertamente em seus cultos, o problema é que frequentemente esse tipo de pregação leva os fiéis a discriminarem os gays fora do espaço da igreja, e para mim essa é a lógica para o Estado ficar de olho nessas igrejas, mas esse assunto já é meio off-topic.

No caso dos TJ mesmo, eu creio que essa atitude fere os direitos individuais dos desconvertidos. Para mim a mesma liberdade religiosa que eles pedem para que respeitemos as suas crenças é a que eles estão negando às pessoas que deixam a igreja. Se eu me recusasse a falar com uma pessoa porque ela segue uma religião ou outra, isso não seria discriminação? Lembremos que em sua própria raiz, a palavra "discriminar" significa "diferenciar", ou seja, tratar de forma diferente por qualquer motivo. E os efeitos dessa discriminação podem não ser somente uma pessoa virar a cara para outra: uma pessoa pode perder o emprego ou deixar de conseguir um emprego ou oportunidades de negócios; um adolescente que depende de seus pais pode ter sua liberdade religiosa restringida, por causa dessa proibição. Eu não consigo enxergar o caso de uma perspectiva que não seja danosa para a sociedade.

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Uíli, nasci sim, fui obrigado a ir na missa todo domingo durante minha infância, tive que fazer primeira comunhão, e outras bobagens do genero. Ok, não vou aqui dizer que era tão rigoroso quanto as TJ, mas tive minha cota de obrigações religiosas.

Depois de adulto, e mesmo antes disso, na adolescência, parei primeiro de ir na missa, depois comecei a pensar melhor no assunto de crença em Deus, pesquisar um pouco, e acabei chegando à conclusão de que eu só "acreditava" em Deus por estar condicionado a isso desde criança, e pela necessiade de um amiguinho imaginário para as horas difíceis. Foi um processo relativamente simples, sem "revolta" nenhuma contra um Deus inexistente.

Até hoje eu evito este assunto na minha familia e amigos, não porque eu vá ser rejeitado, mas porque é um assunto polêmico para eles e, sinceramente, não é grande coisa ser ateu ou não. Mas, se chegassem a este extremo, eu sinceramente daria um sonoro foda-se para todos eles e viveria minha vida, afinal se minha própria familila e amigos acham mais importante crenças idiotas do que laços de amizade e familiares, eles que se danem.

Talvez o que esteja faltando para os Ex-TJ seja parar de mimimi e encarar a situação como adultos. Não dá para fazer uma omelete sem quebrar os ovos.

Meu caso foi um pouco diferente porque eu me tornei ateu ainda na adolescência, com 13 anos e dependente de meus pais. Graças a Zeus eu não era TJ, você pode imaginar a situação? Essa exigência da exclusão dos desconvertidos da vida social na comunidade na prática impossibilita pessoas nessa situação de mudarem de religião e isso interfere na sua liberdade religiosa. Quem cuida dos direitos individuais deles?

Eu fico muito feliz que você possa mandar seus amigos e sua família se foderem, na mesma situação eu faria a mesma coisa com muito gosto. Mas tem gente que depende da família e dos amigos. Eu posso ter crescido nessa comunidade de Testemunhas de Jeová, a minha vida inteira eu ter obedecido a essa recomendação de não cultivar relações sociais com pessoas de fora da igreja, então eu trabalho na padaria do irmão Joaquim, que conheci nos cultos e alugo minha casa com a simpática Dona Tereza, diretamente, sem a intermediação de uma imobiliária, igual a como o uiliníli faz com sua senhoria. Aí um belo dia eu resolvo que não acredito mais na fé dos TJ e quero virar, digamos, espírita. Aí de repente eu perco meu emprego, porque testemunhas de jeová não convivem de fora da igreja e como o patrão vai lidar com um empregado com o qual ele não pode falar? A Dona Tereza resolve aumentar drasticamente o aluguel que ela cobra, porque ela não quer morar do lado de um egresso da igreja, e eu, sem emprego, sem casa, tomado de uma indignação justa, como estou, resolvo levar meu patrão e minha senhoria para a justiça, mas adevogado custa caro e eu não posso contar nem com o apoio da minha família e dos meus mais antigos amigos para me emprestarem uma graninha. Você pode dar um foda-se para todo mundo, mas eu estou é fodido...

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E a intervenção do Estado nesses assuntos me causa muito mais calafrios do que uma suposta discriminação entre religiosos ou de religiosos para não religiosos. Não me importo de, como ateu, ser discriminado por qualquer religião, mas detestaria ver o Estado tentando obrigar os ateus a fecharem o Clube Cético por estar "discriminando religiosos", por exemplo (Ok, declive escorregadio  :hihi:, mas intervenção do Estado em questão de liberdade individual geralmente dão merda, mesmo em "causas justas").

Mas o Estado existe justamente para isso, a liberdade individual também não pode ser absoluta. Qualquer lei existe para impedir que a minha liberdade atropele a de outra pessoa, a questão toda é saber onde colocar o limite entre que nível de intromissão é tolerável e que nível não é. Por isso que fazer leis não é tarefa fácil e o que me dá calafrios são ideologias que propagam que na verdade é tudo muito fácil sim, é só reduzir/aumentar o Estado ao máximo possível e tudo será alegria e felicidade e alegricidade.

Offline Sergiomgbr

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #31 Online: 31 de Julho de 2011, 19:44:18 »
Pois eu acho que nao deveria, já temos leis contra a discriminação e o preconceito entre os indivíduos que devem ser seguidas, mas este é um campo muito nebuloso, onde para evitar preconceitos contra determinados grupos o Estado corre o enorme risco de desrespeitar liberdades indivuduais. Não concordo com a imbecilidade evangélica de discriminar homossexuais, mas reconheço o direito deles de reprovarem o homossexualismo em seus cultos, mesmo sendo idiotice. As pessoas tem direito de acreditar em coisas idiotas e de agirem de acordo, desde que, é claro, não prejudiquem os direitos individuais, coisa que neste caso das TJ, não está acontecendo, a não ser se forçarmos bastante a barra... falta de "conversa e  relacionamento" não mata ninguém. É desagradável, mas não é crime.

Eu também acho que não deveria se abusar em criar leis específicas para proteger grupos específicos, acho que as leis contra discriminação que deveriam valer para proteger qualquer indivíduo, independente da causa da discriminação, deveriam ser aplicadas nesses casos. Em princípio eu não sou contra os evangélicos serem da opinião de que homossexualismo é errado e dizerem isso abertamente em seus cultos, o problema é que frequentemente esse tipo de pregação leva os fiéis a discriminarem os gays fora do espaço da igreja, e para mim essa é a lógica para o Estado ficar de olho nessas igrejas, mas esse assunto já é meio off-topic.

No caso dos TJ mesmo, eu creio que essa atitude fere os direitos individuais dos desconvertidos. Para mim a mesma liberdade religiosa que eles pedem para que respeitemos as suas crenças é a que eles estão negando às pessoas que deixam a igreja. Se eu me recusasse a falar com uma pessoa porque ela segue uma religião ou outra, isso não seria discriminação? Lembremos que em sua própria raiz, a palavra "discriminar" significa "diferenciar", ou seja, tratar de forma diferente por qualquer motivo. E os efeitos dessa discriminação podem não ser somente uma pessoa virar a cara para outra: uma pessoa pode perder o emprego ou deixar de conseguir um emprego ou oportunidades de negócios; um adolescente que depende de seus pais pode ter sua liberdade religiosa restringida, por causa dessa proibição. Eu não consigo enxergar o caso de uma perspectiva que não seja danosa para a sociedade.

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Uíli, nasci sim, fui obrigado a ir na missa todo domingo durante minha infância, tive que fazer primeira comunhão, e outras bobagens do genero. Ok, não vou aqui dizer que era tão rigoroso quanto as TJ, mas tive minha cota de obrigações religiosas.

Depois de adulto, e mesmo antes disso, na adolescência, parei primeiro de ir na missa, depois comecei a pensar melhor no assunto de crença em Deus, pesquisar um pouco, e acabei chegando à conclusão de que eu só "acreditava" em Deus por estar condicionado a isso desde criança, e pela necessiade de um amiguinho imaginário para as horas difíceis. Foi um processo relativamente simples, sem "revolta" nenhuma contra um Deus inexistente.

Até hoje eu evito este assunto na minha familia e amigos, não porque eu vá ser rejeitado, mas porque é um assunto polêmico para eles e, sinceramente, não é grande coisa ser ateu ou não. Mas, se chegassem a este extremo, eu sinceramente daria um sonoro foda-se para todos eles e viveria minha vida, afinal se minha própria familila e amigos acham mais importante crenças idiotas do que laços de amizade e familiares, eles que se danem.

Talvez o que esteja faltando para os Ex-TJ seja parar de mimimi e encarar a situação como adultos. Não dá para fazer uma omelete sem quebrar os ovos.

Meu caso foi um pouco diferente porque eu me tornei ateu ainda na adolescência, com 13 anos e dependente de meus pais. Graças a Zeus eu não era TJ, você pode imaginar a situação? Essa exigência da exclusão dos desconvertidos da vida social na comunidade na prática impossibilita pessoas nessa situação de mudarem de religião e isso interfere na sua liberdade religiosa. Quem cuida dos direitos individuais deles?

Eu fico muito feliz que você possa mandar seus amigos e sua família se foderem, na mesma situação eu faria a mesma coisa com muito gosto. Mas tem gente que depende da família e dos amigos. Eu posso ter crescido nessa comunidade de Testemunhas de Jeová, a minha vida inteira eu ter obedecido a essa recomendação de não cultivar relações sociais com pessoas de fora da igreja, então eu trabalho na padaria do irmão Joaquim, que conheci nos cultos e alugo minha casa com a simpática Dona Tereza, diretamente, sem a intermediação de uma imobiliária, igual a como o uiliníli faz com sua senhoria. Aí um belo dia eu resolvo que não acredito mais na fé dos TJ e quero virar, digamos, espírita. Aí de repente eu perco meu emprego, porque testemunhas de jeová não convivem de fora da igreja e como o patrão vai lidar com um empregado com o qual ele não pode falar? A Dona Tereza resolve aumentar drasticamente o aluguel que ela cobra, porque ela não quer morar do lado de um egresso da igreja, e eu, sem emprego, sem casa, tomado de uma indignação justa, como estou, resolvo levar meu patrão e minha senhoria para a justiça, mas adevogado custa caro e eu não posso contar nem com o apoio da minha família e dos meus mais antigos amigos para me emprestarem uma graninha. Você pode dar um foda-se para todo mundo, mas eu estou é fodido...

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E a intervenção do Estado nesses assuntos me causa muito mais calafrios do que uma suposta discriminação entre religiosos ou de religiosos para não religiosos. Não me importo de, como ateu, ser discriminado por qualquer religião, mas detestaria ver o Estado tentando obrigar os ateus a fecharem o Clube Cético por estar "discriminando religiosos", por exemplo (Ok, declive escorregadio  :hihi:, mas intervenção do Estado em questão de liberdade individual geralmente dão merda, mesmo em "causas justas").

Mas o Estado existe justamente para isso, a liberdade individual também não pode ser absoluta. Qualquer lei existe para impedir que a minha liberdade atropele a de outra pessoa, a questão toda é saber onde colocar o limite entre que nível de intromissão é tolerável e que nível não é. Por isso que fazer leis não é tarefa fácil e o que me dá calafrios são ideologias que propagam que na verdade é tudo muito fácil sim, é só reduzir/aumentar o Estado ao máximo possível e tudo será alegria e felicidade e alegricidade.
Bastante bom, uili. Parabens!
Até onde eu sei eu não sei.

Offline Fabrício

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #32 Online: 31 de Julho de 2011, 19:56:42 »
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Se eu me recusasse a falar com uma pessoa porque ela segue uma religião ou outra, isso não seria discriminação? Lembremos que em sua própria raiz, a palavra "discriminar" significa "diferenciar", ou seja, tratar de forma diferente por qualquer motivo.

É discriminação sim, mas as pessoas tem o direito de discriminar as outras, dentro de certos limites. Eu não quero me relacionar com corruptos, ladrões, assassinos, usuários de drogas pesadas. Ou, para ser menos radical, com evangélicos chatos, gente que grita, cutuca, fica inconveniente quando está bêbado, etc. O Estado teria que me obrigar a ter relações sociais com esse povo?

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E os efeitos dessa discriminação podem não ser somente uma pessoa virar a cara para outra: uma pessoa pode perder o emprego ou deixar de conseguir um emprego ou oportunidades de negócios; um adolescente que depende de seus pais pode ter sua liberdade religiosa restringida, por causa dessa proibição. Eu não consigo enxergar o caso de uma perspectiva que não seja danosa para a sociedade.

Pode acontecer, mas o Estado não vai conseguir impedir que isto aconteça. Teoricamente ninguém poderia negar um emprego a uma pessoa por ser negra, mas quem vai conseguir provar que o emprego foi negado por isso? Se eu sou um TJ e não quero empregar outro TJ, posso alegar N razões. A lei neste caso é, no mínimo, inócua.

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Meu caso foi um pouco diferente porque eu me tornei ateu ainda na adolescência, com 13 anos e dependente de meus pais. Graças a Zeus eu não era TJ, você pode imaginar a situação? Essa exigência da exclusão dos desconvertidos da vida social na comunidade na prática impossibilita pessoas nessa situação de mudarem de religião e isso interfere na sua liberdade religiosa. Quem cuida dos direitos individuais deles?

Uma vez adultos, eles mesmos devem cuidar dos seus direitos individuais. Se os TJ estão ameaçando os desistentes fisicamente, constragendo-os publicamente, interferindo no seu direito de ir e vir, existem leis para isto. Mas se estão simplesmente boicotando-o socialmente, existe a opção de procurar outros amigos. É difícil? Sem dúvida, mas a vida é dura, e não vai ser a intervenção do Estado que vai fazer com que ele volte a ser aceito neste círculo.

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Eu fico muito feliz que você possa mandar seus amigos e sua família se foderem, na mesma situação eu faria a mesma coisa com muito gosto. Mas tem gente que depende da família e dos amigos. Eu posso ter crescido nessa comunidade de Testemunhas de Jeová, a minha vida inteira eu ter obedecido a essa recomendação de não cultivar relações sociais com pessoas de fora da igreja, então eu trabalho na padaria do irmão Joaquim, que conheci nos cultos e alugo minha casa com a simpática Dona Tereza, diretamente, sem a intermediação de uma imobiliária, igual a como o uiliníli faz com sua senhoria. Aí um belo dia eu resolvo que não acredito mais na fé dos TJ e quero virar, digamos, espírita. Aí de repente eu perco meu emprego, porque testemunhas de jeová não convivem de fora da igreja e como o patrão vai lidar com um empregado com o qual ele não pode falar? A Dona Tereza resolve aumentar drasticamente o aluguel que ela cobra, porque ela não quer morar do lado de um egresso da igreja, e eu, sem emprego, sem casa, tomado de uma indignação justa, como estou, resolvo levar meu patrão e minha senhoria para a justiça, mas adevogado custa caro e eu não posso contar nem com o apoio da minha família e dos meus mais antigos amigos para me emprestarem uma graninha. Você pode dar um foda-se para todo mundo, mas eu estou é fodido...

Ignorando o fato de que no contexto que você criou parece que TODO MUNDO é TJ (lembrei dos sionistas do Karlseduardo  :hihi:), existem empregadores, senhorios, financeiras, que não são TJ. Você vai passar um puta perrengue, mas é a vida, fazer o que? Você se beneficiava de um grupo religioso, saiu dele, e quer manter as mesmas condições? Além do que, saindo, você sabia das consequências... você nunca reclamou do fato da dona Tereza ser camarada com você por ser da mesma religião, agora vai reclamar porque ela quer que você pague um aluguel mais caro ou mesmo saia do imóvel por deixar esta religião?

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Mas o Estado existe justamente para isso, a liberdade individual também não pode ser absoluta. Qualquer lei existe para impedir que a minha liberdade atropele a de outra pessoa, a questão toda é saber onde colocar o limite entre que nível de intromissão é tolerável e que nível não é. Por isso que fazer leis não é tarefa fácil e o que me dá calafrios são ideologias que propagam que na verdade é tudo muito fácil sim, é só reduzir/aumentar o Estado ao máximo possível e tudo será alegria e felicidade e alegricidade.

A grande questão é essa, determinar o nível no qual o Estado deve influir na vida do cidadão. Na minha opinião, neste caso das TJ a intromissão do Estado não se justifica, você acha que sim. Eu penso que atualmente estamos precisando de MENOS  intervenção do Estado na vida do cidadão do que MAIS. Pra mim os limites do Estado já estão bem delimitados pelas leis que existem, e seria melhor se ele fosse eficiente onde deveria de acordo com as leis vigentes ao invés de ficar inventando moda.







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Offline Derfel

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #33 Online: 31 de Julho de 2011, 22:42:55 »
Em outras palavras, quem deu azar de nascer em uma família TJ deve se resignar, aceitar sua sina calado e morrer TJ, ainda que não acredite em nada daquilo.

Offline Barata Tenno

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #34 Online: 31 de Julho de 2011, 22:56:25 »
Em outras palavras, quem deu azar de nascer em uma família TJ deve se resignar, aceitar sua sina calado e morrer TJ, ainda que não acredite em nada daquilo.
Ele pode arrumar novos amigos, ou isso é impossivel? Todo dia milhares de pessoas se mudam e tem que arrumar um emprego novo, amigos novos e, por incrivel que pareça, não precisam de ajuda estatal pra isso.
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Offline Derfel

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #35 Online: 31 de Julho de 2011, 23:14:47 »
se fosse uma questão de novos amigos apenas, mas é também uma questão de se tornar inexistente para a própria família: não poder ter contato com pais, irmãos, filhos. Como você se sentiria se não pudesse ter contato com seu filho de 5 anos?

Offline Barata Tenno

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #36 Online: 31 de Julho de 2011, 23:22:16 »
Isso a justiça interfere, direito de visita para pais separados. E familias se distanciam todos os dias , por varios motivos, religião é apenas um deles.
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Offline Salazar

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #37 Online: 31 de Julho de 2011, 23:32:28 »
Isso a justiça interfere, direito de visita para pais separados. E familias se distanciam todos os dias , por varios motivos, religião é apenas um deles.
E se um dos tutores começar a falar mal do outro para a criança visando desestabilizar a relação dos dois ele pode ser processado por alienação parental e até perder a guarda da criança

Offline Derfel

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #38 Online: 01 de Agosto de 2011, 05:49:39 »
Mas a criança, por ser TJ, também não deve ter contato com o pai desassociado sob pena de sofrer o mesmo destino.

Offline Salazar

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #39 Online: 01 de Agosto de 2011, 06:01:05 »
Mas a criança, por ser TJ, também não deve ter contato com o pai desassociado sob pena de sofrer o mesmo destino.
Isso seria um bem para ela, ficar com o tutor que não gosta de lavagem cerebral.

Offline Derfel

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #40 Online: 01 de Agosto de 2011, 06:29:36 »
E ser separada da mãe. E ser condenada ao inferno.

Offline Salazar

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #41 Online: 01 de Agosto de 2011, 06:37:30 »
E ser separada da mãe. E ser condenada ao inferno.
Se a companhia da mãe causar danos a criança, nada mais justo. Isso todos os TJ's estão porque creem no deus errado(Bumba, vomitado seja seu nome!).

Offline Fabrício

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #42 Online: 01 de Agosto de 2011, 07:44:04 »
E ser separada da mãe. E ser condenada ao inferno.

Como disse o Salazar, se a companhia da mãe mais atrapalha do que ajuda a criança, é melhor que ela seja separada mesmo.

E o cúmulo da intervenção é o Estado querer obrigar qualquer religião que seja a não condenar um fiel ou ex-fiel ao inferno...
"Deus prefere os ateus"

Offline Derfel

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #43 Online: 01 de Agosto de 2011, 14:47:41 »
Aí é que está. A proposta não é esta. Ninguém está dizendo que o pastor não pode censurar ou condenar a opção que o ex-fiel teve. O que se discute é que não se pode obrigar aos membros, principalmente familiares, a tornar aquela pessoa um intocável e fingir que ela não existe. Isso é um problema para o ex-fiel e para a família que é obrigada a não conviver com um ente querido.

E quem disse que a companhia da mãe mais atrapalha que ajuda a criança? Só porque a mãe é TJ?

Offline Salazar

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #44 Online: 01 de Agosto de 2011, 14:53:59 »
E quem disse que a companhia da mãe mais atrapalha que ajuda a criança? Só porque a mãe é TJ?
Se a mãe passa a discriminar o filho por causa do seu contato com o pai ex-TJ, ela é sim uma má influencia.

Offline Derfel

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #45 Online: 01 de Agosto de 2011, 15:56:02 »
E quem disse que a companhia da mãe mais atrapalha que ajuda a criança? Só porque a mãe é TJ?
Se a mãe passa a discriminar o filho por causa do seu contato com o pai ex-TJ, ela é sim uma má influencia.

Não, já que ela não permitiria o contato com o pai (e, em sua visão, ela estaria protegendo o filho). Se ocorrer a desassociação do filho, nem precisaria da justiça, ela já o abandonaria. Lembre-se que nada é pior que a perda da alma.

Offline Derfel

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #46 Online: 01 de Agosto de 2011, 15:56:47 »
Apesar do que, acho que a desassociação só possa ocorrer após os 14 anos, quando há o batismo.

Offline Salazar

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #47 Online: 01 de Agosto de 2011, 16:27:15 »
E quem disse que a companhia da mãe mais atrapalha que ajuda a criança? Só porque a mãe é TJ?
Se a mãe passa a discriminar o filho por causa do seu contato com o pai ex-TJ, ela é sim uma má influencia.

Não, já que ela não permitiria o contato com o pai (e, em sua visão, ela estaria protegendo o filho). Se ocorrer a desassociação do filho, nem precisaria da justiça, ela já o abandonaria. Lembre-se que nada é pior que a perda da alma.
Se ela não permite o contato com o pai ela está cometendo um crime, ela esta lesando a criança em seu direito de ter contato com os dois pais, isso é independente da visão distorcida de mundo dela, ela acreditar que esta protegendo o filho não faz essa atitude de impedir o contato ser moralmente correta e muito menos uma atitude legal do ponto de vista jurídico. E se ocorrer o abandono também caracteriza um crime. É justamente esse pensamento de que nada é pior do que perder a alma que faz essas pessoas abandonarem os filhos, irmãos e pais em detrimento de uma opção religiosa que de nada agrega ao individuo, somente o mantendo por via do medo.

Offline Osler

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #48 Online: 01 de Agosto de 2011, 16:51:16 »
Continuo achando as queixas do sujeito improcedentes.
A justiça não tem nada que se meter no comportamento social das pessoas.

"Oliveira diz que perdeu seus amigos, pois a religião exige que um fiel só tenha relações com quem tem a mesma crença.

Ainda segundo o ex-fiel, colegas de trabalho "viraram a cara" e ele passou a andar só de carro pelo bairro para evitar a humilhação de ser ignorado por vizinhos. Nem com a irmã, que é da religião, conversa mais."

Não vi nada ali sobre emprego, impedir o direito de ir e vir, impedir a entrada em algum estabelecimento (como não pode entrar num restaurante por não ser TJ) etc..

Enfim, mimimi.

Aí é que está. A proposta não é esta. Ninguém está dizendo que o pastor não pode censurar ou condenar a opção que o ex-fiel teve. O que se discute é que não se pode obrigar aos membros, principalmente familiares, a tornar aquela pessoa um intocável e fingir que ela não existe.
Negrito meu, o pastor não está obrigando ninguém a nada. 
Os membros TJ é que tem a opção de seguir ou não as recomendações da sua igreja, arcando com as consequências dos seus atos perante a mesma. 
Indivíduos são (ou deveriam ser) capazes de tomar sua decisões e arcar com elas.



“Como as massas são inconstantes, presas de desejos rebeldes, apaixonadas e sem temor pelas conseqüências, é preciso incutir-lhes medo para que se mantenham em ordem. Por isso, os antigos fizeram muito bem ao inventar os deuses e a crença no castigo depois da morte”. – Políbio

Offline Derfel

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Re: Procuradoria acusa Testemunhas de Jeová de discriminação
« Resposta #49 Online: 01 de Agosto de 2011, 17:27:29 »
Se ela não permite o contato com o pai ela está cometendo um crime, ela esta lesando a criança em seu direito de ter contato com os dois pais, isso é independente da visão distorcida de mundo dela, ela acreditar que esta protegendo o filho não faz essa atitude de impedir o contato ser moralmente correta e muito menos uma atitude legal do ponto de vista jurídico.

Sob o ponto de vista da moral é relativo. De qual moral se está discutindo: a sua, a minha, a dela? Sob o ponto de vista legal você pode ter razão, já que há o precedente da transfusão de sangue (ainda que eu não saiba se está totalmente relacionado). Já a visão dela só é distorcida sob a sua ótica, na dela a visão distorcida seria a sua.

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E se ocorrer o abandono também caracteriza um crime.
No caso poderia não ser abandono, a criança poderia ser considerada como tomada, já que a mãe não a abandonaria simplesmente, mas seria retirada de sua esfera de mundo.

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É justamente esse pensamento de que nada é pior do que perder a alma que faz essas pessoas abandonarem os filhos, irmãos e pais em detrimento de uma opção religiosa que de nada agrega ao individuo, somente o mantendo por via do medo.
É uma opção que pode agregar muita coisa a um indivíduo, desde o sentimento de pertencimento a um grupo até conforto espiritual, ainda que para um outro nada signifique. Veja bem, parece que o fenômeno da desassociação como visto aqui é, relativamente, recente, mesmo entre os TJ, sendo assim, por que não impedir que um pastor estimule a "pariação" do ex-fiel?

 

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